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PRINCIPIOS DA ADMINISTRACAO PUB - ATF1

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 Direito Administrativo 1/214 
 Prof. Josenildo Santos 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA RECOMENDADA..................................................................... 3 
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA...............................................................4 
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................................. 14 
SERVIÇO PÚBLICO ................................................................................................. 25 
ATO ADMINISTRATIVO ........................................................................................... 30 
ÓRGÃOS PÚBLICOS ................................................................................................ 38 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA ...................................................... 40 
AGÊNCIAS, SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS, OS E OSCIP ...................................... 53 
BENS PÚBLICOS ..................................................................................................... 60 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO .................................................................. 64 
LICITAÇÕES ........................................................................................................... 81 
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ............................................................................ 95 
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA ......................................... 106 
SERVIDORES PÚBLICOS ........................................................................................ 122 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ........................................................................... 146 
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO ........................................................................... 155 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Direito Administrativo 2/214 
 Prof. Josenildo Santos 
 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA RECOMENDADA 
 
 
● ALEXANDRINO, Marcelo, e PAULO, Vicente. Direito Administrativo 
Descomplicado. São Paulo: Método, 20ª Ed., 2012. 
● BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: 
Malheiros, 29ª Ed., 2012. 
● CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. São 
Paulo: Atlas, 25ª Ed., 2012. 
● CARVALHO, Raquel Melo Urbano de. Curso de Direito Administrativo. Salvador: 
JusPodium Editora, 2ª Ed., 2009. 
● DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 25ª Ed., 
2012. 
● FIGUEIREDO, Lúcia Valle. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 
9ª Ed., 2008. 
● FURTADO, Lucas Rocha. Curso de Direito Administrativo. Belo Horizonte: Editora 
Forum, 3ª Ed., 2012. 
● MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Impetus, 6ª Ed., 
2012. 
● MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. São Paulo: RT, 16ª Ed., 2012. 
● MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 
38ª Ed., 2012. 
● MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Curso de Direito Administrativo. Rio de 
Janeiro: Forense, 15ª Ed., 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Direito Administrativo 3/214 
 Prof. Josenildo Santos 
 
 
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
A) Princípios basilares do regime jurídico-administrativo: 
 
1. Supremacia do interesse público 
2. Indisponibilidade do interesse público 
 
DEVER DE O ESTADO CUSTEAR CIRURGIA PARA IMPLANTE DE MARCAPASSO 
DIAFRAGMÁTICO 
O Tribunal, por maioria, deu provimento a agravo regimental interposto em suspensão de tutela 
antecipada para manter decisão interlocutória proferida por desembargador do 
Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, que concedera parcialmente pedido 
formulado em ação de indenização por perdas e danos morais e materiais para determinar 
que o mencionado Estado-membro pagasse todas as despesas necessárias à 
realização de cirurgia de implante de Marcapasso Diafragmático Muscular - MDM no 
agravante, com o profissional por este requerido. Na espécie, o agravante, que teria 
ficado tetraplégico em decorrência de assalto ocorrido em via pública, ajuizara a ação 
indenizatória, em que objetiva a responsabilização do Estado de Pernambuco pelo custo 
decorrente da referida cirurgia, "que devolverá ao autor a condição de respirar sem a 
dependência do respirador mecânico". Entendeu-se que restaria configurada uma grave 
omissão, permanente e reiterada, por parte do Estado de Pernambuco, por intermédio de suas 
corporações militares, notadamente por parte da polícia militar, em prestar o adequado serviço 
de policiamento ostensivo, nos locais notoriamente passíveis de práticas criminosas violentas, o 
que também ocorreria em diversos outros Estados da Federação. Em razão disso, o cidadão 
teria o direito de exigir do Estado, o qual não poderia se demitir das consequências que 
resultariam do cumprimento do seu dever constitucional de prover segurança pública, a 
contraprestação da falta desse serviço. Ressaltou-se que situações configuradoras de falta de 
serviço podem acarretar a responsabilidade civil objetiva do Poder Público, considerado o dever 
de prestação pelo Estado, a necessária existência de causa e efeito, ou seja, a omissão 
administrativa e o dano sofrido pela vítima, e que, no caso, estariam presentes todos os 
elementos que compõem a estrutura dessa responsabilidade. Além disso, aduziu-se que entre 
reconhecer o interesse secundário do Estado, em matéria de finanças públicas, e o interesse 
fundamental da pessoa, que é o direito à vida, não haveria opção possível para o Judiciário, 
senão de dar primazia ao último. Concluiu-se que a realidade da vida tão pulsante na espécie 
imporia o provimento do recurso, a fim de reconhecer ao agravante, que inclusive poderia 
correr risco de morte, o direito de buscar autonomia existencial, desvinculando-se de um 
respirador artificial que o mantém ligado a um leito hospitalar depois de meses em estado de 
coma, implementando-se, com isso, o direito à busca da felicidade, que é um consectário do 
princípio da dignidade da pessoa humana. Vencida a Min. Ellen Gracie, Presidente, que 
mantinha os fundamentos da decisão agravada, por reputar devidamente demonstrada, no 
caso, a ocorrência de grave lesão à ordem pública, considerada em termos de ordens jurídico-
constitucional e jurídico-processual. A Ministra asseverava que a decisão em tela, ao 
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 Direito Administrativo 4/214 
 Prof. Josenildo Santos 
 
 
determinar, monocrática e incidentalmente, o imediato pagamento da importância teria violado 
o que dispõe o art. 100 da CF, bem como estaria em confrontocom o estabelecido pelo art. 2º-
B da Lei 9.494/97, que proíbe a execução provisória de julgados contra o Poder Público. Aduzia, 
também, que a aludida decisão representaria grave lesão à ordem pública, considerada em 
termos de ordem administrativa, já que permitiria a realização de cirurgia de alto custo não 
contemplada no Sistema Único de Saúde, sem que tivesse ocorrido instauração de um 
procedimento administrativo ou avaliação médica credenciada para tanto. STA 223 AgR/PE, 
rel. orig. Min. Ellen Gracie, rel. p/ o acórdão Min. Celso de Mello, 14.4.2008. (STA-223) 
 
B) Princípios expressos no art. 37, caput, da CF: 
 
1. Legalidade: 
1.1. Conceito; 
1.2. Legalidade e juridicidade (Lei Fundamental Alemã/1949, art. 20, item 3; 
Constituição Espanhola/1978, art. 103, item 1; Lei do Processo Administrativo 
Brasileiro, nº. 9.784/99, art. 2º, parágrafo único, I); 
1.3. Teoria das circunstâncias excepcionais como pretensa exceção 
 
2. Moralidade: 
 
MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. NEPOSTISMO CRUZADO. 
ORDEM DENEGADA. Reconhecida a competência do Tribunal de Contas da União para a 
verificação da legalidade do ato praticado pelo impetrante, nos termos dos artigos 71, VIII e IX 
da Constituição Federal. Procedimento instaurado no TCU a partir de encaminhamento de autos 
de procedimento administrativo concluído pelo Ministério Público Federal no Estado do Espírito 
Santo. No mérito, configurada a prática de nepotismo cruzado, tendo em vista que a assessora 
nomeada pelo impetrante para exercer cargo em comissão no Tribunal Regional do Trabalho da 
17ª Região, sediado em Vitória-ES, é nora do magistrado que nomeou a esposa do impetrante 
para cargo em comissão no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, sediado no Rio de 
Janeiro-RJ. A nomeação para o cargo de assessor do impetrante é ato formalmente 
lícito. Contudo, no momento em que é apurada a finalidade contrária ao interesse 
público, qual seja, uma troca de favores entre membros do Judiciário, o ato deve ser 
invalidado, por violação ao princípio da moralidade administrativa e por estar 
caracterizada a sua ilegalidade, por desvio de finalidade. Ordem denegada. Decisão 
unânime. (MS 24020/DF, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Julgamento: 06/03/2012, 
Órgão Julgador: Segunda Turma, Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-114 DIVULG 12-06-
2012 PUBLIC 13-06-2012) 
 
 
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 Direito Administrativo 5/214 
 Prof. Josenildo Santos 
 
 
PONDERAÇÃO MORALIDADE X LEGALIDADE 
 
O cerne da controvérsia cinge-se à interpretação e aplicação dos princípios da moralidade e da 
legalidade insculpidos no art. 37, caput, da CF. No caso, o impetrante foi aprovado em concurso 
público para os cargos de analista fiscal de contas públicas e de analista administrativo do TC 
estadual, mas teve sua nomeação recusada em virtude de anterior demissão dos quadros da 
PRF por ato de improbidade administrativa. A Min. Relatora observou que, estando ambos os 
princípios ladeados entre os regentes da Administração Pública, a discussão ganha relevância 
na hipótese em que o administrador edita ato em obséquio ao imperativo constitucional da 
moralidade, mas sem previsão legal específica. A Turma entendeu que, por força do 
disposto nos arts. 5º, II, 37, caput, e 84, IV, da CF, a legalidade na Administração 
Pública é estrita, não podendo o gestor atuar senão em virtude de lei, extraindo dela 
o fundamento jurídico de validade dos seus atos. Assim, incorre em abuso de poder 
a negativa de nomeação de candidato aprovado em concurso para o exercício de 
cargo no serviço público estadual em virtude de anterior demissão no âmbito do 
Poder Público Federal se inexistente qualquer previsão em lei ou no edital de 
regência do certame. RMS 30.518-RR, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 
19/6/2012. 
 
3. Impessoalidade: 
 
ESTABELECER CRITÉRIOS OBJETIVOS PARA ANÁLISE DE EXAME PSICOTÉCNICO 
DEPOIS DE OS PREJUDICADOS TEREM FEITO IMPUGNAÇÃO VIOLA O PRINCÍPIO 
DA IMPESSOALIDADE 
A 2ª Turma denegou mandado de segurança impetrado, pelo Estado de Rondônia e pelo 
respectivo Ministério Público, contra decisões do Conselho Nacional do Ministério Público - 
CNMP, proferidas em procedimentos de controle administrativo, que afastaram reprovação de 
candidatos em exame psicotécnico aplicado em concurso de ingresso para o cargo de promotor 
público substituto daquela unidade federativa, a fim de garantir-lhes nomeação e posse. Nas 
situações, primeiramente, em sede cautelar, o CNMP assegurara a eles participação na fase 
subsequente do certame (prova oral), na qual, posteriormente, aprovados. Depois disso, o 
Conselho emanara os ora atos impugnados. Inicialmente, salientou-se a competência desta 
Turma para o julgamento do feito, consoante Emenda Regimental 45/2011 do RISTF. Na 
sequência, afastaram-se as preliminares suscitadas. No tocante à aduzida decadência, 
registrou-se que os atos combatidos seriam os de 18.5.2011, logo, tempestivo o presente 
mandamus impetrado em 8.8.2011, não havendo falar que os prazos iniciar-se-iam das 
liminares prolatadas nos procedimentos, pois substituídas pelas decisões de mérito. No que 
concerne à assertiva de ausência de condição de procedibilidade (Lei 12.016/2009, art. 5º, I), 
afirmou-se que o preceito em questão configuraria tão somente causa impeditiva de que se 
utilizassem simultaneamente dos embargos de declaração de natureza administrativa e da ação 
mandamental. A respeito da suposta nulidade dos julgados do CNMP por falta de interesse 
geral, asseverou-se que a necessidade de observância de critérios objetivos na aplicação do 
exame psicotécnico em concursos públicos revestir-se-ia de relevância jurídica e ultrapassaria 
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 Direito Administrativo 6/214 
 Prof. Josenildo Santos 
 
 
de fato os interesses subjetivos da causa. No ponto, reportou-se a decisão do STF que 
reconhecera a repercussão geral do tema no julgamento do AI 758533/MG (DJe de 13.8.2010). 
Ato contínuo, analisou-se pleito de nulidade dos procedimentos por inobservância dos princípios 
do contraditório e da ampla defesa, tendo em conta que se deixara de intimar os demais 
concorrentes aprovados no certame, que seriam afetados pela alteração na ordem 
classificatória com o prosseguimentos dos não recomendados no psicotécnico. Acerca do 
assunto, entendeu-se que, nos termos de competência constitucional, o Conselho limitara-se a 
afastar o exame considerado ilegal em relação a três participantes reprovados naquela etapa, 
garantindo a manutenção deles, sem interferir na situação jurídica dos outros. Sublinhou-se que 
os candidatos recomendados não sofreram qualquer tipo de prejuízo. Dessa maneira, assinalou-
se que não seria obrigatória a intimação destes para participar do controle de legalidade. Por 
fim, consignou-se que, embora desnecessário, o CNMP expedira edital de notificação com o 
intuito de que eventuais interessados pudessem apresentar, se quisessem, razões nos citados 
procedimentos. No mérito, enfatizou-se que, como salientado na apreciação do AI 758533/MG, 
a jurisprudência desta Corte consolidara-se no sentido de que a exigência do teste 
psicotécnico em concurso dependeria de previsão legal e no edital, além de 
obedecer a critériosobjetivos. Observou-se que a previsão do exame em comento estaria 
no art. 65 da Lei Complementar rondoniense 93/93. Passou-se, então, à análise do segundo 
aspecto: a necessidade de grau mínimo de objetividade e de publicidade dos critérios de 
avaliação psicológica. Assim, ressurtiu-se que nada constaria de mais substantivo na Resolução 
8/2010 do Conselho Superior do Ministério Público de Rondônia, no edital de abertura do 
concurso e naquele de convocação para o processo seletivo, que pudesse conferir mínimo de 
objetividade ao teste ou pudesse servir de informação prévia aos concorrentes. Além disso, 
rejeitou-se que o pedido alternativo dos impetrantes de realização de outra avaliação 
psicológica. Ponderou-se que a definição ulterior de requisitos a serem utilizados 
violaria ainda mais o princípio da impessoalidade a que se submeteria a 
Administração Pública, uma vez que seriam estipuladas novas regras para 
candidatos conhecidos. Dessumiu-se inexistir direito líquido e certo dos impetrantes a ser 
tutelado. Alfim, cassou-se medida liminar deferida e julgou-se prejudicado agravo regimental 
interposto pela União. O Min. Gilmar Mendes registrou que o Tribunal tem admitido mandado 
de segurança manejado por órgão, geralmente, em situação típica de conflito entre eles. MS 
30822/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 5.6.2012. (MS-30822) 
 
PROIBIÇÃO DE ATRIBUIÇÃO DE NOME DE PESSOA VIVA A BEM PÚBLICO 
O Tribunal julgou parcialmente procedente pedido formulado em ação direta ajuizada pelo 
Procurador-Geral da República contra diversos artigos inseridos na Constituição do Estado do 
Ceará. Inicialmente, não se conheceu da ação quanto ao art. 25 do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias, em razão de sua declaração de inconstitucionalidade no 
julgamento da ADI 289/CE (DJU de 16.3.2007). Em seguida, julgou-se prejudicado o pedido em 
relação aos artigos 33, §§ 1º e 2º, e 42, caput e § 1º, submetidos a alteração substancial pelas 
Emendas Constitucionais 6/91 e 47/2001. Relativamente aos §§ 6º a 8º do art. 37, considerou-
se, por maioria, não prejudicado o pedido, tendo em conta a inexistência de alteração 
substancial da norma de parâmetro (CF, art. 29, V), ficando vencidos, no ponto, os Ministros 
Menezes Direito, Cármen Lúcia, Cezar Peluso e Gilmar Mendes. ADI 307/CE, rel. Min. Eros 
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 Direito Administrativo 7/214 
 Prof. Josenildo Santos 
 
 
Grau, 13.2.2008. (ADI-307) Por vislumbrar afronta ao princípio da autonomia municipal, 
declarou-se a inconstitucionalidade do art. 30, que impõe aos Municípios o encargo de 
transportar da zona rural para a sede do Município, ou Distrito mais próximo, alunos carentes 
matriculados a partir da 5ª série do ensino fundamental, bem como do § 3º do art. 35, que 
dispõe que as Câmaras Municipais funcionarão em prédio próprio ou público, 
independentemente da sede do Poder Executivo. Reputaram-se inconstitucionais, da mesma 
forma, os §§ 6º a 8º do art. 37 - que tratam da remuneração, composta por subsídio e 
representação, do Prefeito -, também por ofensa ao princípio da autonomia municipal, e o § 9º 
desse mesmo dispositivo, que proíbe que o Prefeito se ausente por mais de 10 dias, sem prévia 
licença da Câmara Municipal, em face do desrespeito ao art. 49, III, da CF, de observância 
obrigatória pelos Estados-membros, que impõe a autorização legislativa somente nos casos em 
que o Chefe do Executivo se ausente por prazo superior a 15 dias. Reconheceu-se, ainda, a 
inconstitucionalidade do § 2º do art. 38, que prevê que o Vice-Prefeito, ocupante de cargo ou 
emprego no Estado ou Município, ficará, automaticamente, à disposição da respectiva 
municipalidade, enquanto perdurar a condição de Vice-Prefeito, sem prejuízo dos salários e 
demais vantagens, ao fundamento de colisão com o art. 38, III, da CF, que estabelece uma 
única hipótese de acumulação, no que se refere aos Vereadores. Por fim, declarou-se a 
inconstitucionalidade do § 3º desse mesmo art. 38, por violação ao princípio da autonomia 
municipal. Quanto ao art. 20, V, que veda ao Estado e aos Municípios atribuir nome de 
pessoa viva a avenida, praça, rua, logradouro, ponte, reservatório de água, viaduto, 
praça de esporte, biblioteca, hospital, maternidade, edifício público, auditórios, 
cidades e salas de aula, o Tribunal, julgou o pedido improcedente, por reputá-lo 
compatível com o princípio da impessoalidade (CF, art. 37, caput e § 1º). 
ADI 307/CE, rel. Min. Eros Grau, 13.2.2008. (ADI-307) 
 
4. Publicidade: 
 
5. Eficiência: 
5.1 Conteúdo: profissionalização dos serviços públicos, otimização dos gastos com 
pessoal, controle da Administração pelos usuários dos serviços estatais, ampliação da 
autonomia dos órgãos e entidades da Administração direta e indireta, gestão associada 
de serviços públicos (art. 241), criação das escolas de governo, avaliação especial de 
desempenho (art. 41, § 4º) 
5.2. Doutrina de Alexandre de Morais: “direcionamento da atividade e dos serviços 
públicos à efetividade do bem comum; imparcialidade entendida como independência 
de interesses privados ou partidários; neutralidade como vedação à defesa apriorística 
de interesses a considerar; transparência das atividades dos órgãos e agentes públicos, 
com o objetivo de combater práticas contrárias ao desenvolvimento normal das 
condutas administrativas, como subornos, corrupção e tráfico de influência; 
democratização dos serviços públicos, isto é, exigência de aproximação dos serviços 
públicos à coletividade e participação desta na gestão dos serviços administrativos; 
eficácia material na execução das competências atribuídas legalmente aos órgãos e 
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 Direito Administrativo 8/214 
 Prof. Josenildo Santos 
 
 
servidores; desburocratização do aparelho estatal, com combate a práticas arcaicas e 
aos vícios inerentes às estruturas burocráticas; e, por fim, busca da qualidade, 
relacionada à otimização de resultados. 
 
DEFINIÇÃO JURISPRUDENCIAL SUCINTA DO PRINCÍPIO 
 
ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. DETERMINAÇÃO DE ABERTURA DE CONTA 
CORRENTE EM INSTITUIÇÃO FINANCEIRA PRÉ-DETERMINADA. RECEBIMENTO DE 
PROVENTOS. POSSIBILIDADE. 
 1. O princípio constitucional da supremacia do interesse público, como modernamente 
compreendido, impõe ao administrador ponderar, diante do caso concreto, o conflito de 
interesses entre o público e o privado, a fim de definir, à luz da proporcionalidade, qual direito 
deve prevalecer sobre os demais. 
 2. A liberdade de escolha da instituição bancária que o servidor receberá sua remuneração 
não pode se contrapor ao princípio da eficiência, que exige do Administrador soluções 
que alcancem os resultados almejados do modo menos oneroso ao aparelho estatal. 
 3. Inviável possibilitar que cada servidor escolha o banco que melhor atenda seus interesses, 
inclusive escolhendo praça e agência, pois tal medida inviabilizaria a Administração Pública em 
sua tarefa de emitir, em tempo hábil, as devidas ordens de pagamento. 
 4. O fato de o recorrente receber os vencimentos em instituição indicada pela Administração 
não lhe tolhe o direito de escolher outra que ofereça melhores vantagens, pois a conta-salário é 
isenta de tarifas e deve permitir a transferência imediata dos créditospara outras contas 
bancárias de que o beneficiário seja titular, nos termos das Resoluções n. 3.402/2006 e n. 
3.424/2006, editadas pelo Banco Central do Brasil, por meio do Conselho Monetário Nacional. 
 5. Recurso ordinário improvido. (RMS 27428/GO, Relator(a) Ministro JORGE MUSSI, Órgão 
Julgador: QUINTA TURMA, Data do Julgamento: 03/03/2011, Data da Publicação/Fonte: DJe 
14/03/2011) 
 
C) Princípios implícitos ou reconhecidos (decorrentes de norma distinta do 
37, caput, CF, ou apontados pela doutrina): 
 
1. Motivação (art. 50, Lei nº. 9.784/99): 
“Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos 
jurídicos, quando: 
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; 
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; 
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; 
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 Direito Administrativo 9/214 
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IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; 
V - decidam recursos administrativos; 
VI - decorram de reexame de ofício; 
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, 
laudos, propostas e relatórios oficiais; 
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.” 
 
PROIBIÇAO DE MOTIVAÇÃO GENÉRICA 
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR 
PÚBLICO. DELEGADO. ATOS DE REMOÇÃO E CONSEQÜENTE EXONERAÇÃO. VIOLAÇÃO DOS 
ARTS. 165, 458, II, E 535, II, DO CPC. OMISSÃO NÃO CONFIGURADA. AUSÊNCIA DE 
MOTIVAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO. FUNDAMENTAÇÃO GENÉRICA E 
INSUFICIENTE. REVISÃO. IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE REEXAME DE PROVAS E 
FATOS. SÚMULA 7/STJ. 
1. Não há falar em violação dos artigos 165, 458, II, e 535, II, do CPC, quando o Tribunal de 
origem julga a matéria, de forma clara,coerente e fundamentada, pronunciando-se, 
suficientemente, sobre os pontos que entendeu relevantes para a solução da controvérsia. 
2. Verifica-se dos autos que o Tribunal de origem decidiu a questão a partir de elementos de 
natureza eminentemente fática, concluindo que as Portarias de exoneração e remoção do 
servidor agravado não observaram os princípios constitucionais, porquanto emitidos 
através de argumentos genéricos, sendo os motivos apresentados insuficientes para 
comprovar a existência e legitimidade destes atos. Assim, rever o entendimento firmado 
nas instâncias ordinárias demanda reexame de matéria fático-probatória, o que é inviável, na 
via eleita, em razão do óbice na Súmula 7 do STJ, cuja incidência é induvidosa no caso sob 
exame. 
3. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp 165689/BA, Relator(a): Ministro BENEDITO 
GONÇALVES, Órgão Julgador: PRIMEIRA TURMA, Data do Julgamento: 26/06/2012, Data da 
Publicação/Fonte: DJe 02/08/2012) 
2. Autotutela: 
 
SÚMULA Nº 473 DO STF 
“A ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR SEUS PRÓPRIOS ATOS, QUANDO EIVADOS DE 
VÍCIOS QUE OS TORNAM ILEGAIS, PORQUE DELES NÃO SE ORIGINAM DIREITOS; OU 
REVOGÁ-LOS, POR MOTIVO DE CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE, RESPEITADOS 
OS DIREITOS ADQUIRIDOS, E RESSALVADA, EM TODOS OS CASOS, A APRECIAÇÃO 
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JUDICIAL.” (Aprovada na Sessão Plenária de 03.10.1969 e publicada no DJ de 
10.12.1969) 
 
SÚMULA Nº 346 DO STF 
“A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PODE DECLARAR A NULIDADE DOS SEUS PRÓPRIOS 
ATOS.” (Aprovada na Sessão Plenária de 13.12.1963) 
 
Art. 53, Lei nº. 9.784/99: 
“A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de 
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados 
os direitos adquiridos.” 
 
SÚMULA Nº 6 DO STF: 
A REVOGAÇÃO OU ANULAÇÃO, PELO PODER EXECUTIVO, DE APOSENTADORIA, OU 
QUALQUER OUTRO ATO APROVADO PELO TRIBUNAL DE CONTAS, NÃO PRODUZ 
EFEITOS ANTES DE APROVADA POR AQUELE TRIBUNAL, RESSALVADA A 
COMPETÊNCIA REVISORA DO JUDICIÁRIO. (Aprovada na Sessão Plenária de 
13.12.1963) 
 
SÚMULA Nº 199 DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 
“SALVO POR SUA DETERMINAÇÃO, NÃO PODEM SER CANCELADOS PELA 
AUTORIDADE ADMINISTRATIVA CONCEDENTE, OS ATOS ORIGINÁRIOS OU DE 
ALTERAÇÕES, RELATIVOS A APOSENTADORIA, REFORMAS E PENSÕES, JÁ 
REGISTRADOS PELO TRIBUNAL DE CONTAS, AO APRECIAR-LHES A LEGALIDADE, NO 
USO DA SUA COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL.” (Publicada no D.O.U. de 09.11.1982) 
 
3. Prescritibilidade dos ilícitos administrativos e imprescritibilidade do 
ressarcimento ao erário (art. 37, § 5º, CF): 
 
STF: 
 
O Tribunal, por votação majoritária, indeferiu mandado de segurança impetrado contra 
decisão do Tribunal de Contas da União - TCU que condenara a impetrante a pagar 
determinado montante, a título de devolução de valores, em decorrência do 
descumprimento da obrigação de retornar ao País após o término da concessão da sua 
bolsa de estudos no exterior. Na linha da orientação fixada no MS 24519/DF (DJU de 
2.12.2005) — no sentido de que o beneficiário de bolsa de estudos no exterior, às 
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expensas do Poder Público, não pode alegar o desconhecimento de obrigação prevista 
em ato normativo do órgão provedor, e de que o custeio dessas bolsas de estudo é 
justificável na medida em que ao País sejam acrescidos os frutos resultantes do 
aprimoramento técnico-científico dos nacionais beneficiados —, entendeu-se não haver 
direito líquido e certo da impetrante. Considerou-se que, no momento em que solicitara 
a bolsa de estudos para o exterior, e preenchera o formulário com essa finalidade, que 
tem natureza contratual, assumira o compromisso de cumprir com os deveres a ela 
atribuídos em razão dessa concessão, dentre os quais o de retornar ao Brasil quando 
concluísse o curso de doutorado, sob pena de ressarcir os recursos públicos que 
recebera (Resolução 114/91, item 3 e Resolução Normativa 5/87, item 5.7). Afastou-se, 
também, a apontada prescrição, ao fundamento de incidir, na espécie, o disposto na 
parte final do art. 37, § 5º, da CF (“A lei estabelecerá os prazos de prescrição para 
ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao 
erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.”). O Min. Cezar Peluso fez 
ressalva quanto à interpretação do art. 37, § 5º, da CF, por julgar estar-se diante de 
uma exceção, a ser interpretada restritivamente, à previsão de prescrição para ilícitos, 
que não se aplicaria ao caso, por não haver ilícito. Reputou, entretanto, não 
configurado o caso típico de prescrição, podendo a matéria ser rediscutida na ação 
própria de cobrança. Vencido o Min. Marco Aurélio que concedia a ordem por 
vislumbrar a ocorrência da prescrição. MS 26210/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 
4.9.2008. (MS-26210) 
 
STJ: 
Na espécie, o tribunal a quo entendeu que, remanescendo, em ação civil pública por 
ato de improbidade administrativa,o pleito ressarcitório, este, por ser imprescritível, 
pode ser buscado em ação autônoma. É pacífico no STJ que as sanções previstas no 
art. 12 e incisos da Lei n. 8.429/1992 prescrevem em cinco anos, o que não ocorre 
com a reparação do dano ao erário por ser imprescritível a pretensão 
ressarcitória nos termos do art. 37, § 5º, da CF/1988. Assim, quando autorizada 
a cumulação do pedido condenatório e do ressarcitório em ação por improbidade 
administrativa, a rejeição do pedido condenatório abarcado pela prescrição não impede 
o prosseguimento da demanda quanto ao segundo pedido em razão de sua 
imprescritibilidade. Com essas considerações, a Turma deu provimento ao recurso do 
MPF para determinar o prosseguimento da ação civil pública por ato de improbidade no 
que se refere ao pleito de ressarcimento de danos ao erário. Precedentes citados: AgRg 
no REsp 1.038.103-SP, DJe 4/5/2009; REsp 1.067.561-AM, DJe 27/2/2009; REsp 
801.846-AM, DJe 12/2/2009; REsp 902.166-SP, DJe 4/5/2009, e REsp 1.107.833-SP, 
DJe 18/9/2009. REsp 1.089.492-RO, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 4/11/2010. 
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. RESSARCIMENTO DE 
DANOS AO PATRIMÔNIO PÚBLICO. IMPRESCRITIBILIDADE. 
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I - A ação de ressarcimento de danos ao erário não se submete a qualquer 
prazo prescricional, sendo, portanto, imprescritível. (REsp 810785/SP, Rel. MIn. 
FRANCISCO FALCÃO, DJ 25.05.2006 p. 184). 
II - Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, improvido. 
(REsp 705715/SP, RECURSO ESPECIAL 2004/0154227-4, Relator: Ministro FRANCISCO 
FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, Data de Julgamento: 02.10.2007, Publicação: DJe 
14/05/2008) 
 
4. Controle jurisdicional (art. 5º, XXXV, CF); 
 
5. Segurança jurídica: 
 
5.1. Delimitação do conceito: necessidade de estabilizar as relações jurídicas 
(progênie de institutos jurídicos tais como decadência, prescrição, preclusão, 
irretroatividade de nova interpretação – art. 2º, parágrafo único, XIII, da Lei nº. 
9.784/99) 
5.2. Segurança jurídica e Proteção Substancial da Confiança (Princípio da Confiança 
ou da Confiança legítima) 
 
DO STF: 
 
CONSTITUCIONAL. SERVIDOR PÚBLICO: PROVIMENTO DERIVADO: 
INCONSTITUCIONALIDADE: EFEITO EX NUNC. PRINCÍPIOS DA BOA-FÉ E DA 
SEGURANÇA JURÍDICA. I. - A Constituição de 1988 instituiu o concurso público como 
forma de acesso aos cargos públicos. CF, art. 37, II. Pedido de desconstituição de ato 
administrativo que deferiu, mediante concurso interno, a progressão de servidores 
públicos. Acontece que, à época dos fatos 1987 a 1992 , o entendimento a respeito do 
tema não era pacífico, certo que, apenas em 17.02.1993, é que o Supremo Tribunal 
Federal suspendeu, com efeito ex nunc, a eficácia do art. 8º, III; art. 10, parágrafo 
único; art. 13, § 4º; art. 17 e art. 33, IV, da Lei 8.112, de 1990, dispositivos esses que 
foram declarados inconstitucionais em 27.8.1998: ADI 837/DF, Relator o Ministro 
Moreira Alves, "DJ" de 25.6.1999. II. - Os princípios da boa-fé e da segurança jurídica 
autorizam a adoção do efeito ex nunc para a decisão que decreta a 
inconstitucionalidade. Ademais, os prejuízos que adviriam para a Administração seriam 
maiores que eventuais vantagens do desfazimento dos atos administrativos. III. - 
Precedentes do Supremo Tribunal Federal. IV. - RE conhecido, mas não provido. (RE 
442683/RS, Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, julgado em 
13/12/2005, DJ 24-03-2006 PP-00055, EMENT VOL-02226-04 PP-00814, 
LEXSTF v. 28, n. 330, 2006, p. 282-299) 
 
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Mandado de Segurança. 2. Acórdão do Tribunal de Contas da União. Prestação de 
Contas da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária - INFRAERO. Emprego 
Público. Regularização de admissões. 3. Contratações realizadas em conformidade com 
a legislação vigente à época. Admissões realizadas por processo seletivo sem concurso 
público, validadas por decisão administrativa e acórdão anterior do TCU. 4. Transcurso 
de mais de dez anos desde a concessão da liminar no mandado de segurança. 5. 
Obrigatoriedade da observância do princípio da segurança jurídica enquanto 
subprincípio do Estado de Direito. Necessidade de estabilidade das situações criadas 
administrativamente. 6. Princípio da confiança como elemento do princípio da 
segurança jurídica. Presença de um componente de ética jurídica e sua 
aplicação nas relações jurídicas de direito público. 7. Concurso de 
circunstâncias específicas e excepcionais que revelam: a boa fé dos 
impetrantes; a realização de processo seletivo rigoroso; a observância do 
regulamento da Infraero, vigente à época da realização do processo seletivo; 
a existência de controvérsia, à época das contratações, quanto à exigência, 
nos termos do art. 37 da Constituição, de concurso público no âmbito das 
empresas públicas e sociedades de economia mista. 8. Circunstâncias que, 
aliadas ao longo período de tempo transcorrido, afastam a alegada nulidade 
das contratações dos impetrantes. 9. Mandado de Segurança deferido. (MS 
22357/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgado em 27.05.2004, 
DJ 05-11-2004 PP-00006, EMENT VOL-02171-01 PP-00043, LEXSTF v. 26, n. 
312, 2005, p. 135-148, RTJ VOL 00192-02 PP-00620 
 
MANDADO DE SEGURANÇA. SECRETÁRIO DE RECURSOS HUMANOS DO MINISTÉRIO 
DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA. ATO DO 
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. COMPETÊNCIA DO STF. PENSÕES CIVIL E MILITAR. 
MILITAR REFORMADO SOB A CF DE 1967. CUMULATIVIDADE. PRINCÍPIO DA 
SEGURANÇA JURÍDICA. GARANTIAS DO CONTRÁRIO E DA AMPLA DEFESA. 1. O 
Secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão é 
parte ilegítima para figurar no pólo passivo da ação mandamental, dado que é mero 
executor da decisão emanada do Tribunal de Contas da União. 2. No julgamento do MS 
nº 25.113/DF, Rel. Min. Eros Grau, o Tribunal decidiu que, "reformado o militar 
instituidor da pensão sob a Constituição de 1967 e aposentado como servidor civil na 
vigência da Constituição de 1988, antes da edição da EC 20/98, não há falar-se em 
acumulação de proventos do art. 40 da CB/88, vedada pelo art. 11 da EC n. 20/98, mas 
a percepção de provento civil (art. 40 CB/88) cumulado com provento militar (art. 42 
CB/88), situação não abarcada pela proibição da emenda". Precedentes citados: MS nº 
25.090/DF, MS nº 24.997/DF e MS nº 24.742/DF. Tal acumulação, no entanto, deve 
obversar o teto previsto no inciso XI do art. 37 da Constituição Federal. 3. A inércia da 
Corte de Contas, por sete anos, consolidou de forma positiva a expectativa da viúva, no 
tocante ao recebimento de verba de caráter alimentar. Este aspecto temporal diz 
intimamente com o princípio da segurança jurídica, projeção objetiva do princípio da 
dignidade da pessoa humana e elemento conceitual do Estado de Direito. 4. O prazo 
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de cinco anos é de ser aplicado aos processos de contas que tenham por 
objeto o exame de legalidade dos atos concessivos de aposentadorias, 
reformas e pensões. Transcorrido in albis o interregno quinquenal, é de se 
convocar os particulares para participar do processo de seu interesse, a fim 
de desfrutar das garantias do contraditório e da ampla defesa (inciso LV do art. 
5º). 5. Segurança concedida. (MS2448/DF, Tribunal Pleno, Relator: Ministro Carlos 
Britto, julgamento: 27/09/2007, DJe-142 DIVULG 13-11-2007 PUBLIC 14-11-2007, DJ 
14-11-2007 PP-00042 EMENT VOL-02299-01 PP-00146) 
 
 
DO STJ: 
Na espécie, o Tribunal de Contas estadual determinou a exoneração de doze servidores 
do quadro efetivo da assembleia legislativa estadual, alegando vício no provimento 
ocorrido em 1989, pois o ato de nomeação que os efetivou no serviço público não 
atendeu ao requisito de aprovação em concurso público. Para o Min. Relator, esse ato 
que os efetivou é, induvidosamente, ilegal, no entanto o transcurso de quase vinte anos 
tornou a situação irreversível, convalidando seus efeitos ex ope temporis, considerando 
que alguns nomeados até já se aposentaram e tiveram os respectivos atos aprovados 
pelo próprio Tribunal de Contas. Observou, entre outros aspectos, que a Administração 
atua sob a direção do princípio da legalidade (art. 37 da CF/1988), que impõe a 
anulação de ato que, embora praticado por um de seus agentes, contenha vício 
insuperável, a fim de restaurar a legalidade ferida. O vício, no caso, é o da 
inconstitucionalidade e, à primeira vista, esse vício seria inconvalidável, entretanto o 
vício de ser inconstitucional é apenas uma forma qualificada de ser hostil à ordem 
jurídica e a convalidação não vai decorrer da repetição do ato (o que seria 
juridicamente impossível), mas sim do reconhecimento dos efeitos consolidadores que o 
tempo acumulou em favor dos recorrentes. Hoje, o espírito da Justiça apoia-se nos 
direitos fundamentais da pessoa humana, apontando que a razoabilidade é a medida 
preferível para mensurar o acerto ou desacerto de hierarquia constitucional, pela 
evidente razão de que os administrados não podem ficar, indefinidamente sujeitos à 
instabilidade originada do poder de autotutela do Estado. Daí o art. 55 da Lei n. 
9.784/1999 fundar-se na importância da segurança jurídica no domínio do Direito 
Público e ter estabelecido o prazo decadencial de cinco anos para revisão dos atos 
administrativos, permitindo a manutenção de sua eficácia mediante o instituto da 
convalidação. Essa lei ressalva, entretanto, hipóteses nas quais esteja 
comprovada a má-fé do destinatário do ato administrativo no qual não 
incidirá o prazo decadencial. No caso dos autos, não há notícia de que os 
recorrentes tenham se valido de ardis ou logros para obter seus cargos; 
embora essa circunstância não justifique o comportamento administrativo ilegal, não 
uma solução jurídica. Ressaltou que o poder-dever de a Administração convalidar seus 
próprios atos encontra limite temporal no princípio da segurança jurídica, também de 
pode ser ignorada na solução da causa. Por tais fundamentos, a Turma deu provimento 
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ao recurso, assegurando o direito dos impetrantes de permanecer nos seus respectivos 
cargos e preservar suas aposentadorias. RMS 25.652-PB, Rel. Min. Napoleão Nunes 
Maia Filho, julgado em 16/9/2008. 
6. Realidade: as normas administrativas não podem ser aplicadas sem atenção aos 
fatos a que se referem; deve haver sintonia entre a norma e a realidade prática a que 
se destina 
 
ESTABILIDADE - SERVIDORES NÃO CONCURSADOS - TEMPO DE SERVIÇO - CARÁTER 
CONTINUADO - ALCANCE DO ARTIGO 19 DO ATO DAS DISPOSIÇÕES 
CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS. Descabe ter como conflitante com o artigo 19 do 
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Carta de 1988 provimento judicial 
em que se reconhece a estabilidade em hipótese na qual professor, ao término do ano 
letivo, era "dispensado" e recontratado tão logo iniciadas as aulas. Os princípios da 
continuidade, da realidade, da razoabilidade e da boa-fé obstaculizam defesa do Estado 
em torno das interrupções e, portanto, da ausência de prestação de serviços por cinco 
anos continuados de modo a impedir a aquisição da estabilidade. (RE 158448/MG - 
MINAS GERAIS, Relator(a): Min. Marco Aurélio, Julgamento: 29/06/1998, 
Órgão Julgador: Segunda Turma, DJ 25-09-1998 PP-00020, EMENT VOL-
01924-02 PP-00232) 
 
7. Razoabilidade: fundamento na dimensão substantiva do devido processo legal 
(art. 5º, LIV, CF) 
 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - LEI ESTADUAL QUE CONCEDE 
GRATIFICACAO DE FERIAS (1/3 DA REMUNERACAO) A SERVIDORES INATIVOS - 
VANTAGEM PECUNIARIA IRRAZOAVEL E DESTITUIDA DE CAUSA - LIMINAR DEFERIDA. 
- A norma legal, que concede a servidor inativo gratificação de ferias 
correspondente a um terço (1/3) do valor da remuneração mensal, ofende o critério da 
razoabilidade que atua, enquanto projeção concretizadora da cláusula do ‘substantive 
due process of law’, como insuperável limitação ao poder normativo do Estado. 
Incide o legislador comum em desvio ético-jurídico, quando concede a agentes 
estatais determinada vantagem pecuniária cuja razão de ser se revela absolutamente 
destituída de causa.” 
(ADIN-MC 1158/AM, Relator: Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, sessão de julgamento 
ocorrida em 19.12.1994, acórdão publicado no DJ de 26.05.1995, PP-15154, ement 
VOL-01788-01 PP-00051) 
 
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8. Proporcionalidade: fundamento no art. 1º, caput, CF; art. 2º, parágrafo único, VI, 
da Lei nº. 9.784/99) 
 
Gás liquefeito de petróleo: lei estadual que determina a pesagem de botijões 
entregues ou recebidos para substituição a vista do consumidor, com pagamento 
imediato de eventual diferença a menor: argüição de inconstitucionalidade fundada nos 
arts. 22, IV e VI (energia e metrologia), 24 e PARS., 25, PAR. 2., 238, além de violação 
ao princípio de proporcionalidade e razoabilidade das leis restritivas de direitos: 
plausibilidade jurídica da argüição que aconselha a suspensão cautelar da lei 
impugnada, a fim de evitar danos irreparáveis a economia do setor, no caso de vir a 
declarar-se a inconstitucionalidade: liminar deferida.” 
(ADIN-MC 855/Paraná, Relator: Min. Sepúlveda Pertence, Tribunal Pleno, 
sessão de julgamento ocorrida em 01.07.1993, acórdão publicado no DJ de 01.10.1993, 
ement VOL-01719-01 PP-00071) 
 
STF E STJ CONFUNDINDO PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE 
Por vislumbrar aparente ofensa aos postulados da proporcionalidade e da 
razoabilidade, e ressaltando a iminência das eleições marcadas para o dia 3.10.2010, 
o Tribunal, por maioria, concedeu medida cautelar em ação direta de 
inconstitucionalidade, ajuizada pelo Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, 
para, mediante interpretação conforme conferida ao art. 91-A da Lei 9.504/97, na 
redação dada pela Lei 12.034/2009 — e ao art. 47, § 1º, da Resolução TSE 
23.218/2010 —, reconhecer que somente a ausência de documento oficial de 
identidade com fotografia trará obstáculo ao exercíciodo direito de voto. Os 
dispositivos impugnados determinam que, no momento da votação, sejam 
apresentados o título de eleitor e um documento de identificação com foto. Após breve 
retrospecto da legislação brasileira sobre essa dupla exigência, consignou-se que ela já 
teria sido inserida no ordenamento pátrio (Lei 9.100/95, art. 75), sendo posteriormente 
revogada, ante a dificuldade excessiva ao eleitorado. Registrou-se a problemática no 
sistema eleitoral relativamente à identificação dos eleitores. Salientou-se, nesse sentido, 
a inexistência de unificação entre as identidades civil e eleitoral ou de um título eleitoral 
com foto. Citou-se, inclusive, manifestação do TSE — em processo administrativo que 
ensejara a expedição da aludida Resolução 23.218/2010 — quanto à possibilidade de se 
admitir o exercício do voto pelo eleitor que apenas apresentasse o documento 
comprobatório de identidade, em razão do extravio, perda ou inutilização de seu título 
após o término do prazo para a solicitação de 2ª via. Aquela Corte assentara a 
necessidade do incremento dos esforços de ampla divulgação da novidade legal, bem 
como o seu imediato aparelhamento para que os títulos eleitorais extraviados ou 
inutilizados fossem reimpressos. Afirmou-se, ainda, que a apresentação do título de 
eleitor, nos moldes estabelecidos hoje, não ofereceria garantia de lisura nesse 
momento crucial de revelação da vontade do eleitorado e que as experiências das 
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últimas eleições demonstrariam maior confiabilidade na identificação aferida com base 
em documentos oficiais de identidade com foto. Aduziu-se que os preceitos adversados, 
embora objetivassem maior segurança no reconhecimento dos eleitores, estabeleceriam 
uma exigência desmedida, a qual afastaria a finalidade que a norma pretendera 
alcançar. Asseverou-se não ser cabível tomar-se o art. 91-A da lei em apreço como 
impedimento ao voto do eleitor que, ainda que se encontrasse apto a prestar 
identificação mediante apresentação de um documento oficial com fotografia, não 
estivesse portando, naquele momento, seu título de eleitor. Concluiu-se que se deveria 
apresentar, no momento da votação, tanto o título de eleitor como documento oficial 
de identificação com fotografia. Contudo, enfatizou-se que apenas a frustração na 
exibição deste último é que teria o condão de impedir o exercício do voto. O Min. Dias 
Toffoli, ao ressaltar que não concedia a cautelar com fundamento nos princípios 
referidos, porquanto eles seriam técnicas de solução, reputou que o dispositivo 
restringiria o exercício da cidadania, em afronta ao art. 1º, II, c/c o art. 14, caput, 
ambos da CF. Vencidos os Ministros Gilmar Mendes e Cezar Peluso, Presidente, que 
indeferiam a concessão da medida cautelar por considerar que o porte obrigatório do 
título de eleitor não esvaziaria ou restringiria o direito fundamental ao voto de forma 
desarrazoada ou desproporcional, tendo o legislador atuado dentro de sua margem de 
ação, sem ofensa ao texto constitucional. ADI 4467 MC/DF, rel. Min. Ellen Gracie, 29 e 
30.9.2010. (ADI-4467) 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. 
CONCURSO PÚBLICO. ANULAÇÃO. NÃO-PREVISÃO DE VAGAS PARA 
AFRODESCENDENTES. CANDIDATOS APROVADOS EM NÚMERO INFERIOR AO DE 
VAGAS OFERECIDAS. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA 
PROPORCIONALIDADE. RECURSO PROVIDO. 
1. A anulação de concurso público no qual foram aprovados candidatos em número 
inferior ao de vagas oferecidas, sob o fundamento de que não fora observada lei 
estadual que determina a reserva de 10% das vagas para candidatos afrodescendentes, 
fere os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. 
2. Recurso ordinário provido. (RMS 24469/PR RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE 
SEGURANÇA 2007/0149664-6 Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA QUINTA 
TURMA20/08/2009DJe 14/09/2009) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 
1. Caráter instrumental, indeclinabilidade e de irrenunciabilidade do 
exercício dos poderes administrativos; 
2. Crítica à afirmação da existência de poderes vinculado e discricionário; 
3. Poderes reconhecidos: 
3.1. Poder hierárquico: 
3.1.1. Conceito; 
3.1.2. Prerrogativas decorrentes da hierarquia: dar ordens, fiscalizar e rever os atos dos 
subordinados, delegar, avocar, determinar a apuração de responsabilidade 
administrativa e expedir atos normativos de efeitos internos 
 
Lei nº. 9.784/99: 
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi 
atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. 
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, 
delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam 
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole 
técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. 
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos 
órgãos colegiados aos respectivos presidentes. 
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: 
I - a edição de atos de caráter normativo; 
II - a decisão de recursos administrativos; 
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. 
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial. 
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação 
do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter 
ressalva de exercício da atribuição delegada. 
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. 
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§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e 
considerar-se-ão editadas pelo delegado. 
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente 
justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. 
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das 
respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de 
interesse especial. 
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado 
perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir. 
Súmula 510 do Supremo Tribunal Federal: 
 
“Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe 
o mandado de segurança ou a medida judicial." 
 
DECORRE DO PODER HIERÁRQUICO DECRETO QUE PROÍBE A VENDA DE 
ALIMENTOS EXCESSIVAMENTE CALÓRICOS EM ESCOLAS PÚBLICAS 
A Turma negou provimento ao recurso, por entenderque não interfere nas normas gerais de 
vigilância alimentar (CF/1988, arts. 24 e 200) o decreto municipal, proibindo, em determinadas 
escolas integrantes do complexo administrativo municipal, a venda de alimentos 
excessivamente calóricos, como balas, caramelos, pirulitos, doces de mascar à base de gomas, 
sódio, corantes artificiais, saturados em colesterol, bem como bebidas alcoólicas, prejudiciais à 
saúde das crianças. RMS 16.694-RJ, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, julgado em 
28/10/2003. 
3.2. Poder disciplinar: 
3.2.1. Conceito; 
3.2.2. A “discricionariedade” do poder disciplinar e a ausência de uma rígida tipicidade; 
3.2.3. Aplicação dos postulados básicos do direito penal como crítica à práxis brasileira; 
3.2.4. Limites. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO. ATIVIDADE SANCIONATÓRIA OU DISCIPLINAR DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL COMUM. 
ARTS. 615, § 1o. E 664, PARÁG. ÚNICO DO CPP. NULIDADE DE DECISÃO PUNITIVA EM RAZÃO 
DE VOTO DÚPLICE DE COMPONENTE DE COLEGIADO. RECURSO PROVIDO. 
1. Consoante precisas lições de eminentes doutrinadores e processualistas modernos, à 
atividade sancionatória ou disciplinar da Administração Pública se aplicam os princípios, 
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garantias e normas que regem o Processo Penal comum, em respeito aos valores de proteção e 
defesa das liberdades individuais e 
da dignidade da pessoa humana, que se plasmaram no campo daquela disciplina. 
2. A teor dos arts. 615, § 1o. e 664, parág. único do CPP, somente se admite o voto de 
qualidade - voto de Minerva ou voto de desempate nos julgamentos recursais e mandamentais 
colegiados em que o Presidente do órgão plural não tenha proferido voto quantitativo; em caso 
contrário, na ocorrência de empate nos votos do julgamento, tem-se como adotada a decisão 
mais favorável ao acusado. 
3. Os regimentos internos dos órgãos administrativos colegiados sancionadores, qual o 
Conselho da Polícia Civil do Paraná, devem obediência aos postulados do Processo Penal 
comum; prevalece, por ser mais benéfico ao indiciado, o resultado de julgamento que, ainda 
que por empate, cominou-lhe a sanção de suspensão por 90 dias, excluindo-se o voto 
presidencial de desempate que lhe atribuiu a pena de demissão, porquanto o voto 
desempatador é de ser desconsiderado. 
4. Recurso a que se dá provimento, para considerar aplicada ao Servidor Policial Civil, no 
âmbito administrativo, a sanção suspensiva de 90 dias, por aplicação analógica dos arts. 615, § 
1o. e 664, parág. único do CPP, inobstante o douto parecer ministerial em sentido contrário. 
(RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 24.559 - PR (2007/0165377-1) 
RELATOR: MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, 03 de dezembro de 2009, não 
publicado) 
 
3.3. Poder normativo: 
3.3.1. Conceito; 
3.3.2. Contraste entre as expressões “normativo” (existência de outros atos normativos, 
tais como regimentos, resoluções, deliberações, instruções e portarias) e 
“regulamentar”; 
3.3.4. Atos administrativos normativos como “atos derivados”; 
3.3.5. Admissibilidade de “decreto autônomo” a partir da emenda 32/2001. 
 
PROCESSUAL CIVIL – MANDADO DE SEGURANÇA – COMPETÊNCIA DA UNIÃO PARA LEGISLAR 
SOBRE ÁGUAS – ATO ADMINISTRATIVO BASEADO EM DECRETO ESTADUAL AUTÔNOMO 
CONFLITANTE COM LEIS ESTADUAL E FEDERAL – INVALIDADE. 
1. O ordenamento jurídico nacional não permite a edição de Decretos autônomos, 
salvo nos casos do inciso VI do artigo 84 da Constituição Federal/88. 
2. O Decreto Estadual em comento veicula restrições inexistentes nas leis regulamentadas, o 
que invalida as restrições apresentadas. 
3. Ainda que houvesse lei estadual restringindo a perfuração e captação de águas em poços 
artesianos, sua validade restaria afastada com base na competência da UNIÃO para legislar 
sobre águas - artigo 22, inciso IV, da Constituição Federal/88. 
Agravo regimental improvido. (AgRg no RMS 27679/RS 
(AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA 
2008/0191344-7, Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgamento: 
13/10/2009, publicação: DJe 21/10/2009) 
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Resolução do Conselho Nacional de Justiça que proíbe o nepotismo no âmbito do 
Poder Judiciário: Aplicação direta dos princípios expressos no art. 37, caput, da CF. 
A Resolução nº 07/05 se dota, ainda, de caráter normativo primário, dado que 
arranca diretamente do § 4º do art. 103-B da Carta-cidadã e tem como finalidade 
debulhar os próprios conteúdos lógicos dos princípios constitucionais de centrada 
regência de toda a atividade administrativa do Estado, especialmente o da 
impessoalidade, o da eficiência, o da igualdade e o da moralidade. 
O ato normativo que se faz de objeto desta ação declaratória densifica apropriadamente os 
quatro citados princípios do art. 37 da Constituição Federal, razão por que não há antinomia de 
conteúdos na comparação dos comandos que se veiculam pelos dois modelos normativos: o 
constitucional e o infraconstitucional. Logo, o Conselho Nacional de Justiça fez adequado uso da 
competência que lhe conferiu a Carta de Outubro, após a Emenda 45/04. 
Noutro giro, os condicionamentos impostos pela Resolução em foco não atentam 
contra a liberdade de nomeação e exoneração dos cargos em comissão e funções de 
confiança (incisos II e V do art. 37). Isto porque a interpretação dos mencionados 
incisos não pode se desapegar dos princípios que se veiculam pelo caput do mesmo 
art. 37. Donde o juízo de que as restrições constantes do ato normativo do CNJ são, 
no rigor dos termos, as mesmas restrições já impostas pela Constituição de 1988, 
dedutíveis dos republicanos princípios da impessoalidade, da eficiência, da 
igualdade e da moralidade. É dizer: o que já era constitucionalmente proibido permanece 
com essa tipificação, porém, agora, mais expletivamente positivado. Não se trata, então, de 
discriminar o Poder Judiciário perante os outros dois Poderes Orgânicos do Estado, sob a 
equivocada proposição de que o Poder Executivo e o Poder Legislativo estariam inteiramente 
libertos de peias jurídicas para prover seus cargos em comissão e funções de confiança, 
naquelas situações em que os respectivos ocupantes não hajam ingressado na atividade estatal 
por meio de concurso público. (STF – PLENÁRIO – ADC-MC 12/DF – RELATOR: 
MINISTRO CARLOS BRITTO, Sessão de julgamento ocorrida em 16.02.2006, 
Acórdão publicado no DJ de 01.09.2006, p. 15) 
 
3.4. Poder de Polícia: 
3.4.1. Conceito: 
 
Código Tributário Nacional 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando 
ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de 
fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos 
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades 
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade 
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
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Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando 
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do 
processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem 
abuso ou desvio de poder. 
 
3.4.2. Supremacia geral como fundamento; 
3.4.3. Polícia judiciária e polícia administrativa; 
3.4.4. Poder de polícia originário e delegado; 
 
NÃO ADMITINDO QUE OS CONSELHOS PROFISSIONAIS SEJAM PESSOAS DE 
DIREITO PRIVADO 
DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
DO ART. 58 E SEUS PARÁGRAFOS DA LEI FEDERAL Nº 9.649, DE 27.05.1998, QUE TRATAM 
DOS SERVIÇOS DE FISCALIZAÇÃO DE PROFISSÕES REGULAMENTADAS. 1. Estando 
prejudicada a Ação, quanto ao § 3º do art. 58 da Lei nº 9.649, de 27.05.1998, como já decidiu 
o Plenário, quando apreciou o pedido de medida cautelar, a Ação Direta é julgada procedente, 
quanto ao mais, declarando-se a inconstitucionalidade do "caput" e dos § 1º, 2º, 4º, 5º, 6º, 7º 
e 8º do mesmo art. 58. 2. Isso porque a interpretação conjugada dos artigos 5°, XIII, 
22, XVI, 21, XXIV, 70, parágrafo único, 149 e 175 da Constituição Federal, leva à 
conclusão, no sentido da indelegabilidade, a uma entidade privada, de atividade 
típica de Estado, que abrange até poder de polícia, de tributar e de punir, no que 
concerne ao exercício de atividades profissionais regulamentadas, como ocorre com 
os dispositivos impugnados. 3. Decisão unânime. (ADI 1717/DF - DISTRITO FEDERAL, 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE, Relator(a): Min. SYDNEY SANCHES, Julgamento: 
07/11/2002, Órgão Julgador: Tribunal Pleno, publicação: DJ 28-03-2003 PP-00061 EMENT VOL-
02104-01 PP-00149) 
 
OPINIÃO DE RELATOR NO SENTIDO DE QUE EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES 
DE ECONOMIA MISTA PODEM EXERCER PODER DE POLÍCIA 
INFRAERO - EMPRESA PÚBLICA FEDERAL VOCACIONADA A EXECUTAR, COMO ATIVIDADE-
FIM, EM FUNÇÃO DE SUA ESPECÍFICA DESTINAÇÃO INSTITUCIONAL, SERVIÇOS DE INFRA-
ESTRUTURA AEROPORTUÁRIA - MATÉRIA SOB RESERVA CONSTITUCIONAL DE MONOPÓLIO 
ESTATAL (CF, ART. 21, XII, "C") - POSSIBILIDADE DE A UNIÃO FEDERAL OUTORGAR, POR LEI, 
A UMA EMPRESA GOVERNAMENTAL, O EXERCÍCIO DESSE ENCARGO, SEM QUE ESTE PERCA O 
ATRIBUTO DE ESTATALIDADE QUE LHE É PRÓPRIO - OPÇÃO CONSTITUCIONALMENTE 
LEGÍTIMA - CRIAÇÃO DA INFRAERO COMO INSTRUMENTALIDADE ADMINISTRATIVA DA 
UNIÃO FEDERAL, INCUMBIDA, NESSA CONDIÇÃO INSTITUCIONAL, DE EXECUTAR TÍPICO 
SERVIÇO PÚBLICO (LEI Nº 5.862/1972) - CONSEQÜENTE EXTENSÃO, A ESSA EMPRESA 
PÚBLICA, EM MATÉRIA DE IMPOSTOS, DA PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL FUNDADA NA 
GARANTIA DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA (CF, ART. 150, VI, "A") - O ALTO 
SIGNIFICADO POLÍTICO-JURÍDICO DESSA GARANTIA CONSTITUCIONAL, QUE TRADUZ UMA 
DAS PROJEÇÕES CONCRETIZADORAS DO POSTULADO DA FEDERAÇÃO - IMUNIDADE 
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TRIBUTÁRIA DA INFRAERO, EM FACE DO ISS, QUANTO ÀS ATIVIDADES EXECUTADAS NO 
DESEMPENHO DO ENCARGO, QUE, A ELA OUTORGADO, FOI DEFERIDO, 
CONSTITUCIONALMENTE, À UNIÃO FEDERAL - DOUTRINA - JURISPRUDÊNCIA - PRECEDENTES 
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - AGRAVO IMPROVIDO. - A INFRAERO, que é empresa 
pública, executa, como atividade-fim, em regime de monopólio, serviços de infra-estrutura 
aeroportuária constitucionalmente outorgados à União Federal, qualificando-se, em razão de 
sua específica destinação institucional, como entidade delegatária dos serviços públicos a que 
se refere o art. 21, inciso XII, alínea "c", da Lei Fundamental, o que exclui essa empresa 
governamental, em matéria de impostos, por efeito da imunidade tributária recíproca (CF, art. 
150, VI, "a"), do poder de tributar dos entes políticos em geral. Conseqüente inexigibilidade, 
por parte do Município tributante, do ISS referente às atividades executadas pela INFRAERO na 
prestação dos serviços públicos de infra-estrutura aeroportuária e daquelas necessárias à 
realização dessa atividade-fim. O ALTO SIGNIFICADO POLÍTICO-JURÍDICO DA IMUNIDADE 
TRIBUTÁRIA RECÍPROCA, QUE REPRESENTA VERDADEIRA GARANTIA INSTITUCIONAL DE 
PRESERVAÇÃO DO SISTEMA FEDERATIVO. DOUTRINA. PRECEDENTES DO STF. 
INAPLICABILIDADE, À INFRAERO, DA REGRA INSCRITA NO ART. 150, § 3º, DA 
CONSTITUIÇÃO. - A submissão ao regime jurídico das empresas do setor privado, inclusive 
quanto aos direitos e obrigações tributárias, somente se justifica, como consectário natural do 
postulado da livre concorrência (CF, art. 170, IV), se e quando as empresas governamentais 
explorarem atividade econômica em sentido estrito, não se aplicando, por isso mesmo, a 
disciplina prevista no art. 173, § 1º, da Constituição, às empresas públicas (caso da 
INFRAERO), às sociedades de economia mista e às suas subsidiárias que se qualifiquem como 
delegatárias de serviços públicos. (RE 363412 AgR/BA, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, 
Julgamento: 07/08/2007, Órgão Julgador: Segunda Turma, DJe-177 DIVULG 18-09-2008 
PUBLIC 19-09-2008, EMENT VOL-02333-03 PP-00611) 
 
Trecho do voto do relator: 
Quando, porém, a empresa pública ou a sociedade de economia mista são 
delegatárias de serviços públicos ou de poder de polícia, elas, por não concorrerem 
com as empresas privadas, não se sujeitam aos ditames do precitado art. 173. 
 
NÃO ADMITINDO QUE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA POSSA EXERCER O PODER 
DE POLÍCIA DO TRÂNSITO 
ADMINISTRATIVO. PODER DE POLÍCIA. TRÂNSITO. SANÇÃO PECUNIÁRIA APLICADA POR 
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. IMPOSSIBILIDADE. 
1. Antes de adentrar o mérito da controvérsia, convém afastar a preliminar de conhecimento 
levantada pela parte recorrida. Embora o fundamento da origem tenha sido a lei local, não há 
dúvidas que a tese sustentada pelo recorrente em sede de especial (delegação de poder de 
polícia) é retirada, quando o assunto é trânsito, dos dispositivos do Código de Trânsito 
Brasileiro arrolados pelo recorrente (arts. 21 e 24), na medida em que estes artigos tratam da 
competência dos órgãos de trânsito. O enfrentamento da tese pela instância ordinária também 
tem por conseqüência o cumprimento do requisito do prequestionamento. 
2. No que tange ao mérito, convém assinalar que, em sentido amplo, poder de polícia pode ser 
conceituado como o dever estatal de limitar-se o exercício da propriedade e da liberdade em 
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favor do interesse público. A controvérsia em debate é a possibilidade de exercício do poder de 
polícia por particulares (no caso, aplicação de multas de trânsito por sociedade de economia 
mista). 
3. As atividades que envolvem a consecução do poder de polícia podem ser sumariamente 
divididas em quatro grupos, a saber: (i) legislação, (ii) consentimento, (iii) fiscalização e (iv) 
sanção. 
4. No âmbito da limitação do exercício da propriedade e da liberdade no trânsito, esses grupos 
ficam bem definidos: o CTB estabelece normas genéricas e abstratas para a obtenção da 
Carteira Nacional de Habilitação (legislação); a emissão da carteira corporifica a vontade o 
Poder Público (consentimento); a Administração instala equipamentos eletrônicospara verificar 
se há respeito à velocidade estabelecida em lei (fiscalização); e também a Administração 
sanciona aquele que não guarda observância ao CTB (sanção). 
5. Somente os atos relativos ao consentimento e à fiscalização são delegáveis, pois aqueles 
referentes à legislação e à sanção derivam do poder de coerção do Poder Público. 
6. No que tange aos atos de sanção, o bom desenvolvimento por particulares estaria, inclusive, 
comprometido pela busca do lucro - aplicação de multas para aumentar a arrecadação. 
Recurso especial provido. (REsp 817534/MG RECURSO ESPECIAL 
2006/0025288-1, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, data de 
julgamento: 10/11/2009, publicação: DJe 10/12/2009) 
 
 
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÕES INEXISTENTES. CONTRADIÇÃO 
CARACTERIZADA. (ADMINISTRATIVO. PODER DE POLÍCIA. TRÂNSITO. SANÇÃO PECUNIÁRIA 
APLICADA POR SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. IMPOSSIBILIDADE.) 
1. Nos aclaratórios, sustenta a parte embargante que existem vícios a serem sanados no 
acórdão combatido, a saber: (i) omissão acerca da regra de competência, a qual imputa o 
processamento e o enfrentamento da presente causa ao Supremo Tribunal Federal 
(incompatibilidade entre lei local em face de lei federal); (ii) omissão acerca das regras 
constitucionais de balizamento da matéria de fundo (possibilidade de sociedade de economia 
mista exercer a atividade de controle de trânsito ante à inexistência de vedação constitucional 
no ponto); e (iii) contradição existente entre o provimento final do acórdão (provimento integral 
do especial) e sua fundamentação, na qual restou afirmada a possibilidade de a embargante 
exercer atos relativos a fiscalização. 
2. Em relação ao item (i), tem-se que o acórdão da origem apreciou apenas a tese jurídica – 
possibilidade de delegação de poder de polícia para particulares – com base em diversos 
dispositivos de lei local, lei federal e da própria CR/88, mas jamais entendeu que a lei específica 
de delegação (lei local) era válida em face de lei federal. Trechos do acórdão da origem. 
3. É possível, e isso é de cotidiana percepção pelos magistrados que integram o STF e o STJ, 
que um provimento judicial de última instância adote, simultaneamente, argumentos de ordem 
constitucional e infraconstitucional. 
4. Daí ser igualmente possível o manejo (autônomo e simultâneo) de recurso especial e de 
recurso extraordinário, sem que se possa dizer que o julgamento do especial importa em 
usurpação de competência do Supremo Tribunal Federal. 
5. O que se tem, nesses casos, é uma competência cindida para apreciação de matérias 
distintas: o STJ aprecia a alegada ofensa à legislação infraconstitucional federal e o STF aprecia 
as questões de sua competência. 
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6. Na espécie, entendeu-se que o art. 24 do CTB permitia a delegação do poder de polícia para 
particulares. 
7. Tal tese encontra-se, pois, no âmbito da legislação infraconstitucional, pois envolve a correta 
extensão do conteúdo de norma integrante de diploma normativo federal – norma cuja mal 
interpretação importaria ipso facto na ofensa a legislação infraconstitucional. Cabível, portanto, 
o recurso especial, com base no art. 105, inc. III, “a”, da CR/88. 
8. Não fosse isso bastante, a regra consubstanciada no art. 237 da Lei n. 6.404/76 autoriza 
concluir acerca da impossibilidade da transferência do poder de polícia para particulares. Esta 
foi a conclusão adotada no voto-vista proferido pelo Min. Herman Benjamin. 
9. Fácil perceber, nesta esteira, que o âmbito de atuação do STJ deu-se nos estritos limites de 
sua competência, interpretando unicamente a legislação infraconstitucional (dispositivos do CTB 
e da Lei n. 6.404/76). 
10. Uma tese de reforço: a rigor, os votos que fundamentaram o acórdão da Corte Superior 
sequer fizeram menção à lei local - limitaram-se a discutir a possibilidade de delegação de 
poder de polícia a particular. Então, não houve nenhum juízo de validade acerca da lei local. 
11. Mesmo que não houvesse lei local específica, as teses vencedoras nesta instância especial 
seriam exatamente as mesmas, o que bem demonstra que não houve a dita incursão em 
competência do STF. 
12. Bem, além da incidência dos arts. 7º e 24 do CTB, a origem, é bem verdade, discutiu a 
possibilidade de delegação de serviços públicos a particulares, com base no art. 175 da CR/88, 
bem como a competência municipal para gerir os serviços públicos locais (art. 30 da Lei Maior). 
Neste ponto, cabível a interposição do extraordinário (a propósito: o Ministério Público estadual 
protocolou mesmo o extraordinário). 
13. Em suma: a origem conclui pela possibilidade de delegação do exercício do poder de polícia 
para sociedades de economia mista com base no alcance e conteúdo (i) dos arts. 22, 30 e 175 
da CR/88 e (ii) dos arts. 7º e 24 do CTB. Não se julgou válida lei local em confronto com lei 
federal, mas apenas e tão-só definiu parâmetros de interpretação de lei federal e de normas 
constitucionais. Assim, uma parte dos argumentos enfrentava especial; a outra parte, 
extraordinário. Neste contexto, o julgamento do especial não implica usurpação da competência 
do Supremo Tribunal Federal. 
14. No que tange ao item (ii), é pacífica a jurisprudência desta Corte Superior no sentido de 
que não cabem embargos de declaração para que o STJ enfrente matéria constitucional, ainda 
que para fins de prequestionamento, sob pena de usurpação da competência do Supremo 
Tribunal Federal. Precedentes. 
15. Finalmente, no que diz respeito ao item (iii), assiste razão à embargante. 
16. Tanto no voto condutor, como no voto-vista do Min. Herman Benjamin, ficou claro que as 
atividades de consentimento e fiscalização podem ser delegadas, pois compatíveis com a 
personalidade privadas das sociedades de economia mista. 
17. Nada obstante, no recurso especial, o pedido do Ministério Público tinha como objetivo 
impossibilitar que a parte embargante exercesse atividades de policiamento e autuação de 
infrações, motivo pelo qual o provimento integral do especial poderia dar a entender que os 
atos fiscalizatórios não podiam ser desempenhados pela parte recorrida-embargante. 
18. Mas, ao contrário, permanece o teor da fundamentação e, para sanar a contradição, é 
necessária a reforma do provimento final do recurso, para lhe dar parcial provimento, 
permitindo os atos de fiscalização (policiamento), mas não a imposição de sanções. 
19. Embargos de declaração parcialmente acolhidos, com efeitos modificativos, para dar parcial 
provimento ao recurso especial, no sentido de que permanece a vedação à imposição de 
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 Direito Administrativo 26/214 
 Prof. Josenildo Santos 
 
 
sanções pela parte embargada, facultado, no entanto, o exercício do poder de 
polícia no seu aspecto fiscalizatório. (EDcl no REsp 817534/MG, Relator(a) Ministro 
MAURO CAMPBELL MARQUES, Órgão Julgador: SEGUNDA TURMA, Data do Julgamento: 
25/05/2010, Data da Publicação/Fonte: DJe 16/06/2010) 
 
 
PODER DE POLÍCIA EXERCIDO POR CAPITÃES DE NAVIOS 
 
LEI 9.537/97 
 
Art. 8° - Compete ao Comandante: 
I - cumprir e fazer cumprir a bordo, a legislação, as normas e os regulamentos, bem como os 
atos e as resoluções

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