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Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
INSTRUMENTO MUSICALIZADOR 
– FLAUTA DOCE
Marialba Matos de Castro é bacharel em Flauta e é pós-graduada em Música e Educação. 
É mestranda em Musicologia pela Universidade de São Paulo – USP, tendo como linha de 
pesquisa “O universo modal da música antiga e a memória genética”. Tem formação técnica 
nas disciplinas de Flauta Doce e Percepção Musical, cursadas no Conservatório de Música de 
Pouso Alegre – Minas Gerais, reconhecidas pelo MEC.
Desde 2008, atua como professora da Faculdade Paulista de Artes – São Paulo, nas disciplinas 
Flauta Doce, Regência, Contraponto e Música de Câmara.
No ano de 2011, aposentou-se pelo Conservatório de Música de Pouso Alegre, onde, atual-
mente, trabalha no projeto artístico do grupo LEBIZARRE – grupo de música antiga, étnica e contemporânea. 
E-mail: marialbauai@superig.com.br 
Claretiano – Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
Marialba Matos de Castro
Batatais
Claretiano
2016
INSTRUMENTO MUSICALIZADOR 
– FLAUTA DOCE
© Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio 
(eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de 
banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana.
CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia Aparecida Ribeiro • 
Dandara Louise Vieira Matavelli • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori Martins • Lidiane Maria Magalini • 
Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia Alves Veronez Montera • Raquel Baptista Meneses 
Frata • Simone Rodrigues de Oliveira
Revisão: Cecília Beatriz Alves Teixeira • Eduardo Henrique Marinheiro • Felipe Aleixo • Filipi Andrade de Deus Silveira • Juliana 
Biggi • Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz • Rafael Antonio Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni • Sônia Galindo Melo • Talita 
Cristina Bartolomeu • Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia Maria de Sousa Ferrão • Luis 
Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires Botta Murakami 
Videoaula: Fernanda Ferreira Alves • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso
Bibliotecária: Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
 
 788.36 C352i 
 
Castro, Marialba Matos de 
 Instrumento musicalizador : flauta doce / Marialba Matos de Castro – Batatais, SP : 
Claretiano, 2016. 
 126 p. 
 
 ISBN: 978-85-8377-482-2 
 1. Flauta doce. 2. Musicalização. 3. Performance. 4. História. 5. Técnica. I. Instrumento 
 musicalizador - flauta doce. 
 
 
 
 
 
 CDD 788.36 
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Instrumento Musicalizador – Flauta Doce
Versão: ago./2016
Formato: 20x28 cm
Páginas: 126 páginas
SUMÁRIO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................................................9
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS ..............................................................................................................................................11
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE .................................................................................................................................12
4. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................................13
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................................................13
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................................17
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ................................................................................................................................17
2.1. NOMES DA FLAUTA DOCE AO REDOR DO MUNDO ..................................................................................................17
2.2. HISTÓRIA DA FLAUTA DOCE ....................................................................................................................................17
2.3. ORGANOLOGIA ........................................................................................................................................................21
2.4. PARTES DA FLAUTA DOCE ........................................................................................................................................24
2.5. POSIÇÃO DAS MÃOS PARA A FLAUTA DOCE .............................................................................................................26
2.6. EMISSÃO DOS SONS, RESPIRAÇÃO E ARTICULAÇÃO ...............................................................................................28
2.7. POSTURA .................................................................................................................................................................31
2.8. AFINAÇÃO ................................................................................................................................................................32
2.9. DIGITAÇÃO E EXERCÍCIOS PARA AS PRIMEIRAS NOTAS ............................................................................................34
2.10. REFLEXÃO FINAL PARA A UNIDADE 1 ....................................................................................................................47
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ...................................................................................................................................47
3.1. FAMÍLIA DAS FLAUTAS ..............................................................................................................................................48
3.2. FLAUTA BAIXO SUBCONTRABAIXO ...........................................................................................................................48
3.3. MÚSICA MEDIEVAL ..................................................................................................................................................48
3.4. FLAUTA DOCE COMO INSTRUMENTO MUSICALIZADOR E INSTRUMENTO 
DE PERFORMANCE/HISTÓRICO.................................................................................................................................48
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ..........................................................................................................................................49
5. CONSIDERAÇÕES ..............................................................................................................................................................50
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................................50
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................................................51
UNIDADE 2 – HISTÓRIA DAFLAUTA DOCE, NOVAS DIGITAÇÕES, TÉCNICAS E CANÇÕES 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................................................55
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ................................................................................................................................55
2.1. A FLAUTA DOCE NA RENASCENÇA ...........................................................................................................................55
2.2. A FLAUTA DOCE NO BARROCO ................................................................................................................................57
2.3. O GRANDE APOGEU E SEUS MAIORES COMPOSITORES ..........................................................................................59
2.4. TREINO DAS NOVAS NOTAS DÓ3 – RÉ3 ....................................................................................................................61
2.5. EXERCÍCIOS COM ARTICULAÇÃO; IMITAÇÃO E ECO; PEQUENOS DUETOS E PEQUENAS CANÇÕES .........................63
2.6. REFLEXÃO FINAL PARA A UNIDADE 2 ......................................................................................................................64
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ...................................................................................................................................65
3.1. PEÇAS INTERPRETADAS COM FLAUTA DOCE ............................................................................................................65
3.2. FLAUTA DOCE COMO INSTRUMENTO SOLISTA ........................................................................................................65
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ..........................................................................................................................................66
5. CONSIDERAÇÕES ..............................................................................................................................................................66
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................................67
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................................................68
UNIDADE 3 – FLAUTA DOCE NA HISTÓRIA; SISTEMAS BARROCO E GERMÂNICO; MÉTODOS E 
TÉCNICAS
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................................................71
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ................................................................................................................................71
2.1. O OSTRACISMO DA FLAUTA DOCE ...........................................................................................................................71
2.2. A DIFERENÇA ENTRE A DIGITAÇÃO DO FÁ BARROCO (INGLÊS) E DO FÁ GERMÂNICO .............................................73
2.3. TREINO COM A NOTA FÁ .........................................................................................................................................74
2.4. DIGITAÇÃO, TÉCNICAS E CANÇÕES COM A ESCALA DE DÓ MAIOR .........................................................................80
2.5. PEÇAS MUSICAIS PARA MAIOR APREENSÃO E DELEITE ...........................................................................................83
2.6. OS AGUDOS NAS NOTAS MI E FÁ .............................................................................................................................86
2.7. REFLEXÃO FINAL PARA A UNIDADE 3 .......................................................................................................................97
2.8. COMO USAR A FLAUTA DOCE COM OUTROS INSTRUMENTOS – USO DA FLAUTA EM GRUPOS ..............................98
2.9. ALGUNS MÉTODOS PARA FLAUTAS DOCES SOPRANO E CONTRALTO ......................................................................98
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ...................................................................................................................................99
3.1. PERFORMANCES COM A FLAUTA DOCE ...................................................................................................................99
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ..........................................................................................................................................100
5. CONSIDERAÇÕES ..............................................................................................................................................................101
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................................101
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................................................101
UNIDADE 4 – O RESSURGIMENTO DA FLAUTA DOCE NO FINAL DO SÉCULO 19: NOVAS TÉCNICAS
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................................................105
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ................................................................................................................................105
2.1. BREVE HISTÓRICO DO RESSURGIMENTO DA FLAUTA DOCE ....................................................................................105
2.2. NOVAS TÉCNICAS .....................................................................................................................................................108
2.3. FLAUTAS DOCES MODERNAS E COMPOSITORES CONTEMPORÂNEOS PARA FLAUTA DOCE ....................................114
2.4. EXERCÍCIOS E PEÇAS MUSICAIS PARA ESTUDO ........................................................................................................116
2.5. REFLEXÃO FINAL PARA A UNIDADE 4 .......................................................................................................................119
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ...................................................................................................................................122
3.1. FLAUTAS MODERNAS ...............................................................................................................................................122
3.2. FRULLATO ...............................................................................................................................................................123
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ..........................................................................................................................................123
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................................................................124
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................................124
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................................................125
7
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Conteúdo 
A flauta doce como recurso de transmissão de elementos musicais, culturais e de socialização. Os principais 
autores e técnicas de musicalização utilizados por meio do instrumento nas salas de aula do Ensino Funda-
mental ao Médio. Discussão sobre os recursos pedagógicos com a utilização da flauta doce (digitação barroca 
ou germânica) e suas dinâmicas em sala. Elementos técnicos e estéticos paraperformances. 
Bibliografia Básica
AKOSCHKY, J.; VIDELA, M. A. Iniciación a la flauta dulce. Buenos Aires, Ricordi, 1980. v. 1.
MONKEMEYER, H. Metodo para tocar la flauta dulce soprano – flauta doce solo. São Paulo: Editora Ricordi, 1985.
PROSSER E. S. Vem Comigo tocar flauta doce: manual para flauta doce soprano. Brasília: Musimed, 1995. v. 1.
Bibliografia Complementar
GIESBERT, F. J. Method for the treble recorder. Mainz: Schott, 1957.
PAOLIELLO, N. O. A flauta doce e sua dupla função como instrumento artístico e de iniciação musical . UFRJ: Rio de Janeiro, 
2007. (Monografia).
VIDELA, M.; AKOSCHKY, J. Iniciación a la Flauta Dulce. Buenos Aires: Ricordi Argentina, 2005. v. 2.
TIRLER, H. Vamos tocar flauta doce – 38 Canções Brasileiras. São Leopoldo: Sinodal, 1992. v. 1.
8 © INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
É importante saber
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá ser assimilado para aquisição das compe-
tências, habilidades e atitudes necessárias à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos, 
os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua 
origem?) referentes a um campo de saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente selecionados nas Bibliotecas Virtuais Univer-
sitárias conveniadas ou disponibilizados em sites acadêmicos confiáveis. É chamado "Conteúdo Digital Integrador" porque é 
imprescindível para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos, não apenas privilegiam a convergência de 
mídias (vídeos complementares) e a leitura de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade e 
a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigatórios, para efeito de avaliação.
–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
9© INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO
Bem-vindo ao estudo de flauta doce!
Nesta obra, você fará uma pequena imersão no universo deste instrumento histórico, 
que traz consigo tantas possibilidades. O objetivo deste material é habilitar o aluno do curso 
de Licenciatura em Música do Claretiano – Centro Universitário para as inúmeras possibilida-
des que a flauta doce apresenta. 
Para isso, você terá um tempo relativamente curto para um resultado expressivo na 
performance de qualquer instrumento, mas adequado para reflexões de futuras abordagens 
pedagógicas.
Elencamos, então, duas possibilidades (ou funções), como diz Paoliello (2007), para este 
novo desafio: o pedagógico e o artístico. Ou seja, inicialmente pensamos no instrumento flau-
ta doce como suporte e ferramenta de apoio a serviço da musicalização, com propostas peda-
gógicas que acrescentem qualidades ao processo educativo. Veremos a flauta doce, também, 
nas possíveis questões performáticas que poderão surgir com o conhecimento dos inúmeros, 
e muitas vezes, desconhecidos recursos que ela nos apresenta e oferece. 
Benefícios da boa respiração –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Não podemos deixar de abordar, ainda que rapidamente, o caráter terapêutico desse instrumento, que é sempre 
recomendado por médicos e especialistas para crianças e adultos com problemas respiratórios e de ansiedade. 
Isso é possível, pois a flauta doce é um instrumento de sopro que propõe a reeducação do respirar, e sabemos 
que uma boa respiração garante a atividade de várias funções orgânicas. 
Em vários estudos médicos acadêmicos, existem pesquisas propondo que o “respirar bem” traz vantagens com-
provadas como a desaceleração dos batimentos cardíacos, a redução da pressão arterial e a diminuição da ansie-
dade e das respostas orgânicas ao estresse. 
 No artigo indicado a seguir, você poderá conhecer um pouco mais sobre o assunto. Confira!
• NEVES NETO, A. R. Técnicas de respiração para a redução do estresse em terapia cognitivo-comporta-
mental. Arquivos Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa São Paulo, 
São Paulo, 2011, 56 (3)m p. 158-168. Disponível em: <http://www.fcmscsp.edu.br/files/AR09.pdf>. Acesso 
em: 10 nov. 2015.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Agora, evocamos você à missão árdua que teremos pela frente, pois, em geral, quando 
se fala em flauta doce no Brasil, pensa-se, imediatamente, em um brinquedo na forma de 
instrumento, um pré-instrumento ou se remete ao “som desagradável” produzido por execu-
tantes despreparados. Neste estudo, teremos, então, o dever de desmistificar esse consenso. 
Para isso, serão disponibilizadas as informações básicas e necessárias que compreen-
dem, além das habilidades técnicas e pedagógicas, também a história, os tipos e as famílias 
que chamamos de “consortes” no instrumento, as obras compostas, os grandes compositores 
e intérpretes, que poderão ser encontrados em vídeos, filmes e materiais gráficos indicados. 
Assim, será possível que este instrumento tão rico deixe de ser visto apenas como um “auxílio-
-educação”, um instrumento dedicado a amadores ou mero brinquedo.
Todos nós sabemos que a flauta é um instrumento facilitador da alfabetização musical, 
ou seja, da musicalização, e isso ocorre pela pouca dificuldade que nela encontramos para 
produzir ou extrair um som; também é facilitadora pela pouca complexidade na sua digitação. 
10 © INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
A flauta doce é uma boa ferramenta porque também possui um tamanho adequado para o 
público infantil, como no caso das flautas sopranos (no decorrer de nosso estudo, você verá 
mais detalhes sobre a nomenclatura das flautas).
Outro facilitador da difusão deste instrumento é o baixo valor de mercado para as flautas 
de séries, produzidas para estudantes. Entretanto, essa facilidade possibilita muitos equívocos 
na construção da consciência musical e no comprometimento do fazer boa música, como já 
citado anteriormente, mas que ainda nos debruçaremos mais à frente.
Além da mecânica, postura, respiração, sonoridade, afinação, articulação e digitação, 
que são fundamentos básicos para a execução do instrumento, teremos, também, a possibi-
lidade de trabalhar os elementos da teoria musical, estabelecidos em partituras de exercícios 
técnicos (rítmicos e melódicos), canções, duetos etc., bem como a interessante história da 
flauta block ou doce, como é conhecida no Brasil.
Esse material também será importante para os alunos que já possuem uma noção básica 
desse instrumento, pois têm igualmente o objetivo de refletir sobre alguns aspectos de edu-
cação musical, com a utilização da flauta doce em sala de aula nas diferentes problemáticas 
relacionadas a seguir:
1) A falta de preparo e informação de músicos e leigos que difundem incorreta ou ina-
dequadamente, uma visão equivocada sobre o instrumento.
2) A adaptação do ensino de flauta doce à realidade de nossas instituições, visando a 
apresentações performáticas nos eventos festivos do calendário escolar, priorizando 
resultados imediatos.
3) A realidade dos espaços educacionais do nosso país ou falta de ambientes estimu-
lantes às práticas musicais de nossas escolas.
4) Possibilidades e impossibilidades na confecção de pequenos arranjos, usando a flau-
ta doce e instrumentos que, por ventura, existam na instituição, como violão, tecla-
do, piano, percussão, objetos da própria sala de aula e instrumentos de sucata, pois 
sabemos da falta de material, especialmente relativos à música, existente em nossas 
escolas.
Nesta obra, além de conhecermos o aspecto biomecânico, digitações, técnicas e leituras, 
bem como a história da flauta desde seus primórdios até os dias atuais, temos, também, o 
compromisso do aprenderpara ensinar.
É nossa intenção e objetivo que você, além de adquirir conhecimentos e habilidades 
instrumentais, também trabalhe nas abordagens pedagógicas e estratégias de ensino do ins-
trumento, pois sabe-se que, por diversos motivos e equívocos existentes na educação do país, 
as aulas de flauta doce, muitas vezes, são ministradas por professores de outros instrumentos 
ou áreas, resultando, assim, em experiências insatisfatórias para a educação musical.
Estudaremos com o objetivo da “reflexão mais ação”, na tentativa de mudar esse cená-
rio, fazendo com que essa oportunidade gere docentes mais conscientes, positivos, aptos e 
compromissados com um “educar musical” mais verdadeiro e integrador, por isso, você rece-
berá propostas de reflexão acerca de algumas problemáticas.
A proposta de reflexão para a Unidade 1 será pensarmos em como transformar os para-
digmas e conceitos equivocados existentes sobre a flauta doce.
11© INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Já na Unidade 2, estudaremos maneiras de adaptar a flauta doce para eventos festivos 
de calendários que acontecem nas instituições de educação.
Para a Unidade 3, veremos como contornar e gerir espaços inadequados das salas de 
aula, para uma prática satisfatória do instrumento flauta doce.
E, finalmente, na Unidade 4, refletiremos sobre como trabalhar e criar pequenos arran-
jos para a flauta doce e outros instrumentos, convencionais ou não.
Sabemos que todo instrumento para ser bem executado, depende de empenho, traba-
lho, doação, comprometimento e muito carinho, e a flauta doce espera isso de você!
Portanto, permita-se entrar no universo de um instrumento histórico, que é, também, 
uma ferramenta musicalizadora, e seu desafio será adquirir novos conceitos, quebrar velhos 
paradigmas e se capacitar nas habilidades de tocar e ensinar. 
E que a melhor música possa sair de seu instrumento, de seus dedos e de seu coração!
Tenha seu próprio instrumento! ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
É necessário que você tenha a sua flauta doce. Para aqueles que ainda não têm o instrumento, recomenda-se a 
flauta doce soprano “barroca”. 
No Brasil, há uma produção de flautas razoáveis no modelo estudante e que possuem preços acessíveis. 
Oriente-se a respeito do instrumento mais adequado com seu tutor e/ou professor responsável.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e precisa das definições con-
ceituais, possibilitando um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de 
conhecimento dos temas tratados.
1) Articulação: pronúncia, distinção de notas para tornar um discurso musical mais 
inteligível. Uso da boca, dentes, língua e sílabas.
2) Competências musicais: conjunto de experiências, conhecimentos e habilidades 
que possibilitam a um indivíduo o exercício musical.
3) Flauta: é qualquer instrumento de sopro oco e com orifícios. É chamado de instru-
mento aerófano, ou seja, que vibra a partir da parede do seu próprio corpo, sem a 
necessidade de cordas ou outros artifícios. Há registros indicando que a flauta sem-
pre esteve presente na história da humanidade, desde seus primórdios. Materiais 
como ossos, argila e caniços sempre foram usados para a confecção de flautas. 
4) Flautas Barrocas (inglesas)/Germânicas: sistemas de digitação da flauta doce ba-
seado na diferenciação da quarta nota da escala ou no quarto furo do instrumento.
5) Fraseado musical: conjunto de notas que formam um pequeno discurso musical. 
Assim como um poema ou qualquer leitura, usamos a pontuação. Na música, não é 
diferente. Usa-se unir as notas em pequenos grupos que formam uma ideia musical 
12 © INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
completa, o que chamamos frases. A forma como as frases são dispostas ao longo 
da música é chamada “fraseado”.
6) Frullato: efeito sonoro usado na música moderna e contemporânea da flauta doce. 
Esse tipo de articulação diferenciada é produzida agitando-se rapidamente a ponta 
da língua contra o palato duro (céu da boca). É importante que a pressão de ar seja 
firme, com o meio da língua em relaxamento, a ponta da língua enrolada e os lábios 
relaxados.
7) Habilidade instrumental e pedagógica: conhecimento que gera uma ação do “exe-
cutar” e “ensinar”.
8) Idade Média, Renascença e Barroco: períodos da história da música, nos quais a 
flauta doce se estabeleceu como instrumento de performance. Esses três períodos 
são, muitas vezes, conhecidos como Música Antiga.
9) Musicalização: é o processo para construir o conhecimento musical.
10) Luthier: é uma palavra de origem francesa, que significa “fabricante de alaúde”. Com 
o tempo, a palavra passou a designar a profissão de todos aqueles que constroem 
um instrumento musical, conceito não muito aceito por alguns que preferem o ter-
mo apenas para os que fabricam artesanalmente instrumentos de corda.
11) Organologia: é a disciplina que trata da descrição e da classificação de qualquer 
instrumento.
12) Sonoridade: resultado da emissão de sons.
13) Técnicas de digitação: trabalho dos dedos e mãos, acionando teclas, cordas, chaves, 
furos etc., para execução de um instrumento musical.
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE
O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos conceitos mais importantes deste 
estudo.
13© INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Figura 1 Esquema de Conceitos-chave de Flauta Doce.
4. E-REFERÊNCIAS
NEVES NETO, A. R. Técnicas de respiração para a redução do estresse em terapia cognitivo-comportamental. Arquivos Médicos 
dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa São Paulo, São Paulo, 2011, 56 (3)m p. 158-168. Disponível 
em: <http://www.fcmscsp.edu.br/files/AR09.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2015.
PAOLIELLO, N. O. A flauta doce e sua dupla função como instrumento artístico e de iniciação musical. UFERJ, Rio de Janeiro, 
Monografia. Disponível em: <http://www.domain.adm.br/dem/licenciatura/monografia/noarapaoliello.pdf>. Acesso em: 22 
set. 2015.
REDEDUC.COM. O que é Musicalização? Disponível em: <http://www.rededuc.com/page_28.html>. Acesso: 10 nov. 2015.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GROUT, D. J. E.; PALSICA C. V. História da música ocidental. Lisboa: Gradiva, 1994.
PROSSER E. S. Vem comigo tocar flauta doce: manual para flauta doce soprano. Brasília: Musimed, 1995. v. 1.
VIDELA, M.; AKOSCHKY, J. Iniciación a la flauta dulce. Buenos Aires: Ricordi Argentina. 2005. v. 2. 
© INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
15
UNIDADE 1
FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Objetivos 
• Conhecer a flauta doce nas suas amplas possibilidades.
• Conhecer as especificidades deste instrumento. 
• Compreender a história, a organologia e a técnica da flauta doce.
• Trabalhar os primeiros passos para uma boa execução da flauta doce.
Conteúdos
• Flauta doce e suas nomenclaturas. 
• História da flauta doce na Antiguidade e na Idade Média.
• Organologia: família das flautas doces (também chamadas de conjunto, consortes ou ensemble).
• Partes da flauta doce (corpo do instrumento).
• Digitação (posição dos dedos e das mãos).
• Emissão do som; respiração; ataque e articulação (embocadura e golpes de língua).
• Melhor postura para execução da flauta doce.
• Afinação e digitação das primeiras notas (Lá3, Dó4, Si3, Sol3, Ré4 e Mi3: ordem didática).
• Leitura e execução dos exercícios e canções iniciais na flauta doce.
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:
1) Não se limite ao conteúdo deste estudo; busque outras informações em sites confiáveis e/ou nas referências 
bibliográficas, apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na modalidade EAD, o engajamento 
pessoal é um fator determinante para o seu crescimento intelectual.
2) Busque identificar os principais conceitos apresentados; siga a linha gradativa dos assuntos, observando a 
evoluçãodo estudo da flauta doce, inclusive no panorama brasileiro. 
3) Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no Conteúdo Digital Integrador.
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17© INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
1. INTRODUÇÃO 
A partir de agora, entraremos no universo interessante e peculiar da flauta doce, um 
instrumento que é executado por todos os cantos do país, mas, ao mesmo tempo, é tão pouco 
conhecido.
Faremos uma imersão neste universo de sonoridade, musicalidade e história e, para 
isso, falaremos de nomes, conceitos, técnicas de execução, origem e inserção da flauta doce 
na educação musical.
Atenção! ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
É fundamental que todos tenham sua flauta doce para as devidas atividades. 
Àqueles que ainda não possuem o instrumento, recomendamos a flauta doce soprano barroca, com o mínimo de 
qualidade possível.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma sucinta, os temas abordados nes-
ta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do 
Conteúdo Digital Integrador. 
2.1. NOMES DA FLAUTA DOCE AO REDOR DO MUNDO
A flauta doce é também chamada de flauta de bisel, por ter um corte enviesado, abrin-
do uma janela na parte superior, a qual chamamos de cabeça. O bisel divide a coluna de ar, 
quando a flauta é soprada. 
Possivelmente, o nome flauta doce no Brasil veio como herança da Itália, onde o instru-
mento é chamado de flauto dolce, por causa da sonoridade aveludada que produz ao ser bem 
executada. Na França, ela é chamada de flute a bec (flauta de bico); na Alemanha, blockflöte 
(flauta de bloco, por ter um bloco na cabeça do instrumento, com o bisel); nos Estados Unidos, 
é chamada de recorder, que podemos entender como “gorjeio”. No Brasil, além de flauta doce, 
também é chamada de flauta block (de bloco).
2.2. HISTÓRIA DA FLAUTA DOCE 
Antiguidade e Idade Média
Sabemos, pela arqueologia musical, que, desde a pré-história, há registros de instrumen-
tos com aspecto da flauta doce, variando, apenas, em números de orifícios e tamanhos. Logo, 
o instrumento aparece em quase todas as civilizações da antiguidade remota, na América 
pré-colombiana, construída com os mais variados materiais: caniços, bambus, argila, marfim 
etc. (WANDERLEY apud PAOLIELLO, 2007). As flautas eram feitas de madeiras, argilas, ossos de 
animais e, às vezes, de ossos humanos, conforme exemplos das figuras a seguir:
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UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Figura 1 Flauta pré-histórica feita de osso de pássaro.
Figura 2 Seis flautas encontradas pelo Institute of Cultural Relics and Archaeology of Henan Province em Zhengzhou, na China, e 
datadas de 7000 anos.
Segundo Ilma Lira (1984), tanto as flautas de bloco como flautas doces têm sido encon-
tradas por toda parte, e elas contêm, na maioria das vezes, seis furos; a estas chamaremos de 
flautas folclóricas.
“Edgar Hunt (1977) afirma que, para saber como as flautas dos séculos anteriores eram é 
necessário fazer algumas investigações nas pinturas e esculturas da época” (HUNT, 1977 apud 
PAOLIELLO, 2007, p. 6). Já em Gênesis 4.21 (o primeiro livro da Bíblia), consta uma citação 
falando de flauta: “o nome de seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos que tocam harpa e 
flauta”. 
Talvez a ilustração mais antiga de um instrumento próximo a flauta doce, esteja no The Mocking of 
Jesus (posterior a 1315), um afresco da Igreja de Staro Nagoricvino, perto de Kumanova na Mace-
dônia (Yugoslavia), pintada pela casa de pintores Michael e Eutychios, no qual um músico toca uma 
flauta de tubo cilíndrico, com o window/labium claramente visível, e ao pé da qual há um buraco 
aberto para o dedo mindinho (LANDER, 2015).
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UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Figura 3 The Mocking of Jesus.
Lander também comenta que, antes dessa gravura, há várias ilustrações de tubos pare-
cidos que podem (ou não) ser flautas doce. 
Registros figurativos de flautas também são encontrados em esculturas de colunas ar-
quitetônicas, datadas por volta de 1020.
Idade Média – entre os séculos 4 e 14
Os cânticos litúrgicos (gregorianos) fazem parte do repertório mais usado na música da 
Idade Média, mas a música do povo, chamada de profana, também foi bastante frutífera. En-
quanto isso, dentro da igreja, apenas o órgão e, em alguns momentos, as flautas mais graves 
eram permitidos.
A música feita pelo povo era rica, feita com instrumentos diferenciados, vozes e sem-
pre acompanhada pela dança. Grupos de músicos, malabaristas, poetas, bardos eram então 
chamados de menestréis e usavam instrumentos como a flauta, alaúde, saltério, gaita de fo-
les, sanfonas, tambores, pandeiros etc. para acompanhamento. Esses instrumentos também 
acompanhavam os trovadores, personagens que faziam parte da nobreza da França e sabiam 
compor e entoar o que hoje classificamos como cantigas de amor, de amigo e de escárnio.
20 © INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Figura 4 Symphonia da Cantiga 160, Cantigas de Santa Maria de Afonso X, o Sábio – Códice do Escorial (1221-1284).
O instrumento mais antigo, completo e próximo da flauta que hoje usamos foi encon-
trado na Holanda (com os sete furos sendo o último duplo). É a chamada flauta doce de Dor-
drecht (região que foi encontrada), datada de meados do século 13.
Figura 5 Flauta doce de Dordrecht.
21© INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Outra flauta doce medieval um pouco mais completa foi achada em Göttingen, na Ale-
manha , no século 15. Foi encontrada em uma latrina no ano de 1987.
Figura 6 Flauta Doce de Göttingen.
Alguns luthiers tentaram reproduzir as flautas medievais e, pelo seu “corpo cilíndrico”, 
pode-se notar que os sons produzidos possuem certo tom doce e agudo, como descreve Ni-
cholas S. Lander (2015).
Nos vídeos e leituras propostos no Tópico 3.4. e no Tó-
pico 3.5 você poderá ouvir e aprofundar seus conhecimentos 
sobre a flauta doce (como instrumento de performance e his-
tórico). Antes de prosseguir para o próximo assunto, verifique 
os conteúdos indicados, procurando assimilar o que foi estu-
dado até o momento. 
2.3. ORGANOLOGIA 
Família das flautas doce (conjuntos, consortes ou ensemble)
Sabemos que organologia é a disciplina que descreve e classifica qualquer instrumento 
musical, levando-se em conta a análise do material, som produzido ou timbre, digitações, for-
mas, entre outras especificidades. 
Quando há uma equivalência física dos instrumentos, damos a ela o nome de “famílias” 
ou “grupos”. Assim então poderemos pensar em famílias das cordas, sopros, teclados etc. São 
instrumentos semelhantes, sim, mas com variações no tamanho e na tessitura. 
22 © INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Temos, então, a família das flautas doces ou flautas block.
 
Figura 7 Família de flauta doce em acetato – atualmente, as flautas mais usadas são as flautas doces soprano, contralto, tenor 
e baixo. Esse grupo é conhecido como “quarteto de flautas doces”. Quando a flauta sopranino é inserida nesse grupo, então 
temos o “quinteto de flautas doces”. 
Informação ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A flauta soprano é a mais usada para a musicalização. É uma Flauta em Dó – ou seja: quando toda fechada, ela 
soa a nota Dó. Ela possui duas escalas completas, que vão do Dó3 ao Dó5, e mais quatro notas muito agudas. 
Assim, podemos dizer que as flautas doces possuem duas escalas e meia.
A leitura da flauta doce soprano começa no Dó3, chamado de Dó Central, em referência à nota Dó central do piano. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––Sobre as demais flautas: 
• Flauta contralto: flauta doce em Fá. 
• Flauta tenor: flauta doce em Dó.
• Flauta baixo: flauta doce em Fá.
• Flauta sopranino: flauta doce em Fá. 
Você pôde perceber, então, que a classificação é a mesma usada para a voz humana. Isso 
acontece porque as flautas foram desenvolvidas exatamente para acompanhar ou substituir a 
música vocal no final da Renascença.
Curiosidade
Nas boas edições de métodos ou partituras da flauta soprano, sempre veremos um oito em cima 
da Clave de Sol. Isso acontece porque ela soa naturalmente, uma 8ª acima. Escrever na extensão 
exata demandaria leitura nas notas suplementares superiores. 
23© INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Assim, para facilitar, usa-se sempre o artifício da anotação do número 8, acima da Clave de Sol, 
como acontece também na da Flauta Baixo e Sopranino.
Observe, pelo quadro de tessituras a seguir, que a flauta doce, além de ter duas oitavas, 
também conta com a possibilidade de soar notas mais agudas (super agudas), usando posi-
ções adicionais:
Figura 8 – Tessituras das Flautas Doce – com acréscimo das notas super-agudas.
Encontramos, também, as flautas doces contrabaixo em Dó, sub-contrabaixo em Sib, 
além de outras com alturas intermediárias, como a tenor em Ré chamada de “flauta de voz”, 
entre outras.
Na imagem a seguir, vemos a “dulcista” (quem toca flauta doce) Adriana Breukink, com 
uma flauta sub-contrabaixo em Bb.
24 © INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Figura 9 Flauta doce sub-contrabaixo de Adriana Breuking.
No Tópicos 3.2. e no Tópico 3.3., você poderá aprofun-
dar mais seus conhecimentos sobre a organologia das flautas. 
Antes de prosseguir para o próximo assunto, verifique os con-
teúdos indicados, procurando assimilar o que foi estudado até 
o momento. 
2.4. PARTES DA FLAUTA DOCE 
Na maioria das vezes, a flauta doce se divide em três partes: cabeça, corpo e pé, confor-
me a figura a seguir:
25© INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
 
 Figura 10 Partes da flauta doce.
• Cabeça: é onde se localiza o bloco e a janela (bisel). 
• Bloco: talvez a parte mais importante do instrumento, pois um bom som dependerá 
sempre da boa colação e da situação do bloco.
Confira na imagem a seguir:
Figura 11 Cabeça de uma flauta doce com o bloco ao lado.
• Corpo: possui seis furos, sendo que o último (do corpo) tem, na maioria das vezes, um 
furo duplo. O orifício de trás fica quase na mesma direção do primeiro furo da frente.
• Pé: na maioria das flautas doces, o pé tem um furo duplo para o dedo mínimo da mão 
direita e é separado do corpo. Alguns modelos possuem apenas duas partes – cabeça 
e corpo unido ao pé.
Dessa forma, podemos definir a flauta doce como um instrumento cônico ou cilíndrico, 
com oito furos para digitação, sendo sete furos na parte da frente (na maioria das vezes os 
furos 6 e 7 são duplos), e, na parte de trás, há um furo para as mudanças de tessitura. 
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UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Vídeo complementar –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar. 
• Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone Videoaula, localizado na barra superior. 
Em seguida, selecione o nível de seu curso (Graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo de vídeo (Com-
plementar). Por fim, clique no nome da disciplina para abrir a lista de vídeos.
• Para assistir ao vídeo pelo seu CD, clique no botão “Vídeos” e selecione: Instrumento Musicalizador – 
Flauta Doce – Vídeos Complementares – Complementar 1. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
2.5. POSIÇÃO DAS MÃOS PARA A FLAUTA DOCE
Veja, a seguir, a posição dos dedos para tocar a flauta doce.
1) Furo 1: (mais próximo da cabeça da flauta) indicador da mão esquerda.
2) Furo 2: dedo médio da mão esquerda.
3) Furo 3: dedo anular da mão esquerda.
4) Furo 4: dedo indicador da mão direita.
5) Furo 5: dedo médio da mão direita.
6) Furo 6: dedo anular da mão direita.
7) Furo 7: dedo mínimo da mão direita.
8) Furo 8: (inferior) polegar da mão esquerda.
Figura 12 Posição das mãos para tocar flauta doce.
Para executar a flauta doce, os dedos devem estar ligeiramente flexionados, formando 
uma letra “C”. Os pulsos devem estar retos a partir do antebraço. “Imagine um ovo (que não 
deverá se apertado e quebrado) dentro deste espaço!”, este é um exemplo perfeito para ser 
usado com nossos alunos.
A posição para flauta doce deve ser com a mão esquerda em cima e mão direita embai-
xo, conforme o exemplo a seguir:
27© INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Figura 13 Posição das mãos (esquerda na parte superior e direita na parte inferior da flauta).
Os três primeiros furos são fechados com a mão esquerda, sendo que o polegar deverá 
ser usado como uma pinça (fechando naturalmente a abertura localizada atrás). Portanto, o 
polegar terá a missão de fechar, abrir e, até mesmo, construir as notas agudas, com pequena 
abertura do orifício de trás. 
Os buracos duplos são os meios-tons da nota. Como exemplo disso, na flauta soprano, 
fechando ambos, temos a nota Dó; ao escorregar o dedo mínimo e abrindo um dos buracos, 
teremos Dó# ou Réb.
Observe que o dedo mínimo da mão esquerda não será usado. Já o polegar direito segu-
ra e apoia o instrumento, conforme a figura a seguir:
28 © INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Figura 14 Posição das mãos: dedo mínimo da mão esquerda e polegar da mão direita.
Agora que você já sabe qual o posicionamento correto das mãos para segurar a flauta 
doce, vamos conhecer um pouco mais sobre a emissão dos sons, a respiração e a articulação 
adequada para tocar esse instrumento.
2.6. EMISSÃO DOS SONS, RESPIRAÇÃO E ARTICULAÇÃO 
Emissão dos sons ou sonoridade de um instrumento de sopro
A sonoridade é, sem dúvida, o item mais importante e que merece mais atenção na 
execução de um instrumento.
Para um instrumento de sopro, essa atenção aumenta, pois uma bela sonoridade depen-
de, principalmente, de uma boa respiração. Com isso, podemos observar que o controle da 
respiração na flauta doce pode ser um dos maiores desafios para o flautista. Por ser um instru-
mento que possui como característica a “sonoridade delicada”, o controle da respiração terá 
de ser muito maior, diferentemente de instrumentos que têm maior volume sonoro, como os 
saxofones, clarinetes, oboés etc.
Para isso, um treinamento sistemático dos músculos respiratórios, ou seja, a mecânica 
da respiração, depende da conscientização de toda a estrutura interna do executante, que 
consiste em: fossas nasais, boca, faringe, laringe, traqueia, pulmões e diafragma. 
29© INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Figura 15 Esquema: mecânica da inspiração e da expiração.
Dica
A conscientização de todo o processo da boa respiração é, sem dúvida, o primeiro passo para do-
minar a interpretação do instrumento.
Respiração
Sabemos que a respiração se divide em inspiração e expiração. Grosso modo, podemos 
dizer que, na inspiração (quando entra o ar), o diafragma (músculo em forma de “V“ abaixo 
dos pulmões) ajuda a puxar o ar; e na expiração (saída do ar) faz um movimento contrário e 
expulsa o ar. 
É chamado de apoio o controle e suporte dos músculos abdominais, que são usados 
para os ataques e sustentação das notas. 
Dica
A respiração tem de ser feita pela boca e não pelo nariz. Se for feita pela boca, a capacidade de ar 
captada será maior.
30 © INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Estratégias
Desde o começo da aprendizagem, é fundamental adquiriruma técnica de execução 
correta. Além da digitação perfeita das notas, ter o cuidado com a sonoridade é de grande 
relevância no resultado sonoro.
Para que você possa ter a noção de como é delicado o controle do ar ao tocar a flauta 
doce, faça um teste: sopre uma vela acesa sem permitir que a chama se apague ou faça boli-
nhas de sabão, mantendo o máximo possível de tempo elas estourarem (divertidos exercícios 
para o trabalho em sala de aula). 
Recomenda-se, também, o chamado estudo das notas longas, que consiste em tocar 
uma nota inicialmente em quatro tempos lentos. Depois, outra nota e mais outra, até traba-
lhar todas as notas que você domina no instrumento.
A proposta desse exercício resulta no aumento de sua capacidade respiratória, na maior 
percepção da afinação para cada nota e nos intervalos e quantidade de ar necessários para 
uma boa sonoridade. 
Dica
Ao aplicar os exercícios sugeridos para os alunos, caso você disponha de um metrônomo, é interes-
sante usá-lo, para uma acuidade rítmica.
 
Vídeo complementar –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar.
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Flauta Doce – Vídeos Complementares – Complementar 3. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
 
Articulação
A articulação é um dos recursos mais importantes para a execução/interpretação de um 
instrumento. Articular significa unir, juntar, pronunciar com distinção e clareza. Disso podemos 
entender que a articulação, em música, tem a função de unir ou separar os grupos rítmicos ou 
melódicos para tornar o discurso musical inteligível. Por isso, articular bem resulta, certamen-
te, em um som claro, produzindo nitidez na construção do fraseado. 
Em geral, os instrumentos usam diferentes tipos de articulações. O grupo das cordas 
pode trabalhar a articulação, variando a pressão do arco, o uso de pontas/talão e a velocidade.
Já na percussão articula-se alterando a posição das baquetas, a velocidade e o trabalho 
em regiões diferenciadas de superfícies sonoras. 
31© INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Conforme Dissenha (2009), para os instrumentistas de sopro, a articulação é feita usan-
do a língua que trabalha “separando em fatias” o ar que vem dos pulmões. Assim, articular em 
um instrumento de sopro, é usar para cada nota musical, um ataque de língua, com exceção 
das notas ligadas.
Na flauta doce usamos algumas sílabas como TU, DU, RU, GU, entre outras, para esses 
ataques de língua. 
A seguir, falaremos mais sobre estas técnicas.
Embocadura na flauta doce com uso da articulação 
A flauta doce é um instrumento de “embocadura livre”. Portanto, devemos apoiar a flau-
ta naturalmente sobre os lábios e fechá-los sem contrair.
Qualquer tensão ou flacidez nos lábios prejudica efetivamente a emissão do som. Uma 
embocadura, quanto mais livre e relaxada, contribui com um bom resultado sonoro. 
A emissão das notas é feita por um golpe de língua, como se pronunciássemos a sílaba 
TU (sem o som). Observe que, ao falar TU, a ponta da língua alcança o palato duro no céu da 
boca, bem próximo dos dentes. Outras sílabas também são usadas, como o DU (palato mole), 
RU (meio do céu da boca), GU (glote aberta, chamada de “boca de bobo”), entre outras. 
Quando serão usados?
• TU será usado nos tempos fortes dos compassos ou das células rítmicas;
• DU para notas de tempos fracos;
• RU para notas de passagem;
• GU para notas graves.
Vídeo complementar –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar. 
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Flauta Doce – Vídeos Complementares – Complementar 4. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
 
2.7. POSTURA 
A postura corporal é outro fator de grande importância para a sonoridade e mecânica de 
qualquer instrumento. Você pode executar a flauta doce em pé ou sentado. 
Para executá-la em pé, você deve ter:
1) Postura relaxada e corpo ereto.
2) cabeça e tronco erguidos;
32 © INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
3) braços levemente abertos (deixando pesar os cotovelos);
4) joelhos levemente dobrados, jogando o peso para as coxas;
5) ponta dos pés levemente abertos (para maior equilíbrio);
6) sensação de uma linha imaginária que vai do calcanhar e passa pelas costas até a 
cabeça, alongando o corpo inteiro.
Ao executar a flauta doce sentado, você deve ter:
1) Postura relaxada;
2) corpo ereto;
3) cabeça e tronco erguidos; 
4) braços levemente abertos (deixando pesar os cotovelos);
5) calcanhares no chão com pernas e pés levemente abertos para maior equilíbrio.
As mãos na flauta doce
Já sabemos que é importante usar a mão esquerda para as notas superiores e a direita 
para as notas inferiores. Assim, você deverá usar o punho reto vindo do antebraço, com os de-
dos ligeiramente flexionados, o polegar e o indicador como uma pinça e, com os outros dedos, 
formando a letra “C”.
Respiração ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Para os dois casos, a respiração deve estar livre para que a passagem do ar não seja obstruída. Assim, a sonori-
dade não sofrerá interferências.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Vídeo complementar –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar. 
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Flauta Doce– Vídeos Complementares – Complementar 2. 
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2.8. AFINAÇÃO
Afinamos a flauta doce sempre com outras flautas, afinadores, diapasão ou instrumen-
tos de afinação fixa como piano ou teclado. Quando há a necessidade de afinar alguma nota 
imprecisa desse instrumento (escala com problemas de afinação), devemos recorrer, preferi-
velmente, a um luthier. Podemos também afinar uma nota por nuances e detalhes de digita-
ção (dedos), para acomodação da afinação do som, dentro da escala. 
33© INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
A altura dos sons varia ao juntar ou separar a cabeça da flauta de seu corpo, o que per-
mite afinar adequadamente o instrumento. Observamos que abrindo a flauta (entre a cabeça 
e o corpo) ela ficará mais grave, pois o tubo de ar aumenta. E, ao fechar, a flauta ficará mais 
aguda, pois o tubo de ar diminui.
Na imagem a seguir, temos o exemplo de duas flautas com aberturas entre cabeça e 
corpo. A flauta da esquerda soará mais alta (aguda) do que a flauta da direita, estando o tubo 
menor. Observamos isso pela abertura entre a cabeça e o corpo:
Figura 16 Abertura de afinação das flautas.
Depois dessa pequenaimersão no universo da flauta doce, você já está preparado para 
executar esse instrumento. Que tal começar?
34 © INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
2.9. DIGITAÇÃO E EXERCÍCIOS PARA AS PRIMEIRAS NOTAS
Figura 17 Lá3, Dó4, Si3, Ré4, Sol3, Mi3.
Nota Lá3 
Observe, pela imagem a seguir, que você deverá fechar os dois orifícios superiores da 
flauta doce com os dedos indicador (no furo 1) e médio (no furo 2). É importante também 
fechar o orifício 8 (atrás), usando o polegar como uma pinça. Veja:
Figura 18 Nota Lá3.
35© INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Aproveite e já faça as articulações TU e DU
Comece a trabalhar as articulações, lembrando que o TU é uma sílaba mais potente, usada para os 
inícios de frase ou células rítmicas. O DU deve ser usado para os tempos fracos.
 
Trabalhando pausas (silêncio na música) 
Conheça algumas estratégias de fixação que utilizam a imitação (eco) e a repetição e tra-
balhe a articulação. A seguir, há exemplos de pequenos duetos de imitação (eco) e repetição. 
Esses duetos deverão ser feitos pelo professor e pelo aluno.
Caso você já toque o instrumento, aproveite para fazer esses exercícios com seus possí-
veis alunos. 
36 © INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Nota Do4 
Para fazer a nota Dó4, é muito simples: 
• faça a nota Lá3; 
• levante o dedo indicador 
Pronto! Você tem a nota Dó4, ou seja, a nota Do4 é feita com o dedo médio da mão es-
querda, fechando o segundo furo e o furo 8 (de trás).
37© INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Figura 19 Nota Dó4.
Usando as notas Lá3 e Dó4 
Antes de exercitar o uso das notas Lá3 e Dó4, lembre-se de que é muito importante você 
se ouvir, fazendo tudo lentamente e mantendo as proporções rítmicas.
38 © INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Agora que você já conhece e até treinou o uso das notas Lá3 e Dó4, vamos treinar uma 
nova nota.
Nota Si3
Para executar a nota Si3, utilize apenas o indicador (no furo 1) e o polegar da mão es-
querda, conforme indicado na imagem a seguir:
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Figura 20 Nota Si3.
Duetos usando as notas Si3, Lá3, e Dó4
A seguir, treine alguns duetos que utilizam as notas estudadas até o momento.
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UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Agora, vamos inserir mais algumas notas em nosso estudo.
Nota Sol3
Para executar a nota Sol, você deverá fechar os três orifícios superiores da flauta doce 
com os dedos indicador (furo 1), médio (furo 2) e anelar (furo 3) da mão esquerda.
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UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
 
Figura 21 Nota Sol3.
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UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
A nota Ré4
Para executar o Ré4, você utilizará apenas o dedo médio da mão esquerda (furo 2). 
A flauta, neste momento, terá somente o apoio delicado dos lábios e o polegar da mão 
direita. É importante prestar atenção neste detalhe.
Figura 22 Nota Ré4.
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UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
 
Agora, você já conhece as cinco notas: Sol3, Lá3, Si3, Dó4 e Ré3. Então, poderemos traba-
lhar todas elas em forma de pequenas escalas (graus conjuntos), como nos exercícios a seguir.
44 © INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Lembre-se de que você deve praticar até que o som esteja saindo bem bonito! Para isso, 
treine tranquilamente e com frequência. A prática garantirá uma boa execução das notas.
Trabalhando ligaduras nas notas 
Vamos agora trabalhar o efeito criado pelas notas ligadas ou ligaduras. 
Neste momento, você articula apenas a primeira nota e vai até a outra, proporcionando 
um som ligado.
Que tal tocar uma canção conhecida agora?
Com essas notas, você já pode executar a música Asa Branca, dos grandes Luiz Gonzaga 
e Humberto Teixeira. Em breve, você poderá executá-la completamente. Aproveite!
45© INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
A nota Mi3 (grave)
 
Figura 23 Nota Mi3 (grave).
Para a nota MI3 (grave), começaremos a usar a mão direita juntamente com a mão es-
querda: enquanto os dedos indicador, médio e anelar da mão esquerda fecharão os furos 1, 
2 e 3 (como na nota Sol) os dedos indicador e médio da mão direita fecharão os furos 4 e 5.
Importante! ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Lembre-se de continuar treinando as articulações Tu, Du e Ru para golpes de língua.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
46 © INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Vamos trabalhar duas pequenas canções para a fixação das notas aprendidas.
Atenção! ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Você verá que, no 6º compasso da 2ª canção “Flor do Fuji”, canção pentatônica, não há notas musicais, mas 
grafia para percussões. 
Então, execute-a com qualquer instrumento ou o próprio pé, fazendo o ritmo recomendado (treinando a coordena-
ção motora e a espacialidade).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
47© INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
2.10. REFLEXÃO FINAL PARA A UNIDADE 1 
Com o conteúdo estudado até o momento, você já é capaz de refletir sobre os conceitos 
equivocados em relação à flauta doce; como transformá-los (e também os paradigmas) exis-
tentes sobre ela?
Você pôde compreender que, para tocar bem qualquer instrumento, é necessário cui-
dado, compromisso com a técnica, conscientização da biomecânica e paixão. Compreendeu 
também que a flauta doce não é um pré-instrumento; ela é um instrumento qualificado e 
capaz de fazer boa música. 
Este estudo deve ser levado ainda a professores especializados e habilitados, e que po-
derão despertar em seus alunos o bom gosto pela música, a condição técnica eficaz e bom 
ouvido, ou seja, a verdadeira musicalização. 
Antes de realizar as questões autoavalitivas propostas 
no Tópico 4, você deve verificar os vídeos e as leituras propos-
tas no Tópico 3 para compreender melhor sobre os conceitos 
estudados.
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR
O Conteúdo Digital Integrador é a condição necessária e indispensável para você com-
preender integralmente os conteúdos apresentados nesta unidade. 
48 © INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
3.1. FAMÍLIA DAS FLAUTAS
A seguir, você terá exemplos de inúmeras formações possíveis ao usar a família da flauta. 
Assista e observe as muitas possibilidades timbrísticas e instrumentais da flauta doce.
• THE ROYAL WIND MUSIC. Pierre Phalèse/Bransle Gay. Disponível em: <http://www.
youtube.com/watch?v=V8ItZ4J7A-Q>. Acesso em: 10 nov. 2015.
• THE ROYAL WIND MUSIC. Anonymous (Spain, 16th cent.): Cinco diferencias sobre Las 
Vacas. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=7u_ZXP0pbwc>. Acesso 
em: 10 nov. 2015.
• AMSTERDAM LOEKI STARDUST QUARTET. The Jogger. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=VhmUQ5wZfiA>. Acesso em: 10 nov. 2015.
• AMSTERDAM LOEKI STARDUST QUARTET. Fuge around the clock (Bach/Vivaldi). 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=4Lb-YWW8rGo>. Acesso em: 
10 nov. 2015.
3.2. FLAUTA BAIXO SUBCONTRABAIXO
Uma das flautas mais interessantes é, sem dúvida, a subcontrabaixo, que é o maior 
exemplar da família das flautas, possuindo mais de dois metros. Ela pode ser em F e também 
em Bb.A seguir, assista a um vídeo que se refere à flauta baixo subcontrabaixo e à pequena ex-
plicação de suas notas e posições para executá-la. 
• YOUTUBE. Flauta doce Subcontrabaixo. Disponível em: <http://www.youtube.com/
watch?v=h-9m7Lwtyas>. Acesso em: 26 ago. 2015.
3.3. MÚSICA MEDIEVAL
Historicamente, já vimos que a flauta doce começa a aparecer, em um modo ainda pri-
mário, entre os séculos 13 e 15 (Idade Média). A seguir, conheça a flauta doce na música 
medieval: 
• CARRIÓN FOLK. Cantiga I (Cantiga de Alfonso X – El Sabio). Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=Qvp412kdkfE>. Acesso em: 10 nov. 2015.
• YOUTUBE. Cantiga 100 “Santa Maria Strela do dia”. Disponível em: <http://www.
youtube.com/watch?v=GtYOx37bX6g>. Acesso em: 26 ago. 2015.
3.4. FLAUTA DOCE COMO INSTRUMENTO MUSICALIZADOR E INSTRUMENTO DE 
PERFORMANCE/HISTÓRICO
Neste estudo, trabalhamos a flauta doce nas duas possibilidades: como instrumento de 
performance e como instrumento musicalizador. A seguir, você terá mais informações sobre a 
flauta doce como instrumento musicalizador e instrumento de performance/histórico. Apre-
49© INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
sentaremos alguns textos para que você possa aprimorar e acrescentar ao seu conhecimento 
novos elementos sobre o tema. Confira:
• DAMIÃO, R. Flauta doce. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/27609153/Prof-
Romero-Damiao-Flauta-Doce>. Acesso em: 26 ago. 2015.
• FLAUTADOCEBR. Flautas doces modernas. Disponível em: <http://flautadocebr.
quintaessentia.com.br/flautas-doces-modernas/>. Acesso em: 23 jun. 2014.
• JOLLY, I. Z. L.; GOHN, D.; JOLY, M. C. L. A prática da performance no curso de 
Licenciatura em Música da UFSCar. In: XV ENCONTRO ANUAL DA ABEM, EDUCAÇÃO 
MUSICAL: PRODUÇÃO CIENTÍFICA, FORMAÇÃO PROFISSIONAL, POLÍTICAS PÚBLICAS 
E IMPACTOS NA SOCIEDADE. João Pessoa, 17 a 20 de outubro de 2006. Anais... João 
Pessoa: UFPB, 2006, p. 126-134. Disponível em: <http://www.abemeducacaomusical.
org.br/anais.html>. Acesso em: 26 ago. 2015.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desem-
penho. Se encontrar dificuldades em responder às questões a seguir, você deverá revisar os 
conteúdos estudados para sanar as suas dúvidas. 
1) Por que a flauta doce é também chamada de flauta block?
a) Porque há um bloqueio na sua estrutura facilitada.
b) Porque é um instrumento de origem inglesa.
c) Porque há um bloco na cabeça do instrumento que forma a estrutura para passagem do ar.
d) A flauta doce não é chamada de flauta block.
2) Por que a flauta doce soprano é um ótimo instrumento para usar no processo do musicalizar?
a) Porque tem um tamanho adequado para todas as idades, especialmente para as crianças.
b) Porque sendo um instrumento de embocadura livre, tem uma resposta sonora rápida.
c) Porque é de fácil digitação.
d) Por todos os itens anteriormente citados.
3) A nota mais grave da flauta doce soprano é:
a) Fá4 (soando 8ª acima).
b) Dó3 (soando 8ª acima).
c) Ré1. (soando 8ª abaixo).
d) Dó3 (soando 8ª abaixo).
4) Elenque três razões pelas quais se indica o uso da flauta doce como instrumento de musicalização.
5) Por que aparece um número “8” acima da clave de Sol e Fá em partituras para flauta soprano, sopranino e 
flauta baixo?
a) Porque a partitura indica que deverá ser executada por oito vozes.
b) Porque é preciso tocar uma 8ª acima.
c) Porque, ao tocar, a nota está soando uma 8ª acima.
d) Não existe o número 8 em cima das claves.
6) Qual sua visão sobre os chamados “conceitos equivocados” existentes sobre a flauta doce?
50 © INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões autoavaliativas propostas:
1) c.
2) d
3) b.
4) Fácil digitação, fácil produção de som e valores de mercado accessíveis a todos.
5) c.
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da nossa primeira unidade, que objetivou inicialmente clarear suas 
ideias sobre este instrumento tão rico e, ao mesmo tempo, vitimado por conceitos equivocados. 
Você pôde conhecer e trabalhar as primeiras notas musicais, algumas digitações, técni-
cas e pequenas peças para fixação; conheceu, também, a gênese do instrumento e sua posição 
no início da história da Música.
Esperamos que você esteja preparado para a continuação do “aprender para ensinar”, 
refletindo nas possibilidades que ele nos propõe.
6. E-REFERÊNCIAS
A FLAUTA DOCE. Homepage. Disponível em: <http://www.reocities.com/Vienna/5654/index.html>. Acesso em: 26 ago. 2015.
DISSENHA, F. Articulação. Disponível em: <http://www.dissenha.com/imprensa_art3.htm>. Acesso em: 26 ago. 2015.
ELEOTÉRIO V. M. A música na Idade Média. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=tBUbibIYaag>. Acesso em: 
26 ago. 2015.
JORNAL DA GAZETA. Instrumentos antigos da Idade Média. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=SsKQrtcO5ts>. 
Acesso em: 16 jun. 2014. 
LANDER, 2015. A história da flauta doce. Disponível em: <http://musicaeadoracao.com.br/25185/a-historia-da-flauta-doce/>. 
Acesso em: 10 nov. 2015.
LIRA, I. Rumo a um novo papel da flauta doce na educação musical brasileira. Dissertação (Mestrado em Educação Musical). 
York, Universidade de York, 1984. Disponível em: <http://200.201.48.206/posgrad/ensino_fundamental/ementas_
fundamental/flauta_doce.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2014.
PAOLIELLO, N. O. A flauta doce e sua dupla função como instrumento artístico e de iniciação musical. UFERJ, Rio de Janeiro, 
2007. Monografia. Disponível em: <http://www.domain.adm.br/dem/licenciatura/monografia/noarapaoliello.pdf>. Acesso 
em: 22 set. 2015.
SOUZA, Z. A, BELLOCHIO, C. R. O pensamento de professores de música e suas recordações - referências 163 para ensinar 
flauta doce. Revista Eletrônica da ANPPOM – Associaçao Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Música, v. 19, n. 1, 2013, 
versão online. Disponível em: <http://www.anppom.com.br/revista/index.php/opus/article/view/155>. Acesso em: 10 nov. 
2015.
WEICHSELBAUM, A. S. Flauta doce em um curso de licenciatura em música: entre as demandas da prática musical e das 
propostas pedagógicas do instrumento voltadas ao Ensino Básico. Tese (Doutorado em Música) – Instituto de Artes, Programa 
de Pós-Graduação em Música, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2013 – Disponível em: <http://www.eca.usp.br/
mobile/portal/publicacoes/VILLAVICENCIO_A_Flauta_Doce_Ouvirouver_2011.pdf>. Acesso em: 26 ago. 2015.
51© INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 1 – FLAUTA DOCE: HISTÓRIA E PRIMEIROS PASSOS 
Lista de figuras
Figura 1 Flauta pré-histórica feita de osso de pássaro. Disponível em: <http://musica.uol.com.br/ultnot/reuters/2009/06/24/
encontradas-flautas-pre-historicas-feitas-de-ossos-de-passaros.jhtm>. Acesso em: 21 ago. 2015.
Figura 2 Figura 2 Seis flautas encontradas pelo Institute of Cultural Relics and Archaeology of Henan Province, Zhengzhou, 
China e datadas de 7000 anos. Disponível em: <http://www.bnl.gov/bnlweb/pubaf/pr/1999/bnlpr092299.html>. Acesso em: 
21 ago. 2015.
Figura 3 The Mocking of Jesus. Disponível em: <http://www.qiyanskrets.se/instruments.htm>. Acesso em: 21 ago. 2015.
Figura 4 Symphonia da Cantiga 160, Cantigas de Santa Maria de Afonso X, o Sábio - Códice do Escorial (1221-1284). Disponível 
em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Trovadorismo>. Acesso em: 21 ago. 2015.
Figura 5 Flauta doce de Dordrecht. Disponível em: <http://www.aflauta.com.br/recorder/histdoce02.html>. Acesso em: 21 
ago. 2015.
Figura 6 Flauta Doce de Göttingen. Disponível em: <http://www.aflauta.com.br/recorder/histdoce02.html>. Acesso em: 21 
ago. 2015.
Figura 9 Flauta doce sub-contrabaixo de Adriana Breuking. Disponível em: <http://www.aflauta.com.br/recorder/histdoce02.
html>. Acesso em: 21 ago. 2015.
Figura 15 Esquema: mecânica da inspiração e da expiração. Disponível em: <http://educacao.globo.com/biologia/assunto/
fisiologia-humana/respiracao.html>. Acesso em:21 ago. 2015.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, D. C. A flauta doce no século XX: o exemplo do Brasil. Recife: Universitária da UFPE, 2010. 
GROUT, D. J. E.; PALSICA C. V. História da música ocidental. Lisboa: Gradiva, 1994.
PROSSER E. S. Vem comigo tocar flauta doce: manual para flauta doce soprano. Brasília: Musimed, 2005. v. 1. 
SADIE, S. Dicionário Grove de Música – Edição Concisa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. 
VIDELA, M.; AKOSCHKY, J. A. Iniciación A La Flauta Dulce – Tomo l. Ricordi. Buenos Aires, 2005. v. 2.
© INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
53
HISTÓRIA DA FLAUTA DOCE, NOVAS DIGITAÇÕES, TÉCNICAS 
E CANÇÕES 
Objetivos
• Aprender sobre passagem da flauta doce pela história da música.
• Destacar a flauta doce na Renascença e o seu auge no Barroco.
• Conhecer novas digitações. 
• Executar pequenas canções. 
Conteúdos
• A flauta doce na Renascença e no Barroco.
• O apogeu desse instrumento e os grandes compositores.
• Estratégias de ensino.
• Digitação das notas Dó3 e Ré3 e revisão das notas estudadas.
• Técnicas, exercícios, imitação, pequenos duetos e canções.
• Reflexão: quais as maneiras de adaptar a flauta doce em eventos festivos e de calendários que acontecem 
nas nossas escolas?
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:
1) Para compreender as notas mais graves da flauta soprano (Dó3 e Ré3), é importante você trabalhar cada nota 
atentando-se para a sonoridade. Para isso, continue fazendo a técnica das notas longas.
2) Siga as reflexões propostas, traçando um paralelo com a sua realidade, dentro da sala de aula. Isso apenas 
contribuirá para o seu crescimento profissional. 
UNIDADE 2
© INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
55© INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 2 – HISTÓRIA DA FLAUTA DOCE, NOVAS DIGITAÇÕES, TÉCNICAS E CANÇÕES 
1. INTRODUÇÃO
Vamos continuar nosso trabalho de imersão no caminho que a flauta doce traçou para 
chegar aos nossos dias. Falaremos, então, do trajeto desse instrumento entre o final do século 
15 (Renascença) e do século 17 (Barroco), momento em que ele atingiu seu auge.
Trataremos, também, de algumas estratégias de ensino que estarão presentes nos pró-
prios exercícios técnicos, com a inserção de novas notas e posições. Pronto para continuar?
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma sucinta, os temas abordados nes-
ta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do 
Conteúdo Digital Integrador. 
2.1. A FLAUTA DOCE NA RENASCENÇA
Figura 1 Ritratto di giovane uomo con flauto (1525).
A flauta doce teve sua origem como instrumento artístico provavelmente na Itália, no 
século 16, com o primeiro método publicado em Veneza, em 1535, por Silvestro Ganassi dal 
Fontego (1492-?), músico de Veneza que publicou um tratado de nome Fontegara, no qual 
discorre sobre a técnica da flauta doce e a arte da diminuição.
Nesse período, vários fabricantes começam a desenvolver conjuntos de Flautas com di-
versos tamanhos, os chamados consortes (consorts).
Diferentes das flautas medievais, que eram cilíndricas, as flautas renascentistas pas-
sam a ter um leve afilamento para o pé. Elas eram feitas para o acompanhamento da música 
vocal, que, na época, ainda era o que mais preponderava, pois sabemos que a Renascença foi 
o auge das obras vocais polifônicas.
Edgard Hunt (1977) comenta que os documentos e manuscritos da época, as flautas que 
figuram hoje em museus e em posse de colecionadores, as pinturas e as esculturas, são fontes 
de informação sobre o uso da flauta doce nas cortes da Europa.
56 © INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 2 – HISTÓRIA DA FLAUTA DOCE, NOVAS DIGITAÇÕES, TÉCNICAS E CANÇÕES 
Há registros de que, na Renascença, a flauta doce começou a ser usada nas cortes da 
Europa e os instrumentos de sopro predominavam, por exemplo, nas bandas de corte na 
Alemanha. 
Figura 2 Henrique VIII, por Hans Holbein, o Jovem, século 16. 
Da Inglaterra, sabemos que Henrique VIII, além de ser um homem das armas, era tam-
bém um musicista. Muitos atribuem a ele a famosa canção inglesa Greensleeves; porém, é 
sabido que esta balada era um tema bastante recorrente na época. Esta melodia está presente 
em várias fontes entre os séculos 16 e 17 e nos manuscritos encontrados na Biblioteca His-
tórica Seeley da Universidade de Cambridge. Analisando, minuciosamente, Greensleeves foi 
escrita em um estilo italiano de composição que só chegou à costa inglesa algum momento 
depois da morte do monarca. 
Veja, a seguir, uma imagem de uma extraordinária coleção de músicas que é mantida 
hoje na British Library, em Londres; o chamado cancioneiro de Henry VIII. Esse livro contém 
mais de 100 composições seculares de compositores contemporâneos, 33 dos quais foram 
escritos pelo próprio rei.
Figura 3 Henry VIII Songbook. 
57© INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 2 – HISTÓRIA DA FLAUTA DOCE, NOVAS DIGITAÇÕES, TÉCNICAS E CANÇÕES 
No inventário do rei Henrique VIII (de 1547) estão registradas 76 flautas doces, entre ou-
tros instrumentos. O nobre inglês da Casa de Tudor possuía flautas doces de madeira, marfim 
e algumas ornadas em prata e em ouro que, infelizmente, nunca foram encontradas. 
Figura 4 Martius AGRICOLA (1486-1556): Musica instrumentalis deudsch (Wittenberg, 1528 e 1545).
A partir desse momento na história da música, surgem os consortes, grupos ou família 
das flautas doces. Várias são as flautas existentes dentro dessa família, e as mais usadas, atu-
almente, são as sopranos, contraltos, tenores e baixos. As sopraninos muitas vezes também 
são usadas, formando, então, um quinteto. 
2.2. A FLAUTA DOCE NO BARROCO 
Sabemos que o período Barroco (séculos 16-17) foi o ápice do desenvolvimento tonal 
em certa oposição aos períodos anteriores, regidos pelo sistema modal. Os compositores usa-
ram harmonias e ornamentações musicais mais elaboradas para se expressar. Houve mudan-
ças na notação musical, e diferentes técnicas instrumentais surgiram graças ao aparecimento 
de novos instrumentos.
Enquanto na Idade Média e na Renascença predominava a música vocal, no Barroco 
houve grande desenvolvimento dos instrumentos. Assim, a música instrumental e a vocal co-
meçaram a caminhar juntas, pois, por volta do século 17, a primeira ópera foi criada. Esta 
ópera L’Orfeo foi composta pelo italiano Cláudio Monteverdi, em 1607. 
Com o desenvolvimento dos grupos instrumentais, foram se estabelecendo as formas 
musicais; surgiram, então, os concertos grossos, sonatas, tocatas, fugas etc. 
É importante destacar que foi no Barroco que surgiu o baixo contínuo – que pode ser 
um instrumento mais grave, fazendo uma linha melódica de baixo cantante ou, também, uma 
técnica de notação musical. Essa notação possui números inseridos em cima da nota do baixo, 
indicando o tipo de acorde a ser tocado sobre ele. É, possivelmente, o primeiro tipo de cifra-
gem de acordes na história da música, tornando-se conhecido como baixo cifrado. 
Foi nesse momento que surgiu, também, a figura do “virtuose”, ou seja, um músico com 
grande destreza e habilidade na performance do instrumento.
58 © INSTRUMENTO MUSICALIZADOR – FLAUTA DOCE
UNIDADE 2 – HISTÓRIA DA FLAUTA DOCE, NOVAS DIGITAÇÕES, TÉCNICAS E CANÇÕES 
Com isso, podemos entender que, no Barroco, a música vocal e a instrumental estão em 
igualdade e harmonia. 
Com a flauta doce não foi diferente. Ela foi completamente redesenhada para ser uti-
lizada como instrumento solista. Enquanto na Renascença a flauta era feita, na maioria das 
vezes, de apenas um bloco (Figura 5), no Barroco, sua estrutura interna foi desenvolvida pelos 
luthiers da época, passando a ser cônica e dividida em cabeça, corpo e pé. 
Essa modificação resultou em melhor sonoridade, permitindo, assim, à flauta doce com-
petir com tantos outros instrumentos que tinham se desenvolvido.
Curiosidade
No Barroco, os compositores especializaram-se em escrever

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