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Ciclo Cardíaco Valores de Pressão AD: 6 - 0 mmHg VD: 25 - 6 mmHg AE: 12 - 6 mmHg VE: 120 - 12 mmHg Fase 1: Sístole Atrial Após superar a pressão ventricular, os átrios se contraem simultaneamente com a abertura da valva mitral e da valva tricúspide, P.AD = 6 mmHg e P.AE = 12 mmHg , forçando o sangue para os ventrículos, os quais já possuem uma pequena quantidade de sangue em seu interior (deixado após a última fase do ciclo anterior). Fase 2: Contração Isovolumétrica As valvas atrioventriculares e semilunares permanecem fechadas, os ventrículos começam a se contrair e a pressão intraventricular aumenta rapidamente, porém, o volume ventricular de sangue permanece o mesmo. Fase 3: Ejeção Ventricular As valvas semilunares são abertas, e as valvas atrioventriculares permanecem fechadas, pois a pressão nos ventrículos excede a pressão nos troncos arteriais, P.VE = 120mmHg (p.aorta 80mmHg) e P.VD = 25mmHg (p.pulmonar 12mmHg), assim, as valvas são abertas forçadamente. Fase 4: Relaxamento Isovolumétrico Todas as valvas cardíacas se fecham, pois a pressão ventricular cai abaixo de 120 mmHg conforme esses se relaxam, causando o fechamento das valvas semilunares. Conforme a pressão continua caindo, a pressão atrial supera a dos ventrículos, e as valvas atrioventriculares se abrem. Fase 5: Enchimento Ventricular Quando os ventrículos começam a se encher (gravitacionalmente) com sangue vindo dos átrios, logo, as valvas semilunares estão fechadas e as valvas mitral e tricúspide estão abertas, sendo os ventrículos relaxados preenchidos com aproximadamente 70% de sua capacidade máxima (o resto depende da contração atrial). Fases do Ciclo Cardíaco Sístole Atrial - Potencial de ação no nó sinoatrial → excitação atrial → despolarização atrial → contração atrial → elevação da pressão atrial → finaliza o enchimento ventricular → valva aórtica permanece fechada → subida da curva do volume intraventricular. - Valva mitral continua aberta durante essa fase para que haja passagem de sangue para o ventrículo esquerdo. - Onda a . Contração Isovolumétrica Ventricular - Despolarização atinge o ventrículo esquerdo → inicia contração ou sístole ventricular → rápido aumento da pressão intraventricular → força o fechamento da valva mitral → produção da 1ª bulha. - No período que as valvas mitral e aórtica permanecem fechadas, ocorre contração ventricular sem alteração de volume na câmera (isovolumétrica). - Esse período de contração ventricular isovolumétrica dura cerca de 0,05s, até que as pressões nos ventrículos esquerdo e direito excedam as pressões na aorta ( 80 mmHg ) e na artéria pulmonar ( 10 mmHg ), e ocorra a abertura das valvas aórtica e pulmonar . - Pressão nos átrios = 0 - Onda c. - ECG → complexo QRS Sístole Ventricular (ejeção) - Pressão intraventricular ultrapassa a aórtica e pulmonar → abre as valvas semilunares → ejeção ventricular rápida, marcando um declínio da curva de volume intraventricular → pressão aórtica aumenta → atinge valor máximo na metade da fase de ejeção. - Miocárdio ventricular esquerdo começa a se repolarizar → ocorre relaxamento ventricular → rápida queda da pressão do VE → fechamento da valva aórtica → produz uma incisura dicrótica na curva de PA aórtica , marcando fim da sístole. - P.VE = 120mmHg e P.VD = 25mmHg - Pressão atrial = 0 - Onda v . - ECG → complexo QRS ! Cerca de 50 mL de sangue permanecem em cada ventrículo no fim da sístole (volume ventricular sistólico final) !! Incisura Dicrótica: um pequeno entalhe (queda) na curva de pressão arterial que corresponde à fase final da ejeção ventricular esquerda, sendo produzida pela oclusão súbita das válvulas aórticas. Relaxamento Ventricular Isovolumétrico - Marca o início da diástole. - No final da ejeção ventricular, os ventrículos começam a repolarizar e a relaxar , diminuindo a pressão dentro dessas câmaras. - O fluxo sanguíneo começa a retornar para o coração, forçando as válvulas semilunares para a posição fechada → produção da 2º bolha. - Período no qual há o relaxamento ventricular sem variação de volume → as 4 valvas cardíacas estão fechadas . - O relaxamento isovolumétrico termina quando a pressão ventricular cai abaixo da pressão atrial e as valvas AV se abrem, permitindo que os ventrículos se encham. - ECG → onda T Diástole Ventricular (enchimento) - Ambos os conjuntos de câmaras estão relaxados e os ventrículos enchem-se passivamente . - P. atrial superior à ventricular → abertura das valvas mitral e tricúspide → enchimento ventricular ou diástole. - O enchimento é rápido no início ( possível 3º bulha ) e depois fica mais lento quando a próxima contração cardíaca se aproxima. - Simultaneamente ao enchimento, a pressão aórtica continua caindo lentamente até atingir um valor mínimo no final da diástole (pressão diastólica) e no início da sístole, pois o sangue flui dos grandes vasos arteriais em direção a microcirculação. Pressão Atrial e Pulso Jugular As alterações de pressão atrial são transmitidas às grandes veias, produzindo três ondas características no registro da pressão jugular: - onda a deve-se à sístole atrial. - onda c é a manifestação transmitida da elevação da pressão atrial produzida pelo abaulamento da valva tricúspide em direção ao átrio, durante a contração ventricular isovolumétrica. - onda v reflete a elevação de pressão atrial antes que a valva tricúspide se abra durante a diástole. Bulhas Cardíacas Dois sons são ouvidos normalmente por intermédio de um estetoscópio durante cada ciclo cardíaco. O primeiro é um "tum" baixo, levemente prolongado ( 1º bulha ), causado por vibrações iniciadas pelo fechamento súbito das valvas AV no começo da sístole ventricular . O segundo é um "tá'' mais curto, de timbre alto ( 2º bulha ), causado por vibrações associadas ao fechamento das valvas aórtica e pulmonar logo após o fim da sístole ventricular . Uma 3º bulha suave, de timbre baixo, é ouvida a cerca de um terço da duração da diástole em muitos indivíduos jovens normais, coincidindo com o período de enchimento ventricular rápido , sendo provavelmente devida a vibrações iniciadas pela entrada rápida de sangue. Uma 4º bulha pode às vezes ser ouvida imediatamente antes da primeira bulha quando a pressão atrial é alta ou o ventrículo é rígido, em condições como hipertrofia ventricular , ocorrendo em consequência do enchimento ventricular e raramente é ouvida em adultos normais. Gráfico Pressão x Volume Contratilidade Aumento de Contratilidade → aumenta a pressão sistólica final (altura) e o volume de ejeção (largura) Pós-Carga Caso o paciente tenha um aumento da pós-carga, haveria um aumento nas retas BC e DA ( aumento de pressão ) com uma redução da variação de volume . Pós-Carga aumenta → aumenta a pressão sistólica final e diminui o volume de ejeção Pós Carga diminui → diminui a pressão sistólica final e aumenta o volume de ejeção Pré-Carga Representada pela letra B no gráfico , visto que essa letra demonstra os dados hemodinâmicos de VDFve e PDFve (tensão sobre o ventrículo ao final da diástole). Pré-Cargaaumenta → aumenta a pressão sistólica final (altura) e o volume de ejeção (largura) Pré-Carga diminui → diminui a pressão sistólica final (altura) e o volume de ejeção (largura) Gráfico Débito Cardíaco x Pressão Atrial Direita O coração apresenta limites definidos para o débito cardíaco (curva do débito cardíaco). - Coração Hipereficaz: podem bombear acima da curva de débito normal , sendo os principais fatores dessa condição: Estimulação Nervosa : causa o aumento acentuadonda frequência cardíaca e da força de contração do músculo, assim, a combinação de mais força e mais contrações resulta no aumento do débito. Hipertrofia do Músculo Cardíaco : o aumento da carga a longo prazo sem ultrapassar um limite permite que o coração aumente sua massa e força contrátil, aumentando o débito. - Coração Hipoeficaz: que apresentam limitação para bombear o sangue , sendo as principais causas: hipertensão, inibição da excitação nervosa do coração, valvopatia, cardiopatia congênita, miocardite, hipóxia cardíaca e obstrução de artérias coronarianas (infarto). Fluxo Sanguíneo Consiste na quantidade de sangue que passa por determinado local da circulação durante um determinado intervalo de tempo, sendo que o fluxo sanguíneo é laminar, não turbulento e silencioso até uma velocidade crítica, pois acima dessa (como adiante de uma obstrução), é turbulento e gera sons. De maneira geral, o fluxo é influenciado pela diferença de pressão entre as 2 extremidades do vaso e pela resistência vascular , que se dá pelo atrito entre o sangue em movimento e o endotélio, sendo que o fluxo de um adulto em repouso é em média de 5.000 mL/min. - Fluxo laminar : sangue flui de forma estável e unidirecional pelo vaso, se organizando em linhas de corrente equidistantes da parede do vaso. - Fluxo turbulento: sangue correndo na direção longitudinal e perpendicular, formando redemoinhos e se misturando continuamente em seu interior, podendo ocorrer quando a intensidade do fluxo sanguíneo é muito elevada ou quando o sangue passa por uma obstrução no vaso. ! Presença de redemoinhos → resistência aumenta em relação ao laminar → aumento do atrito total do fluxo do vaso. Lei de Reynolds Medida da tendência para a ocorrência de turbilhonamento . Quando Re aumenta acima de 200 a 400 nas grandes artérias, há presença de fluxo turbulento em alguns ramos dos vasos, mas que se extingue em suas porções mais lisas. Já quando Re aumenta acima de 2.000 , há turbulência mesmo em vasos retos e lisos , sendo que nas porções proximais da aorta e da artéria pulmonar, esse número pode chegar milhares durante a fase rápida de ejeção dos ventrículos, ocasionando uma turbulência considerável nessa área. Em suma, o aumento da velocidade, do diâmetro e da densidade contribuem para um fluxo turbilhonado, assim como uma diminuição da viscosidade . Sopro Os sopros são ruídos anormais ouvidos em várias partes do sistema vascular, são sons gerados por ondas sonoras turbulentas originadas do coração e/ou do sistema vascular. A principal causa de sopros cardíacos é a doença das valvas cardíacas : quando o orifício de uma valva está estreitado ( estenose ), o fluxo sanguíneo nela é acelerado e turbulento, já quando uma valva é incompetente, o sangue flui retrogradamente ( regurgitação ou insuficiência ), novamente por um orifício estreito que acelera o fluxo. Sopro Sistólico 2º Espaço Intercostal (focos aórtico e pulmonar) → Estenose das válvulas Pulmonar ou Aórtica → Ejeção 5º Espaço Intercostal (focos tricúspide e mitral) → Insuficiência das valvas Mitral ou Tricúspide → Regurgitação Frêmito É caracterizado como a sensação tátil ocasionada por vibrações produzidas no coração ou nos vasos. Em caso de presença de frêmito, deve-se investigar localização, situação do ciclo cardíaco e intensidade (avaliado em cruzes ++++/IV), sendo que geralmente os frêmitos se associam a sopros. Insuficiência Cardíaca A insuficiência cardíaca ocorre quando o coração é incapaz de propelir uma quantidade de sangue que seja adequada para as necessidades dos tecidos. Essa síndrome clínica resulta do comprometimento estrutural ou funcional do enchimento ventricular ou da ejeção sanguínea, ocasionando: - redução da capacidade cardíaca de suprir diferentes órgãos. - pressões de enchimento aumentada (diastólica atrial e ventricular). - modificação das necessidades metabólicas teciduais. Sintomatologia Clínica Paciente idoso, passa a apresentar dispneia e cansaço progressivo , além de edema nos MMII , meses após sofre de uma inflamação cardíaca. Desse modo, é necessário realizar avaliação da fração de ejeção pelo ecodopplercardiograma transtorácico: - normal > 50% - reduzida < 40% Exame Físico Ausculta com sopro e 3T (presença de B3) Turgência venosa jugular Fígado aumentado e doloroso à palpação (reflexo hepato-jugular presente) Edema nos MMII Patogênese As principais causas de IC são IAM, hipertensão, doença de Chagas e valvopatias. Sobrecarga de pressão → resistência durante a sístole à sua ejeção → aumento de pós-carga Sobrecarga de volume → enchimento desproporcional → aumento da pré-carga Diminuição contratilidade → agressão ao miocárdio → perda de força Anormalidades na diástole → alterações no padrão (redução do tempo de diástole, aumento do tempo de sístole, aumento de líquido do pericárdio) Mecanismos Compensatórios Com o passar do tempo, o organismo gera mecanismos compensatórios para restaurar a função cardiovascular: mecanismo de frank-starling e ativação neuro-hormonal . A resposta inicial à insuficiência é a ativação dos genes que provocam a hipertrofia dos miócitos cardíacos e o espessamento da parede ventricular ( remodelamento cardíaco ). Por consequência, o enchimento incompleto do sistema arterial causa aumento da descarga do sistema nervoso simpático e secreção aumentada de renina e aldosterona , de modo que Na+ e água são retidos . Essas respostas inicialmente são compensatórias, mas posteriormente a insuficiência piora e os ventrículos se dilatam. Ativação Neuro-Hormonal A agressão ao coração faz com que seja estabelecido um quadro de diminuição de DC e de PA , além de maior liberação de aldosterona e, por isso, os mecanismos compensatórios neuro-hormonais são acionados. - Vasoconstrição: noradrenalina, vasopressina, angiotensina II e endotelinas - Retenção de água e sódio: aldosterona, vasopressina e angiotensina II - Aumento da FC e Aumento da Força de Contração: noradrenalina
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