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História natural da doença – cap 4 1. Infecção aguda pelo HIV • Ocorre nas primeiras semanas, quando o vírus está replicando nos tecidos linfoides. • Carga viral elevada, em especial LINFÓCITOS CD4. 2. Síndrome retroviral aguda • Normalmente os sinais e sintomas desaparecem em 3 a 4 semanas. • Linfadenopatia, letargia e astenia podem persistir por vários meses. • Principais achados clínicos; o Febre, cefaleia, astenia, adenopatia, faringite, exantema e mialgia. o Febre alta, sudorese e linfadenomegalia, comprometendo principalmente as cadeias cervicais anterior e posterior, submandibular, occipital e axilar. o Esplenomegalia, letargia, astenia, anorexia e depressão. • Sintomas digestivos o Náuseas, vômitos, diarreia, perda de peso e úlceras orais. • Sintomas neurológicos o Cefaleia, dor ocular, meningite asséptica, neurite periférica sensitiva ou motora. o Paralisia do nervo facial ou síndrome de guillan- barré. 3. Latência e fase sintomática • Sintomas e sinais clínicos o Febre baixa, perda ponderal, sudorese noturna, fadiga, diarreia crônica, cealeia, alterações neurológicas, infecções bacterianas como pneumonia, sinusite e bronquite. o Lesões orais, como leocoplasia oral pilosa e herpes-zoster. o Oinfadenopatia generalizada persistente. o Candidíase oral é um marcador de imunodepressão. • Sinais laboratoriais o Leucopenia, plaquetopenia e leucopenia. 4. Síndrome da imunodeficiência adquirida • Infecção oral e neoplasias são definidores da aids. • Infecções oportunistas: pneumocistose, neurotoxoplasmose, tuberculose pulmonar atípica ou disseminada, meningite criptocócica e retinite por citomegalovírus. • Neoplasias: sarcoma de Kaposi, linfoma não Hodgkin e câncer de colo uterino. • Dano direto: miocardiopatia, nefropatia e neuropatias. Rebeca Rivera 7A Abordagem inicial do adulto infectado pelo HIV 1. Anamnese R • Compreender tal situação, esclarecer novamente os questionamentos e fornecer informações atualizadas fortalece o vínculo entre o paciente, o profissional de saúde e o serviço de saúde, auxiliando no sucesso terapêutico. 2. Exame físico • O exf deve ser completo e incluir a aferição da pressão arterial, peso, altura, cálculo do índice de massa corpórea e medida da circunferência abdominal. • Quanto mais baixa a contagem de LTCD4, mais frequentemente os pacientes devem ser examinados. 3. Exames complementares iniciais • Auxilia a avaliação da condição geral de saúde, comorbidades, coinfecções e urgência no início da TARV. • Orienta sobre a necessidade de imunizações ou profilaxias. 4. Periodicidade de consultas • Deve adequar-se a condições clínicas do portador HIV e a fase do tratamento. • Após introdução do TARV, recomenda-se retorno 7 e 15 dias para reavaliação. Após, mensalmente até à adaptação ao TARV. • Quadro clínico estável pode ter retorno em até 6 meses. 5. Monitoramento laboratorial da infecção utilizando LT CD4+ e carga viral • A contagem de LT-CD4+ é um dos marcadores para avaliar a urgência de início da TARV, indicação das imunizações e das profilaxias para IO. • Avaliar o grau de comprometimento do sistema imune e a recuperação da resposta imunológica. • Definir o momento de interromper as profilaxias. • LT-CD4+ tem importância na avaliação inicial e CV-HIV monitora a eficácia e detecta problemas de adesão. Em pacientes em uso de TARV, o foco do monitoramento laboratorial deve ser a CV-HIV para avaliar a eficácia da TARV e detectar precocemente a falha virológica, caracterizada por dois exames sequenciais de CV-HIV detectáveis. Para pacientes estáveis, em TARV, com CV-HIV indetectável e contagem de LT-CD4+ acima de 350 cels/mm3, a realização do exame de LT-CD4+ não traz nenhum benefício ao monitoramento clínico-laboratorial. Flutuações laboratoriais e fisiológicas de LT-CD4+ não tem relevância clínica e podem inclusive levar a erros de conduta. 6. Exames complementares e seguimento clínico 7. Investigação de tuberculose • Principal causa de óbito. • Pesquisa com o questionamento dos seguintes sintomas: o Tosse, febre, emagrecimento e sudorese noturna. • Caso a PT seja inferior a 5 mm, recomenda-se sua repetição anual e após a reconstituição imunológica com o uso da TARV. Para indicar o tratamento da infecção latente, deve-se excluir TB ativa utilizando critérios clínicos. • O tratamento da infecção latente com isoniazida (INH) é recomendado para todas as PVHIV com PT maior ou igual a 5mm, desde que excluída TB ativa. 8. Rastreamento de neoplasias 9. Imunizações • Deve-se adiar a administração de vacinas em pacientes sintomáticos ou com imunodeficiência grave (CD4 < 200 celulas). 10. Tratamento • O início imediato da TARV está recomendado para todas os portadores, independentemente de qualquer coisa. 11. Manifestações clínicas atribuídas diretamente ao HIV • Nefropatia: o Acometimento glomerular que ocorre em qualquer nível de LT-CD4+. o Proteinúria intensa e hipoalbuminemia. • Alterações neurológicas: o Perda da memória, lentificação psicomotora e déficit de atenção. o Distúrbios da marcha, tremor e perda da habilidade motora fina. • Cardiomiopatia: o Muitas vezes associada ao HIV, pericardite ou hipertensão arterial pulmonar. 12. Gestantes • Indicada para toda gestante, independente de critérios clínicos e imunológicos. • A TARV poderá ser iniciada na gestante a partir da 14ª semana de gestação, logo após a coleta de exames e antes mesmo de se ter os resultados de LT- CD4+ e CV, principalmente nos casos de gestantes que iniciam tardiamente o acompanhamento pré-natal, com o objetivo de alcançar a supressão viral o mais rapidamente possível. • A genotipagem pré-tratamento está indicada para todas as gestantes infectadas pelo HIV, de forma a orientar o esquema terapêutico se houver necessidade de mudança deste, e obter dados epidemiológicos a respeito de resistência transmitida. 13. Tuberculose ativa • A TB ativa, sob qualquer apresentação clínica, é sinal de imunodeficiência; portanto, a coinfecção TB-HIV deve caracterizar o portador de HIV como sintomático e indicar o início da TARV. • Recomenda-se iniciar o tratamento anti-TB e a TARV de forma precoce, mas não concomitante, para todas as PVHIV com TB ativa. • Recomenda-se que pacientes com contagem de LT-CD4+ abaixo de 50 céls/mm³ ou com sinais de imunodeficiência avançada iniciem com rapidez o tratamento anti-TB e comecem a TARV dentro de duas semanas do início do tratamento para TB. Nos demais pacientes, o tratamento para TB deve ser iniciado também o mais brevemente possível, e a TARV deve ser iniciada na 8ª semana de tratamento anti-TB. 14. Hepatite B • A coinfecção pelo HIV tem um profundo impacto no curso da infecção pelo HBV. Há uma progressão mais rápida para cirrose e carcinoma hepatocelular. • Pacientes coinfectados com hepatite B e HIV devem iniciar a TARV com esquema contendo TDF independentemente da contagem de LT-CD4+. 15. Hepatite C • A progressão da doença progride mais rapidamente em pessoas coinfectadas pelo HIV. • Aconselhável a estabilização clínica da doença pelo HIV mediante a TARV antes de iniciar o tratamento pela hepatite C. • Recomenda-se o início da TARV, independentemente da contagem de LT-CD4+, para todos os pacientes coinfectados com HIV-HCV. Síndrome inflamatória da reconstituição imune: diagnóstico e tratamento CAP 14 • A terapia com corticosteroides para supressão da resposta inflamatória deve ser utilizada nos casos graves. Pode ser necessário o uso de prednisona 1-2 mg/kg, ou equivalente, durante uma a duas semanas, com posterior e gradual retirada.
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