Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Síndrome nefrítica Conteúdo Síndrome nefrítica 1 Glomerulonefrite pós-estreptocócica 2 Glomerulonefrite rapidamente progressiva 6 Síndrome de Goodpasture 7 Nefropatia por IgA(doença de Berger) 8 Definição Processo inflamatório agudo nos glomérulos; Pode ser chamada também de glomerulonefrite difusa aguda (GNDA) Fisiopatologia Inflamação ocorre alterações da permeabilidade capilar. Isso permite a entrada de substâncias que não passaria. Ex.: hematúria ou proteinúria (discreta > 150 mg/24) Obstrução glomerular pelas chegadas das células inflamatórias. Isso diminui a superfície de filtração passando menos sal e água = retenção de sal e água = olíguria. Assim, a fisiopatologias é por ocorrência de lesões do aumento de células dentro do glomérulo que é acompanhada por infiltrado leucocitário inflamatório. · Diminuição da taxa glomerular · Retenção= hipertensão e edema. · Hipertensão também se da pela esclerose glomerular. · Hematúria macro ou microscopia. Hemácias dismórficas. * a resposta inflamatória lesa a parede glomerular. · Proteinúria moderada. Obs. Proteinúria e edema não são tão severos quanto na síndrome nefrótica. 1 Hemácias dismórficas Presença de cilindros presente na urina. Túbulos renais produzem proteína Tamm Horsfall que vai se desprendendo no túbulo. Quando hemácias passam levam junto essa proteína. Hemácias = proteínas = cilindros hemáticos Proteinúria subnefrótica -> não é tão grande quanto na síndrome nefrótica. 150 mg a 3,5 g em 24 horas. Congestão volêmica: causa hipertensão arterial e edema (periorbitário matinal). EAS-> · Hematúria dismórficas; · Cilindros hemáticos; · Piúria; · Proteinúria; · Cilindros leucocitários. Etiologias Podem ser produzidas por doenças sistêmicas ou ser secundaria a doença glomerular primaria 1. Glomerulonefrite pós estreptococos;ok 2. Nefropatia por IgA(doença de Berger); 3. Purpura de Henoch Scholein; 4. Glomerulonefrite rapidamente progressiva;ok 5. Goodpasture; Wegner. ok Glomerulonefrite pós-estreptocócica GNPE. Glomerulonefrite difusa aguda. Caracteriza-se pelo processo inflamatório de origem imunológica que acomete todos os glomérulos de ambos os rins. Epidemiologia Mais comum em crianças. 5-12 anos. Uma das principais causas de insuficiência renal em criança. Raro em crianças menores de 2 anos de idade e adultos acima de 40 anos de idade. Doença esporádica em países desenvolvidos. Mais comum em homens 2x mais acometido. Etiologia É uma sequela tardia de uma infecção por estreptococo beta hemolítico do grupo A. 1 a 4 semanas após infecção estreptocócica. Após geralmente faringoamigdalite ou piodermite (impetigo). Fisiopatologia Deposição de imunocomplexos no glomérulo. Streptococcus gera uma ativação do sistema imunitário -> anticorpos contra a bactéria -> antígeno forma o complexo imunitário que através do sangue chega ao glomérulo -> lesiona o glomérulo pela alta quantidade de anticorpos. Mecanismos autoimunes, pelos quais certos antígenos estreptocócicos simulariam anticorpos que apresentam reação cruzada com antígenos glomerulares renais (glicoproteínas da membrana basal glomerular); Acredita -se atualmente que os imunocomplexos responsáveis pelo dano glomerular nesta nefropatia são formados primariamente in situ e depositam -se no lado subendotelial da parede capilar . Células polimorfonucleares; macrófagos e monócitos. · Infiltração de leucócitos; · Proliferação mesangial, endotelial e epitelial; · Tumefação da célula endotelial. Quadro clínico A forma mais comum de apresentação é a assintomática. · Hematúria; · Piúria; · Olíguria; · Edema; · Hipertensão arterial; (pode levar a uma complicação como encefalopatia hipertensiva); · Congestão volêmica; · Proteinúria subnefrótica. · Cilindros hemáticos; Diagnostico Analisar se paciente teve uma faringoamigdalite ou piodermite recente. Período de incubação: 1 a 2 semanas na faringoamigdalite e 3 a 6 semanas em piodermite. · Faringoamigdalite uso de ASLO. A infecção de orofaringe leva à elevação dos títulos de antiestreptolisina O Os níveis de ASLO geralmente se elevam de 2 a 5 semanas após a infecção estreptocócica, decaindo ao longo de meses. · Piodermite uso de anti- DNAse B Deposição de imunocomplexos no glomérulo -> ativa o complemento, via alternativa = aumento da dosagem C3 do complemento. Complemento se normaliza em até 8 semanas. Obs. Consumo de complemento pela diminuição de CH50 e C3. Exame de urina revela hematúria, com hemácias dismórficas, cilindros hemáticos e cilindros leucocitários. Biopsia Apenas em casos isolados; · Microscopia óptica -> padrão proliferativo difuso de células mesangiais e destruição dos capilares glomerulares. · Microscopia eletrônica -> deposito sub- endotelial; entre membrana basal e os podócitos. “Gibas” (imunocomplexos) do lado epitelial. · Imunofluorescência -> padrão granular. Deposito de imunocomplexos de forma difusa. IgG, IgM e C3 no mesângio e Membrana basal. 2 MO padrão proliferativo difuso 3 ME depósitos sub- endoteliais 4 IF padrão granular Tratamento Suporte sintomático para manejar a sobrecarga hidrossalina. Restrição hídrica e dieta hipossódica já que está retendo agua e sódio o corpo. Diuréticos de alça. Furosemida. Para auxiliar na eliminação do excesso de líquido corporal. Anti- hipertensivos. infecção estreptocócica com antibioticoterapia deve ser tratada apenas nos casos em que ainda houver infecção ativa clinicamente, profilaxia não está indicada Obs. GNPE é autolimitada. Pode evoluir para falência renal. Cura em 95%. Evolui para Glomerulonefrite rapidamente progressiva em 1% e glomerulonefrite crônica em 1 a 2%. Sinais de mau prognostico -> proteinúria persistente e prolongada e TFG anormal. Glomerulonefrite rapidamente progressiva Definição GNRP Caracteriza pela perda progressiva da função renal. Se não tratada pode levar a morte por insuficiência renal dentro de um período de semanas a meses. Evolução para a falência renal de uma síndrome nefrítica. Costuma cursas com outras disfunções orgânicas. Epidemiologia Acomete geralmente homens na faixa etária de 50-60 anos. Fisiopatologia Caracteriza-se por uma insuficiência renal associada a uma lesão proliferativa do epitélio glomerular; crescentes. Pode se diferenciar em 3 tipos. · Tipo I: anticorpo anti MBG; (membrana basal glomerular). Lesa a MBG. Doença que gera é a síndrome de Goodpasture. Cursa com hemorragia alveolar + LRA · Tipo II: imunocomplexos; costuma aparecer em pacientes com alguma doença sistêmica. Ex. Lúpus e vasculite. Com acometimento renal pronunciado. Pode cursas muitas vezes como GNRP · Tipo III: pauci- imune. Doença imune negativa. (sem depósitos imunes; sem anticorpo. Mas ANCA + (anticorpo anti citoplasma de neutrófilos) ex. vasculites sistêmicas que acaba cometendo circulação renal. Granulomatose de Wegener. Quadro clínico Disfunção renal de evolução rápida e progressiva; Sedimento urinário com proteinúria, hematúria e leucocitúria. Costuma cursar com sintomas constitucionais como: Febre, astenia, atralgia, assim como acometimento de outro órgãos e sistemas Diagnostico Indicação de biopsia precoce pela rápida perda de função renal. Histologia: crescentes acometendo o glomérulo. Biopsia encontra-se as crescentes glomerulares. 5 Crescentes glomerulares Tratamento Terapia de indução: Imunossupressão com metilprednisolona e ciclofosfamida para todos os casos de glomerulonefrite crescêntica não associados a infecções. Síndrome de Goodpasture Descrita inicialmente como uma síndrome pulmão-rim, em 1919 por Ernest Goodpasture. Epidemiologia Acomete homens 20-30 anos. População branca. Formação de anticorpos anti membrana basal, glomerular e do alvéolo pulmonar. Fisiopatologia Síndrome pulmão -rim A síndrome de Goodpasture é uma patologia mediada pelo sistema imunológico, na qual auto-anticorpos contra a cadeia ∝3 do colágeno tipo IV se ligam à membrana basal, alveolar e glomerular, causando glomerulonefrite progressiva e hemorrágica pulmonar. Anticorpos se ligam a MB-> cascatado complemento -> ruptura da barreira glomerular -> proteinúria e hematúria. · Infiltrado pulmonar hemorrágico. Sangue caindo nos alvéolos pulmonares; · Hemoptise; · Febre; · Dispneia; · Hematúria Diagnostico Biopsia renal: crescentes glomerulares; padrão linear na IFI; anticorpo anti MBG e p-ANCA Tratamento Plasmaférese; troca do plasma na tentativa de eliminas os anticorpos circulantes. Ciclofosfamida Corticoterapia. Nefropatia por IgA(doença de Berger) Alterações urinarias assintomáticas. Glomerulopatia primaria mais comum. É uma doença predominantemente primária mas pode estar associada a: cirrose alcoólica, doença celíaca, dermatite herpetiforme... Epidemiologia Acomete mais jovens brancos asiáticos, do sexo masculino. 2° e a 3° década de vida. 20-30 Anos. Causa mais comum de glomerulonefrite primária por todo o mundo, atingindo cerca de 1,3 da população. Fisiopatologia Deposito de IgA no mesângio glomerularde forma difusa. Por causa de um distúrbio imune que leva a síntese aumentada de IgA nas mucosas em resposta a agentes ambientais. Agentes ambientais -> distúrbio imune -> síntese aumentada de IgA nas mucosas -> deposito de IgA no mesângio glomerular. O IgA que se deposita é na forma polimérica, da subclasse IgA1. Podendo ter IgM, IgG, C3 ou cadeias leves de imunoglobulina codistribuidas com a IgA. Sobre o IgA IgA representa 15 a 20% de todas as imunoglobulinas no soro humano. Encontrado nas mucosas, vias respiratórias e TGI. Saliva e lagrima. IgA possui cadeias por 4 domínios. A IgA é encontrada em forma monomérica mIgA ou na forma polimérica pIgA Cada monômero de IgA tem uma estrutura básica composta de quatro cadeias: duas leves (23kD) e duas pesadas (50-70 kD), conferindo lhe uma forma característica em Y. · Soro: IgA1 apresenta-se majoritariamente (85% do total das IgA) na sua forma monomérica · Mucosas: a formapolimérica predomina (cerca de 90%), existindo tanto e IgA1 como IgA2, dependendo da distribuição das células secretoras destas imunoglobulinas pelos tecidos correspondentes . As imunoglobulinas são produzidas principalmente pelos linfócitos B percursores da medula óssea que, após contato com o antígeno, originam plasmócitos que produzem IgA de ambas as subclasses. Apesar da produção de IgA ser predominantemente nas mucosas, quantidades apreciáveis de IgA também são produzidas em locais imunes sistêmicos como a medula óssea com pequena contribuição do baço e gânglios linfáticos. Quadro clinico · Hematúria macroscópica intermitente. Vai e volta. Uma infecção pode precipitar. Além de surgir hematúria após algum estresse como exercícios físicos ou IVAS. · Hematúria microscópica persistente. Acompanhada geralmente de proteinúria. Prognostico pior. · Síndrome nefrítica. Obs.: hematúria tende a resolução espontânea em 2-3 dias. Doença de Berger acontece junto com a infecção e possui um complemento normal. Diferente da glomerulonefrite pós-estreptocócicas que acontece após uma infecção e possui um complemento consumido. Obs.: Dificilmente cursa com insuficiência renal aguda, quando faz perda de função renal é mais vista em contexto de DRC Diagnóstico · Hematúria dismórfica. · Complemento normal. · IgA sérica alta. 20-50% dos casos. · Depósitos cutâneos de IgA · Proteinúria em faixas subnefróticas 1-2g em 24 horas Certeza de diagnostico com a biopsia renal. 6Imunoflorescencia anti IgA demonstra deposição granular mesangial de IgA O exame de urina confirma hematúria microscópica, em geral, com eritrócitos dismórficos e, às vezes, cilindros hemáticos. A biópsia renal mostra depósito granular de IgA e complemento (C3) na coloração por imunofluorescência em um mesângio expandido com focos de lesões proliferativas segmentares ou necrosante Tratamento Somente hematúria: acompanhamento ambulatorial. Proteinúria> 1 g/dia usa se IECA. Para diminui a proteinúria e controlar a hipertensão. Vasodilatação da arteríola eferente (menor pressão glomérulo) Retenção azotêmica, crescentes glomerulares usa-se IECA, Corticoterapia. Ficando os imunossupressores reservados para casos com disfunção renal pronunciada ( TFG< 50ml/min/1,73m² ) ou proteinúria sustentada acima de 1g/dia mesmo em doses otimizadas de IECA ou BRA. Prognostico Pequena parcela com remissões completa. Mais da metade possui a doença persistente, mas de forma benigna. Sem perda de função renal a longo prazo. Mas 1/3 pode ter perda da função renal a longo prazo.
Compartilhar