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OTORRINO - OTITE MÉDIA AULA 03

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‘Otorrinolaringologia 
Nathália Machado – Tut 01 – MedFTC 22.1 
 
Otite Média
introdução 
A tuba auditiva constitui o conduto que 
une a porção anterior da cavidade 
timpânica à porção posterior das 
cavidades nasais (nasofaringe). 
Apresenta um segmento lateral (ou 
superior) ósseo que se abre na caixa do 
tímpano através do óstio timpânico e 
um segmento medial (ou inferior) 
fibrocartilaginoso que se abre na 
nasofaringe através do óstio faríngeo. 
Existem 4 músculos diretamente 
relacionados a tuba auditiva: 
- Músculo tensor do véu palatino; 
- Músculo elevador do véu palatino; 
- Músculo salpingofaríngeo; 
- Músculo tensor do tímpano. 
As funções básicas da tuba se 
relacionam com o sistema auditivo: 
 Ventilação das cavidades da 
orelha média, drenagem de 
secreções e proteção. 
O funcionamento anormal é o principal 
fator etiológico para a otite média. 
Teoria do continuum de Paparella 
 
Essa teoria ajuda a entender as 
patologias do ouvido médio. 
Existe uma disfunção ou alteração 
tubária e a TA não está equalizando a 
pressão e nem ventilando o ouvido 
médio -> ar dentro do ouvido médio 
será absorvido -> absorção de gases -> 
essa absorção gera pressão negativa e 
retração da MT. 
➔ Se associar esse cenário com 
secreção de nasofaringe que 
penetra no ouvido médio -> 
OMA 
A OMA pode melhorar 
espontaneamente ou encher o ouvido 
de secreção. 
➔ A pressão negativa e retração da 
MT pode causar extravasamento 
de plasma dos vasos 
(transudato), líquido 
transparente e fluido. -> otite 
média serosa. 
Com o aparecimento de líquido no 
ouvido, ocorre uma manutenção da 
hipóxia pela falta de ventilação -> causa 
metaplasia da mucosa com aumento de 
células caliciformes e glândulas 
secretoras (exsudato) -> otite média 
secretora, também chamada de 
mucoide ou glue-ear. 
Esse quadro pode: 
- Ter resolução espontânea; 
Ou 
‘Otorrinolaringologia 
Nathália Machado – Tut 01 – MedFTC 22.1 
 
- Ter um extravasamento vascular 
(formação de hemotímpano) e os cristais 
colesterínicos levar um Granuloma de 
Colesterol que pode levar a edema de 
pregas mucosas e formação de ilhas de 
hipóxia. 
Ou 
- Pode cursar com edema de pregas 
mucosas com formação de ilhas de 
hipóxia, e esse quadro pode resultar em 
OMC ativa com perfuração timpânica ou 
formar tecido de granulação com MT 
íntegra, que será a Otite Média 
Silenciosa. 
Otite média com efusão 
 
Otite Média com Efusão (OME) é a 
presença de fluido na orelha média com 
membrana timpânica íntegra sem sinais 
ou sintomas de infecção otológica 
aguda. 
 Pico mais tarde que na OMA: 2-4 
anos. Tende a diminuir com a 
idade, a partir dos 6 anos. 
 Pode ser considerada uma 
sequela da OMA. 
 Em < 3 anos frequentemente 
está relacionada à OMA. 
 
 A efusão permanece dentro do 
ouvido médio por 2 semanas em 
70% das crianças após a OMA e 
1 mês em 40% e mais de 3 meses 
em 5-10% dos casos. 
 
 Pode ocorrer em adultos, é 
menos comum e se 
diagnosticado, deve investigar 
tumorações. 
A efusão na orelha média reduz a 
mobilidade da MT, formando uma 
barreira na condução da onda sonora. 
O fluido pode ser mucoide, seroso, 
sanguinolento, purulento ou uma 
combinação destes, o termo efusão 
engloba todas as variações. 
Pode ser classificada com base no 
tempo em: 
 Aguda > 3 semanas 
 Subaguda: 3 semanas a 3 meses 
 Crônica > 3 meses 
Apesar da deficiência auditiva ser leve e 
transitória na maior parte dos casos, a 
OME crônica tem potenciais efeitos 
sobre o desenvolvimento da linguagem 
e da fala e potenciais alterações 
irreversíveis na orelha média. 
Epidemiologia 
Mais da metade dos lactentes 
apresentam OME no primeiro ano de 
vida, e há uma porcentagem de chance 
ainda maior aos 2 anos. 
Cerca de 90% das crianças apresentam 
OME antes da idade escolar, sendo mais 
frequente entre 6 meses e 4 anos de 
idade, com média de 4 episódios por 
ano. 
‘Otorrinolaringologia 
Nathália Machado – Tut 01 – MedFTC 22.1 
 
Pode ocorrer por mau funcionamento 
da trompa de Eustáquio e, 
principalmente, após quadros de OMA e 
IVAS, explicando o pico de incidência no 
inverno. 
A prevalência é maior quando há 
comprometimento anatômico, como em 
pacientes com S. Down e fenda palatina. 
Fatores de risco 
Fatores ambientais: 
 IVAS: a OME é uma 
consequência da IVAS ou de 
OMA, com maior incidência dos 
meses de outono e inverno e 
diminuição no verão; 
 Creche/escola: aumentam o risco 
de OME pela exposição a IVAS. 
 Tabagismo passivo: pais 
tabagistas aumentam o risco de 
OME e OME crônica; 
 Aleitamento materno: fator de 
proteção. Amamentar até os 3 
meses diminui risco de OME e 
até os 6 meses confere alguma 
proteção até o 3º ano de vida. 
 Outros fatores: famílias com 
muitas crianças, condição 
socioeconômica desfavorável, 
uso de chupeta podem 
apresentar algum risco para 
desenvolvimento da OME, 
existem estudos discordantes. 
Fatores do hospedeiro: 
Idade: o risco de OME crônica após OMA 
é inversamente proporcional à idade, 
sendo 4 vezes maior em menores de 2 
anos. 
Anormalidades craniofaciais: fenda 
palatina não corrigida, síndrome de 
Down, malformações craniofaciais 
apresentam maior risco para otite média 
devido à disfunção tubária. 
Predisposição genética: estudos 
mostram possível associação com otite 
média. 
Outros fatores: alergia, raça e sexo 
apresentam dados discordantes. 
Patogênese 
A patogênese é multifatorial e complexa 
com diversas variáveis influenciando o 
seu curso. 
Estudos sugerem que nos pacientes com 
OME a tuba auditiva é incapaz de aliviar 
uma pressão negativa criada dentro da 
cavidade timpânica. 
O processo inicia com uma reação 
inflamatória de qualquer etiologia que 
inicialmente produz líquido. Em uma 
atividade normal, para drenar esse 
líquido contido em uma cavidade 
fechada, o batimento ciliar criaria uma 
pressão negativa que, em determinados 
casos, não poderia ser aliviada pela TA. 
O movimento de bombeamento 
muscular da TA, na tentativa de drenar o 
líquido, aumenta ainda mais a pressão 
negativa. A impossibilidade da TA de 
aliviar essa situação resulta em 
permanência do líquido na fenda 
auditiva. 
A efusão produzida na orelha média 
pode ser mucoide, constituída por um 
exsudato gerado por glândulas 
secretoras, ou serosa formada por 
‘Otorrinolaringologia 
Nathália Machado – Tut 01 – MedFTC 22.1 
 
transudato devido ao aumento da 
permeabilidade capilar. 
As duas são causadas por reação 
inflamatória da otite média. 
Pode ocorrer por: 
 
A infecção bacteriana é ainda muito 
discutível devido ao resultado pouco 
expressivo com uso de ATB. 
➔ 20-75%: h. influenzae, s. 
pneumoniae, m. catarrhalis e a. 
otidis. 
Quadro clínico 
 
Frequentemente não cursa com otalgia 
e, se houver, geralmente é leve; 
Paciente pode ter uma sensação de 
“ouvido tapado”, pressão no ouvido, 
chamada de plenitude auricular. 
Autofonia: barulhos do organismo se 
torna maior que os barulhos externos. 
A hipoacusia em crianças pode causar 
deficiência de funções cognitivas, 
distúrbio da fala e linguagem. 
Importante valorizar: falta de atenção, 
alterações comportamentais, dificuldade 
em acompanhar uma conversa em 
volume normal, uso de aparelhos com 
som excessivamente elevado, alteração 
no desempenho escolar, atraso na fala e 
linguagem, dificuldade em entender 
frases, sensação de “ouvido tapado” ou 
estalidos, problemas de equilíbrio, falta 
de coordenação ou atraso motor, 
episódios de reagudização da OMA. 
Confirma-se a OME por meio da 
otoscopia: 
 
Visualização de bolhas na secreção ou 
nível hidroaéreo está associada a fase de 
resolução do processo, indicando TA 
pérvia, recuperando sua função. 
A MT pode apresentar opacificação, 
efusão da orelha média com colocação 
âmbar que pode variar em tipo e 
consistência, podendo atingir 
tonalidades escuras, domarrom até um 
azulado. 
Pode-se ter uma secreção 
excessivamente viscosa, retrações da 
MT, horizontalização do cabo do 
martelo. 
O conteúdo na orelha média torna a MT 
opaca, contrastando com o cabo do 
martelo que parece ficar mais branco e 
com aspecto gessado. 
Frequentemente ocorre aumento da 
vascularização radial na MT. 
‘Otorrinolaringologia 
Nathália Machado – Tut 01 – MedFTC 22.1 
 
 
A timpanometria pode confirmar casos 
suspeitos de OME quando há dúvidas na 
otoscopia. 
A miringotomia é o padrão-ouro na 
OME. 
 
 
Líquido com coloração mais amarelada, 
âmbar. 
Diagnóstico 
É baseado na suspeita clínica! 
- Endoscopia nasal: geralmente 
solicitados para adultos a fim de verificar 
existência de obstrução tubária e 
alterações de rinofaringe. 
Em crianças geralmente será causado 
por hipertrofia de adenoide. 
- Audiometria: avaliar perda condutiva. 
Solicitar quando não puder mais 
visualizar líquido no ouvido ao exame, se 
curva tipo B: presença de líquido, curva 
tipo C fala sobre pressão negativa e se 
pressão normal será curva tipo A; 
- Impedanciometria: declínio ou 
ausência de mobilidade da membrana 
com uma curva tipo B, reflexo 
estapediano ausente. 
Tratamento 
Pode resolver espontaneamente entre 
1-2 meses. 
➔ Prevenção e tratamento: vacina, 
ATB e antivirais. 
ATB preventivo não é muito usado. 
➔ Antiinflamatórios – corticoide via 
oral ou nasal; 
➔ Tratamento da obstrução nasal. 
➔ Ventilação da orelha média por 
insuflação com manobra de 
Valsalva ou pêra de Politzer. 
Evitar em pacientes com muita 
secreção nasal para evitar que 
acabe enviando secreção para o 
ouvido causando uma OMA. 
➔ Miringotomia acompanhada ou 
não da colocação de tubos de 
ventilação; 
➔ Adenoidectomia. 
 
‘Otorrinolaringologia 
Nathália Machado – Tut 01 – MedFTC 22.1 
 
O tubo é inserido na MT para ventilar, 
quando as condições no ouvido médio e 
tuba auditiva melhoram e o paciente 
volta a ter ventilação pela TA, esse tubo 
é expulso sozinho com fechamento 
espontâneo da membrana. 
Curta permanência: tubo sai sozinho 
entre 1 semana e 1 ano. 
Média permanência: pode levar até 2 
anos. 
Longa permanência: dificilmente sairá. 
Otite média aguda 
Otite média aguda (OMA) processo 
inflamatório do mucoperiósteo da 
orelha média, associada a início rápido 
de sinais e sintomas inflamatórios na 
região, cuja etiologia é viral ou 
bacteriana. 
 
Membrana abaulada, hiperemiada com vasos 
bastante visíveis, contendo secreção 
purulenta atrás da MT. 
É uma das patologias mais frequentes na 
prática pediátrica. 
Epidemiologia 
 Segunda razão de procura ao 
pediatra; 
 A OMA é mais prevalente no 
lactente e na criança pequena, 
supostamente devido a fatores 
anatômicos e imunológicos 
característicos dessa faixa etária; 
A incidência da OMA acompanha a de 
IVAS (inverno). 
Incidência: 6-12 meses, segundo pico 
entre 4-7 anos. 
Até os 2 anos geralmente bilateral e 
após os 2 anos geralmente unilateral. 
 
Se atentar que o mais comum é o S. 
pneumoniae, mas se o paciente for 
menor que 5 anos o patógeno mais 
comum será o H. influenzae. 
Quadro Clínico: 
 
Frequentemente o paciente com OMA 
cursa com otalgia intensa, mas pode não 
apresentar dor alguma; 
IVAS recente: 1-2 semanas geralmente 
pós quadro de IVAS. 
‘Otorrinolaringologia 
Nathália Machado – Tut 01 – MedFTC 22.1 
 
 
Fatores de risco 
Esses fatores, quando presentem, 
provavelmente influenciam nos 
mecanismos de fisiopatologia da OMA, 
aumentando o risco da doença. 
São classificados em fatores 
relacionados ao hospedeiro e fatores 
relacionados ao ambiente. 
Fatores ambientais: 
 IVAS: frequentemente a OMA é 
uma consequência da IVAS, 
ambas com pico de incidência 
nos meses frios; 
 Creche/escola: aumentam o risco 
de OMA pela exposição a IVAS. 
Crianças que frequentam creche 
tem risco aumentado entre cerca 
de 50-100%; 
 Tabagismo passivo: pais 
tabagistas aumentam o risco, 
orientar cessação do tabagismo, 
fumar longe da criança ou em 
locais bastante ventilados; 
 Uso de chupeta: uso de chupeta 
em escola/creche aumenta o 
risco de OMA. Interrupção a 
partir dos 6 meses reduz a 
incidência; 
 Aleitamento materno: o 
aleitamento materno exclusivo 
durante os 6 primeiros meses de 
vida reduz em cerca de 43% as 
chances de OMA nos primeiros 2 
anos de vida; 
 Outros fatores: ordem do 
nascimento, tamanho da família 
e condição socioeconômica, 
porém estudos até o momento 
são discordantes acerca dos seus 
efeitos potenciais. 
Fatores do hospedeiro: 
Idade: primeiro episódio de OMA antes 
dos 6 meses de idade é um poderoso 
preditor de OMAR. 
Anormalidades craniofaciais: fenda 
palatina não corrigida, síndrome de 
Down, malformações craniofaciais 
apresentam maior risco para otite média 
devido à disfunção tubária. 
Predisposição genética: estudos 
mostram possível associação com 
OMAR. 
Outros fatores: alergia, DRGE, raça e 
sexo apresentam dados discordantes. 
Patogênese 
A tuba auditiva em crianças é mais 
horizontalizada, o que facilita a 
progressão de vírus e bactérias da 
rinofaringe para a orelha média. 
Ao nascer, o sistema imune ainda é 
imaturo. O recém-nascido nasce com 
níveis altos de IgG materno, que vão 
diminuindo progressivamente, até que 
por volta dos 5-6 meses se tornam 
pouco efetivos. 
A criança produz gradualmente mais 
IgG, IgA e IgM próprias e atinge um 
platô quando a criança está maior. 
Essas fases coincidem com a época de 
início e de desaparecimento dos 
‘Otorrinolaringologia 
Nathália Machado – Tut 01 – MedFTC 22.1 
 
episódios de OMA na maioria das 
crianças. 
A OMA é geralmente desencadeada por 
um processo infeccioso, associado a 
algum grau de disfunção da tuba 
auditiva (TA) e do sistema imune. 
Geralmente precedida em 3-4 dias por 
IVAS, sendo os vírus atuantes como 
copatógenos, predispondo à infecção 
bacteriana. 
Os vírus pais encontrados na OMA são 
o VSR (15%), influenza A e B (5%) e 
adenovírus (5%). 
Dentre as bactérias, o S. pneumoniae e 
H. influenzae tem frequência similar, e 
o S.pyogens responsável por apenas 
uma pequena parcela. 
Diagnóstico 
Quadro clínico 
+ 
Otoscopia 
 
Alterações de membrana timpânica 
encontradas na OMA: mudança da 
translucidez, forma, cor, vascularização e 
integridade. 
O achado de maior poder prognóstico 
para OMA é o abaulamento da MT. 
Na fase inicial da OMA, o abaulamento 
pode ocorrer devido à produção 
bacteriana de gases na orelha média. 
Com a progressão da doença, a 
distensão da MT, que mantém o 
abaulamento, se deve ao acúmulo de 
secreção purulenta. 
MT com coloração avermelhada pode 
ser consequência do reflexo da 
hiperemiada mucosa do promontório. 
Além disso, pode indicar passe inicial e 
viral da OMA. 
Uma MT com alteração de cor 
(esbranquiçada ou amarelada) pela 
presença de secreção purulenta na 
orelha média é a mais sugestiva de OMA 
bacteriana. 
A OMA geralmente tem exsudato 
pulsátil de consistência mucoide 
associado a uma perfuração puntiforme 
da MT raramente visualizada. 
A presença de otorreia no conduto 
auditivo significa a drenagem 
espontânea do processo na orelha 
média, 
Importante lembrar que a otorreia 
também ocorre em casos de otite 
externa. 
 
 
Presença de secreção purulenta em base e 
nível hidroaéreo acima. 
‘Otorrinolaringologia 
Nathália Machado – Tut 01 – MedFTC 22.1 
 
A primeira parece um quadro em 
resolução devido a diminuição dos sinais 
inflamatórios e presença de vasos, 
enquanto a segunda parece fase inicial 
devido aos sinais inflamatórios, 
hiperemia, abaulamento e presença de 
vasos. 
 
Presença de secreção purulenta atrás da MT. 
Tratamento 
O ideal seria realizar uma 
timpanocentese para cultura da efusão 
no momento do diagnóstico. 
Apesar de rápido, é desconfortável, 
requer material adequado e prática do 
profissional, o que limitaseu uso para 
casos de difícil manejo e evolução com 
complicações. 
 Analgesésico; 
 Antiinflamatório; 
 ATB: principalmente para evitar 
complicação; 
 Timpanotomia com colocação 
de TV/adenoidectomia – 
principalmente em OMR. 
 EVITAR descongestionantes 
sistêmicos: ex: alegra D, pois 
aumenta a viscosidade da 
secreção. 
 Timpanocentese: nas 
complicações. 
A vacina Hib para haemophilus não 
previne contra otite. 
 
A durante um episódio de OMA com 
resolução espontânea, essa melhora 
independe da adesão ao tratamento ou 
tipo de medicação. 
Estudos não mostraram diferença na 
evolução de OMA em crianças que 
foram tratadas com ATB e crianças que 
apenas foram observadas, mas o 
acompanhamento é importante para 
caso haja falha na resolução no período 
de observação, iniciar antibioticoterapia. 
O tratamento com antibiótico 
geralmente é empírico e deve utilizar 
ATB com cobertura para as bactérias 
mais comuns. 
A Amoxicilina é recomendada como 
tratamento de primeira escolha na OMA. 
Se alergia a penicilina, optar por 
cefalosporinas de 2ª geração. 
Se não houver melhora em 48-72h, 
considerar substituição da medicação. 
Sequelas: 
 Deficiência auditiva; 
 Perfuração timpânica 
permanente; 
 Timpanosclerose: acúmulo de 
sais, principalmente de cálcio na 
mucosa; 
 Atelectasia. 
‘Otorrinolaringologia 
Nathália Machado – Tut 01 – MedFTC 22.1 
 
Timpanosclerose 
Perfuração timpânica 
 Atelectasia 
Otite média recorrente 
A Otite Média Aguda Recorrente 
(OMAR) caracteriza-se pela: 
➔ Presença de 3 ou + episódios de 
OMA em 6 meses; 
➔ 4 ou + episódios de OMA em 12 
meses. 
➔ Os episódios devem ocorrer em 
intervalos separados e 
documentados, sendo 
fundamental a certeza do 
diagnóstico da OMA. 
➔ Entre os episódios deve haver 
melhora da orelha média, 
ficando livre de efusão. 
Isso é necessário para não confundir a 
OMAR com a otite média de efusão que 
frequentemente tem associação com 
agudizações. 
Fatores de risco 
Ocorrência de OMA antes dos 6 meses 
de idade, frequentar creche, tabagismo 
passivo, ausência e ou curta duração de 
aleitamento materno e história de outro 
filho com OMAR. 
O manejo inicial deve visar a educação 
familiar e o controle de potenciais 
fatores de risco. 
Tratamento 
O tratamento efetivo para prevenir 
OMAR é a timpanotomia para inserção 
de tubo de ventilação (TV). 
Esse procedimento visa a entrada de ar 
na orelha média, colocando um 
dispositivo na MT substituindo 
artificialmente a função da TA. 
A adenoidectomia tem benefícios 
conhecidos na OME, na OMAR ela será 
indicada em pacientes que colocaram a 
TV e após a sua extrusão, voltaram a ter 
OMA. 
A adenoide pode predispor à otite não 
pelo tamanho, mas por ter função de 
reservatório bacteriano. 
Vacinação: tem como objetivo prevenir 
infecções pelos vírus e bactérias mais 
prevalentes. 
Atualmente disponível: vacina para 
pneumococo, vírus influenza e H. 
influenzae não tipável. 
referencias 
PIGNATARI, Shirley Shizue Nagata 
(Org.); ANSELMO-LIMA, Wilma 
Terezinha (Org.). Tratado de 
‘Otorrinolaringologia 
Nathália Machado – Tut 01 – MedFTC 22.1 
 
otorrinolaringologia. 3a ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2018. 
+ Aula do profo Bruno

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