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UROLOGIA – Andreza Cabral CÂNCER DE PRÓSTATA EPIDEMIOLOGIA · 2ª causa de câncer no homem (30% de todas as neoplasias malignas). · 2ª causa de morte por câncer no homem. Atrás da neoplasia maligna de pulmão. FATORES DE RISCO · Idade > 65 anos. · Etnia: + comum em afrodescentes. · Hx familiar: 15% dos casos. · Mutações em pouquíssimos casos: BRCA1 e BRCA2. · Mutação HPCA-1 (perpetuação de infecções crônicas) – raro. · Faz com que as céls prostáticas deixem de produzir uma enzima que faz parte de nossa imunidade inata -> propensão maior a desenvolver infecções crônicas da próstata. · Obesidade/dieta rica em gorduras. · Níveis elevados de IGF-1. · Alterações genéticas: fusão dos genes TMPRSS2 e ERG (cromossomo 22) em até 50% dos casos. · O produto dessa fusão, faz uma ptn que codifica diversos oncogenes, tb estimulada pelos androgênios. · Alterações epigenéticas: · Hipermetilação ou metilação – radical metil é acrescentado ao anel de citosina. · Hipermetação do gene GSTP1 (100% dos casos). PATOLOGIA · Adenocarcinoma acinar em 95% dos casos. · > 70% das vezes é na zona periférica (posterior). · > 80% das vezes a doença é multifocal -> graus de agressividade diferentes. Escore de Gleason: · Geralmente tem pelo menos dois padrões distintos numa mesma bx. · Primeiro, deve classificar o padrão dominante na bx. · Depois, classifica o padrão que não é o dominante. · Aí, soma os dois padrões. · Gleason 6: baixo risco. · Gleason 7: risco intermediário. · Gleason > 7: alto risco para comportamento biológico agressivo, meta, etc. DISSEMINAÇÃO · Local: vesículas seminais e base da bexiga. · Linfática: linfonodos pélvicos (obturadores) e paraaórticos. · Hematogênica: ossos, vísceras, metástase paradoxal. · A meta do cancer de próstata costuma seguir uma ordem de acometimento do q tá mais perto da próstata. Na paradoxal, o q a gente tem é o alcance do SNC sem antes acometer antes o fígado ou pulmão. Não é comum. Se dá pelo plexo venoso de Batson. · Metástases: · Metástases blásticas: hipotransparentes na radiografia simples. Podem ser assintomáticas no início do quadro, mas dps pode provocar dor. São bem mais comuns que as metástases líticas. · Quem mais recebe é a 1º) coluna lombar. 2º lugar) fêmur proximal. 3º) pelve. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS · Pode ser assintomático: 60%. · Hesitação, jato urinário fraco (doença localmente avançada), polaciúria, hematospermia, edema de MMII (meta de linfonodos pélvicos), dor óssea – dor lombar (metástases). SCREENING · A maioria dos pctes tem um tumor com comportamento biológico mt brando. Diagnosticando precocemente assintomáticos, necessariamente levaria o pcte a procedimentos intervencionistas com EA. · Não diminui a mortalidade nos tumores com comportamento agressivo, mesmo diagnosticando precocemente -> envia micrometa. · Ainda é recomendando pela sociedade brasileira de uro e americana tb. · Serve para indicar ou não bx transretal guiada por US (bx-TRUS): · Toque retal: área endurada, de consistência alterada. · Em 25-30% das vezes o toque retal não alcança o câncer. · PSA: em 20-50%, pode estar < 4. · Sempre solicitar os dois. · Situações em que o toque retal ou PSA indicam direto a bx: · Toque retal: área suspeita (nódulo ou induração) -> bx-TRUS. · PSA > 10 -> bx-TRUS. Screening American Urological Association (2013): · 40-55 anos (afrodescendentes ou HF) · 55-69 anos. · Toque retal (nódulo, induração)/PSA > 10 = bx. · PSA é pedido a cada 2 anos. · Valor > 3 até 10 ng/ml considerar bx. · Derivativos do PSA podem ser usados: · Velocidade de aumento > 0,75 ao ano. · PSA livre/PSA total < 25%. · Densidade: PSA (ng/ml)/peso > 0,15. Screening Sociedade Brasileira de Urologia: · 45 anos (nefros ou HF). · 50-75 anos (sobrevida > 10 anos). · Toque retal (nódulo, induração)/PSA > 10 = bx. · PSA de 2,6 ng/ml até 10 mg/ml considerar bx. · Derivativos do PSA podem ser usados. · Velocidade de aumento > 0,75 ao ano. · PSA é pedido anualmente em indivíduos de risco ou que tiveram PSA > 1 ng/ml. · Se não se encaixar, a cada 2 anos. ESTADIAMENTO · PSA: > 10 a 20 ng/ml: risco intermediário. · PSA > 20: alto risco. Comportamento mais agressivo. · RM com sonda endorretal: bom para T (extensão tumoral dentro da próstata e tecidos adjacentes). · TC de abdome e pelve: bom para N -> Gleason > 7 ou PSA > 10. · Cintilografia óssea -> Gleason > 7 ou PSA > 20 ou dor óssea. Estadiamento T: Estadiamento N: Estadiamento M: · Estadio I e II: doença localizada. · Estadio III e IV: doença avançada. TRATAMENTO DOENÇA LOCALIZADA: · Conduta expectante: · Expectativa de vida < 10 anos. · Gleason baixo grau. · Tumor de pequeno volume. · Prostatectomia radical: · Resseca a próstata e vesículas seminais. · Via laparoscópica assistida por robôs (RALP), via laparoscópica manual, aberta (tradicional). · Linfadenectomia pélvica: · PSA > 10 ou Gleason > 7. · A linfadenectomia pelvica está indicada nos casos de doença de alto risco ou intermediário com px desfavorável. · Radiotto: · Margens cx + após prostatectomia radical ou recidiva bioquímica (RT de resgate). · Como terapia em pctes com elevado risco cx. · IMRT: intensity modulated radiation therapy. Acompanhamento do PSA pós-cx: · Em 2 meses = PSA indetectável (< 0,04 ng/ml). · PSA 3/3 meses no 1º ano. · PSA 6/6 meses no 2º ano. · PSA anual até o 5º ano. · Recidiva bioquímica = PSA > 0,2 ng/ml. · Investigar meta a distância. Acompanhamento do PSA pós-RT: · Não destrói toda a glândula prostática -> logo PSA não zera. · PSA em 2 meses após o término da RT. · Em 6 meses temos o PSA nadir (< 0,5 ng/ml). · PSA a cada 3 meses no 1º ano. DOENÇA AVANÇADA: · Terapia hormonal (deprivação androgênica): · Androgênios não provocam o câncer, mas uma vez instalado, alimenta o tumor. · Agonistas do GnRh (leuprolida/goserelina) -> diminui a densidade da adenohipofise para os receptores de GnRh -> secreta menos LH e FSH com o tempo. · Ocorre em 2-4 semanas. · Nesse período cuidado com a recrudescência da doença -> disease flare -> ainda não teve down regulation dos receptores. Ai usa os bloq recep and. · Bloqueadores dos receptores de androgênios. · Nas primeiras 2 semanas. · Flutamida, bicalutamida, nilutamida. · Estágio III e IV (T4 N0 M0 / qq T N1 M0): · Terapia hormonal + RT. · Estágio IV (qq T qq N M1) · Terapia hormonal ou QT (não resposta a TH).
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