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Tromb�� ven�� Definição Distúrbios da hemostasia em que há o favorecimento da formação de trombos dentro das veias. Se manifesta classicamente de 2 maneiras: ● Trombose venosa profunda (TVP) ● Tromboembolismo pulmonar (TEP) Apesar de serem doenças diferentes, o TEP e a TVP tem mecanismos que se misturam, sendo considerados diferentes manifestações de uma mesma entidade. TEP x TVP O trombo formado pela TVP, sobretudo na região dos membros inferiores, tem a capacidade de formar êmbolos. Esses êmbolos por sua vez adentram o coração por meio da veia cava inferior, ganham a circulação pulmonar por meio das artérias pulmonares e impactam nos vasos do pulmão, gerando o TEP. Mecanismo de interação da TVP com o TEP (fonte: Google imagens, acesso em 20 de outubro de 2021) Tríade de Virchow A tríade de Virchow estabelece que existem 3 fatores envolvidos na formação de um trombo: ● Estase sanguínea ● Estado de hipercoagulabilidade ● Lesão endotelial A presença de algum desses fatores favorece o desenvolvimento de eventos tromboembólicos Distúrbios Hereditários da Hemostasia (Trombofilias) São distúrbios relacionados aos mecanismos próprios da hemostasia, os quais favorecem o desenvolvimento de eventos tromboembólicos. Estima-se que cerca de um terço dos pacientes com TVP ou TEP seja portador de um defeito hereditário da hemostasia. Dentre eles pode-se citar: ● Fator V de Leiden - Herança autossômica dominante, sendo a causa hereditária mais comum (3 a 7% da população branca possui), sendo presente em 20 a 40% dos casos de trombose venosa. Nesses casos, o fator V tem resistência à ação da proteína C, gerando uma situação pró-trombótica. ● Deficiência de antitrombina - Herança autossômica dominante. Há uma redução nos níveis de antitrombina, o qual atua como inibidor da trombina. ● Deficiência de proteína C - Herança autossômica dominante, com penetrância variável. Provoca baixos níveis de proteína C, a qual é responsável por inibir os fatores V e VIII. ● Deficiência de proteína S - Herança autossômica dominante. Provoca baixos níveis de proteína S, a qual é um cofator na ativação da proteína C. ● Hiper-homocisteinemia - Homocisteína é um produto da degradação da metionina. O aumento da homocisteína pode ser causado por uma mutação na enzima cistationina-beta-sintetase ou na 5,10-metilenotetraidrofolato redutase. Além disso, baixos níveis de ácido fólico, B12 e B6 podem causar hiper-homocisteinemia. ● Alelo G20210A da protrombina - Mutação que produz elevação dos níveis plasmáticos de protrombina. Via metabólica da homocisteína (fonte: Google imagens, acesso em 20 de outubro de 2021) Fatores de Risco Adquiridos ● Hospitalização e pós-operatório - São situações que favorecem a estase sanguínea. Além disso, cirurgias também promovem lesões nos vasos, o que pode favorecer a trombose. ● Tumores malignos - Produzem fator tecidual e pró-coagulantes que ativam o fator X. ● Inflamação - Regula para cima a atividade de fatores pró-coagulantes e para baixo as vias anti-coagulantes. ● Tratamento com estrogênios - Associa-se a elevação dos fatores II, VII, VIII, IX e X, além de diminuir os níveis de antitrombina e ativador tecidual de plasminogênio. ● Gravidez - Compressão da veia cava inferior pelo útero, incompetência da musculatura vascular induzida pela progesterona, lesão endotelial (dequitação, pré-eclâmpsia e cesárea), aumento dos fatores I, lI, VII, VIII, IX e X, diminuição da proteína S, resistência à proteína C e aumento da atividade dos inibidores fibrinolíticos (PAl-1 e PAl-2). ● Síndrome antifosfolípide - Síndrome caracterizada pela presença de anticorpos antifosfolípide (anticoagulante lúpico, anti-beta-2-glicoproteína I e anticardiolipina). Esses anticorpos podem ser encontrados em pacientes com doenças auto-imunes (sobretudo LES), desordens linfoproliferativas e pode ser idiopático. ● Condições que cursam com disfunção endotelial - Hipertensão, aterosclerose, obesidade. Exames Complementares nas Trombofilias ● Hemograma - pode detectar sinais de distúrbios mieloproliferativos, bem como aumento de hematócrito, leucocitose e trombocitose. ● Velocidade de sedimentação globular - Evidencia elevação inflamatória de fibrinogênio e globulinas ● TP e TTPA ● Anticorpos anticardiolipina e anti-beta2-GP1. ● TT - Prolongamento sugere fibrinogênio anormal ● Dosagem de fibrinogenio ● Análise de DNA para fator V de Leiden ● Dosagem imunológica e funcional de antitrombina ● Dosagem imunológica e funcional de proteína C e proteína S ● Análise do gene G20210A da protrombina ● Homocisteína sérica ● Testes para expressão de CD55 e CD59 se houver suspeita de hemoglobinúria paroxística noturna ● Teste para JAK(V617F) se houver trombose portal ou hepática ● Proteinograma sérico para evidenciar paraproteinemia Diagnóstico de TVP Sinais Clínicos ● Dor e edema em membros inferiores ● Presença de veias colaterais não varicosas dos membros ● Sinal de Homan - Dor na panturrilha a dorsiflexão dos pés ● Diferença de 2cm entre o membro afetado e o normal D-dímero - Produto da degradação da fibrina, que se mostra elevado em pacientes com trombose USG com doppler - Tem boa sensibilidade e especificidade, tendo a vantagem de ser não invasiva e não necessitar de radiação (interessante para pacientes grávidas) USG evidenciando veia com trombose (trombo em vermelho) Venografia com contraste - Vem caindo em desuso, devido ser uma técnica invasiva e dolorosa ao paciente. RNM e TC - Úteis em casos em que a UCG não foi resolutiva Escore de Wells para TVP Diagnóstico do TEP Sinais Clínicos ● Dispneia de início súbito ● Dor torácica ● Taquicardia e taquipneia ● Sinais de insuficiência cardíaca direita Gasometria arterial - Mais útil para controle de gravidade e análise da evolução clínica Radiografia de tórax ● Não apresenta boa sensibilidade, sendo na maioria das vezes usada para excluir outros diagnósticos ● Corcova de Hampton - infarto do parênquima pulmonar em formato de cunha ● Sinal de Westermark - Diminuição da vascularização ● Sinal de Fleischner - Proeminência das artérias pulmonares Sinal de Hampton e Westermark da esquerda para direita. Eletrocardiograma - Detecta sobrecarga do ventrículo direito em casos mais graves D-dímero - Tem a mesma função da TVP Cintilografia de ventilação e perfusão - Demonstra falha na perfusão com ventilação preservada A direita, cintilografia pulmonar demonstrando perfusão normal. A esquerda, cintilografia pulmonar de perfusão, evidenciando áreas com falha, sendo sugestivo de TEP. Angiografia pulmonar por TC - Pode-se visualizar falha no enchimento das artérias pulmonares ou o próprio trombo. Dependendo da literatura, é considerado primeira escolha no lugar da cintilografia. Angiografia pulmonar por TC demonstrando falha no enchimento das artérias devido a êmbolos (marcações verdes). Angiografia pulmonar por RM - interessante em grávidas, por não expor a radiação Angiografia pulmonar - Método tradicional, que vem sendo cada vez menos usado Referência HOFFBRAND, A. Victor; MOSS, P. A. H. Fundamentos em hematologia. 6.ed.Porto Alegre: Artmed,2013 Zugaib, M. Obstetrícia Zugaib. Editora Manole. 2ª. Ed. 2012 Autor Matheus Furlan Chaves
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