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MATEMÁTICA – FORMAÇÃO PEDAGÓGICA AILSON ARAUJO GUIMARÃES JUNIOR PCC Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular: Projeto MAE - Mobilidade e Acessibilidade à Escola Maio, 2022. AILSON ARAUJO GUIMARÃES JUNIOR PCC FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E EDUCAÇÃO POPULAR Projeto MAE - Mobilidade e Acessibilidade à Escola Trabalho de Prática como Componente Curricular apresentado como pré-requisito para realização de avaliação da disciplina de Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Educação Popular. Professora: Fabiana Chinalia. RIO DE JANEIRO 2022 3 1 INTRODUÇÃO A compreensão de inclusão em educação, traz a concepção do direito de todos à educação, supondo a igualdade acesso e oportunidades, e valorizando as diversidades humanas étnicas, sociais, intelectuais, culturais, físicas e de gênero, de modo a garantir o acesso, a aprendizagem e a participação, aos sistemas de ensino, a todos, sem exceção. Na década de 1990, as discussões de educação inclusiva, se tornaram presentes em pautas políticas e suas agendas devido a exigências de grupos de pessoas portadoras de deficiências e grupos de defesas de seus direitos. O movimento de educação inclusiva é permeado por uma série de desafios em todos os níveis e etapas da educação. O processo educacional em escolas com a proposta inclusiva, exige uma série de mudanças, desde a reorganização curricular, às práticas educacionais e revisões conceituais. Embora a inclusão de alunos com deficiência nas escolas regulares esteja ligada a ideia de inclusão escolar, a verdade é que se trata de um processo que inclui uma vasta gama de pré-requisitos: formação, infraestruturas, materiais e recursos pedagógicos, apoios especiais, metodologia, são alguns exemplos. Para cobrir efetivamente nossas escolas e educação é importante dar a cada aluno direitos diferentes primeiro. A Constituição Brasileira de 1988 assegura a todos os brasileiros, especialmente crianças, o direito de acesso e permanência na escola, do Ensino Básico ao Ensino Superior. Com a evolução do sistema educacional e o crescente debate a respeito da inclusão em educação, em 2009 são implementadas as Salas de Recursos Multifuncional (SRM), regulamentadas pela Resolução CNE/CEB n° 04/2009, que podem ser definidas como um ambiente equipado com infraestrutura, móveis e materiais didáticos e instrucionais para a prestação de serviços educacionais profissionais. Sua versatilidade decorre de sua capacidade de atender pessoas com diferentes tipos de deficiência simultaneamente, permitindo uma única observação de cada aluno e não uma abordagem coletiva para cada tipo de deficiência. Portanto, existem materiais como Braille ou Libra. A lógica das salas de recursos polivalentes é potencializar o ensino de alunos com deficiência ou alta capacidade para facilitar o acesso, a aprendizagem e a participação no ensino regular. Não são reforços nem podem substituir as atividades regulares da sala de aula, devem ser coerentes e manter um diálogo com elas. O artigo 5° da Resolução CNE/CEB n° 04/2009 define que “O atendimento educacional especializado (AEE) é realizado, prioritariamente, nas salas de recursos multifuncionais da própria escola ou em outra de ensino regular, no turno inverso da escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns, podendo ser realizado, em centro de atendimento educacional 4 especializado de instituição especializada da rede pública ou de instituição especializada comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a secretaria de educação ou órgão equivalente dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios.” (MEC, 2009). No entanto, quase 10 anos após a definição legal, a implantação das SRM ainda enfrenta obstáculos. Na prática, muitas políticas estaduais ou municipais de educação ainda não possuem salas de recursos polivalentes, ou, quando possuem, não são polivalentes, mas baseadas no tipo de deficiência. 2 A RELAÇÃO ENTRE O DIREITO DE APRENDER E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA Desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, onde o acesso e a inclusão à educação básica se tornam um direito de todos, vários avanços e melhorias no cenário da educação brasileira foram alcançados, porém ainda há uma disparidade no que diz respeito a inclusão em educação, como é detalhada pela lei. Mesmo com os alunos portadores de necessidades especiais de qualquer natureza, tenham matrícula garantida, por lei, no ensino regular, a realidade mostra um cenário geralmente de falta ou pouca estrutura para acolher este aluno, seja em suas atividades regulares da escola ou nas atividades complementares voltadas para suas necessidades. Isso se agrava quando se percebe que as famílias desses alunos, também dispõem de poucos recursos para sanar adequadamente as necessidades socias e educacionais básicas desses educandos. 3 AÇÕES RELEVANTES DE PROJETO EDUCACIONAL INCLUSIVO De acordo com o cenário observado para a realização deste estudo, duas ações foram pensadas de imediato para que seja possível a prática mais abrangente da inclusão escolar. A primeira ação é direcionar até o órgão de administração pública responsável, a solicitação de transporte auxiliar para os alunos que precisam retornar a escola fora de seus turno de presença regular, para que consigam frequentar as atividades na Salas de Recursos Multifuncionais. A segunda ação, seria, juntamente com a primeira, a proposta de viabilização de estrutura de TI para a implementação de programas para comunicação alternativa, assim como, treinamento necessário para os professores tutores das SRM. 5 4 O PROJETO O projeto de inclusão escolar foi idealizado na observação da rotina da Sala de Recursos Multifuncional do Colégio Estadual Jardim Alvorada, localizado no bairro Jardim Alvorada, no município de Nova Iguaçu, estado do Rio de Janeiro, sob a tutela da professora Maria Eugênia Costa de Souza. 4.1 Nome do Projeto Projeto de inclusão escolar MAE (Mobilidade e Acessibilidade à Escola). 4.2 Tema a ser trabalhado No tempo decorrido acompanhando a rotina das atividades da SRM, foi observada a dificuldade da professora tutora em desenvolver as atividades com as diferentes necessidades especiais apresentadas pelos alunos matriculados e também, a dificuldade de acesso a escola por parte de alguns alunos, já que os mesmos, retornam à escola no turno oposto ao de frequência regular matriculado. 4.3 Séries ou anos que serão contemplados pelo projeto O projeto foi idealizado contemplando todos os alunos com direito de acesso a SRM do colégio, que atende todo o Ensino Fundamental – Anos Finais e Ensino Médio, e também a educação de jovens e adultos – EJA, que é ofertado pela unidade escolar no turno da noite e possui alunos acolhidos pela SRM. 5 OBJETIVOS DO PROJETO 5.1 Objetivo Geral Frente aos desafios observados na vivência e rotina das Salas de Recursos Multifuncionais, idealizar uma proposta facilitadora de acesso aos alunos incluídos e na prática dos professores tutores especializados. 6 5.2 Objetivos Específicos Viabilizar uma estratégia que possibilite uma logística de retorno do aluno para a escola para as atividades junto a SRM, como um serviço de transporte para o aluno e seu familiar ou responsável acompanhante, que no momento, não é disponibilizado pelo Governo do Estado para que seja garantido ao aluno, o acesso novamente a escola em outro turno que não o seu matriculado regular, assim como, a garantia e viabilidade de permanência de seu acompanhante, familiar ou responsável, durante o período das atividades, no ambiente escolar, para a garantia de conforto no acolhimento do alunoe também, a alimentação do aluno e seu acompanhante durante o mesmo período, e por fim, o retorno dos mesmos para suas residências. Assim como também, uma proposta para o treinamento dos professores para uma maior abrangência aos diferentes tipos de necessidades especiais, para que mais alunos além de portadores de necessidades auditivas e visuais, consigam ser amplamente acolhidos no ambiente das SRM, como a implementação de software de comunicação alternativa (SNAP CORE FIRST) e o treinamento necessário para os profissionais. 6 JUSTIFICATIVAS DO PROJETO Durante o período acompanhando as atividades junto a professora tutora da Sala de Recursos Multifuncional, foi observada a dificuldade de uma aluna específica e de sua família, em conseguir manter sua regularidade de presença no turno disponível para as atividades, pelo fato de não haver sempre disponibilidade de transporte, e com isto, seu rendimento escolar vem sendo diretamente afetado, assim como suas interações socias e percepções de suas próprias necessidades na sua realidade e ambientes, assim como para outros alunos que demandam questões de deslocamento mais específico. Também foi observado que, a professora tutora, e também as outras duas professoras tutoras da SRM da unidade, segundo relatado por esta, não dispõem de recursos para a prática pedagógica abrangente de alunos com outras necessidades de acolhimento, a exemplo da Aluna X, 14 anos, matriculada no 6° ano do Fundamental II, portadora de paralisia cerebral, não verbal, que não consegue ser acolhida de forma abrangente pela falta de disponibilidade de ferramentas adequadas. A SRM da escola, não dispõe, por exemplo, de software de comunicação alternativa, como o SNAP CORE FIRST, e consequentemente, o não treinamento dos profissionais para que seja feito uso desta ferramenta, sendo necessário um suporte de TI para essa implementação e manutenção. 7 7 METODOLOGIA ESTRATÉGICA A metodologia utilizada consistiu na observação direta em campo, das atividades junto a unidade escolar, no período de 21/03/2022 a 13/05/2022, dois dias por semana, nas duas horas de duração das atividades, a cada dia. 8 AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS As atividades realizadas na Sala de Recursos Multifuncional da unidade, apresentaram grande oferta para alunos com necessidades visuais e auditivas, porém não muito específicas para autistas, portadores de paralisias cerebral, como já relatado. A proposta idealizada do projeto MAE, previamente encaminhada à direção da escola, para o transporte auxiliar para os alunos e seus acompanhantes e, a implantação de ferramentas de comunicação alternativa e treinamento dos profissionais, não obteve tempo necessário, até o término e entrega deste documento, suficiente para a coleta de resultados por se tratar de propostas que dependem da administração pública, liberação de verbas, licitações e ações relacionadas. 9 REFERÊNCIAS 1 GOVERNO FEDERAL, Ministério da Educação. Resolução N° 4 de 2 de outubro de 2009, 2009. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf 2 RODRIGUES, Leandro. Como trabalhar com paralisia cerebral na escola: 4 dicas, 2020. Disponível em: https://institutoitard.com.br/como-trabalhar-com-paralisia- cerebral-na-escola/
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