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PREPARO DENTAL PREPARO NÃO ADESIVO - O padrão ouro em termo de preparo, considerando um cimento tradicional (fosfato de zinco ou ionômero de vidro ou até mesmo resinoso), toda a anatomia do dente que será responsável pela “fixação” da prótese. Atualmente surgiram cimentos capazes de promover adesão, os cimentos resinosos, a partir de então, a morfologia do preparo não teve muita relevância para a retenção e estabilidade das peças protéticas quando os cimentos resinosos são utilizados. REQUISITOS DOS PREPAROS: - Espessura do preparo: - Metalocerâmica: cinta metálica na lingual, na face vestibular é coberta por porcelana opaca e em seguida a cerâmica de superfície, maioria das vezes é a feldspática. Na região somente metálica (cinta metálica) é necessário de 0,5 mm de metal então o término será em chanferete, já na superfície oclusal e na cúspide de contenção cêntrica é necessário 1,5 mm. Ligas básicas conseguem uma boa resistência em menor espessura em relação às ligas nobres. Ligas básicas (1,3mm) Ligas nobres (1,5mm) Espessura do metal 0,3mm 0,5mm Espessura do opaco 0,2mm 02mm Espessura da cerâmica 0,7mm 0,7mm Espessura do alívio 0,1mm 0,1mm Para confecção de coroas de metalocerâmica mais claras (A1 ou B1), é necessária maior espessura de cerâmica em relação a uma mesma coroa protética mais escura. Isso porque em caso de dentes mais claros, é necessária maior caracterização devido as variações de cor e efeitos ópticos visíveis em dentes mais claros. Deve-se levar em consideração que esse maior desgaste necessário para melhor mimetizar os dentes claros é mais preconizado em região vestibular, já que a porção palatina não tem tanto impacto estético. Dentes escuros Dentes claros Espessura do metal 0,3mm 0,5mm Espessura do opaco 0,2mm 02mm Espessura da cerâmica 0,8mm 1,1mm Espessura do alívio 0,1mm 0,1mm - Porcelana pura: Há uma infinidade de porcelanas de variadas características. Nas cerâmicas puras de zircônia, o indicado é um preparo de 1,2 a 1,5mm nas paredes axiais; de 1,5 a 2mm das incisais e um término de pelo menos 1mm na cervical. O E-max® permite cerâmicas de 1 mm de desgaste, mas depende da coloração do remanescente. No preparo para facetas, o indicado era um preparo de 0,5mm, mas com E-max, dá para usar 0,3mm, por ser mais resistente e com variadas características ópticas. - Configuração Marginal: O objetivo básico de toda restauração cimentada é estar bem adaptada e com uma linha mínima de cimento. É onde se termina o preparo. Deve-se enxergar a mesma linha de término na vestibular/lingual em relação as proximais. Lâmina de faca: é o menos indicado porque não há uma definição real de término e a peça encaixada gera sobre- contorno. Possui como vantagens a fácil execução; boa adaptação marginal; preserva a estrutura dentária; adequada nos casos periodontais. E como desvantagens, definição marginal difícil, estética insatisfatória e presença de sobre- contorno. Chanfrado (1,2 de desgaste) / chanferete (0,5 de desgaste): Tem como vantagens, boa adaptação marginal; preserva e estrutura dentária; estética satisfatória; concentração mínima de estresse, escoamento facilitado do cimento. E possui como desvantagens, a execução dificultada (pode ficar em forma de U) e se chanferete, a estética é insatisfatória e difícil adaptação marginal. A retirada do término sem tirar a ponta gera uma aresta fina, gerando o bico de papagaio, deve-se ter de quando terminar o chanfrado, acertá-la para a borda não ficar embico de papagaio pois isso é difícil de ser reproduzido no modelo ou fundição. - Chanferete: A junção entre as paredes axial e gengival é feita por um segmento de círculo de pequenas dimensões, para acomodar somente metal. Feita pelas brocas 2214 e 3315 (brocas em forma de torpedo). Indicações: coroas totais metálicas e face lingual e metades linguo-proximais de coroas metalocerâmicas. - Chanfrado: A junção entre as paredes axial e gengiva é feita por um segmento de círculo com espessura suficiente para acomodar metal e cerâmica. Feitas pelas brocas 2215 e 3316 (forma de torpedo, mas com dimensões maiores). Indicações: face vestibular e metades vestíbulo-proximais de coroas metalocerâmicas; coroa metalocerâmica sem cinta metálica; áreas de proteção de cúspide vestibular e lingual de restaurações do tipo MOD (onlay). Vantagens: melhora o escoamento do cimento; facilita a adaptação da peça fundida; é mais conservador quando comparado ao ombro. Desvantagens: Desgaste mais acentuado da estrutura dentaria comparado ao chanferete Ombro: A parede axial do preparo forma um ângulo de 90º com a parede cervical 9ou seja, um ângulo reto). Utiliza- se as brocas 3098MF. Indicações: preparos para coroas cerâmicas (1,0 a 1,2 mm de espessura); preparos para coroa metalocerâmica com ombro em cerâmica. Tem como vantagens excelente definição marginal e estética concentração mínima de estresse (ombro arredondado) e adaptação ideal. Entretanto, tem como desvantagens, execução difícil, adaptação marginal regular e escoamento dificultado do cimento. Ombro biselado: Tem como vantagens retenção e estabilidade aumentadas e boa adaptação marginal. Porém, como desvantagens, é de difícil execução e estética insatisfatória. Era muito utilizado quando a liga de ouro era utilizada em metalocerâmicas para compensar a contração durante a queima da liga de ouro. Atualmente não é muito utilizado. - Retenção e estabilidade: É a capacidade da peça ficar em posição tanto quando submetido a forças em sentido axial (retenção) quanto quando submetido a forças laterais/oblíquas (estabilidade). A retenção depende basicamente do contato existente entre as superfícies internas da restauração e as superfícies externas do dente preparado. Esse contato entre a superfície interna da restauração e as superfícies externas do dente, se dá o nome de retenção friccional. Quanto mais paralelas as paredes do preparo maior é a retenção friccional. Não podemos deixar a parede totalmente paralela, pois o aumento exagerado da retenção friccional dificulta a cimentação da restauração pela resistência ao escoamento do cimento, impedindo o seu assentamento final, o que pode ocasionar desajuste oclusal e cervical da restauração. A inclinação ideal é aquela que no terço cervical, superfícies bem paralelas, com segunda inclinação no terço médio. A primeira inclinação de 2 a 5° e a segunda é de 5 a 10°. A primeira inclinação permite melhor embricamento da peça com o dente e a segunda inclinação, tem uma inclinação adequada para escoar o cimento. O preparo no terço cervical acompanha o longo eixo, ficando paralelo ao eixo de inserção, já o preparo da segunda inclinação se faz utilizando a inclinação natural da face. A estabilidade previne o deslocamento da restauração quando submetida as forças oblíquas, que podem provocar a rotação da restauração. Quando há incidência de forças laterais, como ocorre durante o ciclo mastigatório, ou quando há parafunção, a coroa tende a girar em torno de um fulcro, cujo raio forma um arco tangente nas paredes opostas do preparo. Isto faz com que o cimento seja submetido as forças de cisalhamento, que podem causar sua ruptura e, consequentemente, iniciar o processo de deslocamento da prótese. A região do preparo envolvida por esta linha tangente é denominada área de resistência do preparo ao deslocamento. Durante o preparo na face palatina/lingual da região anterior se erra demais, o cíngulo precisa ficar paralelo ao longo eixo. É uma face côncava, deve permanecer côncava. Normalmente remove-se as cristas marginais com a etapa de slice. Então, tem-se como critério: - Inclinação de 2 a 5° no terço cervical; - Inclinação de 5 a 10° no terço médio-oclusal; - Coroas clínicas longas permitem maiores inclinações; - Diagonal da altura maior que a diagonal da base. A primeira inclinação (do terço cervical) deve ficar entre2 a 5° em direção incisal porque isso determina uma área de retenção friccional para a prótese. Caso a coroa clínica seja longa, a primeira inclinação pode ser aumentada entre 5 a 10°. Já no terço oclusal, a inclinação deve ser de 5 a 10°, tendo como objetivo facilitar os procedimentos de colocação, remoção e adaptação das coroas provisórias e definitivas. Se seguirmos somente a primeira inclinação, haveria prejuízo no escoamento do cimento, espessura inadequada nos terços médio e oclusal e um possível comprometimento pulpar em região cervical devido ao desgaste. Se caso feito seguindo somente a segunda inclinação, haverá muita inclinação e desgaste, além do comprometimento da estabilidade da coroa. Inclinação X Paralelismo: Estudos indicam que inclinações de 10 a 20 graus são aceitáveis desde que o remanescente tenha 3mm de altura em dentes anteriores e 4mm em posteriores. Quando realizamos preparo, o trabalho é em duas inclinações, isso porque garante espessura favorável de material restaurador somado ao cimento e distância adequada ao tecido pulpar. Em casos de pacientes velhos, polpa atrésica, isso não tem tanta implicação. Coroas clínicas curtas devem apresentar paredes axiais bem próximas ao paralelismo para aumentar sua retenção. Outra possibilidade é a confecção de canaletas para aumento da retenção. Coroas clínicas longas podem ter o preparo com maior grau de inclinação, por conta de sua maior retenção. - Integridade pulpar: O potencial de irritação pulpar com esse tipo de preparo depende de vários fatores: calor gerado durante a técnica de preparo, qualidade das pontas diamantadas e da caneta de alta rotação, quantidade de dentina remanescente, permeabilidade dentinária, reação exotérmica dos materiais empregados (principalmente as resinas, quando utilizadas na confecção das coroas provisórias), e grau de infiltração marginal - Integridade periodontal: deve-se reparar o tecido periodontal comprometido e em seguida realizar as mensurações para verificar se o espaço é adequado para receber a restauração. A coroa protética não pode invadir o epitélio juncional e nem as fibras conjuntivas, podendo avançar somente 0,69mm referente ao sulco gengival livre. Do nível ósseo até a coroa protética, deve-se ter cerca de 3mm para acomodação do tecido gengival. Caso não seja possível, realizar cirurgias periodontais. É necessário um intervalo de tempo para recuperação periodontal do indivíduo. As cirurgias são feitas com a restauração provisória no local (para manter a gengiva em posição). Em dente posteriores, até 45 dias é o necessário para instalação da prótese definitiva, já em região anterior, indica-se um intervalo de 90 a 120 dias. O intervalo varia de acordo com o biótipo periodontal. PREPARO INTRASSULCULAR: Hoje tem-se falado bastante sobre evitar esta forma (preparo digital dificulta), como as restaurações atuais são mais estéticas e não metais são mais favoráveis. Faz-se este término por razões estéticas, com o objetivo de mascarar a cinta metálica de coroas metalocerâmicas; restaurações de amálgama ou resina composta em cavidades cujas paredes gengivais já se encontram no nível intrassulcular; presença de cáries ou fraturas que se estendam para dentro do sulco gengival; razões mecânicas, aplicadas geralmente aos dentes curtos, para a obtenção de maior área de dente preparado; já que a transição é a região mais crítica ao acúmulo de placa, levar preparo a região intrassulcular é uma forma de reduzir as chances de infiltração. Para estender o preparo deve-se inserir o fio retrator e prepara sobre ele, o problema é a chance de enroscar sobre o fio, o adequado é aguardar uns minutos e depois remover o fio. O preparo subgengival dentro dos níveis convencionais de 0,5 a 1 mm não traz problemas para o tecido gengival, desde que a adaptação, a forma, o contorno e o polimento da restauração estejam satisfatórios e o paciente consiga higienizar corretamente essa área (PEGORARO). Quando a parede do término invade o espaço biológico, pode ser feito o restabelecimento do espaço biológico a partir de cirurgia óssea ressectiva somado a gengivectomia ou extrusão ortodôntica ou cirúrgica. Espessura da gengiva: Quando fina dá para visualizar a cor do metal, cor roxa na cervical, mais chances de retração gengival quando comparado ao tecido espesso. TÉCNICA DA SILHUETA: Preparo a partir do dente hígido. Inicia-se com broca esférica 1014 e se faz o sulco cervical marginal (futuro término cervical). Em seguida, utiliza-se as brocas de torpedo (em formato de lança), definindo os sulcos longitudinais do terço cervical, além disso, o preparo com essa broca não deve superar o sulco cervical marginal. Caso a coroa seja somente metálica, aprofundar metade do diâmetro da bloca e se for metalocerâmica ou cerâmica pura, aprofundar 1 diâmetro da broca. Seguindo o sulco longitudinal inicial, realizamos os sulcos nas regiões das arestas das cúspides. Independente do material restaurador, deve-se aprofundar 1 diâmetro da broca por se tratar de área de esforço mastigatório. Após isso, utilizar broca 3203 ou 3200 para o slice nas proximais e completa com união dos sulcos. Metalocerâmicas em dentes de tamanho reduzido podem recorrer a união dos dois términos na próxima, com chanferete na lingual e chanfrado na face vestibular. Em seguida faz-se a união dos sulcos. Para verificação, olhar por oclusal, o término cervical deve estar visível e acompanhando em todas as faces. Se em algum lugar não estiver visível, deve-se corrigir a inclinação. Existe também a possibilidade de verificação da quantidade de desgaste através da matriz de silicone juntamente com sonda periodontal. Em seguida, é utilizada a broca 4138 para acentuar o término, pois é um pouco mais larga e de extremo arredondado. Isso porque quando se utiliza a metade da broca torpedo para realizar o chanfrado, temos 0,6mm de desgaste e para metalocerâmica é necessário mais desgaste e por isso a 4138 é mais indicada. Após finalizado o término pode-se utilizar cinzeis de acabamento, brocas multilaminadas e pontas de borrada para acabamento e melhor moldagem. Confecção de coroas provisórias: realizar coroas provisórias corretas, com espessura avaliada com o especímetro. Se o provisório não estiver correto não passar para a etapa de moldagem. TÉCNICA DA MATRIZ: Inicia-se pela moldagem e então enceramento, com avaliação estética, fonética e de oclusão. Com os movimentos mandibulares já verificados, se confecciona a matriz, divide-a em duas partes e coloca sobre os dentes preparados, avaliar a quantidade de desgaste/necessidade de alterar alguma inclinação ou término. Existe também a possibilidade de fazer a placa de acetato fazendo furos para medir a quantidade de desgaste. Observações: Em casos de dentes girovertidos, o eixo de inserção não é o mesmo do longo eixo do dente, tenta-se corrigir a anatomia de forma protética. O preparo fica diferente. Caso anterior: erro comum é não alinhar a linha de borda dos dentes adjacentes. Em casos anteriores, um erro comum é não alinhar a linha de borda incisiva dos dentes adjacentes. PREPAROS PARCIAIS: Existem preparos parciais que não requerem preparo geométrico pois se tem os preparos adesivos (devido as novas técnicas de adesão). Restauração indireta (INLAY) X Restauração direta: Em áreas mais extensas, as restaurações diretas apresentam problemas devido sua menor resistência ao desgaste e a contração de polimerização da resina. Casos únicos dão até para controlar a longo prazo, mas se for a maioria acaba comprometendo o trabalho e a saúde do dente, o que leva a pensar em uma restauração indireta. Indicações: cavidades amplas demais para restaurações diretas com RC. Quando a execução intra-oral dos procedimentos restauradores é impossível ou indesejável. Na presença de trincas e rachaduras na base de cúspides (especialmente cúspides funcionais.Essas trincas se abrem durante a oclusão gerando sensibilidade). (NÃO RECOBRIR) INLAY (RECOBRIR) ONLAY Margem a mais de 1mm da ponta de uma cúspide de contenção cêntrica Margem de 1mm da ponta de uma cúspide de contenção Margem a mais de 0,5mm da ponta de cúspides de não contenção cêntrica Margem próxima à ponta de cúspide de não-contenção cêntrica. ONLAY- Margens oclusais passando por pontas de cúspides. São indicadas quando uma cúspide tiver menos de 2mm de estrutura dental remanescente (figura a demonstra fratura se for utilizada inlays nesses casos); quando a margem oclusal estiver localizada na ponta de cúspide (figura b); dentes com tratamento endodôntico sem as cristas marginais para realizar proteção de cúspide contra fratura. Uma outra indicação, seria em dentes onde se era indicado núcleos de preenchimento para posterior confecção de inlays, atualmente o indicado é desgastar de vez ao invés do núcleo de preenchimento. Tipos de término em onlay: platô, reto; ombro arredondado; chanfro profundo; chanfro côncavo. Na presença de uma caixa proximal em que se precisa de proteção de cúspide, um ombro arredondado tem melhor desempenho na distribuição de forças. Corrosão da metalocerâmica: gengiva só espessa que vai mascarar As características finais do preparo tanto para inlay quanto para onlay devem ser: Ângulos internos arredondados, margens bem delimitadas, angulo cavossuperficial de 90° com a superfície do dente, espessura da cerâmica de 1,5 a 2mm, Ausência de esmalte sem suporte, paredes resistentes, expulsividade de 8 a 15°, término em ombro com 1,5 mm acompanhado de arredondamento do ângulo formado com a parede axial. INLAY- Os critérios a serem seguidos na confecção de inlay são: Profundidade de 2 mm. Istmo de 2 mm Ângulo cavo superficial 90° nítidos e sem bisel Ângulos internos arredondados Inclinação de 8 a 15° Margens em estrutura dental sadia e preferencialmente em esmalte; Parede cervical plana. A broca 2121 ou 3131 possui o formato adequado da caixa oclusal, permitindo as características adequadas. O problema é quando a caixa oclusal é maior que a broca, devendo pegar outra broca maior para já ganhar a correta inclinação das paredes. As caixas proximais devem possuir paredes expulsivas em aproximadamente 8 a 15°, ângulos internos arredondados, ângulos cavossuperficiais nítidos e sem bisel, margens em estrutura dental sadia e preferencialmente em esmalte, parede cervical plana. Não se deve aprofundar a caixa com o desgaste de cúspide, devido a presença do corno pulpar. É importante que o preparo não apresente qualquer terminação biselada, pois espessura fina pode levar fraturas, o acabamento pode ser feito com a ponta de lápis.
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