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Positivismo Expoentes: 1. Hans Kelsen 2. Hart 3. Bobbio Normativismo jurídico – Hans Kelsen Aspectos fundamentais do positivismo Ordem jurídica emanada do Estado, a lei é a fonte principal do Direito; (pluralismo jurídico – pensa que dentro de um Estado soberano se possa conviver cum uma pluralidade de ordens jurídicas – ainda que umas sejam concorrentes com o Estado) (positivista = existência de uma única ordem emanada do Estado, que é legítima) Validade da norma: existência no ordenamento jurídico e apta a produzir efeitos; (uma norma válida é aquela que está presente no ordenamento jurídico e que está apta a produzir efeitos) A validade da norma é condição necessária para a segurança jurídica; (norma válida) O Estado detém legitimidade para garantir a efetividade da norma vigente; (a sociedade pode rejeitar determinada lei – no aspecto positivista se a norma é válida esta vigente, se está apta a produzir efeitos, o Estado pode utilizar dos meios adequados para fazer com que ela seja cumprida) Direito escrito e oriundo, sobretudo, da lei; Limitação interpretativa (não se impede a existência de jurisprudência); (ideia de que a lei possa estar mais próxima possível em nome de uma estrutura racional lógica para evitar uma interpretação extensiva) Inexistência de vínculo necessário entre o Direito e Moral. (se houver alguma situação em que a norma manteve uma relação com a moral isso foi apenas eventual – esse vínculo não é necessário) ( a ideia de contemporaneidade jurídica não abre mão de uma avaliação moral da norma) Normativismo jurídico – Hans Kelsen Teoria pura do Direito 1. Objetivos: desenvolver uma ciência do direito; descrever o direito de forma pura; (Kelsen quer fazer uma descrição do direito retirando do direito elementos que lhe são estranhos) (Objeto da ciência do direito é a própria norma jurídica, sendo ela a chave do direito como um todo) (quando se pensa na noção de igualdade, virtude são variáveis do elemento que estão fora do âmbito da norma) 2. Ciências naturais X ciências jurídicas; (ciências naturais = ser - estão inclusas outras ciências) (as afirmações, as proposições são produzidas com o ser – relação de causa e efeito) (no âmbito das ciências jurídicas = dever ser) (Ex.: Para o homicídio deve ocorrer uma punição) 3. Normas jurídicas: formam o ordenamento jurídico, sua origem, via de regra, é resultado da produção legislativa; (ordem/ordenamento jurídico = resultado de um conjunto de normas que via de regra se dá pela produção legislativa) 4. Estrutura das normas: proibitivas, obrigatórias; permissivas. Normativismo jurídico – Hans Kelsen Direito como sistema Norms jurídicas Proposições jurídicas Formam o ordenamento jurídico Formam o sistema jurídico São prescritivas – prescrevem uma ação, uma conduta e consequentemente uma sanção. São descritivas – descrevem uma conduta São submetidas ao juízo de validade – (questionamento se a norma é válida ou não) Submetidas a juízo de verdade Criação do legislador Criação do cientista – cientista tem que se submeter ao que esta posto nas normas jurídicas. Ordem jurídica = conjunto de normas que estão dispostas, estruturadas – produção dessas normas é feita pelo legislador que produz essas normas jurídicas. Cientistas pega essas normas jurídicas e as transforma em proposições no formato de um sistema jurídico (formado por proposições jurídicas criados pelo cientista). Normativismo jurídico – Hans Kelsen Direito como sistema Norms jurídicas (prescritiva) Proposições jurídicas (descritiva) Art. 155 CP – Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena de reclusão de um a quatro anos, e multa. Prescreve uma conduta e uma sanção para a conduta. Furtar é ato ilícito – descrição da conduta. Juízo de valor: norma válida Juízo de valor: proposição verdadeira. Normativismo jurídico – Hans Kelsen Direito como sistema Norms jurídicas (prescritiva) Proposições jurídicas (descritiva) Art. 240 CP – Cometer adultério : Pena – detenção, de quinze dias a seis meses. Adultério é crime. Juízo de valor: norma inválida , o artigo foi revogado pela lei 11.106/2005. (não possui capacidade de produzir efeitos) Juízo de valor: proposição falsa. Hegel entendia que quem estrutura essa realidade, tornando de fato inteligível é a teoria. Norma fundamental Norma fundamental: fundamento último de validade de todo um sistema jurídico, sua função é “fundamentar a validade objetiva de uma ordem jurídica positiva.” (não é empiricamente perceptível) Norma Fundamental Normas Constitucionais Normas supra - legais Normas infraconstitucionais Normas infralegais Direito pensado como uma unidade que pressupõe uma relação escalonada de normas. Normativismo jurídico – Hans Kelsen Interpretação do direito Autêntica (aquele que aplica a norma produz uma interpretação autêntica) (vinculativa – quem esta sujeito a essa interpretação tem a sua conduta alterada/modificada em razão da aplicação da norma) (vincula) Cognoscitiva (de conhecimento) (feita pelo cientista/doutrinador do direito) (não é vinculada) Cria o direito A interpretação jurídico-científica não pode fazer outra coisa senão estabelecer as possíveis significações de uma norma jurídica. Dentro da moldura, há soluções diversas, mas todas válidas. Pode ou não ser absorvida pelo órgão executor. É possível solução fora da moldura e, por esse motivo, totalmente nova (tribunais superiores). Normativismo jurídico – Hans Kelsen Justiça e direito Normas jurídicas Normas morais Validade Submetida a juízo de bem e mal; Vigência Preocupa-se com a justiça. Eficácia Situação em que uma mesma norma seja simultaneamente válida do ponto de vista jurídico, do ponto de vista de uma regra de justiça (moralmente válida) – para o positivismo não existe obrigatoriedade de essa simultaneidade ocorra, nesse sentido a norma pode ser injusta (ponto de vista moral) - pensamento jus positivista kelsiniano – a validade de uma norma do direito positivo é independente da validade de uma norma de justiça. A simultaneidade é mero acaso. Textura aberta - Hart O valor moral e o valor jurídico não se confundem no positivismo. A validade da norma jurídica se refere à sua dimensão normativa positiva. Sistema Jurídico Complexo – Herbert Hart – o sistema jurídico te que ser pensado de maneira complexa. Faz uma conexão com Austin que vai considerar que a norma se caracteriza pela sanção. Hart sustenta que existem determinadas normas que não possuem necessariamente uma sanção. (complexidade do sistema jurídico) O direito é acompanhado de sanções (Austin) e outros tipos diferentes de comandos. Sistema jurídico complexo Regras primárias Tem caráter comportamental, estruturam e organizam as condutas humanas, estabelecem sanções para os desvios. Conjunto de normas que o sujeito lida cotidianamente – o não cumprimento dessas normas vai implicar em algum tipo de sanção. Ex.: Estacionar em um local proibido. (sanção serve como garantia para que a norma seja cumprida) Regras secundárias São regras de modificação (relacionadas ao processo legislativo), regras de julgamento e regras de reconhecimento (norma fundamental kelsiana que não existe no mundo jurídico, mas serve como elemento de reflexão, de análise, leitura, para se pensar a hierarquia desse sistema jurídico). Sistema Jurídico Complexo – Herbert Hart – essa regra de reconhecimento que Hart esta se referindo é na verdade aquilo que diz respeito a validade social da norma – é o que dá legitimidade as normas de uma maneira geral, ao sistema, ao ordenamento jurídico. A ideia harteana esta dando sustentação ao próprio sistema porque garante a legitimidade, a validade desse conjunto de normas. Regras secundárias Não possuem sanção Textura aberta do direito : refere ao grau de indeterminação nos padrões de comportamento previstos a legislação e nos preceitos judiciais. (campo de uma hermenêutica jurídica) (normanão tem uma precisão clara sobre a conduta que ela esta querendo regular). Ex.: tentativa de estabelecer regras sobre as fake News Preceitos judiciais Linguagem ambígua Indeterminação das condutas reguladas Textura aberta Discricionaridade judicial Esse sistema sofre crítica de Dworking – a um equivoco na interpretação de Hart, pois não é somente a questão da discricionaridade, pois o direito é composto por um conjunto de normas e essas normas se desdobram em regras e em princípios (permitem pensar o caso concreto, permitindo ao julgador fazer a análise de uma forma mais adequada) Textura aberta do direito : a textura aberta para Hart, é expressa por meio de regras gerais de conduta, que deve ganhar um sentido específico dado pela autoridade competente, à luz do caso concreto. Lacunas do direito = incompletude do ordenamento jurídico que, por isso mesmo, deve recorrer aos princípios gerais do direito, a fim de promover uma integração do direito positivo. Para Durkheim no fenômeno da anomia social existe um vácuo de normas jurídicas e a impossibilidade real de regulação de conflitos juridicamente relevantes. Teoria do ordenamento jurídico – Bobbio - noção de lacunas e antinomias Ordenamento jurídico : conjunto de regras de eficácia reforçada ( esta associada ao preceito da aplicação de sanção). Sistema jurídico Unidade = hierarquia das normas Congruência = consistência das normas – estas não podem ter elementos internos que entrem em conflito uma com a outra. Não se admite antinomias. Completude – sistema não pode permitir elementos não observados – Princípio da Inafastabilidade de jurisdição = sistema tem que dar uma resposta. Teoria do ordenamento jurídico – Bobbio - noção de lacunas e antinomias Problemas apontados por Bobbio na congruência são as antinomias, ou seja, o conflito de normas e na completude são as lacunas Antinomias e lacunas comprometem a logicidade do sistema: Aparentes: solucionadas pelo critério hierárquico, de especialidade e cronológico. (são aparentes pois não são antinomias, visto ser um conflito que já tem uma solução prevista) Reais: não há critérios para a solução, o intérprete é abandonado a si mesmo. (não se tem uma solução prevista) Antinomias Tipologia das lacunas = ausência de normas para o caso concreto. Lacunas Significados Lacunas reais São próprias, dependem do intérprete para solucionar e podem se manifestar por ausência de critérios ou por inexistência de normas. Podem aparecer: Porque não aparecem normas para o caso concreto. Não se tem um critério específico para resolver a lacuna. Lacunas ideológicas São impróprias, dependem do legislador para solucionar, ocorrem quando há ausência de lei satisfatória ou justa. (A lei existe, entretanto elas não são satisfatórias ou justas) (somente o legislador pode resolver a lacuna ideológica) Tipologia das lacunas = ausência de normas para o caso concreto. Lacunas Significados Lacunas subjetivas São imputáveis ao legislador e podem ser voluntárias e involuntárias. Lacunas Objetivas Ocorrem em razão do desenvolvimento das relações sociais, o legislador não tem como prever todas as situações possíveis. (não dependem do legislador) Tipologia das lacunas = ausência de normas para o caso concreto. Lacunas Significados Lacunas voluntárias Subespécie das lacunas subjetivas, ocorre quando o legislador propositalmente deixa a brecha na lei ou simplesmente não produz a lei para aquele caso específico. (advém do próprio legislador) Lacunas involuntárias Subespécie das lacunas subjetivas, ocorre quando acidentalmente o legislador deixar brecha na lei ou deixa de legislar sobre matéria específica. Tipologia das lacunas = ausência de normas para o caso concreto. Lacunas Significados Lacunas prater legem Normas muito específicas e, por esse motivo, não abarca todos os casos. Lacunas intra legem Existem quando as regras são muito gerais e não conseguem abarcar casos específicos. “A solução do conflito aparente de normas dá-se, na hipótese, mediante a incidência do critério da especialidade, segundo o qual prevalece a norma específica sobre a geral.” É conhecida a distinção no âmbito da Teoria do Direito entre antinomias aparentes (ou antinomias solúveis) ( podem solucionar o conflito) e antinomias reais (ou antinomias insolúveis) (não tem como solucionar o conflito). Antinomia – Bobbio – normas colidentes na qual o intérprete é abandonado a si mesmo pela falta de um critério ou pela impossibilidade de solução de conflitos entre os critérios existentes.
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