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Caroline Camargo TT Medicina Veterinária, 2022 TT Fluidoterapia A fluidoterapia tem como grande objetivo aumentar a sobrevida dos pacientes, ou seja, fornecer um suporte a vida. Isso ocorre por meio da correção mecânica da dinâmica vascular, ou do ajuste dos distúrbios acidobásicos, melhorando a perfusão microvascular. Seus principais objetivos são de: Expandir a volemia; Corrigir desequilíbrios hídricos e eletrolíticos; Suplementar calorias e nutrientes; Auxiliar no tratamento de doenças primárias. Para que o procedimento seja feito com sucesso, é necessário escolher adequadamente o protocolo a se seguir. Para isso deve ser bem decidido a solução a ser usado, o volume, a via de administração, a velocidade de administração e o intervalo entre as doses. Desequilíbrios Desequilíbrios hídricos, eletrolíticos e de ácido- base são os responsáveis pela necessidade de fluidoterapia. Sua situação fisiológica depende do balanço externo, de uma relação entre quanto entrou (ingerido/absorvido) e de quanto saiu (eliminado/excretado). E do balanço interno, relacionado a distribuição entre os compartimentos de fluido corporais, sendo intracelular e extracelular. Perdas inferiores a 5%, não apresentam manifestação clínica que seja compatível cm desidratação. Água Corporal A água é o elemento mais abundante em seres vivos, ela corresponde a um total de 60 a 70% do peso vivo. Entretanto, em animais idosos ou obesos esse percentual tende a cair já em animais jovens, esse valor tende a ser maior. Estima-se ainda que de 60%, 40% está no espaço intracelular e 20% no espaço extracelular, composto por plasma e espaço intersticial. Para perder essa água é usado diversas rotas, sendo algumas delas imperceptíveis, como pelo trato respiratório e suor. A perda por respiração é semelhante a água pura, isso a classifica como um perda hipotônica. Intensificam as perdas imperceptíveis aumento da temperatura corporal, hiperventilação, e atividade física. Há ainda as perdas perceptíveis, que são facilmente detectadas e mensuradas, sendo aquelas causadas pelo trato urinário e digestório. Seguindo essa rota, costuma-se perder eletrólitos, por isso se considera uma perda isotônica. São intensificadas em casos de vômito, diarréia, hemorragia e poliúria. Para que se mantenha o balanço hídrico, o animal deve repor/consumir o mesmo tanto de água que foi perdido. Seu consumo em excesso é desvantajoso e pode levar a edema no átrio direito, podendo vir a encharcar o pulmão e levá- lo a morte. Avaliação da Desidratação e Hipovolemia DIFERENÇA ENTRE: DESIDRATAÇÃO – Perda de líquidos intersticiais HIPOVOLEMIA – Perda de volume intravascular É normal que o animal perca cerca de 20 a 30 mL/Kg/dia de água. Cães devem produzir de 1 a 2 mL/Kg/dia de urina. Caroline Camargo TT Medicina Veterinária, 2022 TT Tal avaliação ocorre por meio de diversos fatores, entre eles: História clínica; Idade, estado nutricional, raça e outros; Vômito; Diarréia. Conforme é identificada, deve ser classificada conforme a tonicidade da LEC (líquido extracelular):, ou seja, depende da relação de eletrólitos: Desidratação Isotônica (vômitos e diarréia): É a mais comum. Nela a perda de água é proporcional a perda de sódio. É causada na respiração, havendo menor concentração de eletrólitos. Desidratação Hipertônica (perda por diabetes e hipertermia, sudorese intensa,pouco consumo de água): Segunda mais frequente. Nela a quantidade de água perdida é maior que a de sódio. Desidratação Hipotônica (perda por má nutrição, uso de diuréticos sem reposição adequada de sais, alterações gastrointestinais ou renais): É incomum. Ocorre maior perda de sódio do que de água. E a avaliação do estado volêmico é vista pelo: Aumento do tempo de enchimento jugular, se maior que 2s indica queda na pressão venosa central; Hiperlactatemia Lactato maior que 2,5 mmol/L; Diminuição da consciência; Oligúria; Taquicardia, pulso fraco, mucosas pálidas e hipotensão arterial; TPC aumentado (maior que 3s); Diminuição da PA. Avaliar Grau de Desidratação A desidratação possui vários níveis, indo de leve a severa. De modo que, cada um deles possuem uma sintomatologia sugestiva. De forma geral o a animal desidratado tende a apresentar os seguintes sintomas: Perda de peso; Aumento na freqüência cardíaca e do TPC; Perda da elasticidade cutânea; Ressecamento das mucosas; Diminuição da temperatura nas extremidades; Diminuição na produção de urina.
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