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VIOLÊNCIA CONTRA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE

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Profa. Ana Laura Alcântara
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A análise da mortalidade geral nos últimos anos revela tendência decrescente em todas as faixas etárias.
Programas de incentivo ao aleitamento materno, hidratação oral, controle da desnutrição e imunizações.
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Apesar da redução da taxa de mortalidade nacional, houve uma “explosão”nos índices de mortalidade por causas externas em todas as classes sociais.
A principal causa externa para a mortalidade infantil é relacionada com a violência.
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Historicamente, o abandono, a negligência, o sacrifício e a violência contra a criança sempre existiram e eram aceitos por determinadas comunidades.
Raramente a criança era amamentada;
66% morriam junto às amas de leite;
Mortalidade de crianças abandonadas superior a 84% antes de completar um ano de vida;
O abandono dos filhos era uma rotina aceita;
Influência da Igreja Católica (Santo Agostinho): o castigo físico era aplicado como prática educativa.
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Em todo o mundo, milhões de crianças são expostas à violência dentro de suas casas.
A violência assume formas e é influenciada por fatores distintos, que envolvem desde as características pessoais da vítima e do agressor até seu ambiente cultural e físico.
O uso do castigo físico como prática pedagógica e a disciplina por meio de punições físicas e humilhantes são frequentemente percebidas como normais, particularmente quando não provocam lesões visíveis ou duradouras.
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Violência doméstica;
Violência física;
Violência sexual;
Violência extrafamiliar;
Violência institucional;
Violência social;
Violência urbana;
Autoagressão;
Bullying.
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O não atendimento das necessidades básicas da criança, com variados níveis de gravidade, é a forma mais frequente de violência por omissão.
É a submissão a atos ou atitudes de omissão, de forma crônica, intencional ou não, com prejuízos à higiene, nutrição, saúde, educação, estímulo ao desenvolvimento, proteção e afetividade.
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O abandono é a forma extrema de negligência, mas caracteriza-se por apresentações parciais de abandono à submissão da criança ou adolescente a atos ou atitudes de omissão.
O Código Penal brasileiro caracteriza, em seus artigos 133 e 134, respectivamente, o “abandono de incapaz” e a “exposição ou abandono de recém-nascido”. No primeiro, a pena prevista é de detenção (de 6 meses a 3 anos).
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A negligência é responsável por mais de 40% dos casos de maus-tratos na infância.
Comparada às outras formas de violência, é a que apresenta maior índice de mortalidade.
A negligência pode ser física, educacional ou emocional, mas esse último tipo apresenta maior potencial ofensivo do que a própria violência física, pois o dano psicológico que acompanha a omissão do cuidar tem efeito muito maior.
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Negligência Física;
Negligência educacional;
Negligência emocional.
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É importante considerar, no atendimento a essas vítimas, alguns aspectos éticos, tais como:
o melhor interesse do menor deve prevalecer;
a responsabilidade do médico/ instituição hospitalar existe independente da dos pais;
é necessária a notificação e a tomada de decisão a favor da proteção dessas vítimas.
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Os maus-tratos, abuso ou violência doméstica devem ser reconhecidos como enfermidades, pois são assim identificados no Classificação Internacional de Doenças (CID):
T74 Síndrome de maus-tratos;
T74.0 Abandono;
T74.1 Sevícias físicas. Síndrome da criança espancada (SOE);
T74.2 Abuso sexual;
T74.3 Abuso psicológico;
T74.8 Outras síndromes especificadas de maus-tratos. Formas mistas;
T74.9 Síndrome não especificada de maus-tratos.
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Os profissionais responsáveis pelo atendimento devem ter em mente que há sempre duas ou mais vítimas no abuso perpetrado contra a criança ou adolescente: a própria vítima, a pessoa (familiar) que praticou o ato, outros membros da família ou comunidade da vítima.
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O atendimento de situações com suspeita de maus-tratos a crianças e adolescentes deve ser realizado, necessariamente, por equipe multidisciplinar e interdisciplinar.
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Acolhimento;
Proteção;
Intervenção;
Prevenção.
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identificar ou levantar suspeita sobre os casos trazidos a seu conhecimento por meio da anamnese e exame físico.
prestar o atendimento emergencial necessário (clínico e/ou cirúrgico), independentemente da situação da investigação policial.
prestar atendimento ambulatorial e interagir com os demais membros da equipe interprofissional nos casos de suspeita de violência sexual.
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prescrever a contracepção de emergência e a profilaxia para doenças sexualmente transmissíveis (ver protocolos correspondentes).
propor o encaminhamento para serviços que oferecem abortamento legal, nos casos de gestação comprovada
colher material para provas forenses no atendimento emergencial, se não houver tempo hábil para coleta em serviço especializado do Instituto Médico-Legal (IML).
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Sempre que ocorre a participação de adolescentes em crimes, é reacendido o debate sobre a violência e a discussão acerca dos instrumentos de contenção dos mesmos e a efetiva proteção dos cidadãos comuns, expostos a episódios violentos de grande impacto e ocorrências cotidianas de agressão.
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Planejamento familiar.
Adequada assistência no pré-natal.
Programas de informação.
Orientação e apoio às famílias.
Campanhas de divulgação de informações.
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A prevenção se constitui em ações que visam à identificação precoce da chamada “população de risco”, objetivando evitar a eclosão do fenômeno.
Programas de treinamento dos agentes públicos em geral e em especial de saúde, educação, justiça e segurança são imprescindíveis para estimular ações de respeito à criança e ao adolescente
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Intervenção em situações de violência já instalada.
Cessação imediata da agressão.
Redução das sequelas.
Programas de reabilitação física e social.
Intervenções terapêuticas individuais e familiares.
Recuperação da autoestima e do lugar na família e comunidade.
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Gravidez indesejada;
Ocultação da gravidez;
Tentativa de aborto;
Desejo de “doar” o filho;
Mãe solteira sem suporte emocional;
Desajustes sérios entre os genitores;
História de doença mental ou distúrbios emocionais;
Drogas/alcoolismo;
História de comportamentos violentos;
História pessoal de vitimização.
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Qualquer profissional que se defronte com um caso de violência doméstica contra criança ou adolescente deve estar ciente de que está ante uma situação complexa.
Orientar e esclarecer o profissional de saúde sobre o atendimento eticamente adequado e juridicamente lícito a crianças e adolescentes vítimas de maus-tratos.

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