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TEORIA NEOKANTISTA

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INTRODUÇÃO
A vida em sociedade fez do crime um fato jurídico cuja definição é de vital importância para a pacífica convivência social. Na modernidade, a Teoria do Crime tornou-se o centro da discussão dogmática da Ciência do Direito Penal. As perspectivas de entendimento oriundas dessa constatação fizeram com que as diversas tentativas de conceituação do fenômeno se tornassem objeto dos mais profundos estudos acadêmicos. 
A presente pesquisa busca realizar uma releitura de uma das principais fases da moderna teoria do delito, a teoria neokantista onde serão apresentando alguns delineamentos prospectivos para as futuras discussões acerca da matéria.A Complexidade do crime é o primeiro elemento do qual não pode olvidar o pesquisador das ciências criminais, sob pena de cometer reducionismos inaceitáveis. Não fosse assim, as discussões acadêmicas até hoje travadas provar-se-iam totalmente inúteis e teríamos um consenso irrepreensível acerca do que se entende por “crime” e, a partir desse entendimento, de como o fenômeno deve ser tratado. Com o passar do tempo, a ciência jurídica foi progressivamente se distanciando do Direito Positivo, a partir da percepção de que não se lhe podia atribuir simplesmente uma análise sistêmica através de um método indutivo de construção jurídica. As transformações sentidas apareceram como reação à certeza científica das chamadas “leis naturais” do pensamento positivista. Inicia-se uma escalada que vem a retomar o relativismo do pensamento de Kant, o qual se denominou neokantismo. 
O neokantismo é uma corrente filosófica iniciada na Alemanha a partir de 1860, e representou, pois, a superação, e não necessariamente a negação, do positivismo. Em realidade, não passou de uma forma de positivismo jurídico aberto à filosofia dos valores. 
 
DESENVOLVIMENTO
A Teoria Neokantista, surgiu no final do século XX, mais precisamente no sul Ocidental. Para a Teoria Neokantista, o crime apresenta três substratos: 
Fato típico (conduta, resultado, nexo e tipicidade); 
Ilicitude; 
Culpabilidade. 
O fato típico é formado de conduta (ao invés de ação), incluindo também a omissão. Assim, os neokantistas preferiam falar em comportamento, para incluir a ação e a omissão (primeira diferença para a teoria clássica). Necessariamente, para a teoria Neokantista o conceito analítico de crime é tripartido, pois o dolo e a culpa estão na culpabilidade. 
 	Nessa Teoria Neokantista, a expressão conduta é utilizada pela primeira vez. Refutando o caráter estritamente naturalístico apresentado pela primeira teoria, a teoria Neokantista buscou introduzir no conceito de conduta conteúdo valorativo. Assim, a conduta humana passou a ser vista como “atuação da vontade no mundo exterior” (Jescheck, apud Prado, 2002, p. 249).
O conceito de conduta é o comportamento humano voluntário que causa modificação no mundo exterior (mundo físico, igual a teoria clássica). Podemos citar algumas observações referentes a Teoria Neokantista tais como:
1 – Abrange ação e omissão (“comportamento”); 
2 – Dolo e culpa permanecem na culpabilidade (elementos, e não espécies); 
3 – Admite elementos não descritivos no tipo (subjetivos e normativos), o que é uma contradição, pois o dolo e a culpa estão na culpabilidade e a base é causalista. 
Adota a teoria normativa da culpabilidade (culpabilidade com elemento normativo, que é a exigibilidade de conduta diversa). 
Admite elementos objetivos e subjetivos do tipo (teoria dos elementos subjetivos do injusto), mas mantém o dolo e a culpa na culpabilidade. (2ª diferença para a teoria clássica).
Como base no que foi exposto viu-se que Conduta para o neokantista é a ação ou omissão, não mais neutra, expressando uma valoração negativa da lei (não deixa de ser um movimento voluntário). Assim como o causalismo, dolo e culpa continuam na culpabilidade. A diferença para o causalista está na valoração da conduta e a expressão da omissão. Desse modo, pode-se concluir que o neokantismo é uma evolução do causalismo.Importante: a teoria neokantista adota os conceitos principais do causalismo, com algumas evoluções. 
O Causalismo se limita a dizer que alguém causa o resultado, já o eoKantismo dirá que imputa-se à alguém a autoria de um resultado;
- A filosofia dos valores aperfeiçoa o causalismo;
Exemplo: "Se eu mato alguém, querendo matar, mas porque alguém estava me obrigando a fazer isso por meio de coação relevante(...)" mesmo com o dolo (pois você quis), você não merece ser punido;
- A nova versão da culpabilidade agora acrescenta a exigibilidade de conduta diversa e não apenas a imputabilidade, dolo e culpa;
- A omissão agora passa a ser relevante para o Direito, é uma relação de imputação e não de causação;
- Abre para a Política Criminal, pois quem determina os valores é o legislador;
- As realidades naturais (do ser) são reordenadas pelas categorias da física (causalidade, tamanho, peso, forma);
- As realidades culturais (do dever ser) são reordenadas por meio de categorias ou formas dos valores (direito);
- Por essa teoria, Neokatista, poderia explicar o crime omissivo, pois aqui se substitui o método de constatação para o de imputação.
Ex: Mesmo que não tenha sido o dono da boate Kiss que causou o incêndio, ele é também responsável pelo acontecimento pois não tinha o necessário em seu estabelecimento para que isso pudesse impedir a tragédia;
Ex2: Vejo um sujeito atropelado, não fui eu quem atropelou, mas o ordenamento jurídico pode me culpar por omissão de socorro, pois a FALTA do agir é reprovável, não agi para ajudar o individuo, ignorei e isso é reprovável.
CONCLUSÃO:
Partindo de tudo que foi visto sobre a Teoria Neokantista há críticas a respeito dessa teoria,partindo de conceitos naturalistas, ficou contraditória quando reconhece elementos normativos e subjetivos do tipo, porém, mantém o dolo e a culpa na culpabilidade – comete o mesmo erro do causalismo; - Dolo e culpa na culpabilidade. 
 Em contra partida, percebe-se que o grande contributo da escola neokantista foi a inexorável abertura do conceito de “crime” à Teoria dos Valores, quebrando definitivamente com o velho paradigma positivista, algo que vem pautando ferrenhas discussões em torno da Teoria do Delito desde então. Todavia, estas consequências dogmáticas do pensamento neokantiano serão o ponto essencial de questionamentos do finalismo, porque esta relativização valorativa será responsabilizada, em boa medida, pela justificação de um Direito penal nazista (Escola de KIEL)
BIBBLIOGRAFIA:
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal, Parte Geral. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
Greco, Rogério. Curso de direito penal. 11. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2011.
Prado, Luiz Régis. Curso de direito penal brasileiro, v. 1: parte geral. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004.
 Texto escrito por Márcio R.Marques sobre a Teoria do Crime

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