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ESPECIALIDADES CIRÚRGICAS II - PROCTOLOGIA E CIRURGIA BARIÁTRICA PROCTOLOGIA Anatomia: Linha Pectínea: linha anatômica que diferencia dois plexos venosos: plexo hemorroidário interno e externo o Abaixo da linha pectínea: epitélio o Acima da linha pectínea: mucosa Criptas Anais (glândulas de Chiari): produtoras de muco para lubrificação do canal anal o A obstrução, inflamação e infecção dessas glândulas geram abscesso anal ou retal HEMORROIDA: doença do plexo hemorroidário Causa: Constipação intestinal – pouco volume de fezes com dificuldade de evacuação aumento da pressão com ingurgitamento do sistema venoso com tendência a laceração pelas fezes Hipertensão portal Clínica: Interna: sangramento indolor + prolapso (facilita sangramento e gera incômodo) o Mais comum Externa: dor perianal (trombose) Diagnóstico: clínico + anuscopia Tratamento: Interna: o Cirurgia Aberta (Milligan-Morgan) X Fechada (Ferguson): Aberta: cicatrização por segunda intenção Fechada: maior risco de infecção Anatomia dos plexos hemorroidários internos: Direito anterior, direito posterior e esquerdo lateral. Externa: o ≤ 72 horas: excisão do mamilo hemorroidário trombosado o > 72 horas: banho de assento – risco de complicação com a excisão FISSURA ANAL: laceração da pele da região perianal Clínica: dor hipertonia de esfíncter anal isquemia que perpetua a fissura (ciclo vicioso) Sangramento no papel higiênico Local mais comum da fissura é linha mediana posterior Tipos: Aguda (< 6 semanas): dor ao evacuar e sangue no papel, avermelhada o Tratamento: dieta (fibra e água) e tópico (pomadas) Lidocaína (dor) Diltiazem (hipertonia) Corticoide (isquemia) Crônica (> 6 semanas): dor ao evacuar, plicoma papilite (plicoma anal sentinela), esbranquiçada o Tratamento: esfincterotomia lateral interna ABSCESSOS ANORRETAIS: infecção das glândulas de Chiari As glândulas são transesfincterianas, atravessam o esfíncter anal, e a localização mais comum dos abscessos é interesfincteriano que pode formar um abscesso perianal, supraelevador ou isquiorretal. Clínica: dor perianal + abaulamento Pode ter febre Classificação: ESPECIALIDADES CIRÚRGICAS II - PROCTOLOGIA E CIRURGIA BARIÁTRICA Supraelevador (pélvico) – pode se originar de uma diverticulite aguda Isquiorretal (nádega) Interesfinteriano (origem) Perianal (mais comum) Diagnóstico: clínico + anuscopia ± RM (se dúvida) Tratamento: drenagem imediata (risco de gangrena de Fournier) ± ATB (sinais de sepse) FÍSTULAS ANORRETAIS: cronificação dos abscessos anorretais Clínica: dor + secreção purulenta Classificação: Interesfincteriana e Transesfincteriana simples o Orifício de drenagem próximo ao ânus Supra-esfincteriana e Extra-esfincteriana complexa o Orifício de drenagem longe do esfíncter anal Diagnóstico: clínico (regra Goodsall and Salmon) Anterior trajeto retilíneo Posterio trajeto curvilíneo Tratamento: Simples: fistulotomia/ectomia Complexa: sedenho (passagem de dreno ou fio pelo trajeto para cortar o esfíncter aos poucos) CÂNCER DO CANAL ANAL: carcinoma epidermóide Fatores de risco: Tabagismo HPV Imunodeficiência Estadiamento: Sempre avaliar linfonodos inguinais TC de tórax + TC de abdome + RM de pelve Tratamento: Esquema Nigro (QT + RT exclusivas) Falha: Cirurgia de Miles (retira canal anal e parte distal do reto) CIRURGIA BARIÁTRICA E METABÓLICA Fisiologia: Adipócito cheio ↑Leptina Intestino cheio ↑CCK, GLP-1, PYY Estômago cheio ↓ Grelina (hormônio que gera a fome - orexígeno) Obesidade: Dificuldade de induzir saciedade Níveis elevados de Grelina, dificuldade de liberar leptina, CCK, GLP-1 e PYY Classificação: IMC Sobrepeso: 25 – 29,9 Obesidade I: 30 – 34,9 Obesidade II: 35 – 39,9 Obesidade III: ≥ 40 Superobeso: ≥ 50 Super-superobeso: ≥ 60 Indicações: Obesidade: IMC > 40 ou IMC > 35 + comorbidades ou IMC ≥ 30 + DM2 grave (cirurgia a partir de 30 anos) Idade: > 18 anos (> 16 com autorização) Refratário: 2 anos de terapia clínica Precauções: Drogas e etilismo (parar por 6 meses) Distúrbios psiquiátricos descontrolados Não compreensão da cirurgia Banda gástrica: Restritiva Técnica: utiliza um anel regulável na JEG ligado a pele por um portal, podendo ser ajustado para ficar mais apertado ou mais frouxo Complicações: deslocamento do anel e reganho de peso Sleeve ou em manga: Restritiva Técnica: gastrectomia vertical Hoje é a cirurgia mais usada ESPECIALIDADES CIRÚRGICAS II - PROCTOLOGIA E CIRURGIA BARIÁTRICA Complicações: fístula de His (deiscência da sutura próximo a JEG), aumento de DRGE By-pass gástrico em Y de Roux (derivação gastrojejunal): Restritiva + disabsortiva (mista restritiva) Técnica: Pouch gástrico (30-60ml) + Y de Roux (75-150cm) Complicações: o Deiscência de anastomose o Hérnia de Petersen (hérnia interna causando obstrução intestinal) o Deficiência Ferro, B12, B1 Melhora DM Scopinaro (derivação biliopancreática): não usada mais Mista disabsortiva Técnica: gastrectomia horizontal com canal comum de 50cm + colecistectomia Complicações: úlcera de anastomose, desnutrição proteica, + complicações do by-pass Switch duodenal (derivação biliopancreática) : Mista disabsortiva Técnica: gastrectomia vertical com canal comum de 100cm + colecistectomia e apendicectomia Complicações: o Complicações do by-pass e desnutrição proteica Complicações pós cirurgia bariátrica: Estenose: EDA ou Esofagografia dilatação balão BGYR Fístula: o Precoce (< 6 semanas): Stent ± dilatação (risco de reganho de peso) o Tardia (> 6 semanas): Septotomia + dilatação Coledocolitíase: o No BGYR: CVL + exploração da via biliar Hemorragia: autolimitada EDA Reganho de peso: EDA ou esofagografia plasma de argônio Qual técnica escolher: Sleeve: deficiência nutricional ou tumor/pólipo gástrico BGYR: DREG ou DM2
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