Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
objetivos • Identificar etiologia e fatores de risco das vulvovaginites por ISTs • Compreender a fisiopatologia, manifestações clinicas e complicações das vulvovaginites por ISTs • Discorrer o DX e as condutas terapêuticas vulvovaginites por ISTs Definição As vulvovaginites são definidas pela presença de um processo inflamatório que acomete o trato genital inferior, incluindo a vulva, paredes vaginais e epitélio escamoso estratificado do colo uterino (ectocérvice). Pode ser causada por diversas etiologias distintas, podendo ou não ter caráter infeccioso. Mediante uma análise sindrômica, observa-se que as vulvovaginites têm como queixa comum o corrimento (= aumento da saída de conteúdo vaginal que pode ter modificações em seu aspecto), podendo estar associado a prurido, irritação vulvar, odor desagradável e desconforto. Conceitos importantes Para se compreender o mecanismo que determina as vulvovaginites deve ser compreendida a fisiologia do trato genital inferior. 1. Conteúdo vaginal fisiológico Composto basicamente pelo muco cervical, restos celulares (vaginais e cervicais), secreção das glândulas de Bartholin e Skene, pelos microorganismos da flora vaginal e pela presença de carboidratos, glicoproteínas etc. Em geral é branco ou transparente, com pH ácido, variando entre 3,8-4,2 (Lactobacillus acidophilus produzem ácido lático determinando assim o ph ácido vaginal), de volume variável de acordo com as fases do ciclo menstrual, uso de determinadas medicações, presença de gestação, etc e consistência fluida ou floculada, mas consistente. 2. Flora vaginal normal É variável entre as mulheres e ao longo das fases do ciclo menstrual. Geralmente é composta pela presença de bactérias aeróbicas gram positivo, sendo o principal os Lactobacillus acidophilus (90% da flora normal), gram negativos (E.coli), anaeróbios facultativos (Gardnerella vaginalis), anaeróbios estritos (Bacterioides, Prevotella etc) e fungos (Candida spp, presente na flora normal em até 50% das mulheres). A flora microbiana, principalmente os Lactobacillus acidophilus têm grande importância devido a produção de ácido lático e peróxido de hidrogênio que mantém o pH ácido o que garante a proteção contra o crescimento de bactérias patógenas na mucosa vaginal. 3. Mecanismos de defesa A. Mucosa vaginal: lâmina basal contendo células de defesa como macrófagos, linfócitos, células de Langerhans, plasmócitos etc. B. Muco cervical: dificulta ascensão de bactérias para o trato genital superior e produz enzimas bactericidas como as lisozimas, lactoferrinas, etc. C. Microbiota vaginal: competição contra bactérias patogênicas + produção de peróxido de hidrogênio, ácido lático e biossurfactantes que protegem contra a aderência e proliferação das bactérias patogênicas no trato genital inferior. D. Estrogênio: promove a maturação e diferenciação do epitélio vaginal em células superficiais ricas em glicogênio o qual é metabolizado pelos lactobacilos resultando na produção de ácido lático. Assim, a presença de hipoestrogenismo resulta em modificação do epitélio que se mantém atrófico, e pobre em glicogênio. Como consequência há alcalinização do ph vaginal, por isso que em pacientes pré púberes e pós menopausa observa-se ph vaginal entre 5,0-7,0, tornando o ambiente propício para a proliferação de microorganismos patogênicos. Fatores predisponentes Existem algumas condições que levam a modificações dos mecanismos de proteção natural (seja por meio de alterações do ph, ou da promoção de inflamação local) resultando em desequilíbrio da microbiota e maior por ists predisposição às vulvovaginites. São exemplos de fatores predisponentes: • Diabetes; • Uso de antibiótico, hospitalização prolongada e imunossupressão; • Uso de duchas vaginais, lubrificantes vaginais e absorventes internos e externos; • Depilação exagerada e frequente; • Mudança de parceiro; • Relações sexuais e prática de coito não convencional (ex. sexo anal): facilitam a introdução de micro- organismos; • Uso de preparações contraceptivos orais ou tópicas (incluindo DIU); • Ingestão de esteroides e outros hormônios; • Estados hiper/hipoestrogênicos; • Presença de infecções sexualmente transmissíveis; • Estresse. Características das secreções vaginais Mucorreia: tipo clara de ovo, no meio do ciclo Ectopia (eversão do epitélio) hipertrófica ou adenose vaginal, estresse. Secreção esbranquiçada: Leucorreia Lesão esverdeada: N. gonorrheae Xantorreia: Secreção vaginal amarelada, tricomoníase e vaginose bacteriana Vaginose bacteriana 1. Definição É a principal causa de corrimento vaginal. A vaginose bacteriana (VB) é decorrente de um desequilíbrio da flora vaginal, o qual pode ser desencadeado por diversos fatores predisponentes, que resultam na redução dos lactobacilos e aumento das bactérias anaeróbias estritas (Bacteroides sp, Mycoplasma sp, Mobiluncus sp) e facultativas (Gardnerella vaginalis). A bactéria com maior predominância nesse momento é a Gardnerella vaginalis, por isso é conhecida como a bactéria responsável pela VB, apesar de haver um maior crescimento polimicrobiano. É chamada de vaginose devido a presença de discretos sinais inflamatórios. 2. Fatores predisponentes Qualquer fator que altere a fisiologia do trato genital inferior feminino pode desencadear a VB. Alguns fatores são: uso de duchas vaginais, tabagismo, uso de DIU, sexo com múltiplos parceiros ou parceiras ou novos parceiros ou parceiras e não uso de preservativos. Deve ficar claro no entanto que a VB não é uma infecção sexualmente transmissível (IST), mas a atividade sexual representa um fator de risco na medida em que pode promover alterações dos mecanismos de defesa do trato genital inferior, favorecendo assim a ocorrência de VB em mulheres predispostas. *Apesar de a VB não ser uma IST, devido às alterações inflamatórias decorrentes da infecção há maior predisposição à aquisição de ISTs na vigência de uma VB. 3. Etiopatogenese Desequilíbrio da flora normal, com redução acentuada dos lactobacilos (bacilos de Döderlein) e intensa proliferação dos outros micro-organismos (anaeróbios). 4. Quadro clinico Assintomática: cerca de metade das mulheres. Sintomática: a. Odor fétido que piora após relação sexual e no período menstrual - geralmente é a queixa principal. Decorre da produção de aminas voláteis como cadaverina e putrescina pelas bactérias envolvidas na VB. b. Corrimento vaginal fluido, branco acinzentado (ou amarelado, mais raramente), em pequena quantidade e não aderente às paredes vaginais que pode ser bolhoso. c. Raro a presença de sinais inflamatórios como dispareunia, irritação vulvar, prurido, eritema. 4) 5. Diagnóstico Critérios de Amsel: Devem estar presentes pelo menos 3 dos 4 critérios abaixo. a. Presença de corrimento branco acinzentado, homogêneo e fino (características não são consenso na literatura) b. pH vaginal > 4,5 c. Testes das aminas (Whiff Test) positivo d. Visualização das clue cells ou células guia ou células pista na microscopia a fresco da secreção vaginal Exame microscópico com coloração por gram: a visualização da bactéria pelo método gram é considerado o padrão ouro para diagnóstico de VB segundo o CDC 2015, por possuir maior sensibilidade (93%) e especificidade (70%) que a microscopia a fresco. Deve ser também solicitada como confirmação na vigência de suspeita durante o exame a fresco. *Cultura: não deve ser solicitada pela presença de falso positivos dado que as bactérias causadoras de VB compõem a flora bacteriana normal de grande parte das mulheres. 5) Tratamento Quando tratar? O tratamento está indicado para qualquer mulher sintomática, incluindo as gestantes. Como tratar? Segundo o protocolo do Ministério da Saúde de 2015 a. 1ª opção: Metronidazol 250 mg (tomar 2cp = total de 500 mg) VO de 12/12h por 7 dias ou Metronidazol gel 100mg/g,utilizar um aplicador cheio por via vaginal por 5 dias 2ª opção: Clindamicina 300 mg VO 12/12h por 7 dias b. Gestantes No primeiro trimestre: Clindamicina 300 mg VO 12/12h por 7 dias Após o primeiro trimestre: Metronidazol 250 mg VO 1 comprimido 3x ao dia por 7 dias (é categoria B,podendo ser utilizado em qualquer momento da gestação, e sendo esta a indicação do CDC, mas ainda é evitado por alguns profissionais) c. Recorrência Metronidazol 250 mg (tomar 2cp = total de 500 mg) VO de 12/12h por 10-14 dias ou Metronidazol gel 100mg/g, utilizar um aplicador cheio por via vaginal por 10 dias seguido de tratamento supressivo com 2 aplicações semanais por 4-6 meses. d. Considerações Não há diferença de eficácia entre as formulações do metronidazol. Evitar o consumo de álcool durante o tratamento com metronidazol devido ao risco de efeito antabuse (dissulfiram-like) por até 24h após o término. Optar pela clindamicina creme se paciente alérgica ou mediante intolerância ao metronidazol. Tratamentos tópicos devem ser feitos à noite antes de deitar. Não está indicado o tratamento dos parceiros. Manter o mesmo regime de medicamento para o caso de paciente HIV positiva. 6. Complicações Na ginecologia: Risco aumentado para endometrite, salpingite, pelviperitonite, celulite de cúpula vaginal, doença inflamatória pélvica, especialmente após procedimentos como colocação de DIU, biópsia de endométrio etc; Risco aumentado para adquirir ISTs. Na obstetrícia: Risco aumentado de abortamento, prematuridade, ruptura prematura de membranas amnióticas, corioamnionite, infecção pós cesariana (endometrite, infecções de ferida, etc Candidíase vulvovaginal 1. Definição É a segunda causa mais comum de corrimento vaginal. A candidíase é uma infecção por um fungo do gênero Candida que acomete a vulva e vagina. Cerca de 85% dos casos são causados pela Candida albicans e o restante causado por espécies não albicans (C. glabrata, C. tropicalis e C. krusei as principais). Também não é considerada uma IST, na realidade estima-se que até 50% das mulheres possuam em sua microbiota vaginal candida de forma assintomática. Estima-se que cerca de 75% das mulheres irão desenvolver pelo menos um episódio de candidíase ao longo da vida e que 5% dessas apresentam recorrência. O fungo se prolifera em ambiente ácido, e portanto, não há necessidade de alteração desse para propiciar a infecção. 2. Etiopatogenese Intensa proliferação por esporulação do patógeno, causando leucorreia característica 3. Fatores de risco Episódios de candidíase podem ocorrer na ausência de qualquer fator de risco, mas a presença desses aumenta as chances da infecção ocorrer. • Gravidez (aumento da concentração de glicogênio vaginal com consequente acidificação do meio e proliferação das leveduras); • Uso de contraceptivos orais com altas dosagens de estrogênio ou terapia de reposição hormonal somente com estrogênio (aumento da concentração de glicogênio vaginal com consequente acidificação do meio e proliferação das leveduras); • Diabetes mellitus (descompensado), tireoidopatia, obesidade; • Uso de DIU; • Uso de antibióticos (redução da flora = aumento da proliferação de leveduras), corticóides ou imunossupressores; • Hábitos de higiene e vestuário inadequados (diminuem a ventilação e aumentam a umidade e o calor local favorecendo a proliferação de leveduras); • Contato com substâncias alérgenas e/ou irritantes (ex.: talco, perfume, desodorante); • Alterações na resposta imunológica (imunodeficiência, estresse), incluindo a infecção pelo HIV (candidíase vulvovaginal é considerada marcador de imunodepressão precoce no HIV- sintomas de fase B de doença). 4. Quadro clínico Há presença de um quadro de vaginite, ou seja, de um quadro inflamatório importante justificando a maioria dos sintomas e corrimento. Geralmente se exacerba no período pré menstrual (ápice de acidez vaginal) e melhora do quadro dos sintomas durante a menstruação e pós menstrual. • Prurido vulvovaginal é o principal sintoma relatado, de intensidade variável quanto ao grau de infecção. Pode estar presente escoriações de coçadura; • Queimação vulvovaginal; • Disúria (ardência vulvar mediante contato da urina com a vulva inflamada); • Dispareunia superficial; • Presença de corrimento branco, grumoso, inodoro, aderido à parede vaginal e ao colo uterino. Em alguns casos mediante resposta inflamatória importante pode haver corrimento amarelado, com as demais características mantidas; • Hiperemia e edema vulvar 5. Classificação Doença não complicada: TODOS os seguintes critérios devem estar inclusos para classificar a candidíase como não complicada. A. Sintomas de intensidade leve a moderada B. Infecção com acometimento esporádico C. Candida albicans como agente etiológico D. Acometendo mulheres sem fatores de risco, ou seja, sem a presença de qualquer alterações no hospedeiro. Doença complicada: Presente em cerca de 10% dos casos. QUALQUER dos seguintes critérios, se presentes, determinam a candidíase complicada. A. Sintomas de grave intensidade (eritema, edema extenso, com escoriações e fissuras vulvares) B. Ocorrência de quatro ou mais episódios por ano (definindo candidíase recorrente) C. Infecções por espécies de candida não albicans. D. Presença de qualquer fator de risco (diabetes, gestação, imunodepressão, etc). 6. Diagnóstico • Quadro clínico • pH < 4.5 • Exame a fresco: evidenciando leveduras e/ou pseudohifas, sendo um importante método para confirmar diagnóstico principalmente no caso de infecções por C. albicans, nos quais a visualização das pseudohifas é mais fácil. Visualiza-se também a presença de polimorfonucleares em abundância. • Bacterioscopia com coloração por gram: em associação com o exame a fresco identifica em cerca de 70% dos casos a presença de pseudo-hifas. Cultura em meios especiais (ágar-Sabouraud): são meios que permitem a identificação da espécie de candida envolvida na infecção, sendo especialmente importantes na vigência de candidíase recorrente a fim de identificar possíveis espécies não-albicans como causadoras. Deve ser solicitado também mediante forte suspeita clínica e sem evidência de pseudohifas no exame a fresco ou na bacterioscopia. 7. Tratamento Tópico: Miconazol creme a 2%, via vaginal, um aplicador cheio, à noite ao deitar-se, por 7 dias ou Nistatina 100.000 UI, uma aplicação, via vaginal, à noite ao deitar-se, por 14 dias Sistêmico: Fluconazol 150 mg, VO, dose única ou Itraconazol 100 mg, 2 comprimidos, VO, 2x dia, por 1 dia Gestação e lactação: O tratamento oral está contraindicado na gestação e lactação deve-se optar pelo tratamento tópico por via vaginal. Recorrência: Mesmas opções do tratamento da candidíase vaginal, por 14 dias ou A. Terapia de ataque: Fluconazol 150 mg, VO, 1x dia, no primeiro, quarto e sétimo dia de tratamento (a cada 3 dias) OU itraconazol 200 mg/dia por 10-14 dias B. Terapia de manutenção: Fluconazol 150 mg, VO, 1x semana, por 6 meses Comentários: A. Deve ser preferido o tratamento de menor tempo de duração por garantir a maior adesão ao tratamento. B. O tratamento sistêmico tem como efeitos colaterais cefaléia, náuseas, dor abdominal e aumento das transaminases hepáticas. O tratamento sistêmico deve ser evitado nas pacientes hepatopatas, devendo ser optado pelo tratamento tópico. C. Interações medicamentosas com os medicamentos azólicos - antagonistas do canal de cálcio, agentes hipoglicemiantes orais, cisaprida, ciclosporina A, teofilina, fenitoína, inibidores da protease, tacrolimus, rifampicina, etc. D. Pode ser associado corticóide a fim de promover alívio precoce dos sintomas. E. Os parceiros assintomáticos não necessitam de tratamento. Avaliar necessidade de tratar aqueles que apresentam balanopostite e/ou balanite. F. Se houver nova recaída após o tratamento para a recorrência deve serreiniciado o esquema e a terapia de manutenção deve ser feita por 1 ano. G. Candida krusei: é resistente ao fluconazol podendo ser utilizado outros agentes azólicos. H. Candida glabrata: é resistente a todos os agentes azólicos, devendo ser feito o tratamento com ácido bórico vaginal por 14 dias e dose de manutenção por 2x na semana. Tricomoníase 1. Definição É a terceira causa mais comum de corrimento. Consiste na infecção por Trichomonas vaginalis, um protozoário flagelado anaeróbio facultativo. É uma IST, sendo comumente encontrada em associação com outras ISTs por facilitar a transmissão, incluindo o HIV. 2. Etiopatogenese Considerada doença sexualmente transmissível 3. Fatores de risco O único fator de risco que determina a infecção é a prática de atividade sexual desprotegida. 4. Quadro clínico Assintomáticos: Geralmente homens não têm sintomas, sendo somente vetores da doença. Cerca de 50% das mulheres podem ser assintomáticas. Sintomáticas: A. Anamnese: Corrimento vaginal abundante de coloração variável entre amarelado ou amarelo-esverdeado, malcheiroso e bolhoso + presença de sinais de inflamação como hiperemia, edema, dispareunia superficial e prurido vulvar. B. Ao exame: observa-se a presença do corrimento e dos sinais de inflamação referidos. Tipicamente a tricomoníase provoca colpite focal ou difusa que se manifesta com dilatação dos capilares no colo uterino provocando hemorragias petequiais. Observa-se a olho nu a presença do chamado ‘colo em framboesa ou em morango’ em cerca de 2% dos casos. Ao se realizar o exame colposcópico com o teste de Schiller se observa no entanto a presença de um aspecto ’tigróide’ característico da colpite focal em cerca de 90% dos casos. 5. Diagnóstico: • Anamnese + exame físico • pH vaginal > 5,0 • Teste das aminas positivo (mesmo que fracamente) • Exame a fresco: visualização do protozoário e aumento de polimorfonucleares. • Cultura em meio de Diamond: era considerada padrão ouro com sensibilidade elevada e especificidade de 100%. Cabe ressaltar que o exame a fresco possui sensibilidade próxima a esse e que os métodos de detecção moleculares substituíram a cultura atualmente. • Teste de Amplificação do Ácido Nucleico (NAAT): é atualmente o método mais sensível e específico para diagnóstico de tricomoníase. Seu uso está indicado no entanto mediante suspeita clínica de tricomoníase quando não se consegue confirmar diagnóstico por meio do exame a fresco. 6. Tratamento Para todos os casos diagnosticados está indicado o tratamento com: Metronidazol 400g (tomar 5 comprimidos - total de 2g) VO dose única ou Metronidazol 250 mg (tomar 2 comprimidos - total de 500 mg) VO 2x ao dia por 7 dias. Comentários: A. Gestantes e lactantes devem receber o mesmo tratamento. A tricomoníase representa risco de RPMO, prematuridade, baixo peso ao nascer e infecções puerperais. O metronidazol é considerado categoria B podendo portanto ser utilizado. B. Todos os parceiros devem ser convocados e tratados, da mesma forma. C. Paciente HIV deve receber o mesmo tratamento. D. Alertar sempre sobre o uso concomitante de álcool e efeito antabuse. E. O tratamento sistêmico deve ser sempre indicado na tricomoníase pois essa pode atingir as glândulas vaginais e a uretra e o tratamento tópico não atinge níveis terapêuticos nesses locais. Vaginite descamativa 1. Definição Trata-se de uma vaginite purulenta, crônica, que ocorre na ausência de processo inflamatório cervical ou do trato genital superior com prevalência aumentada na perimenopausa. A etiologia é desconhecida, mas observa- se que em cerca de 70% das culturas vaginais há presença de estreptococos beta-hemolítico, o qual tem como reservatório o trato gastrointestinal. 2. Diagnóstico Conteúdo vaginal purulento + ph alcalino + microscopia a fresco evidenciando proceso descamativo vaginal com predomínio de células basais e parabasais da vagina, redução de lactobacilos com aumento de coco gram positivos e elevado número de polimorfonucleares. 3. Tratamento Clindamicina creme 2%, um aplicador cheio por via vaginal por 7 dias. Avaliar a necessidade de realizar estrogenoterapia tópica devido a importante associação com déficit estrogênico e vaginite descamativa.
Compartilhar