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A SÉRIE BRANCA HEMATOLOGIA 2 Eduardo Siqueira Linfomas Origem: Célula linfoide → Pré-T→ Amadu- recimento no TIMO → Linfócito T e Pré-B → Linfócito B. Qual é a diferença de leucemia ≠ linfoma? Tumor de origem na MO → Leucemia Tumor de origem nos tecidos → Linfoma Mas, nada impede que um invada o local de origem do outro. Tecido linfoide: linfonodo; tonsilas; baço; timo; tecido MALT A origem do linfoma pode acometer qual- quer parte do tecido, mas o mais comum é de origem de linfonodo. Obs: H.pylori leva a formação de MALT no estômago → se displasia → linfoma. Estrutura Linfonodal Temos a região Linfática Aferente → drena- gem → região Linfática Eferente (saída). 3 grandes regiões: - Córtex: mais rica em linfócitos B - Paracortical: mais rica em linfócitos T - Medula: mais rica em Plasmócitos Quando pegamos esse folículo linfático, ele possui 3 camadas: 1ª: Zona Marginal (+ externa) 2ª: Zona do Manto 3ª: Centro Germinativo O linfócito virgem (não teve sensibilização alguma) ele penetra no folículo → se desen- volve → centro germinativo → Centroblasto (célula jovem) → Centrócito (célula quase ma- dura - já consegue reconhecer antígenos) → sai e vai pra zona marginal → Linfócito B de Memória (célula adulta) → Linfócito T (ordena) → Linfócito B ataca as células estranhas, e recebe o nome de Plasmócito. Mieloma → tumor dos plasmócitos Linfomas → acomete algum dos momentos citados acima. Visão Geral Neoplasias de linfócitos B e T // Células NK (raro, mas participa também). Os linfócitos B são os mais comuns. Quanto linfócito T apare- ce tende a ser mais grave, mas é mais raro. Clínica Linfonodomegalia não dolorosa (principalmente em cervical e supraclavicular) Sintomas B (febre > 38ºC / Sudorese noturna / ↓ Peso > 10% em 6 meses) 1 A SÉRIE BRANCA HEMATOLOGIA 2 Eduardo Siqueira LH em 35% e LNH em 40% Acometimento extra-nodal (medula, TGI e fígado) Fadiga, prurido (neoplasias que cursam com eosinofilia) Eosinofilia, quilotórax. 2 tipos: Hodgkin x Não Hodgkin Diagnóstico Para a confirmação você precisa de grande quantidade de tecido, pois é o melhor jeito para saber ao certo o que tá acontecendo. Método adequado - Padrão-ouro: - Biópsia excisional: tentando sempre manter todo o tecido intacto na hora da reti- rada. Indicações: - > 2 cm - Supraclavicular ou escalênico - Crescimento progressivo (acima de 4 a 6, com aumento de tamanho) - Linfonodo aderido a planos profundos (não é móvel) → endurecido e aderido. Agora, você sabe o diagnóstico do seu pa- ciente, mas em qual estágio essa doença está? R: Estadiamento. Estadiamento de Ann-Arbor Modificado Estágio 1-2: QT + Radioterapia Estágio 3-4: Quimioterapia Não respondeu ou recidivas: Transplante de MO. Prognóstico pior: - Idade > 60a - Aumento de LDH (lactato desidrogenas- se) - Aumento de sintomas B - Acometimento extranodal Linfoma de Hodgkin Origem: linfócito B É uma célula que não se dividiu por com- pleto, tendo dificuldade de completar sua divi- são celular. HODGKIN NÃO-HODGKIN Centralizado Periférico Acometimento por contiguidade Acometimento via hematogênica Mediastino Epitroclear Obs: Pode acometer mediastino também. Extranodal é raro Extranodal comum Dor no linfonodo com ingestão de álcool Sintomas B + frequentes Prurido / Eosinofilia Prurido discreto Febre Pel-Ebstein (irregular) Febre contínua Jovens (Prognóstico melhor) Idoso (Prognóstico pior) DOENÇA LOCALIZADA Estágio 1 Estágio 2 1 cadeia ou estrutura linfoide (Baço, Timo) ≥ 2 cadeias no mesmo lado do diafragma DOENÇA AVANÇADA Estágio 3 Estágio 4 Ambos os lados do diafragma. IIIa: andar superior IIIb: andar inferior Acometimento extra-nodal Obs: Se pegar baço não é estágio 4, porque bar também é tecido linfoide. - Sem sintomas B = coloco a letra A de- pois do estágio. - Com sintomas B = coloco a letra B de- pois do estágio. 2 A SÉRIE BRANCA HEMATOLOGIA 2 Eduardo Siqueira Distribuição bimodal: mais comum em ho- mem branco. Mulheres de 20 a 30 anos e homens com mais de 50 anos. Clínica Quadro clássico: adenomegalia cervical ou supraclavicular ou mediastinal. Febre de Pel-Ebstein (dias sem febre e dias com febre) Dor após ingestão alcóolica Queixa de prurido intenso. Diagnóstico Tumor de linfócitos B Leucocitose neutrofílica Linfopenia Eosinofilia Trombocitose Síndrome nefrótica = lesão mínima. Diagnóstico - biópsia: - Célula Reed-Sternberg (RS) - Olhos de Coruja. - Não é patognomônico!! Pode aparecer também na Mononucleose infecciosa e Carcinomas e Sarcomas. - Para saber se é linfoma: ao redor da cé- lulas RS há vários linfócitos ativos → Pano de fundo reacional (histiócitos, plasmócitos, eosinófilo). Então para o diagnóstico precisa identificar as células RS e identificar as células relacio- nais em sua volta. São CD15 e CD30+ → marcadores de lin- fócitos B. Obs: A biópsia deve ser excisional para ter o pano de fundo ao redor da célula de RS. Subtipos Tratamento Apesar de um quadro de maior acometi- mento (estágio 4) tem altas taxas de curas. Cura geral em 60-95% - Doença localizada I e II: QT (ABVD) + radioterapia (chance de cura de 80% a 90%) - Doença avançada III e IV: faz só QT (chance de cura de 60%). - Recidiva: QT + Transplante de MO. Linfoma Não-Hodgkin É um linfoma mais comum, dessa forma, acomete mais células. Linfoma B difuso de grandes células. Origem: Linfócito B e T; Células NK. LH Clássico (CD15 e CD30) 1º Esclerose Nodular (65%) - Mais comum em mu- lheres 2º Celularidade Mista (25%) - É mais comum com HIV/EBV - Misto devido ao per- centual equilibrado entre células RS e linfócitos. 3º Rico em linfócitos - Melhor prognóstico - Muito linfócito para pouca célula RS 4º Depleção Linfocitária - Pior prognóstico - Acomete mais idosos - Menos linfócitos reati- vos, mas células tu- morais. LH com predomínio linfocitário (CD20) Bastante raro 3 Células em “Olhos de Coruja” A SÉRIE BRANCA HEMATOLOGIA 2 Eduardo Siqueira Quanto os subtipos, aqui possui > 20 subti- pos. Só que não estuda seus subtipos na sua totalidade, mas sim, estuda o subtipo por comportamento, chamado de paradoxo prog- nóstico. Paradoxo Prognóstico “Vive muito, cura pouco” “Vive pouco, cura muito” Subtipos Indolente (sobrevida-anos): a taxa de cura é baixa → Paliativo. - Linfoma B Folicular: 2º + comum; idosas; diagnóstico tardio. Curso insidioso: sobrevi- da mediada em anos. Doença diagnostica- do em fase disseminada, III e IV, em 80% dos casos. - Tratamento: É paliativo, exceto nos 20% encontrados em estágio I e II (nesses pode ser tentado radioterapia). Obs: Os quimioterápicos agem melhor em células que se dividem rapidamente, como o linfoma indolente tem divisão celular lenta o tratamento tem pouco efeito. Agressivo (sobrevida-meses): a taxa de cura é menor de 40 a 60%. - Linfoma Difuso de Grandes Células B: + comum, idoso. É o mais prevalente. Curso rápido (grandes massas): sobrevida em meses. Diagnosticado em fase de doença localizada I e II em 50% dos casos. Trata- mento: QT curativo (40-60% de cura). Altamente agressivo (sobrevida-semanas) taxa de cura de 50 a 80%. - Linfoma Burkitt: - Linfoma Linfoblástico Pré-T: crianças Curso muito rápido (grandes massas): so- brevida em semanas se não curar. Tratamento: QT curativo (30-80% de cura). Para qualquer QT: - Ondasetrona para náuseas e vômitos - Atenção para mielotoxicidade com pos- sibilidade de neutropenia. - Realizar ECO pré-quimioterapia para avaliar possível cardiotoxicidade durante o tratamento. - Por fim, 48 horas após o tratamento fa- remos hidratação intravenosavigorosa - Alopurinol para evitar efeitos da Lise tu- moral. Lembra da anatomia do linfonodo? Córtex (Linfócitos B) ↓ Centroblastos (Linfoma Difuso de Grandes Células B) ↓ Centrócitos (Linfoma Folicular) ↓ Plasmócitos 4
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