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AULA 09 – Direito ADMINISTRATIVO CURSO: Ministério Público Estadual Estagiando Direito @estagiando_direito_ 2 Considerações iniciais Vamos iniciar a nossa aula dessa matéria maravilhosa que é o Direito Administrativo falando sobre a parte II de III no total referente aos agentes públicos. Depois dessa breve apresentação, vamos começar a colocar a mão na massa. Agentes públicos iI Estágio Probatório O estágio probatório é o procedimento por meio do qual o servidor será avaliado quanto à aptidão para o exercício das atribuições do cargo no qual foi investido. A avaliação tem duração de três anos de efetivo exercício do servidor. Durante o estágio probatório, o servidor poderá ser exonerado ou demitido independentemente das hipóteses do art. 41 da CF. Entretanto, deve-se garantir a ampla defesa e o contraditório. O servidor público em estágio probatório também não está protegido da extinção do cargo que, uma vez extinto, acarretará a exoneração do servidor não estável. O servidor estável será colocado em disponibilidade nesta hipótese. CF- Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. Provimento e vacância Provimento Provimento é um ato administrativo que objetiva preencher os cargos e empregos públicos vagos. As espécies de provimento em âmbito federal estão previstas no art. 8º da lei 8.112/90. Existem duas formas de provimento: · Provimento originário: é o ingresso de uma pessoa no cargo ou emprego público, sem que possuísse qualquer relação jurídica anterior com o cargo que está sendo ocupado. Inicia-se uma nova relação com o titular do cargo ou emprego público. · Provimento derivado: é o ato administrativo que movimenta o agente público que já possui vínculo jurídico relativamente ao cargo. O provimento derivado pode ocorrer nas seguintes hipóteses: promoção, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução. · Promoção: é o movimento em que o servidor público é deslocado de um cargo de classe inferior de uma carreira para o cargo de classe imediatamente superior da mesma carreira; · Readaptação: é o aproveitamento do servidor público efetivo que sofreu limitação física ou mental em outro cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido, desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem. · Reversão: é o retorno do servidor público aposentado ao mesmo cargo que ocupava ou em cargo resultante de sua transformação. A reversão pode ocorrer em duas hipóteses: · quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria por invalidez. · a pedido, no interesse da Administração, se preenchidos os seguintes requisitos: · a) solicitação do servidor; · b) a aposentadoria tenha sido voluntária; · c) servidor estável quando em atividade; · d) pedido em até cinco anos após a aposentadoria; · e) haja cargo vago. · Aproveitamento: é o retorno de servidor em disponibilidade à atividade em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. · Reintegração: trata-se de retorno do servidor público ao cargo de origem após a declaração de ilegalidade da sua demissão, com ressarcimento da remuneração e vantagens não percebidas. · Recondução: é o retorno do servidor estável ao cargo de origem em duas hipóteses: · em razão da inabilitação em estágio probatório relativamente a outro cargo; ou · quando ocorrer a reintegração de servidor ao cargo que ocupava. Vacância A vacância é a ausência de ocupação de determinado cargo público. Por isso se diz que o cargo está vago. As situações que ensejam vacância são resumidas no art. 33 da lei 8.112/90: a) exoneração; b) demissão; c) promoção; d) readaptação; e) aposentadoria; f) posse em outro cargo inacumulável; g) falecimento. Não se pode confundir exoneração e demissão. Ambos os institutos rompem o vínculo jurídico do servidor com a Administração Pública. Entretanto, a demissão possui, em regra, caráter de punição ao servidor que cometeu algum ilícito. Por outro lado, a exoneração, regra geral, é um ato voluntário do servidor, que decide se desligar do cargo ocupado. Estabilidade e Perda do Cargo A estabilidade é uma prerrogativa constitucional (art. 41, CF) dos servidores públicos, ocupantes de cargo público efetivo, de permanência no serviço público, somente podendo perder o cargo nas hipóteses previstas na Constituição Federal e regulamentadas na lei. A estabilidade alcança apenas os servidores públicos EFETIVOS ESTATUTÁRIOS. O art. 41, caput, da CF, como foi visto acima, estabelece que apenas podem adquirir a estabilidade os servidores nomeados para “cargo de provimento efetivo”. Logo, não podem alcançar a estabilidade os ocupantes de cargo de provimento em comissão, nem os empregados públicos, em regra. · Requisitos para obter a estabilidade: · O art. 41 da CF estabelece os seguintes requisitos para alcançar a estabilidade: · I) 03 (três) anos de efetivo exercício; · II) Avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. Não basta a ocupação do cargo pelo prazo de três anos. Este período exigido deve ser de efetivo exercício das atribuições. Assim, os afastamentos e as licenças em geral acarretarão a prorrogação do estágio probatório pelo mesmo prazo (ex.: licença médica). No entanto, os afastamentos e as licenças aplicáveis a todos os servidores, tal como as férias, serão computados como efetivo exercício para o estágio probatório. · Hipóteses de demissão e exoneração do servidor estável: · O art. 41, §1º, da CF prevê três hipóteses em que o servidor público estável poderá perder o cargo. Além disso, há uma quarta hipótese prevista no art. 169, §4º, da CF: · a) Sentença judicial transitada em julgado; · b) Processo administrativo; · c) Insuficiência de desempenho, mediante procedimento de avaliação periódica, na forma da lei complementar; · d) Excesso de gasto orçamentário com despesa de pessoal (art. 169, §4º, CF). Vitaliciedade e remuneração A vitaliciedade é a garantia de permanência no serviço público, somente podendo perder o cargo nas hipóteses previstas na Constituição Federal. É uma garantia mais forte do que a conferida pela estabilidade, tendo em vista a redução das hipóteses de demissão no servidor vitalício. A vitaliciedade beneficia apenas os ocupantes dos cargos especificamente definidos na Constituição, que prevê a vitaliciedade para os seguintes cargos públicos: · Ministros e Conselheiros dos Tribunais de Contas (art. 73, §3º); · Magistrados (art. 95, inciso I); · Membros do Ministério Público (art. 128, §5º, I). São cargos públicos com maior importância e responsabilidade, que dependem ainda de uma maior autonomia funcional dos ocupantes no exercício de suas atribuições. Além de ser uma prerrogativa ao servidor, é uma garantia conferida ao administrado, que garante a atuação com maior independência do servidor público. Em regra, oservidor público somente se tornará vitalício após o prazo definido pela Constituição para avaliação de sua aptidão para o cargo (2 anos), em procedimento semelhante ao estágio probatório. Entretanto, alguns servidores públicos receberão a vitaliciedade automaticamente a partir da investidura no cargo, tal como o advogado que ingressa no cargo de Desembargador pelo quinto constitucional, o Ministro do STF e do STJ, os Membros do Tribunal de Contas etc. · A demissão do servidor vitalício somente pode ocorrer por meio de sentença judicial transitada em julgado. Remuneração É possível verificar dois sistemas remuneratórios dos servidores públicos existentes na Constituição Federal: · Vencimentos ou remuneração: integrado pelo vencimento básico (padrão remuneratório) do servidor público acrescido pelas vantagens pessoais pecuniárias permanentes do cargo (gratificações, adicionais etc.). Logo, a expressão vencimentos (no plural) contém o vencimento base (singular) e as vantagens pecuniárias. · Subsídio: é formado por uma parcela única, fixada em lei, sendo vedada a percepção de outras vantagens pecuniárias, ressalvadas as parcelas definidas em lei como verbas indenizatórias.
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