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Tornozelo e Pé Propedêutica Ortopédica Referência: Exame Físico em Ortopedia Maria Luíza Lacerda – 12/05/22 introdução • Queixas principais = deformidades, alterações da marcha e dor • Deformidades são agravadas pela fadiga, idade, traumatismos, calçados inadequados ou tratamentos frustrados • Doenças locais ou gerais que acometem secundariamente os sistemas osteoarticular, vascular e nervoso história clínica • Determinação exata das estruturas anatômicas envolvidas na gênese da dor • Identificação = sexo, idade, ocupação e atividades costumeiras (trabalho e lazer) • Preferências/necessidades profissionais quanto ao uso de calçados especiais • Questionário sobre a queixa o Forma e tempo de aparecimento o Evolução o Relação com doenças prévias ou familiares o Data do aparecimento o Duração o Velocidade da progressão o Mudanças de intensidade durante o dia o Relação com algum traumatismo o Uso de calçados o Tipo de atividade desenvolvida o Hora preferencial do aparecimento da dor • Fenômenos secundários = edema, eritema, rigidez articular, fraqueza, instabilidade anatomia • Dorso do pé = face superior • Planta do pé = face inferior • Borda medial = bora tibial • Borda lateral = borda fibular • Planos anatômicos o Sagital = divide o pé nas metades medial e lateral o Frontal = divide o pé nas porções anterior e posterior o Transversal = divide o pé nas porções superior e inferior • Movimentos o Flexão plantar e dorsiflexão (plano transversal) o Inversão e eversão (plano frontal) o Adução e abdução (plano sagital) o Supinação e pronação (3 planos) ▪ Supinação = adução + inversão + flexão ▪ Pronação = abdução + eversão + extensão Exame físico • Inspeção estática • Inspeção dinâmica • Palpação de partes moles • Palpação óssea • Exame neurológico • Testes especiais Exame do Pé Sem Carga • Avaliar as relações do pé entre si e do conjunto com a perna o Paciente sentado com as pernas pendentes para fora da mesa de exame o Sistemática e comparando os dois lados • Mensurações angulares e mobilidade articular o Inspeção o Palpação o Manipulação = provas específicas para o segmento examinado Exame das Estruturas de Superfície Tegumento (dorsal e plantar) = alterações da pele, tecido subcutâneo e fáscias profundas subjacentes • Alterações vasculares e tróficas • Rachaduras na pele (ragádias), calosidades e cornos cutâneos o Calos simples o Verrugas plantares Sensibilidade Cutânea = raízes L4, L5 e S1 Suprimento Sanguíneo • Palpação dos pulsos periféricos (artéria pediosa e artéria tibial superior) • Perfusão dos tecidos periféricos • Vitalidade dos fâneros da pele Exame das Estruturas Profundas Tornozelo • Presença de edemas • Posição dos maléolos tibial e fibular e relação deles com o pé o Tibial = mais alto e anteriorizado que o fibular • Ponto médio intermaleolar o Eixo longitudinal até a tuberosidade anterior da tíbia (com relação à perna) ▪ Deslocado para dentro → marcha de periquito ▪ Deslocado para fora → marcha de Carlitos o Em linha com o II metatarso (com relação ao pé) ▪ Deslocado internamente → pé aduzido (metatarsos varos congênitos) ▪ Deslocado externamente → pé abduzido (pés valgos) • Amplitude de movimentos normal o Flexão plantar = 45° o Dorsiflexão = 25° → testada com o joelho fletido e estendido para avaliar possíveis encurtamentos Complexos Articulares • Articulação de Chopart • Articulação de Lisfrane Articulações Interfalângicas • Deformidades clássicas dos dedos o “dedo em martelo” = hiperextensão das MTF e IFD + flexão das IFP o “dedo em garra” = hiperflexão das IIFF o “dedo em taco de golfe” = hiperflexão das IFD • Fórmulas digitais mais comuns o Pé egípcio = 1>2>3>4>5 o Pé grego = 1<2>3>4>5 o Pé quadrado = 1=2>3>4>5 Avaliação Global dos MMII • Sistemática de Staheli • Paciente em decúbito ventral e joelhos fletidos a 90° o Estabilizar a bacia com uma das mãos e com a outra realizar as rotações interna e externa do quadril ▪ Exagero da RI indica aumento da anteversão do colo femoral ▪ Exagero da RE indica redução da anteversão do colo femoral ▪ Ausência/redução das rotações indica doença articular do quadril o Palpar os maléolos tibial e fibular o Traçar eixos imaginários da planta do pé e da coxa o O eixo da imagem plantar corta o calcanhar e atinge o 2° interdígito ou o 3° dedo ▪ Se passa mais lateralmente indica adução do antepé ▪ Se passa medialmente indica abdução do antepé Figura 13.13 Método de Staheli para avaliação dos membros inferiores. A) Com o examinando em decúbito ventral e o joelho do membro a ser examinado fletido a 90°, utiliza-se a perna como “braço” de goniômetro a fim de se avaliar o grau de rotação interna (RI) e rotação externa (RE) do quadril. B) O ângulo coxa-pé (ACP) é medido entre os eixos imaginários da perna e do pé. C) A palpação dos maléolos tibial e fibular permite imaginar uma linha que os une – eixo bimaleolar (EBM). O eixo que corta ao meio o oval do calcanhar deve situar-se entre o segundo e o terceiro artelho (índice oval – IO). Exame do Pé Com Carga Estático = observação do paciente em ortostase • Posição relativa dos maléolos tibial e fibular • Relações do retropé com o médio e antepé • Arqueamento das tíbias • Forma da superfície plantar e distribuição do peso do corpo o Gradação de Valente = gradação do pé plano/cavo pela imagem plantar (eixo que divide o calcanhar na metade) Dinâmico = observação da marcha Manobras e Testes • Teste da gaveta anterior do tornozelo o Avaliação da integridade do ligamento fibulotalar anterior e da porção anterolateral da cápsula articular o Paciente sentado com os pés pendentes o Apoiar uma das mãos na face anterior da tíbia logo acima do tornozelo o Tracionar anteriormente o calcâneo, fazendo comparação contralateral o Resultado positivo = deslocamento anterior e surgimento de uma zona de depressão na face anterolateral do tornozelo → sinal do vácuo = lesão das estruturas • Teste de Jack (hiperextensão passiva do hálux) o Avaliação da liberdade de movimentos da articulação subtalar, integridade do tendão flexor longo do hálux e sincronização autônoma entre as musculaturas o Paciente em ortostase bipodálica o Provocar com o polegar a extensão passiva da articulação MTF do hálux o Resultados ▪ Positivo = varização, surgimento da abóbada do pé e rotação externa da perna → pé normal ▪ Negativo = indica doenças articulares, tendíneas ou neuromusculares • Teste da ponta dos pés o Avaliação da integridade dos tendões calcâneo e tibial posterior o Paciente em ortostase bipodálica o Solicitar ao paciente para que se coloque nas pontas dos pés o Resultados: ▪ Positivo = há elevação suave e simétrica dos calcanhares e varização progressiva do retropé ao aumentar a elevação em relação ao solo → pé normal ▪ Negativo = não ocorre varização normal do retropé → bloqueio do movimento da articulação subtalar • Teste de Thompson (teste de Simmonds) o Avaliação da integridade do tendão de Aquiles (tricipital) o Paciente em decúbito ventral e joelhos fletidos a 90° o Aplicar compressão manual na panturrilha o Resultados: ▪ Negativo = pé sofre flexão plantar → estruturas íntegras ▪ Positivo = não há movimento do pé → ruptura completa das estruturas
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