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Complicações cirúrgicas 1 � Complicações cirúrgicas Sabiston 50% PDF https://s3-us-west-2.amazonaws.com/secure.notion-static.com/89cbc040 -15f2-4b61-98c2-1037f7db8a18/Complicacoes_Cirurgicas.pdf Complicações da ferida cirúrgica Seroma O que é o seroma? Seromas representam as complicações mais benignas após um procedimento cirúrgico, seroma é a coleção de gordura liquefeita, soro e linfa que se forma sob a incisão. O líquido, em geral, é claro, amarelado e viscoso e encontra‐se na camada subcutânea (SC), logo abaixo da derme https://www.notion.so/signed/https%3A%2F%2Fs3-us-west-2.amazonaws.com%2Fsecure.notion-static.com%2F89cbc040-15f2-4b61-98c2-1037f7db8a18%2FComplicacoes_Cirurgicas.pdf?table=block&id=9b9bf677-3788-4186-aba4-e4fccc9cb373&spaceId=50d7867a-dcd8-49a3-b476-a9aa5124c37c&userId=667bfafb-ba32-4b79-8841-7a174f864713&cache=v2 Complicações cirúrgicas 2 O que causa o seroma? São particularmente prováveis de ocorrer quando retalhos cutâneos grandes são desenvolvidos no decorrer da cirurgia, Como se apresentam clinicamente os seromas? Os seromas geralmente se apresentam como um edema localizado e bem circunscrito, com desconforto à pressão e ocasional drenagem de líquido claro pela ferida não cicatrizada Como prevenir o seroma? A prevenção de formação de seroma pode ser obtida com a colocação de drenos de sucção sob os retalhos. Como tratar o seroma? Aspirações. Um seroma que reacumula após pelo menos duas aspirações é evacuado pela abertura da incisão e limpeza da ferida com gaze umedecida com solução salina para permitir cicatrização por segunda intenção. Um seroma infectado também é tratado por drenagem aberta, se presença de tela, deve-se esperar a solução da infecção para retira-la, isso se a infecção não for grave (sepse e celulite disseminada) Complicações cirúrgicas 3 Hematoma O que é um hematoma? O hematoma é uma coleção anormal de sangue, geralmente na camada subcutânea de uma incisão recente ou em um espaço potencial na cavidade abdominal após exérese de um órgão. Por que os hematomas são mais preocupantes que os seromas? Pois apresentam maior potencial de infecção secundária. O que causa os hematomas? A formação de hematomas está relacionada com hemostasia inadequada, depleção dos fatores da coagulação e presença de coagulopatia. Numerosos processos patológicos podem contribuir para a coagulopatia, incluindo distúrbios mieloproliferativos, doenças hepáticas, insuficiência renal, septicemia, deficiências dos fatores da coagulação e medicamentos Quais medicamentos mais relacionados as coagulopatias (formação de hematomas)? Antiagregantes plaquetários: AAS, clopidogrel, ticlopidina, eptifibatide e abciximab Anticoagulantes: heparina não fracionada (HNF), heparina de baixo peso molecular (HBPM; p. ex., enoxaparina, dalteparina sódica, tinzaparina) Antagonista da vitamina K (AVK; p. ex., varfarina sódica) Como se apresentam clinicamente os hematomas? Varia com seu tamanho, localização e presença de infecção; Apresentam-se por uma expansão, tumefação expansiva ou dor na área da incisão cirúrgica. Exame físico: Aparece como uma tumefação macia localizada com descoloração azul‐purpúrica da pele sobrejacente. Complicações cirúrgicas 4 sensível à palpação ou associada à drenagem de líquido vermelho‐escuro para fora da ferida. Como prevenir o hematoma? Corrigindo‐se qualquer anormalidade da coagulação e descontinuando‐se os medicamentos que alteram a coagulação. Descontinuação de medicação (tromboembolismo x hemorragia) Em pacientes com alto risco de tromboembolismo - Antagonistas da vitamina K devem ser descontinuados quatro a cinco dias antes da cirurgia para permitir que a razão normalizada internacional (INR) seja inferior a 1,5. Pacientes cuja INR ainda é elevada (> 1,5), é administrada uma baixa dose de vitamina K (1 a 2 mg) por via oral. O AVK é, então, reiniciado 12 a 24 horas após a cirurgia Em pacientes com alto risco de tromboembolismo - Os pacientes recebem anticoagulação em ponte, ou seja, uma dose terapêutica de anticoagulante de ação rápida, heparina não fracionada intravenosa (HNF IV) ou heparina de baixo peso molecular (HBPM). Pacientes que receberam HNF IV (meia‐vida de 45 minutos) podem ter o medicamento descontinuado quatro horas antes da cirurgia, e aqueles que receberam dosagem terapêutica de HBPM SC (meia‐vida variável), 16 a 24 horas antes da cirurgia. Em pacientes com alto risco de sangramento (cirurgia de grande porte ou cirurgia com alto risco de sangramento) - para Complicações cirúrgicas 5 quem HBPM terapêutica pós‐operatória ou HNF é planejada, o início da terapia é adiado por 48 a 72 horas, é administrada baixa dose de HBPM ou HNF ou a terapia é completamente evitada. Pacientes de baixo risco para tromboembolismo não necessitam de terapia com heparina após a descontinuação do AVK. Pacientes em uso de AAS ou clopidogrel devem ter o medicamento descontinuado seis a sete dias antes da cirurgia; caso contrário, a cirurgia deve ser adiada até que o paciente tenha concluído o tratamento. Terapia antiplaquetária é reiniciada aproximadamente 24 horas após a cirurgia. Em pacientes com um stent coronário de metal que necessitam de cirurgia em seis semanas da colocação de stent, AAS e clopidogrel são mantidos no período perioperatório. Como avaliar um paciente com hematoma, especialmente hematomas grandes e expansivos? inclui análise de fatores de risco preexistentes e parâmetros de coagulação (p. ex., tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial ativada, INR, contagem de plaquetas, tempo de sangramento) e tratamento adequado Como tratar hematomas? Um hematoma pequeno não exige qualquer intervenção e acabará sendo reabsorvido. A maioria dos hematomas retroperitoneais pode ser tratada de forma expectante após correção da coagulopatia associada. Hematomas grandes podem ser drenados, como aquele que aparecem em retalhos de pele logo após a operação Deiscência da Ferida Operatória O que é uma Deiscência da Ferida Operatória? É a separação das camadas musculoaponeuróticas no início do curso pós‐operatório Complicações cirúrgicas 6 Por que a Deiscência é uma das mais temidas complicações enfrentadas pelos cirurgiões? Por causa da possibilidade de evisceração, da necessidade de intervenção imediata e da possibilidade de deiscência repetida, infecção da ferida cirúrgica e formação de hérnia incisional. Quando as Deiscência da Ferida Operatória podem ocorrer? A qualquer momento após a cirurgia (variação: 1 a > 20 dias) mais comuns no 7-10 dias Quais os fatores que contribuem para o surgimento de Deiscência da Ferida Operatória? 1. Erro técnico no fechamento aponeurótico 2. Cirurgia de emergência Complicações cirúrgicas 7 3. Infecção intra‐abdominal 4. Idade avançada 5. Seroma, hematoma e infecção de ferida 6. Pressão intra‐abdominal elevada 7. Obesidade 8. Uso de longa duração de corticosteroides 9. Deiscência de ferida anterior 10. Desnutrição 11. Quimioterapia e radioterapia 12. Doença sistêmica (uremia, diabetes melito) O que pode preceder a deiscência em 25% dos pacientes? A drenagem súbita e dramática de um volume grande de um líquido claro de cor salmão Sensação de rasgar Como podemos evitar Deiscência da Ferida Operatória? Pela cuidadosa atenção aos detalhes técnicos durante o fechamento da aponeurose, como espaçamento adequado da sutura, profundidade adequada do pedaço ou porção pega da fáscia, relaxamento do paciente durante o fechamento e alcançar um fechamento livre de tensão Como tratar Deiscência da Ferida Operatória? Depende da extensão da separação da fáscia e da presença de evisceração e/ou patologia intra‐abdominal significativa: Uma pequena deiscência, especialmente na porção proximal da incisão na linha média superior 10 a 12 dias após a cirurgia, pode ser tratada de maneira conservadora com compressas de gaze umedecida com solução salina na ferida e o uso de uma cinta abdominal.Complicações cirúrgicas 8 No caso de evisceração, os intestinos eviscerados devem ser cobertos com uma compressa estéril umedecida com solução salina, e o paciente deve ser preparado para retornar à sala de cirurgia após um período muito curto de reanimação volêmica Se a sondagem da ferida revelar um segmento grande da ferida aberta para o omento e intestinos, ou se houver peritonite ou suspeita de vazamento intestinal, são feitos planos de levar o paciente de volta para a sala de cirurgia. Infecção do Sítio Cirúrgico (Infecção da Ferida Operatória) Critérios para definição de infecção no sítio cirúrgico: O que resulta na Infecção do Sítio Cirúrgico (Infecção da Ferida Operatória)? Resultado de contaminação do local cirúrgico por micro‐organismos de origem endógena principalmente. Ocasionalmente, a fonte é exógena. Complicações cirúrgicas 9 Quais os agentes etiológicos mais comuns das Infecção do Sítio Cirúrgico (Infecção da Ferida Operatória)? Bactérias Gram‐positivas são responsáveis por metade das infecções – infecções por Staphylococcus aureus (mais comum), Staphylococcus coagulase‐negativo, Enterococcus spp. Um terço dos casos de ISCs, bacilos Gram‐negativos (Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter spp.) são isolados. Entretanto, em locais nos quais grandes volumes de operações do trato gastrointestinal são realizados, as espécies bacterianas predominantes são bacilos Gram‐negativos Como as feridas cirúrgicas são classificadas de acordo com o risco relativo de ocorrência de ISC? limpa, limpa‐contaminada, contaminada e suja No National Nosocomial Infections Surveillance System (Sistema Nacional de Vigilância de Infecção Nosocomial), o risco de pacientes Complicações cirúrgicas 10 é estratificado de acordo com três fatores importantes, quais são eles? 1. classificação da ferida (contaminada ou suja); 2. maior duração da operação, definida como aquela que excede o percentil 75° para um determinado procedimento; 3. características clínicas dos pacientes conforme determinado pela classificação da American Society of Anesthesiology III, IV ou V (presença de doença sistêmica grave que resulta em limitações funcionais, é ameaçadora à vida ou deverá impedir a sobrevida da operação) no momento da cirurgia. Quais os fatores de risco para infecção de ferida pós-operatória? Quando ocorre a Infecção do Sítio Cirúrgico (Infecção da Ferida Operatória? 90% nos primeiros 30d. (mais comumente nos primeiro 5-6 d após a cirurgia. Como se apresenta clinicamente as Infecções do Sítio Cirúrgico (Infecção da Ferida Operatória)? Complicações cirúrgicas 11 ISCs superficiais e profundas são acompanhados por eritema, dor, edema e, ocasionalmente, drenagem A ferida geralmente está mole ou flutuante no local da infecção O paciente pode apresentar leucocitose e febre de baixo grau De acordo com a Joint Commission, uma ferida cirúrgica é considerada infectada se: (1) há drenagem de material purulento macroscopicamente drenando da ferida, (2) a ferida abre espontaneamente e drena líquido purulento, (3) o líquido drenado da ferida é cultura positiva ou Gram‐positiva para bactérias e (4) o cirurgião observa eritema ou drenagem e abre a ferida depois de determiná‐la infectada Como prevenir Infecção do Sítio Cirúrgico (Infecção da Ferida Operatória)? 1. Parar de fumar 30 dias antes da cirurgia 2. Controle da glicemia em diabéticos 3. Suplemento alimentar em desnutridos (7-14 d antes) 4. Perda de peso em obesos 5. Suspensão de corticoides ou dose menor 6. Preparo intestinal Quando deve-se realizar o uso de antibióticos no pré-operatório como profilaxia? É recomendado para procedimentos limpos‐contaminados ou contaminados, na qual o risco de ISC é alto, ou em procedimentos nos quais são utilizadas próteses vasculares ou ortopédicas porque o desenvolvimento de ISC poderia ter consequências graves Nas feridas limpas o uso é controverso Complicações cirúrgicas 12 Nas feridas sujas, o uso de antibióticos não é profilático, e sim terapêutico Em que momento (tempo) devemos usar antibióticos no pré- operatório ? Via IV 30 min antes da incisão. Quando devemos usar drenos para a prevenção de infecções pós‐operatórias? Em geral, não existem indicações nesse propósito para drenos A utilização de drenos de sucção fechados em feridas grandes e profundas ou, em feridas grandes, retalhos de pele para prevenir contra o surgimento de seromas ou hematomas é uma prática válida Como tratar Infecção do Sítio Cirúrgico (Infecção da Ferida Operatória)? Para infecções superficiais e profundas, os grampos são removidos sobre a área da infecção e pode ser facilmente passada uma pinça cirúrgica com ponta de algodão pela ferida com efluxo de material purulento e pus. Nesse ponto, a avaliação da ferida com o dedo ou uma pinça cirúrgica com ponta de algodão determinará se a aponeurose ou os tecidos musculares estão comprometidos. 1. Se a aponeurose estiver intacta, realiza‐se o desbridamento de todo o tecido não viável e procede‐se à irrigação da ferida com solução salina normal e preenchida até sua base com gazes umedecidas com solução salina, de modo a permitir a cicatrização da ferida a partir de sua base, impedindo, dessa maneira, o fechamento prematuro da pele. 2. Se celulite disseminada ou sinais significativos de infecção (p. ex., febre, taquicardia) forem observados, a administração de antibióticos IV deve ser considerada. Terapia empírica é iniciada e adaptada de acordo com dados de cultura e sensibilidade. Complicações cirúrgicas 13 3. A escolha de antibióticos empíricos tem como base o culpado mais provável, incluindo a possibilidade de MRSA. MRSA é tratado com vancomicina, linezolida ou clindamicina. C 4. Se a aponeurose estiver separada e o pus parecer oriundo de uma região abaixo da aponeurose, deve haver uma preocupação com deiscência da ferida e com um abscesso intra‐abdominal, que podem requerer drenagem ou uma possível reoperação 5. Uma ISC profunda associada a líquido acinzentado, bem como a necrose franca da camada aponeurótica, levanta a suspeita de infecção do tipo necrosante. A presença de crepitação em qualquer ferida cirúrgica ou bastonetes Gram‐positivos (ou ambos) sugere a possibilidade de infecção com C. perfringens. O desbridamento cirúrgico rápido e eficiente é indicado nessas situações Quando deve-se realizar cultura de Infecção do Sítio Cirúrgico (Infecção da Ferida Operatória)? Se a ferida é pequena, a infecção superficial, e não associada à celulite ou à necrose de tecidos, a cultura pode ser desnecessária. Entretanto, caso uma infecção mais complexa e deiscência da aponeurose estejam presentes, uma cultura é realizada. Complicações da termorregulação Hipotermia Causas Complete A queda de 2 °C na temperatura corporal, ou o aumento de 3 °C, significa uma emergência potencialmente letal que necessita de intervenção imediata. A hipotermia pode ser causada por numerosos mecanismos no pré‐operatório, no intra‐operatório ou no pós‐operatório Quais as causas de hipotermia durante uma operação cirúrgica? Complicações cirúrgicas 14 1. Reanimação rápida com líquidos IV frios, Transfusões ou irrigação intracavitária com irrigante frio 2. Operação prolongada com baixa temperatura ambiente 3. Paciente que tenha uma grande área exposta onde apresenta significativo resfriamento por evaporação. 4. Anestésicos prejudicam a termorregulação principalmente no frio da sala de cirurgia. 5. Idade avançada e analgesia opioide também reduzem o tremor perioperatório. 6. O propofol causa vasodilatação e significativa hipotermia por redistribuição O que pode causar hipotermia no pós operatório? Ambiente frio Administração rápida de líquidos IV, ou sangue, e Falha em mantê‐lo coberto quando parcialmente responsivo. Quadro clínico Qual o quadro clínico do paciente com hipotermia? Sensação de frio e tremor. Temperatura < 35° gera uma resposta do simpático:1. Liberação de norepinefrina: vasoconstrição e aumento da PA, aumento de 2x ou 3x de taquiarritmia e isquemias pós- operatórias. 2. Prejuízo da função plaquetária e fatores de coagulação: aumento do risco de sangramentos. 3. Função de macrófagos, tensão de 02 reduzida, e depósito de colágeno prejudicadas: maior risco de infecção e má cicatrização. 4. Diurese relativa Complicações cirúrgicas 15 5. Função hepática comprometida Qual o quadro clínico do paciente com hipotermia em casos graves? Nos casos graves: diminuição significativa da frequência cardíaca, comatoso, hipotensão, bradicardia e frequência respiratória muito baixa. Tratamento Quem são os pacientes que merecem uma monitorização especial da temperatura como forma de prevenção durante o ato cirúrgico? Pacientes submetidos à cirurgia de cavidade corporal ou cirurgia que dure mais de uma hora. Crianças e idosos e pacientes nos quais está sendo conduzida a anestesia epidural. Quais os locais utilizados para aferir a temperatura durante um ato cirúrgico? Sangue da artéria pulmonar, membrana timpânica, esôfago e faringe, reto e bexiga urinária Como aquecer um paciente antes da cirurgia? 1. Colocação imediata de cobertores, bem como equipamentos que gerem uma corrente forçada de ar quente 2. Infusão de sangue e líquidos intravenosos por meio de máquinas aquecedoras 3. Aquecimento e umidificação dos gases inalados 4. Lavagem peritoneal com líquidos aquecidos 5. Equipamentos de infusão com reaquecimento, utilizando um sistema arteriovenoso 6. Em casos raros, derivação cardiopulmonar Durante a cirurgia como prevenir a hipotermia? Complicações cirúrgicas 16 Evitar temperaturas muito baixas Campos cirúrgicos Cobrir a cabeça Um aparelho de aquecimento de ar forçado que proporciona aquecimento cutâneo ativo é colocado no paciente. O aquecimento passivo de superfície não é eficaz para conservar o calor Hipertermia maligna O que confere suceptilidade a Hipertermia Maligna? Herança genética autossômica dominante com penetrância variável. Quais medicamentos precipitam a Hipertermia maligna? Agentes anestésicos gerais de inalação halogenados (halotano, enflurano, isoflurano, desflurano e sevoflurano) Relaxantes musculares despolarizantes (succinilcolina e suxametionina). Qual o mecanismo etiopatogênico para a hipertermia maligna? Mutação genética presente ( efluxo aumentado de cálcio do retículo sarcoplasmático no mioplasma). Alguns medicamentos precipitam uma liberação anormal de Ca2 do retículo sarcoplasmático. Isso gera ativação prolongada dos filamentos musculares, culminando em rigidez e hipermetabolismo. O que provoca o aumento da temperatura na hipertemia maligna? A liberação aumentada de Ca do Reticulo darcoplasmatico, gera uma ativação muscular contínua com quebra do trifosfato de adenosina resulta em geração excessiva de calor. Como prevenir a hipertermia maligna? Complicações cirúrgicas 17 Identificando indivíduos com maior risco Quando suspeitar que o paciente apresenta risco para Hipertermia maligna? Histórico familiar Desenvolvimento de febre, doença muscular e Intolerância a cafeína Mialgia após exercício físico Como confirmar indivíduos susceptíveis a hipertermia maligna? Realizar biopsia de músculo - teste de contração a cafeína e ao halotano e verifica-se creatina quinase. Como realizar anestesia em indivíduos confirmados com susceptibilidade a hipertermia maligna? Anestesia sem deflagrador (barbitúricos, benzodiazepínicos, opioides, propofol, etomidato, quetamina, óxido nitroso e bloqueadores neuromusculares não despolarizantes). Qual o quadro clínico da hipertermia maligna ? Forma abortiva de HM (p. ex., taquicardia, arritmia, hipertermia, acidose). Outros pacientes, após entubação com succinilcolina, demonstram perda de contração espasmódica na estimulação neuromuscular e desenvolvem rigidez muscular. Outras manifestações incluem taquipneia, hipercapnia, rubor da pele, hipoxemia, hipotensão, anormalidades eletrolíticas, rabdomiólise e hipertermia. A incapacidade de abrir a boca como resultado de espasmo do músculo masseter é um sinal patognomônico precoce e indica suscetibilidade à HM. Como tratar hipertermia maligna? Parar a cirurgia Complicações cirúrgicas 18 Descontinuar o anestésico Administrar dantrolene (relaxante muscular, que não leva a paralisia) (2,5mg/kg) bolus e 1 ou 2 mg/kg/h até normalizar Compressas de gelo na superfície e líquidos parenterais frios Furosemida para manter o débito urinário superior a 2ml/kg/h Febre Pós- operatória Causas Complete: A febre refere‐se a um aumento da temperatura corporal, que é regulada no hipotálamo anterior. A febre no pós‐operatório acontece em dois terços dos pacientes, e sua causa é infecção em cerca de um terço dos casos. A resposta inflamatória resulta na produção de uma variedade de mediadores que induzem uma resposta inflamatória febril, também conhecida como síndrome da resposta inflamatória sistêmica. Dentre as causa infecciosas de Febre pós-operatória, quais as mais comuns? ISC- Infecção de sítio cirúrgico Infecção do trato urinário (ITU) Infecção da corrente sanguínea relacionada com cateter intravascular (ICS‐RC) Pneumonia Dentre as causa infecciosas de Febre pós-operatória, quais as mais comuns? ISC Infecção do trato urinário (ITU) Complicações cirúrgicas 19 Cite Um importante fator predisponente para ITU no pós operatório? Um importante fator predisponente é a presença de um cateter urinário; o risco cresce com o aumento da duração da cateterização (> 2 dias) Cite os agentes etiológicos responsáveis por ITU relacionadas ao cateterismo vesical? Bactérias endógenas (flora colônica, mais comum E. coli) são a fonte mais comum de ITU relacionada com o cateter em pacientes com cateterismo de curto prazo. Candidúria No paciente cirúrgico criticamente doente, a candidúria é responsável por aproximadamente 10% das infecções do trato urinário nosocomiais. Cite os fatores de risco para candidúria? A presença de um cateter intravenoso, diabetes melito uso de antibióticos idade avançada anormalidades urológicas anatômicas. Infecção da corrente sanguínea relacionada com cateter intravascular (ICS‐RC) Cite Um importante fator predisponente para Infecção da corrente sanguínea relacionada com cateter intravascular (ICS‐RC) no pós operatório? O uso de cateteres venosos centrais acarreta um risco de ICS‐RC Cite os agentes etiológicos responsáveis por Infecção da corrente sanguínea relacionada com cateter Complicações cirúrgicas 20 intravascular (ICS‐RC) no pós operatório? Estafilococos coagulase‐negativos e bactérias hospitalares (MRSA, bacilos Gram‐negativos resistentes a múltiplos fármacos, Espécies de fungos [Candida albicans]) são os organismos mais comuns responsáveis pela ICS‐RC. A bacteremia por S. aureus está associada à maior mortalidade e trombose venosa. Cite os fatores de risco para ICSs pós operatória? 1. Duração da colocação de cateter venoso central, 2. Localização do paciente (ambulatorial versus hospitalar) 3. Tipo de cateter, número de lumens e manipulações diárias 4. Colocação de emergência, necessidade de nutrição parenteral total (NPT) 5. Presença de conectores desnecessários, e se são conseguidas de melhores práticas de cuidados Complete ICS‐RC resulta de micro‐organismos que colonizam os tubos ou contaminação do local da injeção do cateter venoso central (fonte intraluminal) ou da pele ao redor do local de inserção (fonte extraluminal). Pneumonia Quadro Clínico e Tratamento (aqui) Complete As febres altas com grandes flutuações ou persistentes e que ocorrem de cinco a oito dias após a operação são mais preocupantes do que aquelas que acontecem logo em seguida à operação. Complicações cirúrgicas 21 Durante as primeiras 48 a 72 horas após uma intervenção cirúrgica no abdome, acredita‐se que a maioria das febres seja causada por atelectasias. Em pacientescom febre pós operatória com Diarreia aquosa com odor fétido é devido principalmente a infecção por C. difficile. Exame de urina mostrando mais do que 10.5 unidades formadoras de colônias (UFC/mL) em um paciente não cateterizado e mais de 10.3 UFC/mL em um paciente cateterizado indica uma ITU. Hemoculturas seriadas e um ecocardiograma transesofágico são realizados em pacientes com bacteremia por S. aureus e doença cardíaca valvular, prótese valvar ou surgimento de sopro cardíaco. Quais os exames iniciais essenciais em paciente com febre pós-operatória? Hemograma completo Urinálise e urinocultura radiografia do tórax Cultura sanguínea Como diagnosticar ICS‐RC? Baseia-se em dados da hemocultura, pois o exame físico é normal. Quando realizar a hemocultura e quando ela é positiva para ICS-RC? Não existe padrão para pedir. São comumente usadas duas hemoculturas simultâneas ou hemoculturas pareadas (ou seja, culturas de sangue periférico e central simultânea). Diagnóstico = Culturas de sangue periférico mostrando bacteremia e isolamento de 15 UFCS ou 10.2 UFCS de um Complicações cirúrgicas 22 cateter intravenoso indicam a presença de um ICS‐RC. como realizar a prevenção da ITU no pós operatório? Sistema de drenagem fechada Minimizar a duração da cateterização Trocar cateteres antes da obstrução Como prevenir ICS-RC? Precauções de barreira máxima Controle de infecção prática durante a inserção: técnica asséptica, a mesma que na sala de cirurgia – higiene das mãos, antissepsia da pele e interrupção da inserção quando ocorrem rupturas na técnica estéril Tratamento: O que o salvamento do cateter venoso? salvamento de cateter é obtido pela terapia de bloqueio de antibiótico pelo qual o cateter é preenchido com solução de antibiótico por várias horas. Quando realizar o salvamento do cateter venoso? Pacientes com cateteres encapsulados arriscados para serem removidos ou substituídos ou naqueles com estafilococos coagulase‐negativos que não possuem evidências de doença metastática ou sepse grave, sem bacteremia persistente. Complicações cirúrgicas 23 Complicações respiratórias Considerações Gerais Numerosos fatores contribuem para uma fisiologia pulmonar anormal após um procedimento cirúrgico. Qual deles é o mais importante? Em primeiro lugar, a perda de capacidade residual funcional. Quais as causas da perda da capacidade residual? Distensão abdominal Obesidade Incisão abdominal superior dolorosa Sobrecarga de líquidos levando a edema pulmonar Muito tempo em decúbito dorsal Tabagismo e DPOC A maioria dos pacientes com complicações respiratórias pós operatório apresentam quadros leves, mas alguns desenvolve‐se a insuficiência respiratória grave, qual os dois tipos de Insuficiência respiratória? Quais pacientes precisam de uma avaliação pré-operatória formal pulmonar, com testes de função? Tabagistas (ativos ou passados) Mantidos com oxigênio domiciliar Incapazes de deambular um lance de escadas sem comprometimento respiratório grave Complicações cirúrgicas 24 Histórico prévio de ressecção pulmonar Pacientes idosos que estão desnutridos. Asmáticos em terapia broncodilatadora Cite alguns exames realizados no pré-operatório de pacientes com alto risco pulmonar? RX de torax Gasometria arterial. PaO2 < 60 mmHg indica risco. PaCO2 >45 a 50 mmHg aumenta o risco Espitometria. VEF1 >2 litros paciente não terá problemas pulmonares. Tabagismo Incluir orientação sobre a interrupção do tabagismo 48 horas antes da operação. Atelectasia e Pneumonia Qual a complicação respiratória mais comum no pós‐operatório? Atelectasia O que causa a atelectasia pós-operatória? Por meio da ação dos anestésicos, da incisão abdominal e dos narcóticos pós‐operatórios, os alvéolos periféricos entram em colapso, podendo ocorrer um shunt pulmonar. Qual doença a atelectasia pulmonar pós-operatória pode precipitar? Pneumonia. Se não tratada os alvéolos podem permanecer em colapso, levando ao acúmulo de secreções que podem‐se infectar por bactérias. Qual é a infecção nosocomial mais comum em pacientes hospitalizados? Pneumonia. Complicações cirúrgicas 25 Defina: 1. Pneumonia adquirida no hospital - ocorre > de 48h após internação se sinais prévios. 2. Pneumonia associada ao ventilador - ocorre em até 48 horas após o fim da ventilação e dentro de 72 horas do seu início. 3. Pneumonia associada à assistência à saúde - Pneumonia ocorrendo em pacientes que haviam sido hospitalizados nos últimos 90 dias 4. Pneumonias hospitalares que surgem precocemente (< 5 dias) têm melhor prognóstico do que quando aparecem tardiamente (> 5 dias) Cite fatores associados ao maior risco de pneumonia: Estado imunológico deprimido, doença concomitante, estado nutricional deficiente, tempo de permanência hospitalar prolongado, tabagismo, idade avançada, uremia, etilismo, antibioticoterapia prévia, presença de um tubo endotraqueal, sonda nasogástrica (NG) ou sonda enteral e terapia com inibidor de bomba de prótons (IBP). Complete Em pacientes com pneumonia precoce adquirida no hospital e sem antibioticoterapia prévia, os organismos mais comuns são Streptococcus pneumoniae (coloniza as vias aéreas superiores), Haemophilus influenzae, Enterobacteriaceae spp. (E. coli, Klebsiella spp. e Enterobacter spp.) e S. aureus (principalmente MRSA). Pacientes com pneumonia precoce adquirida no hospital e antibioticoterapia recente, e pacientes com pneumonia tardia adquirida no hospital também têm bacilos Gram‐negativos envolvidos. As bactérias são ocasionalmente resistentes às cefalosporinas deprimeira geração. Complicações cirúrgicas 26 Os micro‐organismos em pacientes com pneumonia adquirida no hospital de início tardio e histórico prévio de antibioticoterapia exibem resistência a múltiplos fármacos (P. aeruginosa, Acinetobacter baumannii e MRSA) Diagnóstico Qual a causa mais comum de febre pós‐operatória nas primeiras 48 horas após o procedimento? Atelectasia. Qual clínica da Atelectasia no pós operatório? Febre de baixo grau, mal‐estar e diminuição dos sons respiratórios nos campos pulmonares inferiores. A evolução é benigna com fisioterapia respiratória. Como é a clinica da Pneumonia pós atelectasia ? Terá febre alta, confusão mental ocasional, produzirá uma secreção espessa com tosse e apresentará leucocitose; a radiografia de tórax revelará infiltrados Tratamento Cite medidas profilácticas Para evitar atelectasia e pneumonia no pós-operatório? Parar de fumar pelo menos 1 semana antes da cirurgia. Otimizar o tratamento da DPOC, asma e ICC. Fisioterapia respiratória Controle da dor Cite medidas profilácticas Para evitar pneumonia associada ao ventilador no pós-operatório? Cabeceira elevada e submetidos à higiene oral adequada. Clorexidina para enxágue bucal ou gel nasal. Pneumonite por Aspiração e Pneumonia por Aspiração Causas Complicações cirúrgicas 27 O que é a pneumonite por aspiração (síndrome de Mendelson)? Uma lesão pulmonar aguda que decorre da broncoaspiração de conteúdos gástricos regurgitados. O que é a pneumonia por aspiração? pneumonia por aspiração resulta da broncoaspiração de secreções orofaríngeas que são colonizadas por bactérias patogênicas Quais os fatores que predispõem os pacientes à regurgitação e aspiração? Lesão dos esfíncteres esofágicos (superior e inferior) e reflexos laríngeos Motilidade gastrointestinal alterada Ausência de jejum pré‐operatório No período perioperatório, a aspiração é mais provável em que pacientes? Trauma, operação urgente, Pacientes com níveis alterados de consciência Naqueles com problemas gastrointestinais e das vias aéreas Liste fatores que favorecem uma aspiração gerando pneumonia ou pneumonite? 1. Os pacientes de trauma e aqueles com peritonite e obstrução intestinal 2. Os pacientes com nível deprimido de consciência em consequência de altas doses de narcóticos e aqueles com AVC 3. Medicações anestésicas 4. Diabéticos5. Idosos Complicações cirúrgicas 28 6. Sondagem nasogástrica, nasoentérica e de gastrostomia (risco semelhante de pneumonia por aspiração) 7. Paciente criticamente doente 8. exposição prévia a antibiótico 9. Uso de IBPs profiláticos 10. traqueostomia, reentubação 11. Período após a extubação Na pneumonite, quanto maior o volume e menor o PH do conteúdo gástrico aspirado maior o dano pulmonar. Quadro clínico e diagnóstico Qual o quadro clínico da Pneumonite por aspiração? Tosse, sibilos, esforço respiratório, infiltrado na radiografia, de tórax ou diminuição da PaO2. Pode evoluir para edema pulmonar e SARA Na maioria dos pacientes com pneumonia por aspiração, a condição é diagnosticada após uma radiografia de tórax mostrar um infiltrado nos segmentos posteriores dos lobos superiores e nos segmentos apicais dos lobos inferiores no paciente suscetível. Tratamento No que consiste a prevenção da aspiração de conteúdo gástrico em pacientes submetidos à cirurgia? Medidas que reduzem os conteúdos gástricos. Minimizam a regurgitação Protegem a via aérea Medidas que reduzem o conteúdo gástrico antes de cirurgias Para adultos, um período de ausência de ingestão oral, geralmente seis horas após uma refeição noturna, quatro horas após líquidos claros e um período mais longo para Complicações cirúrgicas 29 diabéticos, é necessário para reduzir o conteúdo gástrico antes da cirurgia eletiva O que fazer diante de um paciente que acabou de aspirar conteúdo gástrico? Colocado imediatamente em oxigênio e submetidos a uma radiografia de tórax - Um padrão intersticial difuso geralmente é visto na forma de infiltrados bilaterais confirma o caso Após a confirmação de aspiração gástrica - quando devemos intubar o paciente? Se a oxigenação do paciente piorar, Esforço respiratório aumentar por meio de alta frequência respiratória; Se o paciente estiver obnubilado Quando realizar antibióticoterapia após aspiração de conteúdo gástrico? Antibiótico terapia é controversa, exceto em pacientes com obstrução intestinal ou outras condições associadas à colonização dos conteúdos gástricos. A administração de antibióticos empíricos também está indicada para o paciente com pneumonite por aspiração que não cura ou melhora em 48 horas da aspiração. Nesses casos indica-se A antibioticoterapia com atividade contra micro‐organismos Gram‐negativo Edema Pulmonar, Trauma Pulmonar Agudo e Síndrome da Angústia Respiratória do Adulto Causas O que é o edema Pulmonar? Acúmulo de líquido nos alvéolos. Na presença de líquido na luz dos alvéolos, a oxigenação não pode ocorrer, desencadeando hipoxemia. Complicações cirúrgicas 30 O que causa o edema Pulmonar? Aumento da pressão hidrostática vascular, associado à ICC e ao infarto agudo do miocárdio (IAM). Sobrecarga de líquido secundária a uma reanimação excessivamente agressiva Condições que Levam a Edema Pulmonar? Tratamento Como tratar edema pulmonar? Em casos de PECP (pressão de encunhamento capilar pulmonar elevada - deve-se restringir líquido e fazer diurese agressiva + máscara de oxigênio em casos leves e intubação em casos graves. Qual o quadro clínico da Lesão pulmonar Aguda ou SARA? Complicações cirúrgicas 31 Taquipneia, dispneia e aumento do esforço respiratório, manifestado pelo uso exagerado dos músculos da respiração. A cianose está associada à hipóxia avançada e é uma emergência. A ausculta dos campos pulmonares revela sons respiratórios fracos associados à crepitação e, ocasionalmente, estertores. Gasometria arterial revela a presença de uma baixa PaO2 e PaCO2 alta Qual o tratamento da lesão pulmonar aguda e da SARA Na presença da observação clínica de insuficiência respiratória iminente, incluindo taquipneia e dispneia? Entubação imediata, associada à administração cuidadosa de líquidos e a monitoração invasiva com cateter de Swan‐Ganz para avaliar as PECPs e as pressões no lado direito do coração ocasionalmente traz benefícios Quais os critérios de desmame da ventilação pulmonar? Embolia Pulmonar e Tromboembolismo Venoso O TEV é precipitado por uma tríade, qual é ela? TEV é causado por uma perturbação do sistema de coagulação homeostático induzida por lesão da íntima, estase do fluxo sanguíneo e por um estado de hipercoagulabilidade Fatores de risco para TEV Complicações cirúrgicas 32 A trombose relacionada com o cateter venoso central é mais comum com a colocação femoral A maioria dos êmbolos pulmonares provém de uma TVP existente nos membros inferiores, e o sistema venoso iliofemoral representa o local dos quais se originam êmbolos pulmonares clinicamente relevantes Qual a clínica da EP sintomática? São sinais inespecíficos: Complicações cirúrgicas 33 Como estabelecer o diagnóstico de EP? São necessários testes confirmatórios (TC helicoidal/espiral ou uma angiografia pulmonar) e exames auxiliares (Doppler venoso [DV] e uma dosagem de D‐dímero). Qual o teste inicial de escolha diante da suspeita de EP? TC helicoidal, também conhecida como TC espiral ou angiografia pulmonar por TC. O teste, entretanto, requer contraste IV. Qual o teste ideal de escolha diante da suspeita de EP? A angiografia pulmonar é o exame ideal, porque visualiza diretamente a árvore arterial e detecta defeitos de enchimento intravascular. É usada menos, pois é mais invasiva. O que a ecocardiografia vê em um paciente com EP criticamente doente e hemodinamicamnte instável? Alterações em ventrículo direito (dilatação e hipocinesia) A ecocardiografia transtorácica mostra as consequências hemodinâmicas de sobrecarga de pressão ventricular aguda – ou seja, disfunção do ventrículo direito (hipocinesia e dilatação), achatamento do septo interventricular e movimento paradoxal, gradiente tricúspide elevado, hipertensão pulmonar e forame oval patente O que o Dopler Venoso Vê na EP? Complicações cirúrgicas 34 Achados de membro inferior compatíveis com TVP, e 80% dos pacientes com EP têm TVP na venografia Como está o dímero-D em um paciente com tromboembolismo agudo? Aumentado. Negativo exclui o diagnóstico, mas um exame positivo não confirma. Com base na probabilidade clínica pré‐teste, o paciente com suspeita de EP exige quais testes e exames? Radiografia de tórax, ECG, gasometria arterial e exame com D‐dímero. Se existirem sintomas da perna, realiza‐se o DV. Se DV positivo = EP e ele recebe anticoagulante Se os sintomas da perna estão ausentes, pode ser usada a abordagem de TC espiral. Se os achados na TC espiral forem subótimos ou negativos e existir grande probabilidade de EP, obtém‐se uma arteriografia Em pacientes criticamente doentes com alta suspeita de EP e em pacientes com suspeita de EP maciça, o exame depende da sua estabilidade hemodinâmica, quais exames? Em pacientes estáveis, a anticoagulação é iniciada se não existirem contraindicações, realiza‐se um DV e uma TC helicoidal é obtida com urgência. Em pacientes instáveis, é iniciada a anticoagulação e são realizados DV e ecocardiografia. Se os resultados ecocardiográficos forem positivos, inicia‐se a terapia trombolítica, e, se negativos, obtém‐se uma angiografia pulmonar Tratamento Os agentes trombolíticos (estreptoquinase, uroquinase e ativador de plasminogênio tecidual recombinante) são usados Complicações cirúrgicas 35 no tratamento da EP maciça. Quais os fármacos usados no TEV? heparinas, fondaparinux, AVKs e agentes trombolíticos. O tratamento da EP inicia-se com a prevenção da TVP, a profilaxia depende da classificação de risco, complicações da medicação. Idade é um fator de risco significativo para TVP, com o risco de duplicação a cada década depois dos 40 anos de idade Quais os tipos de profilaxia para TVP? Farmacológica - Para o paciente criticamente doente, a heparina é a profilaxia de primeira linha. HNF em baixa dose (8/8h) ou HBPM diária (mais eficaz). Sangramento ativo e trobocitopenia são contraindicações absolutas à essa profilaxia. rever doseNão farmacológica - meias elásticas, meias de compressão graduada, dispositivos de compressão pneumática intermitente ou bombas venosas para os pés. A presença de úlceras na perna e doença vascular periférica impossibilita o uso de dispositivos mecânicos. A combinação dessas profilaxias podem ser feitas diante de em pacientes de alto risco ou em pacientes nos quais o risco de sangramento é alto. Qual o tratamento padrão da TVP? Anticoagulação. O tratamento inicial é com HBPM, HNF ou fondaparinux, seguido por AVK, que é administrado no mesmo dia que HBPM ou HNF, com sobreposição por cinco dias ou mais até que o INR alvo seja alcançado Pacientes cirúrgicos dentro de 24 horas após a cirurgia podem ser considerados para um filtro na veia cava inferior recuperável até que a anticoagulação seja iniciada diante de TVP. Complicações cirúrgicas 36 Qual o tratamento da EP maciça? procede‐se à reanimação, administra‐se oxigênio e inicia‐se terapia com HNF IV, terapia trombolítica se não contraindicada. Filtro na veia cava inferior reduz o risco de recidiva de EP Complicações Cardíacas Hipertensão Causas O risco de hipertensão está relacionado a que fatores no perioperatório? tipo de operação realizada e a presença de hipertensão perioperatória Quais os tipos de operação mais relacionados a eventos hipertensivos? Procedimentos cardiovasculares, torácicos e intra‐abdominais são mais comumente associados a eventos hipertensivos. Causas de hipertensão perioperatória 1. Pré-operatória = Hipertensão essencial é a principal 2. Intraoperatório = Sobrecarga de líquidos e agentes farmacológicos 3. Pós-operatório = Dor, hipotermia, hipóxia, sobrecarga de líquidos pós anestesia, descontinuação dos anti-hipertensivos antes da cirurgia por longa duração, sangramento intra- abdominal, feocromocitoma, TCE, abstinência a clonidina. Quadro clínico e tratamento Complete Por definição, qualquer paciente que apresente pressão diastólica superior a 110 mmHg deve ser avaliado, e o Complicações cirúrgicas 37 tratamento medicamentoso da hipertensão deve ser considerado As recomendações atuais incluem o uso de medicações anti‐hipertensivas até o dia da operação Pacientes em uso de clonidina oral podem ser conduzidos para um adesivo de clonidina por pelo menos três dias antes da operação No período pós‐operatório, o paciente deve continuar a receber medicações anti‐hipertensivas, bem como um pulso de analgesia e sedação, para controlar sua pressão arterial Embora seja comum ocorrer hipertensão no período pós‐operatório, uma crise hipertensiva é incomum, em especial após uma operação não cardíaca Hipertensão diastólica (> 110 mmHg) é significativamente associada a complicações cardíacas, e hipertensão sistólica (> 160 mmHg) está relacionada com risco aumentado de acidente vascular cerebral e morte O que é uma crise hipertensiva? Elevação grave da pressão arterial associada à disfunção orgânica – hemorragia cerebral e subaracnóidea e AVC, eventos cardíacos agudos, disfunção renal e sangramento da ferida operatória. Em quais procedimentos cirúrgicos a Crise hipertensiva parece ser especialmente provável? Endarterectomia da carótida, operação de aneurisma de aorta e vários procedimentos na cabeça e pescoço Quais medicamentos usar diante de uma hipertensão de início recente ou hipertensão perioperatória grave e naqueles com emergência hipertensiva? 1. Nitroprussiato e nitroglicerina (vasodilatadores), 2. labetalol e esmolol (betabloqueadores), Complicações cirúrgicas 38 3. enalapril (útil em pacientes que recebem inibidores da ECA em longo prazo) 4. nicardipina (bloqueador do canal de cálcio). Isquemia e Infarto Perioperatórios aqui Causas Quem são os pacientes com alto risco de apresentar síndrome coronariana aguda no pós -operatório? Idosos pacientes com doença arterial periférica aqueles submetidos a procedimentos vasculares, torácicos, ortopédicos grandes ou abdominais superiores Quais são as causas primárias (reduzem a perfusão) de IAM? Estreitamento da artéria coronária causado por um trombo Espasmo de artéria coronária epicárdica (obstrução dinâmica) Arteriosclerose progressiva Quais são as causas secundárias (aumentam a demanda) de IAM? São fatores extrínsecos cardíacos que incluem: Febre e taquicardia (aumentam demanda miocárdica de oxigênio) Hipotensão (fluxo sanguíneo coronariano reduzido) Anemia e hipoxemia (liberação de oxigênio no miocárdio reduzida). O aumento de catecolaminas circulantes associadas ao estresse cirúrgico aumenta a demanda miocárdica de oxigênio Quadro Clínico e Diagnóstico Qual a definição de Angina instável/ IAMSSST? Complicações cirúrgicas 39 É definida como depressão do segmento ST, inversão de onda T proeminente ou biomarcadores positivos de necrose miocárdica na ausência de elevação do segmento ST e em um contexto clínico apropriado. Complete 1. O risco de isquemia miocárdica e IAM é maior nas primeiras 48 horas após a intervenção cirúrgica. 2. TnT e TnI derivam de genes específicos do coração e são referidos como troponinas cardíacas. Qual a sintomatologia dos episódios de isquemia miocárdica e IAM perioperatórios? Maioria é silenciosa. Dispneia (insuficiência cardíaca, insuficiência respiratória), Frequência cardíaca aumentada (arritmia), Alteração do estado mental ou excessiva hiperglicemia em pacientes com diabetes. dor torácica com irradiação para o membro superior esquerdo e a mandíbula – com frequência não está presente. Pacientes considerados como tendo síndrome coronariana aguda devem realizar quais exames? ECG Biomarcadores de necrose miocárdica Ambiente de monitoramento com desfibrilador Quando (tempo) aumentam os marcadores de lesão miocárdica? Troponinas podem ser detectadas no sangue já com duas a quatro horas, mas a elevação pode ser adiada por 8 a 12 horas. Complicações cirúrgicas 40 O tempo de elevação das cTns é semelhante à CK‐MB, mas as troponinas cardíacas duram mais tempo, até 5 a 14 dias CK‐‐MB tem uma meia‐vida curta e é menos sensível e menos específico que troponinas cardíacas Os níveis de troponina cardíaco‐específicos começam a elevar‐se por volta de três horas após lesão miocárdica. Um nível de TnI acima de 1 ng/mL é específico, e as elevações persistem por sete a dez dias. Elevações de TnT persistem por 10 a 14 dias após o tratamento médico seguinte ao IAM. Mediante o teste de biomarcadores de necrose, o que podemos definir como presença de necrose do miocárdio? Níveis elevados de troponinas cardíacas acima de 99° percentil normal em duas ou mais amostras de sangue coletadas pelo menos seis horas de intervalo indicam a presença de necrose do miocárdio. Por que diferenciar IAMSSST, IAMCSST ou angina instável? A distinção tem implicações terapêuticas, porque os pacientes com IAMCSST podem ser considerados para terapia de reperfusão imediata (fibrinólise ou intervenção percutânea Tratamento A avaliação do risco cardíaco no período pré‐operatório inclui o que? anamnese adequada, exame físico exames diagnósticos básico ( Raio x de tórax, ECG, Gasometria, exames de sangue) Preditores Clínicos de Aumento do Risco Cardiovascular Perioperatório Levando a Infarto do Miocárdio, Insuficiência Cardíaca ou Morte Complicações cirúrgicas 41 Complicações cirúrgicas 42 Pacientes identificados como de alto risco para eventos miocárdicos no período perioperatório devem ser tratados com que droga? betabloqueadores, pois Administrados vários dias antes da operação e continuados por vários dias depois, betabloqueadores (p. ex., atenolol) mostraram reduzir a isquemia miocárdica perioperatória em 50% em pacientes com DAC ou fatores de risco para DAC Complete Pacientes com angina estável crônica continuam com seus medicamentos antianginosos e betabloqueadores até o momento da cirurgia e em seguida. Um ECG é obtido antes, imediatamente depois e dois dias após a operação. Pacientes são monitoradospor 48 horas e pacientes de alto risco por cinco dias, após a cirurgia e os níveis de enzimas cardíacas também são checados. Complicações cirúrgicas 43 O paciente que apresenta IC no exame físico ou pelo histórico deve ter o problema tratado antes da consideração de um procedimento cirúrgico eletivo Falta de ar (dispneia) e a dor torácica permanecem sendo os dois sintomas pós‐operatórios que sempre devem ser cuidadosamente avaliados e nunca considerados como um desconforto pós‐‐operatório. A monitoração hemodinâmica invasiva é apropriada em que pacientes no perioperatório? Pacientes com disfunção ventricular esquerda, débito cardíaco (DC) fixo e angina instável ou IAM recente. A avaliação de um paciente com suspeita de IAM intra ou pós‐operatório inclui avaliação imediata por quais exames? eletrocardiografia e medição de biomarcadores de necrose miocárdica. Diante de Isquemia miocárdica e infarto do miocárdio, o que fazer? 1. Administração imediata de alto fluxo de oxigênio, transferência para UTI e consulta precoce de um cardiologista. 2. BB e AAS (160-325mg) - oral ou IV para reduzir FC <70. 3. Nitroglicerina - alivia a dor e é benéfica em pacientes com IAM complicado por insuficiência cardíaca ou edema pulmonar 4. Heparina se não contraindicada pode ser usada 5. Na maioria dos casos, a terapia trombolítica está contraindicada no período pós‐operatório 6. IECAS - precocemente após IAM (especialmente IAM anterior e baixa fração ventricular esquerda. Podem ser continuados Para quem é contraindicado BB? Betabloqueadores não são indicados para pacientes com bradicardia, hipotensão, disfunção ventricular esquerda Complicações cirúrgicas 44 grave, bloqueio cardíaco ou doença broncospástica grave. Quando A angiografia deve ser fortemente considerada no paciente com isquemia miocárdica? No paciente que não responde à terapia farmacológica. Choque Cardiogênico Causas Quais as causas de Choque Cardiogênico? IAM (Principal) Outras: ruptura da musculatura papilar, ruptura da parede ventricular, insuficiência da válvula aórtica, regurgitação mitral ou defeito do septo ventricular. Qual o prognóstico do Choque Cardiogênico? Resulta em morte em 75% dos pacientes, a menos que seja instituído tratamento imediato Cite as principais consequências sérias de um IAM? ICC, arritmias, choque cardiogênico, e complicações tromboembólica. Quadro clínico. Qual a clínica do Choque cardiogênico? Súbito, e o paciente apresenta hipotensão e insuficiência respiratória. Tratamento A instituição imediata de ventilação mecânica com uma alta FIO2 e ocasional monitoração com cateter de Swan‐Ganz, é importante. Para os pacientes que não respondem ao tratamento farmacológico e conservador, as bombas com balão intra‐aórtico e os equipamentos de assistência ventricular podem salvar vidas. Complicações cirúrgicas 45 Para pacientes com reservas miocárdicas adequadas, pode estar indicada uma derivação de artéria coronária. O transplante cardíaco permanece o tratamento padrão ouro de IC terminal Arritmias Cardíacas Pós -operatórias Causas No pós-operatório quem é o paciente que apresenta maior probabilidade de ter arritmias cardíacas? Aqueles com doenças cardíaca estrutural. Como se dividem as arritmias? Taquiarritmia supraventricular (sinusal, atrial, nodal) ventricular (contração ventricular prematura [CVP], taquicardia ventricular, fibrilação ventricular). bradiarritmia bloqueio cardíaco Quais Os fatores relacionados com maior risco de arritmias supraventriculares? são idade avançada, histórico de insuficiência cardíaca e tipo de operação realizada A taquicardia sinusal e o flutter ou fibrilação atrial são os tipos mais comuns de taquiarritmia pós-operatória. Os fatores associados a um risco aumentado de CVP [contração ventricular prematura] incluem presença de CVP pré‐operatória, histórico de ICC e tabagismo. Fatores de risco pós‐operatórios abrangem hipóxia, hipocalemia aguda e hipercapnia. O que causa a taquicardia sinusal no contexto do pós- operatório? Causada por dor, febre, hipovolemia, anemia e ansiedade; Complicações cirúrgicas 46 Causas menos frequentes são insuficiência cardíaca, IAM, tireotoxicose e feocromocitoma. O que causa o flutter atrial ou fibrilação atrial no contexto do pós-operatório? desequilíbrio eletrolítico, histórico de fibrilação atrial e DPOC Quadro clínico Quais os sintomas relacionados as arritmias? Palpitações, dor torácica, dispneia, tontura, perda de consciência, isquemia cardíaca e hipotensão A maioria das arritmias é transitória e benigna e não se associa a sintomas ou alterações fisiológicas. Algumas vezes, a taquicardia sinusal pode precipitar isquemia e CVP, e a taquicardia ventricular não sustentada pode antecipar taquicardia ventricular Tratamento Complicações cirúrgicas 47 Insuficiência Cardíaca Pós- operatória Causa O que é insuficiência cardíaca? É uma síndrome clínica caracterizada por qualquer distúrbio estrutural ou funcional do coração que comprometa a capacidade de enchimento ou ejeção de sangue do ventrículo Quais os principais fatores de risco predispõem o desenvolvimento de IC? Idade avançada, DAC, hipertensão. Quais os principais fatores que podem levar à IC de início recente ou descompensação da IC preexistente no período perioperatório? IAM, sobrecarga de volume, hipertensão, sepse, doença de válvula cardíaca oculta, EP e fibrilação atrial aguda. Complicações cirúrgicas 48 Quadro clínico Qual o quadro clínico de uma IC pós-operatória? Dispneia e sibilos. Taquicardia, pressão de pulso estreitada, pressão baixa ou hipotensão ortostática, distensão da veia jugular, edema periférico e evidência geral de baixa perfusão periférica ECG pode revelar IAM, hipertrofia ventricular, aumento atrial ou arritmias A radiografia de tórax pode indicar cardiomegalia, edema pulmonar e derrame pleural Tratamento de IC IECAS - são o pilar da terapia de IC Nitratos e hidralazina - são substitutos em caso do paciente não tolerar IECA. BB Diuréticos Bloqueadores do canal de calcio - nifedipeno, anlodipeno Os inotrópicos aumentam a contratilidade cardíaca e são administrados em pacientes criticamente doentes e naqueles com insuficiência cardíaca em estádio terminal Complicações renais e do trato urinário Retenção Urinária Causas Complete A retenção urinária é uma complicação pós‐operatória comum, vista com incidência particularmente alta em pacientes submetidos a cirurgias perianais e reparos de hérnias. Complicações cirúrgicas 49 A maioria dos pacientes não deve ficar por mais de seis a sete horas sem eliminar urina, e o médico observador evitará que isso ocorra mediante cateterização. Qual a etiologia ou mecanismo etiopatogênico da retenção urinária? Na maioria das vezes, a complicação é uma anomalia reversível que resulta da descoordenação entre o trígono e os músculos detrusores, atribuída à dor e ao desconforto pós‐operatório. Administração vigorosa de líquidos IV. Lesão nervosa que afeta a bexiga. Estenose uretral e HPB Quadro clínico e tratamento Qual a clínica do paciente com Retenção Urinária? desconforto intenso e constante no hipogástrio. A percussão sobre o púbis pode revelar a repleção da bexiga e a sensibilidade Qual a população mais sujeita a retenção urinária pós- operatória ou que deve ser mais cuidadosamente acompanhada? Idosos que tiveram uma grande dissecção retal Quais medidas podem ser empregadas para diminuir a probabilidade de retenção urinária pós‐operatória? Tratamento adequado da dor, incluindo a injeção pós‐operatória de anestésicos locais A administração criteriosa de líquidos IV durante o procedimento e no período pós‐operatório imediato Os princípios gerais do tratamento da retenção urinária aguda incluem o que? Complicações cirúrgicas 50 Cateterização de rotina ou a colocação de um cateter de Foley, em especial nos idosos e nos pacientes que se submeteram à ressecçãoanterior, pois eles podem não ser capazes de sentir a plenitude causada pela retenção. Nos pacientes de alto risco, podem ser necessárias citoscopia e cistometria. Insuficiência Renal Aguda Causas O que é insuficiência renal aguda? Redução súbita do débito renal que resulta no acúmulo sistêmico de escórias nitrogenadas A Insuficiência Renal Aguda é mais prevalente em quais procedimentos cirúrgicos? 1. Grandes procedimentos vasculares (ruptura de aneurismas), 2. Transplantes renais, procedimentos de derivação cardiopulmonar, 3. Grandes casos abdominais associados a choque séptico 4. Grandes operações urológicas. 5. Outras: grande perda sanguínea, com reações a transfusões, em pacientes com diabetes avançado submetidos a operações, no trauma potencialmente letal, nas grandes queimaduras e na falência múltipla de órgão. Quais os dois tipos de IRA identificados? IRA oligúrica - débito urinário em volume inferior a 480 mL por dia. IRA não oligúrica - débitos que excedam 2 L/dia e está associada a grandes quantidades de urina isostenúrica, que não elimina as toxinas da corrente sanguínea Mecanismos que geram a IRA, renal, pré, pós-renal: Complicações cirúrgicas 51 O influxo, ou insuficiência pré‐renal, é secundário à hipotensão, que causa constrição arteriolar aferente e dilatação eferente Isquemia, toxinas ou nefrite causam IRA parenquimatosa. A IRA pós‐renal é provocada por obstrução tubular proveniente de resíduos, cristais ou pigmentos; obstrução uretérica; ou obstrução do fluxo de saída da bexiga Nefropatia induzida por contraste Quais pacientes correm risco importante se sofrerem lesão renal quando são administrados agentes de contraste? Pacientes diabéticos com doença vascular Se o paciente está hipovolêmico e já apresenta algum grau de disfunção renal As lesões renais por contrastes normalmente são reversíveis, em quem elas podem manter lesão tubular grave e exigir diálise? Pacientes diabéticos com depuração de creatinina inferior a 50 mL/min que recebem 100 mL de contraste O risco de nefropatia induzida por contraste é reduzido de que maneira? mediante hidratação adequada e pré‐medicação com um varredor de radicais livres (N‐acetilcisteína) ou com o uso de contraste alternativo (gadolínio). Complete A constrição aferente ou dilatação eferente reduz a taxa de filtração glomerular. Pode ocorrer lesão tubular renal em 48 horas da administração de corante-contrastes O trauma fechado associado às lesões por esmagamento coloca o paciente em risco para IRA por causa dos altos níveis Complicações cirúrgicas 52 séricos de hematina e mioglobina, ambos nefrotóxicos quando encontrados em altos níveis nos túbulos renais Quadro Clínico e Tratamento Como prevenir insuficiência renal adquirida no hospital exige? identificação de pacientes com disfunção renal preexistente; evitar hipovolemia, hipotensão e medicamentos que deprimam a função renal (antibióticos); e o uso criterioso de medicações nefrotóxicas Complete Anúria, que se desenvolve subitamente no período pós‐operatório em indivíduos sadios, sem doença renal preexistente, tem natureza pós‐‐renal até prova em contrário. As causas pós‐renais de IRA são as mais diretas de diagnosticar e tratar, com melhora imediata significativa após o tratamento. A presença de cilindro hialino na urina indica hipoperfusão, A presença de cilindros granulares na urina aponta necrose tubular aguda. Complicações cirúrgicas 53 Cilindros lipoides na urina, são encontrados na nefropatia induzida por AINEs e contraste Cilindros de hemácias e leucócitos na urina, na pielonefrite Em pacientes com azotemia pré‐renal, a capacidade de concentração dos néfrons é normal, resultando em urina de osmolaridade normal e fração de excreção de sódio normal (> 500 mOsm e FENa < 1%, respectivamente). Inversamente, com necrose tubular aguda, a capacidade de concentração dos rins desaparece e o paciente produz urina com uma concentração igual à do soro com altos níveis de sódio (350 mOsm e > 50 mg/L, respectivamente; A anúria, que se desenvolve subitamente no período pós‐operatório em indivíduos sadios, sem doença renal preexistente, tem natureza pós‐‐renal até prova em contrário. quais causas podem ser pensadas? Dobradura ou obstrução do cateter de Foley Ligação dos ureteres é suspeita em cirurgias pélvicas Quando a IRA é diagnosticada? Quando há: elevação da creatinina sérica Redução do clearance de creatinina e débito urinário menor que 400 mL/dia (< 20 mL/h Paciente com grande perda de líquidos pelo trato gastrointestinal (gera desidratação) como está a proporção nitrogênio ureico / creatinica no sangue? A proporção de nitrogênio ureico sanguíneo: creatinina é superior a 20 Qual o melhor teste laboratorial para a discriminação da azotemia pré‐renal da renal? É a fração de excreção de sódio (FEN Complicações cirúrgicas 54 Nos pacientes com azotemia pré‐renal, a FENa é 1% ou inferior, enquanto naqueles com azotemia renal, ela geralmente excede 3% Tratamento da IRA Se o paciente com azotemia pré‐renal não tem histórico prévio de doença cardíaca, está indicada a administração de líquidos isosmolares Os líquidos devem ser administrados até que o paciente esteja produzindo um mínimo de 30 a 40 mL de urina por hora Na presença de ICC, diuréticos, restrição de líquidos e medicações cardíacas apropriadas estão indicados. Nos casos em que a azotemia renal é diagnosticada, o tratamento deve ser de suporte, visando à correção dos desequilíbrios de líquidos e eletrólitos Mais urgente no tratamento da IRA é tratar a hipercalemia e a sobrecarga de líquido. Como tratar hipercalemia na IRA? Resina de troca de sódio/potássio, insulina mais glicose, um agonista beta‐2‐adrenérgico aerosolizado e gluconato de cálcio. Como tratar a hipercalemia com irritabilidade cardíaca (prolongamento do intervalo PR ou ondas T espiculadas)? Tratamento urgente, com administração de solução de gluconato de cálcio Administração simultânea e IV de glicose e insulina O beta‐2‐agonista adrenérgico é dado como nebulizador Complicações cirúrgicas 55 Complicações metabólicas Insuficiência adrenal= O diagnóstico é estabelecido pela medida, pela manhã, da concentração de cortisol plasmático. Um nível superior a 19 μg/dL (525 nmol/L) exclui a presença de insuficiência adrenal e menos de 3 μg/dL (83 nmol/L) indica presença de insuficiência adrenal uma concentração baixa de cortisol plasmático (< 8 μg/dL) após a administração oral de metirapona indicam a presença de insuficiência adrenal secundária Insuficiência adrenal primária = células inflamatória atacam as adrenais (adisson) Insuficiência adrenal secundária = uso prolongado de corticóides. Prevenção = Nos criticamente doentes, um alto índice de suspeição pode prevenir um resultado fatal. Uma dose de estresse de hidrocortisona (100 mg) pode ser administrada com indução da anestesia. Para procedimentos cirúrgicos menores, mantém‐se a dose usual no período pós‐ operatório. Para procedimentos cirúrgicos grandes, uma dose de ataque (100 mg) é continuada a cada oito horas até que o paciente esteja estável ou livre de complicações e, então, reduzida à dose de manutenção habitual. Os pacientes sintomáticos são tratados com cortisona ou hidrocortisona Complicações cirúrgicas 56 Crise Hipertireoidiana = O hipertireoidismo é causado por um aumento sustentado da síntese de hormônios tireoidianos, e a tireotoxicose é uma síndrome clínica que resulta da elevação anormal dos níveis circulantes de hormônio tireoidiano Os sintomas associados ao hipertireoidismo incluem nervosismo, fadiga, palpitações, intolerância ao calor, perda de peso, fibrilação atrial (em idosos) e oftalmopatia caracterizada por retração palpebral, edema periorbital e proptose. hiperpirexia, taquicardia desproporcional à febre, desidratação e colapso, disfunção do sistema nervoso central (delírio, psicose, convulsão, coma), manifestações cardíacas,sintomas gastrointestinais e disfunção hepática. Complicações gastrointestinais Aula Kédson Reação transfusional Paciente politraumatizada, recebeu infusão de concentrado de hemácias, passou a apresentar urina escurecida e febre de 40° - o que pode estar acontecendo? Reação transfusional O que pode causar uma reação transfusional? (estudar isso) Incompatibilidade RH, ABO e por antígenos não dosados Como tratar uma reação transfusional? Parar a transfusão, mas não a cirurgia, infunde-se cristaloide. Em uma reação transfusional por que a urina pode estar escurecida? Por causa da hemólise - liberando hemoglobina degradada na urina *não é mioglobinúria Infecção de sítio cirúrgico Qual a hipótese diagnóstica diante de paciente recebeu alta no 2° PO e retorna no 8° PO com Febre, com flogose, pús entre os pontos da sutura? Infecção de sítio cirúrgico. Complicações cirúrgicas 57 Quais as 3 categorias de infecção de sítio cirúrgico? 1. Infecção de sítio cirúrgico incisional superficial (pele e subcutâneo) 2. Infecção de sítio cirúrgico incisional profunda ( músculo/fascia) 3. Infecção de sítio cirúrgico incisional de órgão e cavidade (abcesso dentro de cavidade ou espaço de órgão) Qual o tratamento para as 3 categorias de infecção de sítio cirúrgico? 1. Infecção de sítio cirúrgico incisional superficial (pele e subcutâneo) *pús que escorre sobre a pele = Lavar, sondagem uretral, diluir com soro, não precisa de Antibiótico, drenar a ferida, usar antitérmico. 2. Infecção de sítio cirúrgico incisional profunda ( músculo) = Puncionando a ferida e aspirar o material, usar antibiótico (facultativo) 3. Infecção de sítio cirúrgico incisional de órgão e cavidade (abcesso dentro de cavidade ou espaço de órgão) = Abordar cirurgicamente, + antibiótico de amplo espectro. Hipertemia maligna Qual o quadro clínico da hipertemia maligna? Tremores, temperatura, 43-42° Qual o antídoto para a hipertemia maligna? Dantrolene Como tratar Hipertemia maligna? Parar a cirurgia, gelo dentro da cavidade abdominal, infusão de líquido frio Uso de dantrolene O que causa a hipertemia maligna? Funcionamento anômalo dos canais de cálcio, gerado especialmente pelo uso de anestésicos inalatórios Como saber se um paciente tem maior risco de desenvolver hipertemia maligna? Complicações cirúrgicas 58 Perguntando se ele tem muita mialgia (miosite) após os esforços físicos Cafeína gera dor Fasceíte necrotizante Qual agente etiológico da Fasceíte necrotizante? Clostridium perfringens Como tratar Fasceíte necrotizante? Desbridamento amplo, ampliando até o tecido sangrar. Não utilizar eletrocautério e sim a lâmina para realizar. Antibiótico de amplo espectro. Qual o quadro clínico da Fasceíte necrotizante? No 1° PO febre alta, presença de bolhas na ferida operatória, tecido necrótico e friável Flebite Qual o quadro clínico da flebite? Febre, inflamação no trajeto da veia. Quais os tipos e flebite? Mecânica/física - ocorre quando o endotélio da veia, válvula ou parede são lesados. Complicações cirúrgicas 59 Química - medicações que apresentam diferença osmóticas muito grande em relação ao sangue. Bacteriana - contaminação bacteriana na veia, com Gelco, por exemplo, não é necessário antibiótico e sim retirar o Gelco Atelectasia Qual o quadro clínico da atelectasia pós cirurgia? Imagem hipotransparente em lobomédio de pulmão direito O que pode causar a atelectasia pós cirurgia?*pesquisar Cirurgia em torax e abdome superior, podem forma um shunt, e isso pode gerar uma atelectasia. Problema aqui é perfusional Qual a principal causa de febre nas primeiras 24h pós operação em torax ou abdome superior? Atelectasia. Como tratar a atelectasia pós cirurgia? Antitérmico e hidratar, ventilação não invasiva. Deiscência de anastomose Qual o quadro clínico da Deiscência de anastomose? Febre e sinais de irritação peritonial Complicações cirúrgicas 60 O que pode causar a Deiscência de anastomose? Sutura contínua em anastomose. Como tratar a Deiscência de anastomose? Diante de peritonite sempre cirurgia. Eventração/deisência parcial O que é a Eventração/deisência parcial? Abriu a aponeurose a aponeurose e a pele está segurando as alças. Nessa situação líquido de cor salmão sai pela ferida operatória. Isso é uma emergência (abordar em até 6 horas) Complicações cirúrgicas 61 Evisceração/deiscência total Urgência cirúrgica. (rever)** Como proceder diante de uma evisceração Compressas úmidas sobre as alças e chamar o cirurgião Trombose Venosa Profunda Pacientes pós cirurgia pélvica podem desenvolver trombose venosa profunda Quais os fatores de risco que você identifica para gerar trombose venosa profunda? Estase, lesão endotelial e aumento da coagulação. Qual sinal cutâneo pode diferenciar a embolia gordurosa do tromboempolismo pulmonar? A presença de petequeias em tronco. Complicações cirúrgicas 62 Troembolismo pulmonar Problema perfusional. Qual o quadro clínico de Tromboembolismo pulmonar? desconforto respiratório, taquipneia, dessaturação, ausculta pulmonar normal no pós operatório de cirurgias de ossos longos Como tratar Troembolismo pulmonar? Anticoagulação plena Retirada do trombo Complicações cirúrgicas 63 Embolectomia Síndrome compartimental O que provoca a Síndrome compartimental abdominal? Em cirurgias de grande porte, cirurgias nas quais são infundidos muitos líquidos, as alças intestinais ficam edemaciadas, gerando o aumento da pressão abdominal. Qual a clínica da Síndrome compartimental abdominal? 1. Diurese reduzida - bexiga não consegue encher devido o aumento da pressão abdominal 2. Abdome distendido - devido o aumento da pressão 3. Pressão baixa - pouco sangue consegue retornar pela veia cava inferior gerando pressão baixa 4. Dificuldade de ventilar - diafragma é empurrado para cima por causa do aumento da pressão abdominal Como medir a pressão intrabdominal? Através da pressão na bexiga Graus 1(<10-15) e 2 (<16-25) = tratamento conservador Complicações cirúrgicas 64 Graus 3(<26-35) -4 (>36) = tratamento cirúrgico (peritoniostomia/bolsa de Bogotá)
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