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DIREITO DO CONSUMIDOR - Características e Princípios do CDC

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DIREITO DO 
CONSUMIDOR
Professora Flora de O. Souza
E-MAIL: FLORA.SOUZA@UNINILTONLINS.EDU.BR
O CDC & A CF/88
• Direito do Consumidor está assim representado na Constituição Federal:
DIREITO FUNDAMENTAL
- Art. 5º, XXXII, CF
PRINCÍPIO DA ORDEM 
ECONÔMICA
- Art. 170, V, CF
PRAZO DE 120 PARA 
CODIFICAR
- Art. 48, ADCT.
FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL 
DO DIREITO DO CONSUMIDOR
 Art. 5º, XXXII – O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor.
 Art. 170 - A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados
os seguintes princípios:
V - defesa do consumidor;
 Art. 48 do ADCT - O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da
Constituição, elaborará código de defesa do consumidor.
• Direito Fundamental:
- Responsabilidade do Estado
de promover a defesa do
vulnerável.
• Princípio da Ordem 
Econômica.
• Elaboração codificada do 
Direito do Consumidor.
- Simplifica e clarifica o 
regramento legal da matéria
Mandamentos constitucionais de defesa do 
consumidor
CARACTERÍSTICAS DO CDC
• O Código de Defesa do Consumidor, Lei 8.078/90, possui três características principais:
Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de
ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da
Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.
1. Norma de ordem pública e interesse social
a) Decisões decorrentes das relações de consumo não se limitam às partes envolvidas em
litígio (Ex: tutela de direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos) e também
possuem caráter educativo.
Sintetizando...
CDC = matéria de ordem pública
Decisões não se limitam às 
partes
Juiz pode reconhecer de 
ofício
Partes não podem afastar 
sua incidência
b) Juiz pode reconhecer de ofício
ATENÇÃO:
SÚMULA N. 381. Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da
abusividade das cláusulas.
“A viabilibilidade jurídica do teor da aludida súmula somente seria possível se levássemos em
consideração alguns precedentes do STJ* no sentido de não admitir que o Tribunal conheça de
ofício cláusula abusiva, caso o tema não tenha sido discutido em primeira instância (princípio do
tantum devolutum quantum appellatum).” (ALMEIDA, Fabrício Bolzan de. Direito do Consumidor
Esquematizado. P. 48).
*PROCESSO CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. A jurisprudência da Segunda Seção consolidou-se no sentido de
que fere o princípio do tantum devolutum quantum appellatum a revisão, de ofício, pelo juiz, de cláusulas
contratuais que não foram objeto de recurso (REsp nº 541.153, RS, Relator o Ministro Cesar Asfor Rocha, DJ de
14.09.2005). Agravo regimental não provido.
CPC 2015:
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões
suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que
relativas ao capítulo impugnado.
ATENÇÃO:
Para fins de concurso público, prevalece o entendimento da Súmula 381 do STJ.
c) As partes não podem afastar a sua incidência: Sendo abusiva a cláusula contratual, ela será
anulada.
2. Microssistema multidisciplinar
 Direito Constitucional - ex.: princ. da dignidade da pessoa humana
 Direito Civil – ex.: responsabilidade do fornecedor
 Processo Civil – ex.: ônus da prova
 Processo Civil Coletivo – ex.: tutela coletiva do consumidor
 Direito Administrativo – ex.: proteção administrativa do consumidor
 Direito Penal – ex.: infrações e sanções penais pela violação do CDC.
3. Lei principiológica
- Possui uma série de princípios que possuem como objetivo maior conferir direitos aos
consumidores, que são os vulneráveis da relação, e impor deveres aos fornecedores.
- CDC = Lei Principiológica = reequilíbrio nas relações de consumo.
Sintetizando...
CARACTERÍSTICAS DO CDC
Norma de ordem pública e 
interesse social
Microssistema 
multidisciplinar
Lei principiológica
Diálogo das Fontes 
• Foi adaptada ao Brasil por 
Cláudia Lima Marques;
• Aplicável a possíveis 
antinomias entre o CDC e 
outras leis;
• Ante a existência de um
conflito de normas, os
critérios clássicos de
resolução de conflito sempre
prezaram pela exclusão de
umas das leis;
• O Diálogo das Fontes busca 
tutelar a melhor forma 
possível o sujeito de direitos;
• Necessário buscar a 
conformação da aplicação de 
todas as leis existentes, sem 
a exclusão de qualquer delas.
Diálogo das Fontes 
• CDC e Código Civil.
• CDC e Lei dos planos e seguros de assistência à saúde – Lei 9.656/98.
• CDC e Lei das mensalidades escolares – Lei 9.870/99
• CDC e Lei dos consórcios – Lei 11.795/98
Princípios e Direitos básicos do 
consumidor
• 1. Princípios constitucionais de proteção ao consumidor
1.1. Dignidade da pessoa humana – art. 1º, III, CF/88
- Princípio fundamental aplicável a todos os direitos fundamentais e direitos humanos –
Direito do consumidor como direito fundamental;
- Mínimo vital ou essencial – garantido por meio dos direitos sociais (art. 6º, CF/88) e do 
direito ao meio ambiente (art. 225, CF/88).
1.2. Liberdade – vista sob 2 perspectivas:
a) Fornecedor → ligado ao livre direito de empreender e ao direito de escolher correr o risco do 
empreendimento (art. 1º, IV – livre iniciativa e art. 170 – ordem econômica e social).
b) Consumidor → ligado ao livre direito de escolha
Querer + Poder = escolha com possibilidade de aquisição (Rizatto Nunes).
- Para o consumidor, o oposto de liberdade é a necessidade.
- Possibilidade de intervenção do Estado no domínio econômico para garantir aquilo que não é
possível ser adquirido pelo consumidor.
- Distribuição de produtos e serviços gratuitamente ou a preços abaixo dos de mercado.
- Estabelecimento de restrições ou determinação de preços máximos, tabelados ou não, para a
venda de determinados produtos ou serviços.
1. Princípios constitucionais de proteção ao consumidor
1.3. Igualdade -
– Sentido material e sentido formal, para que se concretizem os ideais de justiça e
equidade.
- Deve-se levar em consideração que a maioria dos brasileiros não possuem alto poder
aquisitivo, mas não é por isso que será aceitável que os produtos ou serviços devam ter
baixa qualidade
1.4. Solidariedade - (art. 3º, I, CF/88)
– Representa o dever ético de assistência entre as pessoas na medida em que estas são partes do
todo social.
- Deve-se considerar que, na sociedade,
cada pessoa possui um papel específico
segundo a ideia de divisão social do
trabalho, e que, por isso, todos devem
exercer o dever de solidariedade para
que as necessidades de cada um sejam
supridas pelo trabalho e pelo consumo de
bens, produtos e serviços necessários à
sobrevivência e convivência das pessoas
em sociedade, respeitando-se a dignidade
da pessoa humana.
“O Procon-SP pede que a Shopee explique sobre a autenticidade e
origem dos produtos oferecidos aos consumidores no seu site e aplicativo,
além de demonstrar qual o processo usado para garantir a qualidade e
segurança dos produtos, como condições de uso, inviolabilidade de
embalagens e prazos de validade (...)”
1. Princípios constitucionais de proteção ao consumidor
1.5. Soberania Nacional (art. 1º, I, CF/88)
– Prevalência de aplicação do CDC perante outras normas correlatas advindas do direito
internacional.
- Exceção: Aplicação das convenções de Varsóvia ou de Montreal, que tratam de maneira
diferente responsabilidade das empresas pelo extravio de bagagens – decisão do STF - RE nº
636.331.
 Tais convenções adotam o princípio da indenizabilidade restrita ou tarifada.
 Quantia máxima de aproximadamente R$ 5.940,00 
Conflito entre dois diplomas legais:
• CDC, que garante ao consumidor o princípio da reparação integral do dano (art. 14, CDC).
• As Convenções de Varsóviae de Montreal, que determinam a indenização tarifada em caso 
de transporte internacional (art. 22 da Convenção de Varsóvia).
Art. 178. A lei disporá sobre: a ordenação dos transportes aéreo,
aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte
internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido
o princípio da reciprocidade.
Conclusão:
Em virtude de previsão expressa quanto ao transporte internacional, deve-se afastar o Código
de Defesa do Consumidor e aplicar o regramento do tratado internacional.
1. Princípios constitucionais de proteção ao consumidor
1.6. Princípios ligados à atividade econômica (art. 170, CF/88)
Princípios relacionados à garantia do binômio qualidade +
preço, ou seja, melhores produtos ou serviços* a iguais ou
menores preços**- Defesa do consumidor
– Livre concorrência
* Diz respeito ao bem com maior segurança, eficiência, durabilidade, economia de uso, menor
índice de quebra ou de vício, menor possibilidade de acidente ou de defeito.
** Quanto ao preço, este deve ser justo, não podendo ser abusivo, ou seja, o fornecedor não
pode repassar ao consumidor os riscos do empreendimento, nem pode alteral unilateralmente o
valor de um produto ou serviço já contratado previamente.
(Salvo nos casos específicos determinados em lei. Exemplo: contratos com renovações periódicas).
1.7. Eficiência (art 37, caput e art. 175, IV, CF/88)
- Ligado principalmente aos serviços públicos.
- O dever de eficiência é considerado como intrínseco às atividades privadas.
1.8. Publicidade (arts. 220, §3º, II e §4º, art. 22, XXIX, art. 5º, LX, art. 37, caput e § 1º, 
CF/88)
- O legislador constitucional não faz distinção entre os vocábulos publicidade e propaganda, 
utilizando-os como sinônimos.
- A publicidade deve sempre obedecer aos princípios éticos, devendo condizer sempre
com a verdade para não induzir o consumidor a adquirir aquele produto ou serviço com
finalidade diferente a que se destina.
2. Princípios fundamentais do CDC
2.1 Protecionismo do consumidor (art. 1º e 4º, II, do CDC)
Art. 1° O presente código estabelece normas de
proteção e defesa do consumidor, de ordem pública
e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso
XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art.
48 de suas Disposições Transitórias.
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo
tem por objetivo o atendimento das necessidades
dos consumidores, o respeito à sua dignidade,
saúde e segurança, a proteção de seus interesses
econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida,
bem como a transparência e harmonia das relações
de consumo, atendidos os seguintes princípios:
II - ação governamental no sentido de proteger
efetivamente o consumidor:
a) por iniciativa direta;
b) por incentivos à criação e desenvolvimento
de associações representativas;
c) pela presença do Estado no mercado de
consumo;
d) pela garantia dos produtos e serviços com
padrões adequados de qualidade, segurança,
durabilidade e desempenho.
2. Princípios fundamentais do CDC
2.2 Vulnerabilidade do consumidor (art. 4º, I, CDC) 
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades
dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses
econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações
de consumo, atendidos os seguintes princípios:
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
- Para Cláudia Lima Marques a vulnerabilidade é o estado inerente de risco ou sinal de
confrontação excessiva de interesses identificado no mercado que enfraquece o sujeito de
direitos, desequilibrando a relação jurídica em virtude de não se possuir conhecimento técnico
ou científico acerca do produto ou serviço contratado.
- Princípio da vulnerabilidade do consumidor é o princípio norteador da igualdade material 
entre os sujeitos do mercado de consumo.
- Norma estruturante que dá a base para todos os demais direitos conferidos aos 
consumidores-vulneráveis e obrigações impostas aos fornecedores
- Natureza jurídica Presunção absoluta (jure et de jure)
2.2 Vulnerabilidade do consumidor
2.2.1 Consumidores hipervulneráveis – tratamento especial através de legislação própria
 Crianças e adolescentes - ECA (Lei 8.069/90)
 Jovens - Estatuto da Juventude (Lei 12.852/13)
 Idosos – Estatuto do Idoso ( Lei 10.741/03 e Lei 13.466/17)
 Pessoas com deficiência – Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/15)
2. Princípios fundamentais do CDC
2.3 Hipossuficiência do consumidor (art. 6º, VIII, do CDC)
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus
da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil
a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências;
- Conceito fático fundado na disparidade ou discrepância observada no caso concreto. 
- Natureza jurídica Presunção relativa (juris tantum) 
ATENÇÃO: 
NÃO CONFUNDIR VULNERABILIDADE COM HIPOSSUFICIÊNCIA.
- A Hipossuficiência pode ser:
 Fática: relacionada à situação econômica do consumidor em face do fornecedor;
 Técnica: em virtude do desconhecimento dos detalhes sobre o processo de fabricação ou de 
uso dos componentes do produto ou serviço adquirido;
 Informacional: em virtude do não conhecimento ou do conhecimento insuficiente sobre as 
informações relacionadas à aquisição e uso do produto ou serviço;
 Jurídica: relacionada às dificuldades ou mesmo impossibilidade de negociação das cláusulas 
contratuais relacionadas à aquisição e uso do bem de consumo (ex: contratos de adesão)
- Possibilidade, não obrigatoriedade de inversão do ônus da prova – Em caso de comprovada 
hipossuficiência, pode haver a inversão do ônus, conforme estabelece art. 6º, VII do CDC –
determinação a ser feita pelo juiz em processo a pedido do consumidor.

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