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Resumo - Hanseníase

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CONCEITOS 
→ DEFINIÇÃO: doença infectocontagiosa causa pelo 
Mycobacterium leprae, que acomete principalmente pele e/ou 
nervos periféricos 
- Pode afetar praticamente todos os órgãos e sistemas em que 
existem macrófagos, exceto o SNC 
- Reações: evolui de maneira crônica apresentando, 
eventualmente, períodos de agudização 
- Pode causar incapacidade física e social e, embora curável, 
seu diagnóstico causa grande impacto psicossocial, pelas 
deformidades físicas e os preconceitos e estigmas que envolvem 
a doença desde a antiguidade 
→ DEFINIÇÃO DE CASO: OMS define como caso de hanseníase 
aquela pessoa que apresente uma ou mais das seguintes 
características: 
1- Lesão(ões) de pele com alteração da sensibilidade 
2- Acometimento de nervo(s) com espessamento neural 
3- Baciloscopia positiva para M. leprae (baciloscopia negativa 
não afasta o diagnóstico) 
→ EPIDEMIOLOGIA 
- Endêmica em áreas subdesenvolvidas ou em desenvolvimento 
da Ásia, África e América Latina 
- Doença espectral e instável (reações) 
- Resistência individual genética 
- < 10% da população suscetível 
ETIOLOGIA 
1- Mycobacterium leprae (1873) 
- Bacilo álcool-ácido resistente 
- No tecido humano apresenta-se como bastonete 
- Parasita intracitoplasmático de macrófagos e apresenta 
tropismo pelas células de Schwann 
- Não cresce em culturas 
2- Mycobacterium lepromatosis (2008) 
→ CARACTERÍSTICAS 
- Ciclo evolutivo lento com duração de 11 a 14 dias 
- Viabilidade fora do organismo variando de 36h a 9 dias 
- Baixa patogenicidade 
- Bacilos podem ser observados isolados ou em agrupamentos 
característicos denominados globias, em que se encontram 
unidos por uma substância denominada gleia 
→ ENVELOPE CELULAR 
- Formado de dentro para fora pela membrana plasmática, 
parede celular, pseudobicamada lipídica e cápsula 
- Recobrindo toda a micobactéria, há uma cápsula constituída 
de PGL, lipoglicanas e fosfolipídios 
- Lipídio dominante da parede celular que confere 
especificidade imunológica é o PGL-1 
 
Virulência 
Capacidade de um agente infeccioso de causar 
doença num hospedeiro em termos de doença e 
severidade 
 
Patogenicidade 
Particularidade de um agente de doença de 
virulência conhecida de produzir doença em uma 
variedade de hospedeiros e condições 
ambientais 
TRANSMISSÃO 
- Contágio direto (mais comum – vias aéreas) 
- Contato indireto (menos comum, podendo ser por contato com 
objetos contaminados ou vetores) 
- Doente bacilífero é a principal fonte de infecção 
- Infectividade elevada e patogenicidade baixa 
- Vias respiratórias como porta de entrada principal 
ETIOPATOGENIA 
Capacidade de resistência à infecção baseia-se na 
capacidade de o macrófago lisar ou não a micobactéria 
→ TIPOS POLARES 
- Polo benigno (hanseníase tuberculoide – HT) 
- Polo maligno (hanseníase virchowiana – HV) 
- Naqueles em que o sistema linfócito-macrofágico é 
competente do ponto de vista imunológico, a pessoa infectada 
não adoece, ou seja, estabelece-se uma infecção subclínica 
demonstrada por testes imunológicos, culminando com a 
eliminação dos bacilos 
- Caso as defesas imunológicas sejam parcialmente deficientes, 
surge a forma indeterminada ou incaracterística (I), podendo 
assim permanecer por meses ou anos, até que sofra uma 
definição imunopatológica no sentido da cura ou de evolução 
para um dos polos da doença (HT ou HV) ou para um tipo que 
incluiria aqueles pacientes imunologicamente mais instáveis 
(hanseníase dimorfa ou borderline) 
MULTIBACILARES NÃO TRATADOS 
Vias respiratórias/ Hansenoma ulcerado/ Leite materno/ Urina/ 
Fezes 
 
Mycobacterium leprae 
 
INDIVÍDUO SUSCETÍVEL 
 
Mucosa/ Pele 
 
Linfonodos/ Sangue 
 
Pele Nervos Vísceras 
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO 
→ CRITÉRIOS UTILIZADOS 
- Clínico: aspecto, número, extensão, definição de margens e 
simetria das lesões cutâneas 
- Bacteriológico: ocorrência ou ausência do M. leprae e seus 
aspectos morfológicos 
- Imunológico: imunorreatividade à lepromina (reação de 
Mitsuda) 
- Histopatológico: aspectos histopatológicos das lesões 
→ CLASSIFICAÇÃO DE MADRI 
- Considera critérios de ordens clínica, imunológica, 
bacteriológica, histopatológica e evolutiva 
- Tipos estáveis/ imutáveis 
 . Polo Virchowiano (HV) 
 . Polo Tuberculoide (HT) 
- Tipos instáveis 
 . Apresentação indeterminada ou incaracterística (HI): pode 
evoluir para qualquer tipo polar, permanecer como tal ou curar-
se espontaneamente 
 . Apresentação dimorfa (HD): espectro não polar da doença 
→ CLASSIFICAÇÃO DE RIDLEY-JOPLING 
- Critérios clínicos e histopatológicos + Visão espectral (admite a 
possibilidade de que um caso possa migrar entre os polos 
tuberculoide e virchowiano) 
- Apresentação dimorfa ou borderline se divide em 3 subgrupos: 
borderline-tuberculoide (BT), borderline-borderline (BB) e 
borderline-lepromatoso (BL) 
- Subgrupo BT corresponde à hanseníase tuberculoide reacional 
da classificação de Madri, e poderia, em casos não tratados, 
evoluir para os demais subgrupos borderline 
- Apresentações polares tuberculoide e virchowiana são 
denominadas tuberculoide (TT), a qual possui subgrupo 
promatoso subpolar (LLs), e lepromatosa (LL) 
→ CLASSIFICAÇÃO OPERACIONAL 
- Paucibacilares (PB): aqueles com até 5 lesões de pele e 
baciloscopia negativa (HI, HT e maioria dos HBT) 
- Multibacilares (MB): aqueles com mais de 5 lesões de pele e 
baciloscopia positiva (HB e HV) 
Obs: no caso da disponibilidade do exame baciloscópico, a 
positividade com qualquer número de lesões faz com que o caso 
seja considerado 
QUADRO CLÍNICO 
→ HANSENÍASE INDETERMINADA 
- Em geral, é a forma inicial da doença 
- Manchas hipocrômicas ou eritemato-hipocrômicas, única ou 
múltipla, com hipoestesia 
- Geralmente poucas lesões de bordas com boa ou má definição 
- Não há local preferencial, exceto em crianças que é mais 
comum em face e MMII 
- Diagnóstico Diferencial: ptiríase versicolor, ptiríase alba, 
dermatite seborreica, hipocromia pós-inflamatória, nevos e 
vitiligo 
→ HANSENÍASE TUBERCULOIDE 
- Pequeno número de lesões assimétricas e bem delimitadas, 
anulares, eritematosas, com bordas infiltradas ou hipocrômicas 
com alteração de sensibilidade 
- Lesões podem apresentar aspecto papuloso ou tuberoso 
- Na maioria das vezes, agrupam-se em placas de tamanhos 
variados e com boa delimitação 
- Outras vezes formam lesões circinadas ou anulares, assimétricas, 
quase sempre únicas ou pouco numerosas 
- Hipo ou anestesia é precoce e SEMPRE ocorre 
- Comprometimento neurítico de um ou poucos nervos 
- Em casos de elevada resistência 
pode haver necrose do nervo 
(neurite coliquativa/ necrose de 
nervo) 
- Sinal da Raquete: nervo espessado 
que forma um trajeto a partir de 
uma lesão cutânea, em geral mais 
perceptivo nas reações 
→ HANSENÍASE DIMORFA OU BORDERLINE 
- Lesões infiltradas de coloração variada indo de eritema à 
coloração ferrugínea 
- Lesões anulares com borda intensa nítida e extensa apagada 
(esburacadas ou em queijo suíço) 
- Distribuição ASSIMÉTRICA 
- Infiltração de um único lóbulo 
auricular sela o diagnóstico 
- Comprometimento dos nervos é 
assimétrico e a instabilidade 
imunológica faz com que os 
episódios reacionais sejam 
frequentes 
→ HANSENÍASE VIRCHOWIANA 
- Numerosas máculas eritemato-pigmentadas, pápulas, nódulos 
e infiltração, difusas e simétricas 
- Lesões cutâneas eritematoinfiltradas com limites externos pouco 
nítidos 
- Coloração eritematoacastanhada e eritematoamarelada 
- Tubérculos e nódulos com frequência 
- Geralmente simétricas e localizam-se em praticamente todo o 
corpo 
- Na face as infiltrações produzem a fáscie leonina 
- Pavilhões auriculares apresentam-se infiltrados, ocorre 
madarose bilateral (queda dos terços externos dos supercílios ) 
- Anestesia é mais tardia, “em luva” ou “em bota”, bilateral(comum a polineurite simétrica) 
- Mucosas nasal, orofaríngea e ocular apresentam-se infiltradas 
- Pode haver adenopatia e comprometimento de outros órgãos 
(laringe, testículos, baço, fígado, etc) 
- Diagnóstico Diferencial: sífilis secundária, farmacodermia, 
eritema nodoso, leishmaniose anérgica, doença de Jorge Lobo, 
LES, xantomatoses, neurofibromatose, lipomatoses, linfomas, 
leucemia, alterações congênitas, hereditárias ou adquiridas das 
sobrancelhas 
 
 
 
Forma difusa 
- Hanseníase de Lucio 
- Ausência de lesões características 
- Tegumento apresenta-se como uma única 
infiltração, conferindo à pele um aspecto 
luzidio (hanseníase bonita de Latapi), com 
perda dos pelos e alterações sensitivas 
- Fenômeno de Lucio 
 
 
 
Forma histoide 
- Lesões que lembram, clínica e 
histologicamente, dermatofibromas 
- Rica em bacilos e, algumas vezes, há 
relato em pacientes resistentes à terapia 
- Pode ser encontrada nas ocorrências 
habituais da forma virchowiana ou placas e 
lesões molusco-simile 
 
→ HANSENÍASE DA INFÂNCIA 
- Possível observar todas as 
apresentações da hanseníase 
- Variante particular do tipo 
tuberculoide que acomete 
crianças de 1 a 4 anos de idade -
> Hanseníase nodular infantil 
- Caracterizada por lesão tuberonodular e não por um nódulo 
- Em geral a lesão é única ocorrendo com maior frequência na 
involução espontânea, deixando cicatriz atrófica 
→ FORMA NEURAL PURA (NEURÍTICA) 
- Ocorre em todos os sexos e em qualquer faixa etária e a 
principal característica é a ausência de lesões dermatológicas 
- Sintomatologia parestésica, que evolui para hipo ou anestesia 
da área, progredindo para o comprometimento motor 
- Há espessamento neural e pode haver amiotrofias 
- Comprometimento é assimétrico e as características 
imunológicas e bacterioscópicas são de pacientes tuberculoides 
ou dimorfos 
- Em geral o acometimento é de mais do que um tronco nervoso 
- Nervos ulnar, mediano e fibular são os mais comumente 
afetados 
- Em geral, o nervo estará doloroso, espontaneamente ou à 
palpação 
- Confirmação diagnóstica é realizada pela biopsia de um nervo 
sensitivo superficial 
→ DOENÇA AUTOAGRESSIVA HANSÊNICA 
- Quadro de doença aguda com manifestações variadas como 
febre 
- Astenia, emagrecimento, artralgias, eritema polimorfo e 
nodoso, vasculite, adenopatia generalizada, orquiepididimite, 
uveíte e neurite aguda 
- Ocasionada por um mecanismo de imunocomplexos 
caracterizado pela existência de diversos autoanticorpos sérico 
→ HANSENÍASE VIRCHOWIANA VISCERAL PRIMITIVA 
- Manifestação clínica excepcionalmente rara, sem lesões 
cutâneas e neuríticas, no entanto, com comprometimento 
virchowiano de vísceras, com exclusão do sistema nervoso 
central 
- Adenopatia generalizada, simulando linfoma 
REAÇÕES HANSÊNICAS 
→ CARACTERÍSTICAS 
- Podem ocorrer antes, durante ou após a instituição do 
tratamento específico 
- São fenômenos agudos que interrompem a evolução crônica 
da doença 
- Refletem o processo inflamatório imunomediado, envolvendo 
distintos mecanismos de hipersensibilidade 
- Podem incidir em qualquer uma das manifestações clínicas, 
exceto na HI e nas formas polares da doença 
- Fatores Desencadeantes: infecções intercorrentes, estresse, 
trauma físico ou psicológico, contraceptivos orais e outras 
substâncias, vacinas 
→ REAÇÃO TIPO 1 OU REAÇÃO REVERSA 
(RR) 
- Corresponde a um súbito aumento da 
imunidade mediada por células 
- Reação tipo IV na classificação de Gell 
e Coombs 
- Reações mais precoces quanto mais 
próximas do polo tuberculoide 
- Lesões cutâneas preexistentes tornam-se mais eritematosas, 
intumescidas, edematosas e infiltradas e nos casos mais graves 
podem ulcerar 
- Limites das lesões tornam-se mais evidentes e definidos 
- Hiperestesia ou acentuação da parestesia sobre as lesões 
- Lesões em regiões sobrepostas aos troncos nervosos atribui 
maior gravidade a este tipo de reação hansênica pelo alto risco 
de comprometimento neural 
- Na face confere gravidade o acometimento de áreas 
perioculares pelo risco do comprometimento da musculatura 
orbicular, resultando em lagoftalmo 
- Neurite silenciosa: paciente relata 
apenas perda progressiva da função 
neural 
- Tem sido observada em pacientes com 
AIDS, em torno do terceiro mês de 
iniciado o tratamento antirretroviral, na 
síndrome inflamatória de reconstituição 
imune 
→ REAÇÃO TIPO 2 OU ERTIEMA NODOSO 
HANSÊNICO 
- Alteração da imunidade humoral 
- Hipersensibilidade tipo III de Gell e 
Coombs -> reação por complexos 
imunes circulantes 
- Acomete pacientes virchowianos e 
dimorfo-virchowianos/ Multibacilares 
- Aparecimento de pápulas, nódulos e 
placas, eritematosas ou 
eritematovioláceas, dolorosas, na pele 
de aspecto normal, distribuindo-se 
universalmente em todo o corpo, com preferência pelas 
superfícies extensoras dos membros e face 
- Eritema nodoso necrosante: evolução rara com necrose central 
- Há sintomatologia sistêmica e manifestações extracutâneas 
- Maior prevalência 
 . Índice baciloscópico > 4,0 
 . Mais que cinco troncos nervosos espessados 
 . Maior número de lesões cutâneas nodulares 
 . Infiltração difusa 
 . Anti-PGL-1 IgM positivo 
→ FENÔMENO DE LUCIO 
- Pode ocorrer nos pacientes de 
hanseníase de Lucio e em virchowiano 
- Pode variar de um quadro discreto, 
com poucas lesões, até casos que 
chegam ao óbito 
- Processo trombótico-oclusivo: 
trombose de pequenos vasos da derme 
superior e média, resultando em 
ulceração da epiderme 
- Máculas eritematopurpúricas que 
evoluem formando escaras castanho-escuras finas, as quais, ao 
se desprenderem, podem ou não deixar área cicatricial, 
dependendo da extensão da necrose 
- Configuração variável (poligonais, estelares e triangulares), 
acomete pés, pernas, mãos, antebraços, coxas e braços, e 
também nádegas, tronco, pavilhões auriculares e, raramente, 
face 
- Lesões podem ser dolorosas, enegrecidas (necróticas), com 
bordas talhadas a pique 
 
MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS 
→ MECANISMO PATOGÊNICO 
- M. leprae invade o epineuro a partir dos vasos sanguíneos e 
linfáticos, alcançando o endoneuro, e então será fagocitado 
pelas células de Schwann 
→ CARACTERÍSTICAS 
- Podem ocorrer antes mesmo do aparecimento das lesões 
cutâneas por meio de sensações parestésicas nas extremidades 
- Alterações progressivas da 
sensibilidade (térmica, 
dolorosa e tátil) nas lesões 
- Acometimento neurológico 
ocorre apenas nos nervos 
periféricos 
→ LESÕES DE TRONCOS 
NERVOSOS 
- Cubital e mediana: mão em 
garra, amiotrofia, anestesia e 
lesões traumáticas 
- Radial: mão caída e 
anestesia 
- Ciático poplíteo externo: pé 
caído 
- Tibial posterior: anestesia 
plantar 
→ DEFORMIDADES SECUNDÁRIAS: calosidades, fissuras, 
ulceração, panarício analgésico, reabsorção óssea, anquilose, 
queda dos pelos corporais, ceratite, conjuntivite 
→ NERVO ULNAR 
- Teste de força muscular: 
abdução do 5º dedo 
 
→ NERVO MEDIANO 
- Musculatura extrínseca 
da face anterior do antebraço 
- Restante da musculatura intrínseca da mão 
- Paralisia ulnar-mediana: amiotrofia das regiões tênar e 
hipotênar e amiotrofia dos espaços IMC 
- Queda d polegar 
- Mão plana ou convexa -> mão simiesca 
- Mão em garra 
- Teste de força muscular: abdução do 
polegar 
→ NERVO FIBULAR 
- Musculatura ântero-externa da perna 
- Extensão e eversão do pé 
- Pé caído 
- Marcha escarvante 
→ NERVO TIBIAL POSTERIOR 
- Musculatura intrínseca do pé 
- Sensibilidade plantar 
- Amiotrofia da massa muscular 
do dorso do pé 
- Garra dos pododáctilos-> dedo 
em martelo 
- Anestesia e anidrose plantar 
→ OUTROS NERVOS 
- Facial: paralisia facial, lagoftalmo e epífora 
- Trigêmio: anestesia da face, córnea e conjuntiva 
- Auricular 
Distúrbios 
sensitivos 
Sensações parestésicas nos casos iniciais e 
depois hipoestesia e anestesia, sempre em 
disposiçãoem faixa, e nunca segmentar 
Distúrbios 
motores 
Paralisias e amiotrofias 
Distúrbios 
tróficos 
Mal perfurante plantar, panarício analgésico, 
reabsorção óssea dos dígitos 
Distúrbios 
vasomotores 
e secretórios 
Perda de pelos nas lesões, diminuição ou 
abolição da sudorese (anidrose) e do reflexo 
de vasodilatação 
→ GRAUS DE INCAPACIDADE 
- Teste de sensibilidades usando o conjunto de monofilamentos 
de Semmes-Weinstein -> 6 monofilamentos: 0,05 g, 0,2 g, 2 g, 4 g, 
10 g e 300 g, nos pontos de avaliação das mãos e pés 
Grau 0 Nenhum problema com os olhos, mãos e pés 
devido à hanseníase 
Grau 1 Olhos: diminuição ou perda da sensibilidade 
Mãos e pés: diminuição ou perda da sensibilidade 
(não sente 2 g ou toque da caneta) 
Grau 2 Olhos: lagoftalmo e/ou ectrópio, triquíase, 
opacidade corneana central, acuidade visual 
menor que 0,1 ou não conta dedos a 6 m 
Mãos: lesões tróficas e/ou lesões traumáticas, 
garras, reabsorção, mão caída 
Pés: lesões tróficas e/ou traumáticas, garras, 
reabsorção, pé caído, contratura do tornozelo 
MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS 
- Amiloidose secundária afetando rins, fígado, baço e adrenais 
- Infecção pode invadir tecidos e órgãos, levando a diferentes 
manifestações clínicas 
- Sistema reticuloendotelial: hepatoesplenomegalia e 
linfonodomegalia, aumento dos linfonodos é doloroso e cursa 
com febre e a disfunção hepática com aumento de 
transaminases não tem correlação com a carga bacilar ou a 
existência de granulomas, não leva à cirrose. 
DIAGNÓSTICO 
- Eminentemente clínico pelo estudo pormenorizado das lesões 
cutâneas e do acometimento neurológico 
 
→ EXAMES DIAGNÓSTICOS 
Clínico Palpação dos nervos periféricos ulnar, radial, 
tibial e fibular 
Provas de 
sensibilidade 
Térmica: tubos de ensaio quente e frio ou 
algodão embebido com éter sulfúrico e 
algodão seco 
Dolorosa: agulha 
Tátil: algodão seco 
Prova da histamina Identifica a lesão de ramo nervoso periférico 
pela ausência do eritema secundário da 
tríplice reação de Lewis 
Prova da 
pilocarpina 
Injeção intradérmica em áreas normais prova 
surgimento de gotículas de suor 
Baciloscopia Pesquisa de BAAR em esfregaços de linfa 
coletada na área suspeita 
Positiva nas formas MHV e MHD 
Intradermorreação 
de Mitsuda 
Avalia a imunidade celular específica ao M. 
leprae, através da injeção intradérmica de 
solução de bacilos mortos pelo calor 
É uma intradermorreação tardia, com leitura 
feita após 28 a 30 dias 
Positiva nas formas MHT e MHD próxima ao polo 
tuberculoide 
Anatomopatológico - 
Sorologia Anticorpo glicolipídeo fenólico 1 (Anti PGL 1) 
→ DERMATOLÓGICO 
- História: lesão anestésica, hipoestésica, hiperestésica ou 
parestésica 
- Exame Dermatológico: 
 . Mancha hipocrômica ou eritematosa 
 . Placa 
 . Infiltração 
 . Tubérculo 
 . Nódulo 
→ CLÍNICO 
- Anamnese e exame físico cuidadoso 
- Exame dermatológico e neurológico 
- Exames Complementares: pesquisa de sensibilidade térmica, 
dolorosa e tátil 
 . Prova da Histamina 
 . Prova da Pilocarpina 
→ OUTROS 
- Sinais e sintomas otorrinolaringológicos 
 . Rinorreia 
 . Obstrução nasal 
 . Disfonia 
- Sinais e sintomas oftalmológicos 
 . Olhos vermelhos 
 . Lacrimejamento 
 . Redução da acuidade visual 
TRATAMENTO 
→ OBJETIVO: objetivo maior do tratamento é a cura do paciente, 
o mais precocemente possível, a fim de interromper a cadeia 
epidemiológica da doença e evitar, consequentemente, o 
aparecimento das incapacidades 
- Na tomada mensal dos medicamentos é feita uma avaliação 
do paciente para acompanhar a evolução de suas lesões de 
pele, de seu comprometimento neural, verificando se há 
presença de neurites ou de estados reacionais 
→ POLIQUIMIOTERAPIA 
- Baseia-se na classificação dos pacientes em 2 grupos: 
 . Paucibacilares (PB): pacientes das formas tuberculoide e 
indeterminada, que, em função do pequeno número de bacilos, 
fariam o tratamento com 2 substâncias, durante 6 meses 
 . Multibacilares (MB): pacientes das formas dimorfa e 
virchowiana, que deveriam utilizar 3 substâncias e manter o 
tratamento por 2 anos, no mínimo, ou até a negativação 
baciloscópica 
- Sulfona e Clofazimina são drogas bacteriostáticas e a 
Rifampicina é bactericida 
- Obs: se, por algum motivo, houver a interrupção da 
medicação, ela poderá ser retomada em até 3 meses, com 
vistas a completar o tratamento no prazo de até 9 meses 
 
- Esquema alternativo: ROM (Rifampicina, Ofloxacina e 
Minociclina) usado exclusivamente para tratar PB com lesão 
única, sem envolvimento de troncos nervosos. Recomendado 
somente para uso em centros de referência. 
 
- OBS: Exames laboratoriais devem ser realizados no início do 
tratamento: hemograma, urina tipo 1, parasitológico de fezes, 
glicemia, avaliação renal e hepática 
 
→ TRATAMENTO DOS ESTADOS REACIONAIS 
Reação do 
tipo 1 
- Prednisona na dose 0,5 a 1 mg/kg/dia, 
PRINCIPALMENTE COM NEURITES 
- Retirada deverá ser gradual, após o 
desaparecimento dos sinais inflamatórios 
Reação do 
tipo 2 
- Reações leves: analgésicos e AINES 
Reações 
moderadas 
a intensas 
- Talidomida na dose de 100 a 400 mg/dia 
conforme a gravidade, exceto em mulheres em 
idade fértil, que deverão utilizar a prednisona 
- Obs: se o estado reacional for identificado no pós-alta, o 
tratamento PQT não deve ser reiniciado, fazendo-se somente o 
tratamento para a reação 
→ TRATAMENTO EM CASOS ESPECIAIS 
- Gravidez e lactação: não contraindica a PQT 
- Mulheres em idade reprodutiva: devem ter cautela, porque a 
rifampicina diminui a ação dos anticoncepcionais orais 
- Hanseníase neural pura: deve ser tratada de acordo com a 
classificação do caso MB ou PB, com orientação para retornar 
ao atendimento médico caso ocorra o surgimento de lesões 
cutâneas 
→ EFEITOS COLATERAIS 
- Rifampicina: hepatite, síndrome pseudogripal (pelo uso 
intermitente da substância na segunda ou quarta dose 
supervisionada), trombocitopenia, rash cutâneo, choque e 
insuficiência renal 
- Dapsona: gastrite, acrocianose, anemia hemolítica, 
metemoglobinemia, fotodermatite, síndrome de Stevens-
Johnson, dermatite esfoliativa, eritrodermia, síndrome sulfona 
(após a quarta semana de tratamento) e neuropatia motora 
periférica 
- Clofazimina: pigmentação da pele e mucosas, ressecamento 
da pele que pode evoluir para ictiose, dor abdominal e 
diminuição da peristalse 
- Talidomida: teratogenicidade, constipação intestinal, 
trombose, neuropatia sensitiva, edema unilateral e sonolência 
- Corticoesteroides: HAS, aumento da glicemia, disseminação de 
infestação por Strongiloides stercoralis, disseminação de TB 
pulmonar e distúrbio metabólicos (redução do sódio e depleção 
do potássio) 
→ CRITÉRIOS CLÍNICOS DE RECIDIVA 
- Paucibacilares: dor no trajeto de nervos, novas áreas com 
alterações de sensibilidade, lesões novas e/ou exacerbação de 
lesões anteriores que não respondem ao tratamento com 
corticosteroide, por pelo menos 90 dias 
- Multibacilares: lesões cutâneas e/ou exacerbação de lesões 
antigas, novas alterações neurológicas que não respondem ao 
tratamento com talidomida e/ou corticosteroide nas doses e 
prazos recomendados, aumento do índice baciloscópico com 
relação ao índice da alta ou baciloscopia positiva naqueles 
previamente negativos 
→ HANSENÍASE E GRAVIDEZ 
- Diminuição da imunidade celular 
- Poucas complicações, exceto anemia 
- PQT segura 
→ HANSENÍASE E TUBERCULOSE 
- Rifampicina deve ser utilizada na dose requerida para 
tratamento da TB, ou seja, 600mg/dia 
PROFILAXIA 
- Busca ativa dos contatos de pacientes de hanseníase, os 
exames dermatológicos por demanda espontânea e de grupos 
específicos e a informação dos sinais e sintomas da hanseníase 
para a população são atividades que fazem parte da estratégia 
para o controle da endemia 
- Doença de notificação compulsória 
- O MS recomendaa aplicação de 2 doses da vacina BCG 
intradérmica, com intervalo de 6 meses nos contatos 
intradomiciliares, independentemente de o caso-índice ser PB ou 
MB 
 . Caso o contactante já tenha cicatriz de BCG, deve-se aplicar 
apenas uma dose.

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