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CLÍNICA MÉDICA 18-08-21: INSULINOTERAPIA: · Insulina – mais um anti-diabético. · Primeira coisa que temos que ver é o peso – quanto mais alto peso mais resistência tem a insulina e quanto menos peso mais sensibilidade ele tem a insulina. · Então quanto mais magro, menos insulina e uma boa resposta – fator de sensibilidade. · Não entramos com uma dose alta de uma vez, pois é perigoso. Seleção de pacientes: · DM tipo 1: · Doença que produz anticorpos que destroem as células betas do pâncreas. · Essa destruição é rápida então em poucos dias já temos sintomas. · No máximo em 6 meses sem tratamento tem uma cetoacidose diabética e isso é grave. · Mais comum o inicio em jovens. · Vai pensar em adulto quando o paciente é magro e começa a ter uma hiperglicemia absurda alta e rápida (progressiva). · Considerar a etiologia auto-imune. · Falência pancreática na secreção de insulina. · Tratamento com insulinoterapia. · Pensar que esses pacientes são magros, não precisa de uma dieta rigorosa, pois só precisamos repor a insulina para ele. · Tem que insulinizar toda vez que o paciente comer. · Hiperglicemia severa. · Temos que corrigir a insulina independente do que ele tem. · Descompensação cetótica e não cetótica. · Enfermidade intercorrente com hiperglicemia. · Hiperglicemia apesar do tratamento oral combinado. · Pacientes que serão submetidos à cirurgia. · Não podemos dar medicamento via oral pois pode gerar uma hipoglicemia, então é mais fácil dar a insulina. · Corticoterapia – pode gerar hiperglicemia. · Contra indicação ao uso de hipoglicemiantes orais. · Insuficiência renal. · Insuficiência hepática. · Aqui só a insulina mesmo. · Gravidez. · Metformina até pode usar depois do 3º trimestre, contudo evitamos. · A insulina entra direto ou se caso a metfornina não funcionar, mas a insulina é mais segura. Insulina: · Pequena proteína (polipeptídeo) com duas cadeias polipeptídicas ligadas, contendo 21 aa na cadeia A e 30 aa na cadeia unida por ponte dissulfeto. · Ela é anabólica. · Nos pacientes graves que precisam usar insulina pronta vamos ter que olhar o potássio e muitas vezes repor ele. Preparações de insulina: -De ação rápida e ultra rápida: · Funciona para melhorar a insulina pós prandial. · Lispor. · Asparte (NOVORRAPID E FIASP). · Glulisina. · Regular – chamamos de rápida, pois ela não é tão rápida assim, o efeito dele é de 2 horas e pode ficar no corpo até 4 horas · Fiaspe – mais rápida de todas -De ação intermediária ou ação lenta: · Funciona para melhorar a insulina basal. · Insulina NPH. · Glargina. · Toujeu. · Detemir – efeito menor (20 horas). · Degludeca – efeito maior de 24 horas, é bom que não temos que se preocupar com o horário, contudo é cara. · A Glargina e a NPH só começa a agir depois 2-4 horas, então não tem um efeito imediato. · As pré-misturas usamos bem pouco porque a dose fixa é mais complicada, então essas usamos mais para idosos, pacientes com dificuldade de enxergar e não consegue ficar misturando, então usamos para facilitar sua vida. · Obs: para mexer na basal tem que ver o pico dela de ação, por exemplo o paciente toma a insulina 8 horas da manha então o pico de ação é 4 da tarde, então se caso ele fizer uma hipoglicemia esse horário longe da refeição, isso quer dizer que tem que abaixar a dose da de jejum. Já se caso a de jejum estiver baixa, ai vamos abaixar a da noite, pois ela que ainda estava fazendo efeito (pois age por 8 horas). Insulina Regular: · A regular tem o pico em até 2 horas e até 4 horas ela ainda está em bastante quantidade. Insulina NPH: · Tem um pico de 6-8 horas. Insulina rápida – Lispro / Aspart: · Faz o efeito em mais ou menos 1 hora e em duas horas quase que não tem mais. Insulina Glargina: · Não tem pico, então começa a ter efeito em 4 horas e duram por 24 horas, só que a partir da segunda dose vai ter uma grudada na outra. · Se tomar sempre no mesmo horário não vai falhar em nenhum horário. Perfil insulínico normal durante 24 horas: Obs: paciente com anos de diabetes, em uso de três medicações já, contudo não tem muitas condições financeiras, ai o certo é colocar insulina. Definindo a dose de insulina: Início da terapêutica: · Bed time – insulina noturna: para tirar a gliconeogenese noturna e o paciente acorda com uma glicose normal (quer que a de jejum fique boa). · 22 a 23 horas – 0,1 a 0,2 UI/ kg – de NPH (pode colocar Glargina também se caso o paciente tiver condições de comprar). · Se caso não esta controlando com o remédio, acrescenta o bed time, ai se caso mesmo assim não controlar vamos colocar uma que chama BASAL (NPH 3 vezes ao dia), se mesmo assim não funcionar vamos colocar as pós-prandiais / rápidas. · Se após tudo isso não melhorar podemos fazer a insulinização PLENA: · Usamos uma dose alta de insulina e em uma proporção meio a meio (metade de basal e metade de rápida), ai vamos aumentar cada uma delas dependendo do DEXTRO. · 0,5 a 1 UI/Kg de inulina NPH + insulina de ação rápida ou ultra-rapida. Dividida em 50% de cada. Possibilidades: · Dose total de insulina NPH dividido em 1/3 – três vezes ao dia (antes do café, no almoço e as 22 horas). Insulina glargina é 2/3 da dose da NPH. · O pico da NPH que tomou de manhã vai ser a tarde, já a que tomou no almoço vai agir antes da janta e a que ele tomou antes de dormir vai ter o pico de manhã do outro dia. · Exemplo de um cálculo: · Peso 50 kg 0,5 UI/Kg = 25 total (NPH + rápida) – então vai ser mais ou menos 18 o total de NPH e esse total tem que ser dividido em 3 para saber quanto vai tomar em cada horário, ai nesse caso vai tomar 6 UI cedo, 6 UI no almoço e 6 UI antes de dormir. Ajustando a dose de insulina: · Ajuste é feito de acordo com os testes de glicemia capilar visando atingir as metas de controle glicêmico. · GLICEMIA DE JEJUM < 130 MG/DL. · GLICEMIA PÓS PRANDIAL < 180 MG/DL. · HB GLICOSILADA < 7%. Múltiplas injeções diárias (MID) – NPH + LISTRO: Glargina + Insulina Lispro ou regular: Obs: não pode deixar o paciente ir dormir com menos que 150 de glicemia se caso estiver usando a plena, pois senão ele vai ter uma hipoglicemia. CASO CLÍNICO 1: · Maria, 50 anos. Há 10 anos em consulta por causa de obesidade, foi feito o diagnóstico de diabetes pelo resultado da glicemia de jejum. · AF: Pai DM2, falecido aos 69 anos de IAM. Mãe saudável · Exame Físico sumário: · Altura: 168 cm, peso 84 Kg, · PA: 130x80 mmHg deitado e em pé, CA 98 cm . · Exame do pé: normal. · Exames laboratoriais: · Glicemia de jejum: 200 mg/dL · HbA1c 8,9%, · Colesterol total: 165 mg/dL, HDL: 35 mg/dL, · TG: 190 mg/dL · Microalbuminúria – negativa. · Fundo de olho – normal. · Atualmente em uso de: · Metformina 850mg 3x/ dia (dose máxima). · Gliclazida 90 mg/dia (sulfoniureia – melhor que a gliblenclamida). · Sitagliptina 100 mg cedo. · Sinvastatina 20 mg a noite. · Captopril 50 mg 3x/dia. Anotações sobre o caso: · Nesse caso como ela já está usando duas drogas vamos iniciar a insulina bed time – 0,1 a 0,2 UI/KG. · Paciente com 84 kg então vai ser de 8 a 16 UI de insulina. Então vamos INICIAR INSULINA NPH 10 UI ANTES DE DORMIR (vai ser 10, pois está escrito na seringa e isso facilita para o paciente). E manda-a falar DEXTRO a cada 3 dias e se a glicemia tiver maior que 130 mg/dl ai você sobe de 2 em 2 unidades do NPH. · Obs: como esse paciente está sobre peso e se caso ele tivesse condições poderíamos dar a LIRAGLUTIDA ou um XULTOPHY (que é uma associação de lira (vai agir no pós prandial) com um pouco de insulina galrgina). Após isso o paciente retorna com os seguintes controles: · Glicemia de jejum: 105 mg/dL · HbA1c: 8,1%. · E com os seguintes controles: · Percebemos que com 18 UI o Dextro começou a se estabilizar então iremos manter essa dose. Então a de jejum está controlada com o NPH. · Agora temos que olhar se as prandiais estão boas – o normal dela é 180 mg/ dl. Esse paciente só voltou no consultório após 5 anos compensado com o uso de Metformina (glifage) 1000 mg – 2X ao dia, Glicazida 30 mg – 4cp ao dia e insulina bed time NPH 18 UIas 22 horas, contudo paciente começa a relatar que está com poliúria e emagrecimento. · Dextro: jejum 190 mg/dl e duas horas após o almoço estava 230 mg/dl. · HBA1C: 8,9%. · PESO: 95 Kg. · Então nesse caso iremos iniciar uma basal que é 0,2 UI/Kg. · 95 x 0,2: 19 e ai você divide por 3 pois usaremos ela 3 vezes ao dia e ai dá 6/6/6. · Após isso vamos avaliar todas as insulinas (jejum e pós prandiais). · Após isso o DEXTRO não controlou ainda, então: · Ai mesmo aumentando a basal ainda não normalizou as pós prandiais, então vamos iniciar uma PLENA: · 1-Sulfaniureia (glicazida) não está agindo mais, então vamos retira-la, pois não tem mais célula beta para agir. · 2-Vamos manter a metfornima, pois ainda está acima do peso. · 3-Colocar uma dose maior na Insulina plena que é de 0,5 a 1 UI/KG – ai quando der nesse calculo vamos dividir por 2 pois vai ser metade da basal e metade de regular, e após essa metade vamos dividir a basal por 3 ainda pois será usada 3 X ao dia e a rápida também. · Obs: a bed time vai virar basal, então não é que você tira ela, ela está inclusa no calculo. · A regular depende muito do que come, então mudamos a dieta do paciente e assim colocamos a regular mais baixa, por isso que nesse caso não colocamos 10/10/10 que nem na NPH. Também tem pacientes que comem bem em uma refeição e na outra não, então ai vamos mexendo conforme isso é relatado. · Não podemos misturar Glargina com nada. · Pode diminuir a regular na janta, pois dormir com ela nesse valor não está bom, então se diminuir vai aumentar essa hipoglicemia no 2h após jantar pois ela atua rapido. · A regular do almoço age no pós almoço, então podemos aumentar a regular do almoço, para que diminua essa hiperglicemia que está acontecendo em 2h após o almoço. · 2 horas após o almoço tinha que estar até 180. · Diminuir a basal do almoço (de 10 para as 8) que vai atuar lá na janta. · Nesse caso podemos pensar no efeito rebote (tem hipo e de manha hiper). Então podemos diminuir a dose de NPH da noite. · Toda vez que tiver uma hiperglicemia de manha, vamos precisar verificar se tem uma hipoglicemia de madrugada e uma hiperglicemia rebote de manha ou temos que ver se tem hiperglicemia a noite e manter ela até acordar. Para saber isso tem que fazer DEXTRO as 3 horas da manhã. · OBS: se teve hipoglicemia tem que diminuir a dose de insulina, pois está alta, mas se caso teve hiperglicemia ai temos que aumentar a insulina. · A regular é rápida e a NPH é mais lenta. INSULINOTERAPIA: Quando prescrever insulina, ensinar: · Técnica de aplicação. · Locais de aplicação – nunca aplicar no mesmo local, só após 15 dias. · Sinais e sintomas de hipoglicemia. · Lembrar NPH e regular ou ultra-rapida pode misturar na mesma seringa de insulina. · Glargina não pode misturar. Locais de aplicação da insulina: Insulinas e armazenamento: · Não exponha a insulina ao sol. · Devem ser mantidas refrigeradas entre 2 e 8°C (enquanto não forem abertas). · Pode ser conservadas em local frescos (ao lado de uma talha de barro ou em um armário fresco). · Não congele a insulina. · A insulina em uso deve ser guardada na parte de baixo da geladeira, em cima da gaveta de verduras. · Devem ser descartados frascos com aspecto Normal. · Retire-a da geladeira meia hora antes de aplica-la. · A injeção de insulina gelada doi. Deve monitorizar a glicemia. Para medir a glicemia picando o dedo sem sentir dor: · Use picadores especiais · Lave bem as mãos com água e sabão, ou use algodão com álcool. · Nos dias frios, lave as mãos com água quente, se possível, para que a gota de sangue saia mais facilmente. · Enxugue-as com uma toalha limpa ou com algodão seco. · Não pique na ponta do dedo e sim ao redor dela, onde a sensibilidade é menor.
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