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AULA 2 e 3 - ABDOME AGUDO 1 📚 AULA 2 e 3 - ABDOME AGUDO Conceito: síndrome clínica que envolve dor abdominal e necessita de investigação e tratamento clínico ou cirúrgico rápidos 4 síndromes clínicas: obstrutivo, inflamatório, perfurativo e vascular Qual exame devo pedir? 1. Depende da suspeita diagnóstica principal 2. Características de cada exame ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO - obstrução de alças intestinais Imagem: 1- distensão ou não de alças intestinais formação ou não de níveis hidroaéreos anômalos 2- RX: ajuda muito 3- TC: maior acurácia ABDOME AGUDO PERFURATIVO - ruptura de víscera oca Imagem: 1- buscamos pela presença ou não de pneumoperitônio, ou seja, ar livre na cavidade peritoneal 2- RX: ajuda muito 3- TC: maior acurácia ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO/INFECCIOSO - todas as “ites” Imagem: AULA 2 e 3 - ABDOME AGUDO 2 1- precisamos identificar o órgão que está inflamado, ou seja, o apêndice, o pâncreas, etc 2- RX: não tem sensibilidade 3- podemos partir direto para US ou TC, conforme cada caso (cenário e idade do paciente) ABDOME AGUDO VASCULAR Imagem: 1- também precisamos identificar o vaso alterado: roto ou ocluído 2- RX: não tem sensibilidade 3- o que determina se o paciente irá para cirurgia ou poderá fazer exame de imagem, que nesse caso é a ANGIOTOMOGRAFIA, é a estabilidade hemodinâmica do paciente CASO CLÍNICO 1: obstrução de intestino delgado Sexo masculino, 40 anos, dor abdominal intensa e vômitos AULA 2 e 3 - ABDOME AGUDO 3 Rotina de abdome agudo - 3 incidências: 1. ABD em decúbito dorsal (deitado) 2. ABD ortostático (em pé) 3. Tórax PA Abdome em decúbito dorsal: 1. Distribuição gasosa no trato gastrointestinal: Tem distensão intestinal? Se sim, é de delgado ou grosso, ou dos dois? 2. Organomegalia Abdome com raios horizontais (ortostatismo): Aqui temos a ação da gravidade - ar sobe e líquido desce Então procuramos: 1. Pneumoperitônio 2. Níveis hidroaéreos Tórax frontal: AULA 2 e 3 - ABDOME AGUDO 4 Procuramos condições torácicas que podem mimetizar um quadro de dor abdominal superior: 1. Consolidação, especialmente em bases pulmonares 2. Derrame pleural Imagem 1 (decúbito dorsal): há distensão de alças? SIM, distensão de alças do intestino delgado (válvulas coniventes - sinal do empilhamento de moedas) Imagem 2 (raios horizontais): múltiplos níveis hidroaéreos CASO CLÍNICO 2: úlcera péptica perfurativa Sexo masculino, 39 anos, dor abdominal intensa e difusa, de início súbito (cerca de 3 horas de evolução). Ao exame: pálido, sudoreico, taquipneico AULA 2 e 3 - ABDOME AGUDO 5 PNEUMOPERITÔNIO Gás livre sempre sobe! Incidências em ortostatismo são melhores! *abdome em pé; *abdome em decúbito lateral com raios horizontais; *tórax em pé (ou sentado) NO RX: gás livre (abaixo do diafragma - RX em pé) AULA 2 e 3 - ABDOME AGUDO 6 NO RX: gás livre (abaixo da parede abdominal - RX em decúbito lateral com raios horizontais) NA TC: Gás e líquido livre peritoneal AULA 2 e 3 - ABDOME AGUDO 7 Espessamento da parede intestinal/gástrica acometida SINAL DE RIGLER - parede da alça bem delimitada CASO CLÍNICO 3: Apendicite aguda Masculino, 15 anos, dor abdominal há 2 dias, iniciando em região epigástrica e passando a ser mais localizada em FID. Apresentou febre, vômitos e leucocitose Qual exame foi solicitado? Ultrassom de abdome total (se trata de uma criança) - porém o padrão outro é TC AULA 2 e 3 - ABDOME AGUDO 8 Imagem 1: apendicolito - branco com sombra acústica (calcificação), apêndice inflamado (distendido por líquido, muco) Achados de imagem no US: Estrutura tubular em fundo cego na FID, não compressível AULA 2 e 3 - ABDOME AGUDO 9 Achados de imagem na US: Gordura ao redor do apêndice mais branca (hiperecoica) AULA 2 e 3 - ABDOME AGUDO 10 Achados de imagem na US: Diâmetro máximo superior a 6mm Líquido livre Linfonodos proeminentes Pode ter o apendicolito AULA 2 e 3 - ABDOME AGUDO 11 Achados de imagem na US: Hiperemia ao Doppler colorido nos casos não complicados RX tem utilidade? NÃO AULA 2 e 3 - ABDOME AGUDO 12 Mesma densidade das partes moles - baixa sensibilidade Não da pra ver apendicolito TC de abdome - com contraste (exceto alergia) AULA 2 e 3 - ABDOME AGUDO 13 Vermelho: apêndice Verde: barramento da gordura Azul: liquido livre CASO CLÍNICO 4: embolia da artéria mesentérica superior Masculino, 88 anos, internado na UTI para tratamento de fibrilação atrial de alta resposta. Evolui com quadro de dor abdominal súbita, forte intensidade e desproporcional ao exame físico. Fez ANGIOTC, que demonstrou falha de enchimento ao longo dos vasos mesentéricos, com sinal de obstrução, mas ausência de pneumoperitônio. AULA 2 e 3 - ABDOME AGUDO 14 ANGIOTC: Falha de enchimento no vaso acometido (o lúmen do vaso não é preenchido por contraste) Dilatação de alça Pneumatose intestinal ISQUEMIA MESENTÉRICA Um dos quadros mais dramáticos e desafiadores para quem trabalha na emergência devido à sua alta mortalidade. O tromboembolismo (oclusão arterial) da artéria mesentérica é a “principal” causa de abdome agudo vascular/isquêmico. Essa condição clínica é mais rara do que os outros tipos de abdome agudo, porém pode ser fatal se não for reconhecida a tempo. Quadro clínico: AULA 2 e 3 - ABDOME AGUDO 15 Desproporção clínica-exame físico, ou seja, paciente com MUITA dor abdominal (súbita e forte) e exame físico pouco expressivo. Pode ter queda do estado geral e presença de sangue ao toque retal. Como é o processo? 1. Necrose da parede intestinal 2. Proliferação bacteriana no interior da parede intestinal, com produção de gás 3. Gás se dissemina pelos ramos venosos mesentéricos → veia porta → ramos porta intra-hepáticos 4. Perfuração intestinal QUAIS SÃO OS ACHADOS RADIOLÓGICOS? AULA 2 e 3 - ABDOME AGUDO 16 Trombo vascular (ex.: na artéria mesentérica superior) AULA 2 e 3 - ABDOME AGUDO 17 Quais são os achados radiológicos? Pneumatose intestinal = gás na parede intestinal Pneumatose portal = gás nos ramos venosos mesentéricos e portais Pneumoperitônio = gás na cavidade peritoneal quando há ruptura da alça DICA PARA AVALIAR PNEUMATOSE: procure gás na porção dependente da alça. Se for gás no lúmen, tem que subir. Se for gás intraparietal, não se move.
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