Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TEORIA GERAL DAS PENAS Art. 32 ao 119 do CP Penas: retribuição, prevenção e ressocialização. Art. 303 lei 7565/86 Art. 24 lei 9605/98 Penas proibidas: morte, art. 303, art. 24, art. 5º XLVII da CF (caráter perpetuo), trabalhos forçados, banimentos, penas cruéis. Princípios: 1- Legalidade: deve haver lei para definição da pena. 2- Personalidade ou pessoalidade: art. 5º XLV CF, com exceção do perdimento de bens (confisco). 3- Individualidade: a pena deve ser individualizada ao agente. 4- Proporcionalidade: a pena deve ser proporcional ao fato. 5- Inderrogabilidade: irrevitabilidade da pena, pois deve ser executada desde que preencha os requisitos. 6- Dignidade da pessoa humana: a pena deve ser de forma humana. PENAS PERMITIDAS I- Privativas de liberdade: reclusão, detenção e prisão simples. Regime de cumprimento da pena: Fechado: estabelecimento de segurança máxima ou média; (penas superiores a 8 anos). Semi-aberto: colônia agrícola ou estabelecimento industrial; (penas de 4 a 8 anos). Aberto: albergue. (penas até 4 anos). Para progressão de regime deve ter cumprido 1/6 da pena. O crime hediondo se diferencia pela severidade da pena, o seu cumprimento é o mesmo, mas a progressão vai para 2/5 (é exigido mais do apenado para cumprir a pena). II- Restritivas de direito: prestação pecuniária, prestação de serviços a comunidade, interdição de direitos, limitação de final de semana. Penas reais: Prestação pecuniária (art. 45 parágrafo 1º CP) Perda de bens e valores (art. 45 parágrafo 2º CP) Penas pessoais: Prestação de serviços (art 46 CP) Interdição temporária (art. 47 CP) Se refere a proibição do exercício de cargo/função ou qualquer atividade pública ou o particular que exerça atividade como os profissionais liberais. Limitação de final de semana (art. 48 CP) O agente deve comparecer ao albergue por no mínimo 5 horas. Diferença entre Prestação Pecuniária e Multa Prestação Pecuniária Multa Benefício Vítima + dependente ou entidade pública com destinação social. Estado = Fundo penitenciário. Valor 1 a 360 salários 10 a 360 dias/multa Dia/multa = 1/30 a 5 salários mínimos. Reparação do dano Valor deduz em ação civil Não deduz Descumprimento injustificado A lei não proíbe a conversão em pena privativa de liberdade. Deve ser executada como dívida ativa. Pena restritiva de direito: prestação de serviços comunitários. Não gera vínculo de emprego, pois é uma sanção. A pena é cumprida a cada 1 hora de trabalho equivalente a 1 dia de pena. Remissão da pena: é o abatimento da pena em razão de trabalho realizado. Detração da pena: é o abatimento da pena provisória no abatimento da pena definitiva. FIXAÇÃO DA PENA 1º Serve para fixar a pena pela base, em consideração as circunstâncias judiciais. 2º O juiz leva em conta agravantes e atenuantes. 3º Casos de aumento ou diminuição onde irá fixar a pena definitiva. As circunstâncias judiciais estão no artigo 59 do CP: culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade do agente, motivos, circunstâncias e consequências do crime, comportamento da vitima. Pesquisar sobre crime qualificado e privilegiado 1ª FASE: Finalidade: fixar a pena base Critérios: circunstancias judiciais Ponto de Partida: pena mínima em abstrato. OBS: a fixação da pena base deve estar dentro dos limites da pena em abstrato. Se existirem somente circunstancias judiciais favoráveis a pena base sera fixada no mínimo. Em caso de aumento de pena decorrente de circunstancias judiciais desfavorável o juiz deverá fundamentar sua decisão, sob pena de nulidade (não anula a sentença, mas deverá renovar o cálculo da pena). Em caso de aumento da pena o juiz poderá aumentar o quanto entender necessário, desde que não ultrapasse o limite máximo. Em caso de concurso de circunstancias judiciais favoráveis e desfavoráveis o juiz pode: I- fazer a compensação, II- aplicar por analogia (Aplica-se em hipótese de bona partem, para beneficiar o réu) art. 67 do CP. 2ª FASE Finalidade: fixar a pena intermediária Critérios: agravantes (art. 61 e 62 do CP). Atenuantes (art. 65 e 66 do CP). Ponto de partida: pena base OBS: a pena intermediaria deve ficar dentro dos limites da pena em abstrato. O juiz agrava ou atenua a pena o quanto for necessário, respeitando os limites da pena em abstrato caso, caso agrave a pena deve fundamentar, sob pena de nulidade. Os agravantes sempre agravam a pena, salvo quando: I- Não qualificar o crime, II- Quando a pena base for fixada no mínimo, III- Quando a atenuante for preponderante (Art. 67 do CP). As atenuantes sempre atenuam a pena, saldo quando: I- Privilegiar o crime, II- Quando a pena for base for fixada no mínimo (sumula 231 do STJ), III- Quando o agravante for preponderante. Tabela de preponderância: 1- Circunstância atenuante = idade maior que 21 anos da data do fato e menor que 70 anos da data da sentença. 2- Circunstância agravante: reincidência. 3- Circunstância agravante e atenuante subjetiva (agente) - Estado anímico - Motivo do crime - Condição do agente 4- Circunstância agravante ou atenuante objetiva (fato/crime) - Meios ou modo de cometimento do crime. Reincidência (art. 63 e 64 do CP) Se da quando o agente comete novo crime depois de transitar em julgado a sentença que o tenha condenado por crime anterior, desde que o lapso temporal não seja superior a 5 anos, contados a partir da data de cumprimento da pena ou da sua extinção. O que importa é a nova data da sentença e não a data do fato. Exemplo: cumpriu pena até 2015 e em 2017 cometeu novo crime, a sentença saiu em 2021, logo não é reincidente. O aumento da pena na reincidência se da na 2ª fase. Impede de alguns benefícios (substituição da pena). Hipóteses que não geram reincidência: - Condenação por crime militar ou crime político; - Abolitio Criminis; - Prescrição da pretensão punitiva; - Anistia; - Condenação anterior por contravenção penal; - condenação cuja a pena foi cumprida ou extinta a mais de 5 anos. 3ª FASE Finalidade: fixar a pena definitiva. Critérios: causas de aumento e causas de diminuição. Ponto de partida: pena intermediária. MEDIDAS ALTERNATIVAS A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE Substituição da Pena (art. 44 CP) I- Pena até 4 anos, crime praticados sem violência ou grave ameaça. II- Não ser reincidente em crime doloso. III- Circunstância judiciais favoráveis. OBS: os requisitos para substituição da pena são cumulativos. Observado os critérios: I- Se o crime for praticado na forma culposa é irrelevante a quantidade da pena. II- Art. 44 parágrafo 3º do CP: no caso do condenado reincidente o juiz poderá substituir a pena caso a medida seja socialmente recomendável e não seja a reincidência pela pratica do mesmo crime. III- Se a pena for menor que um ano o juiz substituirá por multa ou uma restritiva de direito. IV- Se a pena for maior que um ano o juiz aplica uma restritiva de direito e multa ou duas restritivas de direito. Hipóteses de convenção da pena restritiva de direito em PPL: I- Descumprimento injustificado da restrição imposta art. 44 parágrafo 4º e 5º II- Condenação em pena privativa de liberdade por outro crime. III- Substituição da pena para a prestação de serviços so para penas superiores a 6 meses. SURSI – Suspensão condicional da execução da pena SURSI simples SURSI especial SURSI etário SURSI humanístico Previsão legal Art. 77 CC Art. 78 §1º CP Art. 77 CC Art. 78§2º CP Art. 78 §2º 1ª parte CP Art. 77 §2º 2ª parte CP Pressupostos 1- Parte imposta até 2 anos 2- Período de prova 2 a 4 anos. 1- Pena imposta até 4 anos 2- Período de prova de 4 a 6 anos Pressupostos específicos 1-Reparação do dano, salvo impossibilidade 2-Art. 59 CP=favorável Idade menor que 70 anos Razoes de saúde que justifiquem Condições 1-Prestação de serviços 2-Limitação de FDS 1-Não ausentar-se da comarca sem autorização 2-Comparecer mensalmente em juízo. 3-Proibição frequentar locais Art. 78 §1º CP (não reparou dano) Art. 78 §2º CP (reparou dano) Requisitos 1-Não reincidente em crime doloso 2-Art. 59 CP= favorável 3-Não cabível art. 44 CP Revogação obrigatória art. 81, I, II e III CP Revogação facultativa art. 81, §1º CP LIVRAMENTO CONDICIONAL Conceito: consiste na liberdade antecipada do condenado que cumpriu alguns pressupostos, ficando condicionado a exigências durante o restante do tempo da pena que deve cumprir. Previsão legal: art. 83 CP. Requisitos: CONDICIONAIS, ou 1 ou outro. 1- PPL menor ou igual a 2 anos 2- Reparação do dano. 3- Ter cumprido: Mais de 1/3 se não reincidente em crime doloso Mais de 1/2 se reincidente. Mais de 2/3 para crime hediondo/equiparado e não reincidente especifico. Requisitos subjetivos: cumulativos 1- Bom comportamento durante a execução da pena; 2- Aptidão para prover sua subsistência; 3- Bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído. Condições: (art. 132 LEP) opcionais 1- Obter ocupação licita; 2- Comparecimento em juízo mensal; 3- Não mudar de comarca sem autorização; 4- Não mudar de residência sem autorização; 5- Recolher-se à habitação em horário fixado; 6- Não frequentar determinados locais. Revogação do livramento (art. 86 do CP) Quando ocorrer condenação em pena privativa de liberdade por crime cometido durante a vigência do livramento condicional ou ainda condenação a pena privativa de liberdade por crime praticado anteriormente. Revogação facultativa Previsão legal: art. 87 Hipóteses: 1- Quando descumprir as condições impostas; 2- Quando ocorrer condenação por crime em que a pena seja diversa da privativa de liberdade. CONCURSO DE CRIMES Espécies: 1- Concurso material: Previsão legal: art. 69 CP Conceito: art. 69 do CP “duas ou mais condutas pra 2 ou mais crimes”. 2- Concurso formal Previsão legal: art. 70 CP Conceito: com uma conduta pratica 2 ou mais crimes - Concurso formal perfeito: não há desígnios (dolo) autônomos de vontade. Sistema de exasperação da pena e de causa de aumento da pena de 1/6 a 1/2. - Concurso imperfeito: há desígnios autônomos de vontade, ou seja, dolo para todos os resultados. Sistema cumulativo da pena, soma-se tudo. CAIR NA PROVA: sujeito faz roubo a um ônibus com 30 passageiros e rouba a todos, logo trata-se de crime FORMAL por se tratar de uma conduta. Não confundir com material pois a jurisprudência entende que é 1 conduta para roubar 1 ônibus com várias pessoas. OBS: art. 70 § 1º caso o sistema é exasperação da pena for maior que o sistema cumulativo, se aplica ele . CRIME CONTINUADO Ocorre quando o agente mediante mais de uma ação ou omissão pratica dois ou mais crimes, que pelas mesmas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhanças devem os subsequentes serem tirados com continuação do primeiro. Previsão legal: art. 71 CP. Critério para fixação da pena: aplica-se a pena de um só dos crimes, se idênticas ou a mais grave, se diversas, aumentada em qualquer um dos casos de 1/6 a 2/3. EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE 1- Pela morte do agente: porque a pena não pode passar da pessoa do condenado, princípio da personalidade. 2- Anistia: é uma espécie de ato legislativo federal, por meio do qual o Estado em razão de clemencia, política social etc, esquece um fato criminoso, apagando seus efeitos penais, podendo a sentença condenatória definitiva ser executada no juízo civil. Graça: é um benefício individual, com destinatário certo concedido pelo presidente da república, através de decreto, atingindo apenas os efeitos executórios penais da condenação, que depende de provocação do interessado. Induto: se diferencia da graça por se tratar de um benefício coletivo sem destinatário certo e que não depende de provocação do interessado. Prescrição e decadência: perda do direito de punir em razão do decurso de um lapso temporal. 3- Pela lei que não considera o fato mais criminoso, ou seja, abolitio criminis. 4- Preempção: trata-se de sansão processual imposta ao autor na ação penal privada (querelante) em razão de sua conduta omissiva na esfera processual penal (art. 60 do CPP). 5- Pela renúncia do direito de queixa: é o ato unilateral do ofendido (vitima), abdicando do direito de promove a ação penal privada (aquela que não existe a figura do Estado). 6- Perdão aceito: é o ato pelo qual o ofendido (vitima) desiste de prosseguir com o andamento de processo já em curso, desculpando o ofensor (autor do crime) pela prática do crime. 7- Retratação do agente: retirar o que foi dito, porém só é admitido nos crimes expressamente previstos em lei. 8- Perdão judicial: é o instituto pelo qual o juiz deixa de aplicar a sanção penal, levando em consideração determinadas circunstancias que concorrem para o evento, sendo possível somente nas hipóteses previstas em lei. DECADÊNCIA = AÇÃO É a perda do direito de ação pela consumação do tempo pré-fixado pela lei para o oferecimento da queixa crime ou da representação criminal, extinguindo o direito de ação, e por conseguinte também o direito de punir. O prazo decadencial é de 6 meses, contado da data ou do dia dos fatos ou do dia em que tomar conhecimento da autoria do fato. PRESCRIÇÃO = PUNIÇÃO É a perda, em face do decurso do tempo, do direito do Estado de punir ou de executar uma punição já imposta. DECADÊNCIA PRESCRIÇÃO Atinge o direito de ação Atinge o direito de punir Prazo de 6 meses Ver art. 109 CP Ocorre nos crimes de ação penal publica condicionada e nas ações penais privadas Ocorre tanto nas ações penais publicas quanto na privada Ocorrer antes da ação penal Pode ocorrer a qualquer tempo PRAZOS PRAZO DE PRESCRIÇÃO PENA MÁXIMA 20 anos Maior que 12 anos 16 anos Maior que 8 até 12 anos 12 anos Maior que 4 até 8 anos 8 anos Maior que 2 até 4 anos 4 anos Maior que 1 até 2 anos 3 anos Pena maior ou igual a 1 ano Pretensão da pena punitiva 1- Em abstrato 2- Retroativa 3- Intercorrente Obs: Concurso material para cada crime se conta o prazo prescricional para cara crime individual. São reduzidas a metade os crimes prazos prescricionais para menores de 21 e maiores de 70 anos. Art. 115 CP
Compartilhar