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Sepse: definição, diagnóstico e tratamento

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Sepse: definida como uma disfunção orgânica, 
ameaçadora a vida, causada por uma resposta 
desregulada do organismo à infecção. 
Infecção → sepse → choque séptico (é uma 
sepse que precisa de vasopressores, associado a 
hiperlactatemia) 
Sepse: infecção + disfunção orgânica 
Choque séptico: vasopressor para manter PAM > 
65mmHg + lactato > 2mmol/L 
 
• qSOFA: 
PAS < 100mmHg 
Alteração do estado mental 
Taquipneia > 22 ipm 
>2 pontos = critério de alto risco para sepse 
Obs: qSOFA não é suficiente para fazer 
diagnóstico de sepse 
• tratamento da sepse: - intervenções na 1ª 
hora: 
1) medir o lactato 
2) colher culturas 
3) administrar antibioticoterapia 
4) administrar cristaloides 20ml/kg 
5) vasopressores para PAM > 65mmHg 
 Lactato: 
É marcador de hipoperfusão tecidual → usado 
como marcador prognóstico na sepse → alvo 
terapêutico 
< 2mmol/L ou queda de 20% em 2-6h 
 Culturas: 
Não atrasar a antibioticoterapia 
Foco suspeito + hemocultura 
Exames complementares → sempre fazer = para 
identificar o foco mais provável 
 Antibioticoterapia: 
Administrar antibiótico em amplo espectro → 
dentro de 1h 
Retirar o foco infeccioso 
Descalonar antibioticoterapia 
 Volume: 
Administrar 30ml/kg 
Volume de escolha: cristaloides balanceados = 
ringh lactato 
 Vasopressores: 
Droga de escolha: noradrenalina 
Objetivo: manter a PAM > 65mmHg 
• Inotrópicos: 
Quando iniciar em paciente com sepse → com 
choque séptico: 
Quando houverem sinais de hipoperfusão, apesar 
de volemia e PAM adequados 
Se paciente tiver disfunção miocárdica 
• Corticoide: 
Fazer quando o paciente persiste com choque 
refratário; → aplicar hidrocortisona 200mg/d de 
6/6h 
• Transfusão: 
Fazer quando hemoglobina < 7g/L 
 
SEPSE NEONATAL 
Sepse: infecção sistêmica que ocorro no recém-
nascido (primeiros 28 dias) 
➔ Sepse precoce: 1ª semana de vida / 
primeiras 48h 
➔ Sepse tardia: após 1ª semana de vida/ 
após 48h 
• Etiologia – sepse precoce: 
Infecção intra-útero – passagem canal de parto 
Principais agentes envolvidos: 
Gram negativos: Streptococcus agalactiae; 
Escherichia coli; Listeria monocytogenes 
• Etiologia – sepse neonatal tardia: 
Infecção hospitalar 
Procedimentos invasivos em UTI (ex: infecções de 
cateter de longa permanência) 
Bactérias envolvidas – em geral: Gram positivos: 
Staphylococcus aureus; Enterococcus; Fungos 
(cândida) 
• Diagnóstico de sepse neonatal precoce: 
Diagnóstico difícil baseado em: 
-fatores de risco maternos e neonatais 
-manifestações clínicas do recém-nascido 
-exames laboratoriais 
Diagnóstico clínico de sepse: 
-ao menos 3 sinais clínicos de sepse 
-ao menos 2 sinais clínicos de sepse + fatores de 
risco maternos para sepse 
→ Fatores de risco para sepse neonatal precoce: 
-Maternos: 
 febre materna > 37,5ºC 
Infecção urinária no parto 
Colonização por Streptococcus agalactiae 
Ruptura de membranas ovulares > 18h 
Infecção do trato genital (leucorreia, herpes) 
Coriamnionite (febre materna >38oC + 2 dos 
quadros: hipotonia uterina; líquido amniótico 
purulento ou fétido; leucocitose materna > 
20.000/mm3; taquicardia materna > 100bpm; 
taquicardia fetal >160bpm) 
-Neonatais: 
Taquicardia fetal > 180 bpm 
Prematuridade 
Apgar 5º minuto < 7 
Sexo masculino 
Primeiro gemelar 
• Manifestações clínicas de SEPSE: 
Instabilidade térmica 
Dificuldade respiratória 
Hipotonia ou convulsões 
Irritabilidade ou letargia 
Recusa alimentar, vômitos, distensão abdominal 
Icterícia idiopática (bilirrubina direta) 
Palidez cutânea 
Sinais de sangramento (petéquias ou púrpuras) 
• Exames laboratoriais: 
Hemocultura (padrão ouro de diagnóstico da 
sepse) → deve ser colhida de uma veia periférica 
Hemograma completo: 
-leucocitose ( > 25 000/mm3) → pode ocorrer 
também em caso de asfixia; febre materna; 
estresse no trabalho de parto; 
-leucopenia ( < 5000/mm3) → pode ocorrer em 
caso de asfixia perinatal, hipertensão materna, 
HPV; 
-neutropenia (< 1500/mm3) → critério específico 
de sepse (indica até a gravidade) 
-relação neutrófilos imaturos/totais → >0,2 
-trombocitopenia → < 100.000/mm3 plaquetas 
(achado mais tardio – reflete gravidade) 
Proteína C reativa → pode ser usada para 
acompanhamento do paciente com SEPSE → 
durante o tratamento = é esperado que a PCR 
caia 
Obs: procalcitonina = é mais sensível ainda que a 
PCR 
 Obs: casos específicos de certos exames 
laboratoriais 
-Líquor: só deve ser colhido em RN sintomático, 
com indicação de antibioticoterapia, que esteja 
em boas condições clínicas, que permitam a 
colheta do líquor 
-Urocultura: muito difícil de ser colhida em RN = 
em geral, precisa de punção suprapubica. → 
colher só em RN sintomático, com diagnóstico 
pré-natal de mal-formação do trato urinário 
-Cultura de aspirado traqueal: só colher se o RN 
tiver sido entubado ao nascimento; → nas 
primeiras 8h de vida em RN com IOT desde o 
nascimento, na suspeita de pneumonia congênita 
• Tratamento da SNNP: 
Cobertura de Streptococcus agalactiae e gram 
negativos: 
Usar: penicilina cristalina + amicacina ou 
Ampicilina + gentamicina 
Por 7-10 dias 
Obs: além do antibiótico, é necessário = medidas 
de suporte → O2, ventilação mecânica invasiva; 
controlar temperatura, PA, saturação, FR, 
glicemia, adequado suporte nutricional 
❖ Sepse neonatal tardia: 
-Responsável por mais de 45% dos óbitos em RN 
após a 2ª semana de vida 
-Mortalidade de 20-80% 
• Fatores de risco de SNNT: 
-prematuridade (RNP extremo – abaixo de 29 
semanas e 6 dias) e (extremo baixo peso – abaixo 
de 1000g) 
-uso de antibiótico de amplo espectro 
-longa permanência hospitalar 
-duração prolongada de ventilação mecânica 
-nutrição parenteral prolongada 
• Diagnóstico SNNT: 
-Manifestações clínicas inespecíficas 
-Exames laboratoriais (neutropenia = marcador 
mais fidedigno de sepse) 
Obs: realizar cultura de todos os dispositivos 
invasivos 
Obrigatória coleta de líquor 
• Tratamento SNNT: 
Direcionado para o perfil de resistência das 
bactérias hospitalares: Gram positivos e Gram 
negativos 
-se o hospital tem S. aureus meticilinorresistente 
(MRSA) = optar pela vancomicina 
-Gram negativos: Cefotaxima e cefepime 
-Fungos: anfototericina B 
Tratamento: por 7-10 dias 
Em caso de meningite: 14-21 dias 
▪ Posologia: 
Penicilina cristalina → 200. 000 UI/Kg/dia 12/12h 
Ampicilina → 25 a 50mg/kg/dose 12/12h 
Amicacina → 18mg/kg/dose 48/48h 
Gentamicina → 5mg/kg/dose 48/48h

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