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Atividade 2 - RECURSOS CÍVEIS

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Na unidade 2 da disciplina, pudemos conhecer algumas modalidades de remédios recursais do ordenamento jurídico brasileiro. A apelação, por exemplo, é considerada o principal recurso presente no sistema recursal brasileiro, devido à sua amplitude de cabimento e devolutividade de matérias que instaura.
Considerando os conhecimentos adquiridos pelo estudo da disciplina sobre apelação. Conceitue brevemente esse recurso, bem como os efeitos de sua aplicação judicial.
R.
A apelação é uma espécie de recurso que tem como finalidade a revisão de uma sentença definitiva ou terminativa, visando sua reforma ou invalidação da decisão judicial proferida por juiz de primeiro grau. De acordo com o artigo 203, § 1º, do Novo Código de Processo Civil (“NCPC”), “(...) sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução”. O NCPC traz ao recurso de apelação a possibilidade de questionar não apenas sentenças, mas todas as decisões interlocutórias em etapa cognitiva (fase de conhecimento), com exceção daquelas que comportam agravo de instrumento. O recurso de apelação é tratado nos arts. 1.009 a 1.014 do NCPC, em que são dispostas as hipóteses de cabimento do recurso e seus possíveis efeitos, assim como o prazo e documentos necessários para sua interposição. Conforme se depreende dos artigos supramencionados, o recurso de apelação pode ser interposto perante o juízo prolator da sentença recorrida em até 15 (quinze) dias, contados a partir da intimação da sentença. O NCPC prevê em seu art. 1.010, § 3º que os autos deverão ser remetidos pelo juiz ao tribunal, independentemente do juízo de admissibilidade, não sendo mais de responsabilidade do juiz de 1º grau a análise dos requisitos de admissibilidade de forma provisória, mas sim, responsabilidade exclusiva do Tribunal de Justiça. Além disso, a apelação deve conter a qualificação das partes, as razões para interposição do recurso, fundamentos de fato ou de direito e o pedido de nova decisão, podendo ser a decisão recorrida reformada integral ou parcialmente. Com relação à modificação da sentença recorrida, existem duas possibilidades: (i) reforma da sentença quando se percebe a existência de erro do magistrado na análise da lide (“error in iudicando”) ou (ii) anulação da sentença quando notada a existência de erro na estrutura da decisão (“error in procedendo”). Efeitos: Suspensivo - O NCPC, assim como o Código de 73, prevê que o recurso de apelação deve ser recebido, via de regra, com efeito suspensivo (art. 1.012, NCPC)– isto significa dizer que os efeitos da decisão recorrida são suspensos até o julgamento do recurso – mas apresenta algumas hipóteses em que este efeito não existirá (art. 1.012, § 1º, I a VI), como por exemplo, o inciso VI, art. 1.012, do NCPC, que trata da decretação de interdição e dispõe que este recurso somente será recebido no efeito devolutivo. É importante ressaltar que o § 3º do referido artigo estabelece que “o pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá ser formulado por requerimento dirigido ao: I – tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la; II – relator, se já distribuída a apelação”. Esta alteração que permite a apresentação de formulário específico para concessão de efeito suspensivo nas hipóteses em que o artigo prevê a sua não aplicação diretamente é uma das principais inovações do NCPC, assim como o que dispõe o § 4º quanto aos casos em que o apelante pode requerer efeito suspensivo quando este não for cabível, desde que haja demonstração da probabilidade de provimento do recurso e/ou relevante fundamentação, risco de dano grave ou de difícil reparação. Efeito: devolutivo - O NCPC também trata do recebimento do recurso de apelação com efeito devolutivo – quando mesmo após sua interposição, a sentença produz seus efeitos – e neste caso, inova ao tratar da possibilidade do Tribunal de Justiça julgar imediatamente o mérito da ação, conforme disposição do art. 1.013, NCPC:
“Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
(...)
§ 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: I - reformar sentença fundada no art. 485;
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação”.
Esta possibilidade de julgamento do mérito pelo Tribunal está diretamente relacionada com o Princípio da Celeridade, um dos princípios basilares do NCPC, tendo em vista que a devolução do processo para novo julgamento em 1º grau implica em um longo período de tempo que pode, eventualmente, afetar as partes no que tange à prestação da tutela jurisdicional. Assim, estando o processo em condições de imediato julgamento, este será feito pelo próprio Tribunal. Havendo, no entanto, a necessidade de produção de provas, deverá o processo retornar ao juízo de 1º grau novamente. Vale ressaltar que o legislador não estabeleceu nenhuma hipótese de cabimento para o referido julgamento, bastando apenas a adequação a algum dos requisitos elencados nos incisos I a IV do § 3o, art. 1.013.
De modo geral, é notável que o recurso de apelação sofreu diversas alterações com a vigência do NCPC, principalmente no que se refere aos efeitos com os quais é recebido – suspensivo e devolutivo. O que se percebe, por sua vez, é que todas as modificações realizadas tem como finalidade a celeridade processual e garantia da tutela jurisdicional, sendo certo que este primeiro é um dos elementos essencialmente relativo ao NCPC, que visa tornar o processo judicial mais célere e eficaz.

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