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APG 24 Compreender a formação dos rins, enfatizando como ocorre o rim em ferradura A partir da terceira semana de desenvolvimento fetal, uma porção do mesoderma ao longo da face posterior do embrião, o mesoderma intermediário, diferencia-se nos rins. O mesoderma intermediário está localizado em elevações pareadas chamadas cristas urogenitais. Três pares de rins se formam no mesoderma intermediário nesta sucessão: o pronefro, o mesonefro e o metanefro. Apenas o último par permanece como os rins funcionais do recém-nascido. O primeiro rim a se formar, o pronefro, é o mais superior dos três e possui um ducto pronéfrico associado. Esse ducto se abre na cloaca, a parte terminal expandida do intestino posterior, que funciona como uma saída comum para os sistemas urinário, digestório e genital. O pronefro começa a se degenerar durante a quarta semana e desaparece completamente até a sexta semana. O segundo rim, o mesonefro, substitui o pronefro. A parte retida do ducto pronéfrico, que se liga ao mesonefro, desenvolve- se no ducto mesonéfrico. O mesonefro começa a degenerar por volta da sexta semana e, aproximadamente na oitava semana, quase não há sinais dele. Por volta da quinta semana, uma evaginação mesodérmica, chamada broto ureteral, se desenvolve a partir da parte distal do ducto mesonéfrico perto da cloaca. O metanefro, ou rim definitivo, se desenvolve a partir do broto ureteral e do mesoderma metanéfrico. O broto ureteral forma os ductos coletores, os cálices, a pelve renal e o ureter. O mesoderma metanéfrico forma os néfrons dos rins. No terceiro mês os rins fetais começam a excretar urina no líquido amniótico circundante; na verdade, a urina fetal compõe a maior parte do líquido amniótico. Durante o desenvolvimento, a cloaca divide-se no seio urogenital, para onde drenam os ductos urinário e genital, e um reto que se abre no canal anal. A bexiga urinária se desenvolve a partir do seio urogenital. Nas mulheres, a uretra se desenvolve como resultado do alongamento do curto ducto que se estende da bexiga urinária ao seio urogenital. Nos homens, a uretra é consideravelmente mais longa e mais complicada, mas também é derivada do seio urogenital. Embora os rins metanéfricos se formem na pelve, eles ascendem para o seu destino final no abdome. Ao fazê-lo, recebem vasos sanguíneos renais. Embora os vasos sanguíneos inferiores geralmente degenerem conforme aparecem os superiores, às vezes os vasos inferiores não degeneram. Consequentemente, algumas pessoas (~ 30%) têm múltiplos vasos renais. Anormalidades Em uma condição chamada agenesia renal unilateral, apenas um rim se desenvolve (geralmente o direito), decorrente da ausência de um broto ureteral. A condição ocorre uma vez em cada 1.000 recém-nascidos e geralmente afeta mais meninos do que meninas. Outras anormalidades nos rins que ocorrem durante o desenvolvimento são rins mal rodados (o hilo renal está voltado anterior, posterior ou lateralmente, em vez de medialmente) ; rins ectópicos (um ou ambos os rins estão em uma posição anormal, geralmente inferior) ; e rins em ferradura (a fusão dos dois rins, geralmente inferiormente, em um único rim em forma de U). Os polos dos rins são fundidos; usualmente são os polos inferiores que se fundem. O grande rim em forma de U geralmente se localiza na região púbica, anterior às vértebras lombares inferiores. A ascensão normal dos rins fundidos é impedida porque eles ficam presos pela raiz da artéria mesentérica inferior. Um rim em ferradura usualmente não produz sintomas porque o seu sistema coletor se desenvolve normalmente e os ureteres entram na bexiga. Se o fluxo de urina for impedido, pode aparecer sinais e sintomas de obstrução e/ou infecção. Aproximadamente 7% das pessoas com síndrome de Turner têm rins em ferradura. MEDICINA - Nayara Viana 2 período, unifipmoc Mudanças Posicionais dos Rins Inicialmente, os rins permanentes primordiais situam-se próximos um do outro na pelve, ventrais ao sacro. À medida que o abdome e a pelve crescem, os rins gradualmente se posicionam no abdome e se afastam. Os rins atingem sua posição adulta durante o começo do período fetal. Essa “ascenção” resulta principalmente do crescimento do corpo do embrião caudal aos rins. De fato, a parte caudal do embrião cresce afastando-se dos rins, de modo que eles, progressivamente, ocupam sua posição normal em cada lado da coluna vertebral. Inicialmente, o hilo de cada rim (depressão do bordo medial), onde os vasos sanguíneos, ureter e nervos entram e saem, situa-se ventralmente, contudo, à medida que os rins mudam de posição, o hilo rota medialmente quase 90°. Pela nona semana, os hilos estão direcionados anteromedialmente. Finalmente, os rins se tornam estruturas retroperitoneais (externas ao peritônio) na parede abdominal posterior. Nessa época, os rins entram em contato com as glândulas suprarrenais. MEDICINA - Nayara Viana 2 período, unifipmoc Explicar a morfofisiologia e a histologia do sistema renal Anatomia Os rins são um par de órgãos avermelhados em forma de feijão, localizados logo acima da cintura, entre o peritônio e a parede posterior do abdome. Por causa de sua posição posterior ao peritônio da cavidade abdominal, são considerados retroperitoneais. Os rins estão localizados entre os níveis das últimas vértebras torácicas e a terceira vértebra lombar (L III), uma posição em que estão parcialmente protegidos pelas costelas XI e XII. Se estas costelas inferiores forem fraturadas, podem perfurar os rins e causar danos significativos, potencialmente fatais. O rim direito está discretamente mais baixo do que o esquerdo, porque o fígado ocupa um espaço considerável no lado direito superior ao rim. Anatomia externa dos rins Um rim adulto normal tem 10 a 12 cm de comprimento, 5 a 7 cm de largura e 3 cm de espessura – aproximadamente do tamanho de um sabonete comum – e tem massa de 135 a 150 g. A margem medial côncava de cada rim está voltada para a coluna vertebral. Perto do centro da margem côncava está um recorte chamado hilo renal, através do qual o ureter emerge do rim, juntamente com os vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. Três camadas de tecido circundam cada rim. A camada mais profunda, a cápsula fibrosa, é uma lâmina lisa e transparente de tecido conjuntivo denso não modelado que é contínuo com o revestimento externo do ureter. Ela serve como uma barreira contra traumatismos e ajuda a manter a forma do rim. A camada intermediária, a cápsula adiposa, é uma massa de tecido adiposo que circunda a cápsula fibrosa. Ela também protege o rim de traumas e ancora-o firmemente na sua posição na cavidade abdominal. A camada superficial, a fáscia renal, é outra camada fina de tecido conjuntivo denso não modelado que ancora o rim às estruturas vizinhas e à parede abdominal. Na face anterior dos rins, a fáscia renal localiza-se profundamente ao peritônio. Anatomia interna dos rins Um corte frontal através do rim revela duas regiões distintas: uma região vermelha clara superficial chamada córtex renal e uma região interna mais escura castanha avermelhada chamada medula renal. A medula renal consiste em várias pirâmides renais em forma de cone. A base (extremidade mais larga) de cada pirâmide está voltada para o córtex renal, e seu ápice (extremidade mais estreita), chamado papila renal, está voltado para o hilo renal. O córtex renal é a área de textura fina que se estende da cápsula fibrosa às bases das pirâmides renais e nos espaços entre elas. Ela é dividida em uma zona cortical externa e uma zona justa- medular interna. As partes do córtex renal que se estendem entreas pirâmides renais são chamadas colunas renais. Juntos, o córtex renal e as pirâmides renais da medula renal constituem o parênquima, ou porção funcional do rim. No interior do parênquima estão as unidades funcionais dos rins – aproximadamente 1 milhão de estruturas microscópicas chamadas néfrons. O filtrado formado pelos néfrons é drenado para grandes ductos coletores, que se estendem através da papila renal das pirâmides. Os ductos coletores drenam para estruturas em forma de taça chamadas cálices renais maiores e cálices renais menores. Cada rim tem de 8 a 18 cálices renais menores e 2 ou 3 cálices renais maiores. Um cálice renal menor recebe urina dos ductos coletores de uma papila renal e a carreia para um cálice renal maior. Uma vez que o filtrado entra nos cálices, torna-se urina, porque não pode mais ocorrer reabsorção. O motivo é que o epitélio simples dos néfrons e túbulos se tornam epitélio de transição nos cálices. Dos cálices renais maiores, a urina flui para uma grande cavidade única chamada pelve renal e, em seguida, para fora pelo ureter até a bexiga urinária. O hilo se expande em uma cavidade no interior do rim chamada seio renal, que contém parte da pelve renal, os cálices e ramos dos vasos sanguíneos e nervos renais. O tecido adiposo ajuda a estabilizar a posição destas estruturas no seio renal. IRRIGAÇÃO SANGUÍNEA Os rins são abundantemente irrigados, recebem cerca de 20% a 25% do débito cardíaco. MEDICINA - Nayara Viana 2 período, unifipmoc ● FLUXO SANGUÍNEO - CIRCULAÇÃO: Artérias renais -> recebem sangue do corpo através da aorta. Artérias segmentares -> são divisões das artérias renais, irrigam segmentos do rim. Artérias interlobares -> são divisões das artérias segmentares, que passam ao longo das colunas renais entre os lobos renais. Artérias arqueadas -> são arqueamentos das artérias interlobares, que estão entre o córtex e a medula renal. Artérias interlobulares -> são divisões das artérias arqueadas, estas artérias irradiam para fora e entram no córtex renal. Arteríolas glomerulares aferentes -> são ramos das artérias interlobulares. GLOMÉRULO -> é um enovelado capilar formado por uma arteríola glomerular aferente. ○ Arteríolas glomerulares eferentes -> formada pela união dos glomérulos capilares, que levará o sangue para fora do glomérulo. Capilares peritubulares -> são divisões das arteríolas glomerulares eferentes, circundam as partes tubulares do néfron no córtex renal. Veias interlobulares -> formadas pela união dos capilares peritubulares. Veias arqueadas -> recebe sangue das veias interlobulares. Veias interlobares -> corre entre as pirâmides renais, recebe sangue das veias arqueadas. Veia renal -> recebe o sangue das veias interlobares e emerge pelo hilo renal, transporta o sangue venoso para a veia cava inferior. Néfron - Partes do néfron Os néfrons são as unidades funcionais dos rins. Cada néfron consiste em duas partes: um corpúsculo renal, onde o plasma sanguíneo é filtrado, e um túbulo renal, pelo qual passa o líquido filtrado (filtrado glomerular) (Figura 26.5). Os dois componentes de um corpúsculo renal são o glomérulo e a cápsula glomerular (cápsula de Bowman), uma estrutura epitelial de parede dupla que circunda os capilares glomerulares. O plasma sanguíneo é filtrado na cápsula glomerular, e então o líquido filtrado passa para o túbulo renal, que tem três partes principais. Em ordem de recebimento do líquido que passa por eles, o túbulo renal consiste em um (1) túbulo contorcido proximal (TCP), (2) alça de Henle e (3) túbulo contorcido distal (TCD). Proximal denota a parte do túbulo ligado à cápsula glomerular, e distal indica a parte que está mais longe. Contorcido significa que o túbulo é espiralado em vez de reto. O corpúsculo renal e os túbulos contorcidos proximais e distais se localizam no córtex renal; a alça de Henle se estende até a medula renal, faz uma curva fechada, e então retorna ao córtex renal. Os túbulos contorcidos distais de vários néfrons drenam para um único ducto coletor. Os ductos coletores então se unem e convergem em várias centenas de grandes ductos papilares, que drenam para os cálices renais menores. Os ductos coletores e papilares se estendem desde o córtex renal ao longo da medula renal até a pelve renal. Então, um rim tem aproximadamente 1 milhão de néfrons, mas um número muito menor de ductos coletores e ainda menor de ductos papilares. Em um néfron, a alça de Henle comunica os túbulos contorcidos proximais e distais. A primeira parte da alça de Henle começa no ponto em que o túbulo contorcido proximal faz a sua última curva descendente. Iniciase no córtex renal e estendese para baixo e para dentro da medula renal, onde é chamada ramo descendente da alça de Henle. Em seguida, faz uma curva fechada e retorna para o córtex renal, onde termina no túbulo contorcido distal e é conhecido como ramo ascendente da alça de Henle. Aproximadamente 80 a 85% dos néfrons são néfrons corticais. Seus corpúsculos renais se encontram na parte externa do córtex renal, e têm alças de Henle curtas, que se encontram principalmente no córtex e penetram somente na região externa da medula renal. As alças de Henle curtas são irrigadas por capilares peritubulares que emergem das arteríolas glomerulares eferentes. Os outros 15 a 20% dos néfrons são néfrons justamedulares. Seus corpúsculos renais encontramse profundamente no córtex, próximo da medula renal, e têm alças de Henle longas que se estendem até a região mais profunda da medula renal. As alças de Henle longas são irrigadas por capilares peritubulares e arteríolas retas que MEDICINA - Nayara Viana 2 período, unifipmoc emergem das arteríolas glomerulares eferentes. Além disso, o ramo ascendente da alça de Henle dos néfrons justamedulares consiste em duas partes: uma parte ascendente delgada seguida por uma parte ascendente espessa. O lúmen da parte ascendente fina é o mesmo que em outras áreas do túbulo renal; apenas o epitélio é mais fino. Os néfrons com alça de Henle longa possibilitam que os rins excretem urina muito diluída ou muito concentrada. HISTOLOGIA NÉFRONS Cápsula glomerular Possui duas camadas, uma visceral e outra parietal. Camada visceral -> forma a parede interna, formada por células epiteliais pavimentosas simples modificadas chamadas podócitos. Camada parietal -> forma a parede externa, formada por epitélio pavimentoso simples. Espaço capsular -> local onde o líquido filtrado pelos capilares glomerulares entra, fica entre a camada visceral e a camada parietal. Túbulo renal e ducto coletor No túbulo contorcido proximal, as células são células epiteliais cúbicas simples com uma borda em escova proeminente de microvilosidades em sua superfície apical (superfície voltada para o lúmen). Estas microvilosidades, como as do intestino delgado, aumentam a área de superfície para a reabsorção e secreção. A parte descendente da alça de Henle e a primeira porção da parte ascendente da alça de Henle (a parte delgada ascendente) são compostas por epitélio pavimentoso simples. (Lembre-se de que os néfrons corticais ou de alça curta não têm a parte ascendente delgada.) A parte espessa ascendente da alça de Henle é composta por epitélio colunar cúbico simples a epitélio colunar baixo. O número de néfrons é constante desde o nascimento. Qualquer aumento do tamanho do rim se deve ao crescimento individual de néfrons. Se os néfrons forem lesionados ou estiverem doentes, não se formam novos néfrons. Os sinais de disfunção renal geralmente não se tornam aparentes até que a função tenha diminuído para menos de 25% do normal, porque os néfrons funcionais restantes se adaptam para lidar com uma carga maior do que a normal. A remoçãocirúrgica de um rim, por exemplo, estimula a hipertrofia do rim remanescente, que acaba conseguindo filtrar o sangue com 80% da velocidade de dois rins normais. **Néfrons MEDICINA - Nayara Viana 2 período, unifipmoc Circulação: Funções dos rins - Regulação da composição iônica do sangue: Os rins ajudam a regular os níveis sanguíneos de vários íons, sendo que os mais importantes são os íons sódio (Na + ), potássio (K + ), cálcio (Ca 2+ ), cloreto (Cl – ) e fosfato (HPO4 2– ) - Regulação do pH do sangue: Os rins excretam uma quantidade variável de íons hidrogênio (H + ) para a urina e preservam os íons bicarbonato (HCO3 – ), que são um importante tampão do H + no sangue. Ambas as atividades ajudam a regular o pH do sangue. - Regulação do volume de sangue: Os rins ajustam o volume do sangue por meio da conservação ou eliminação de água na urina. O aumento do volume de sangue eleva a pressão arterial, enquanto a diminuição do volume de sangue reduz a pressão arterial. - Regulação da pressão arterial: Os rins também ajudam a regular a pressão arterial por meio da secreção da enzima renina, que ativa o sistema renina angiotensina aldosterona. O aumento da renina provoca elevação da pressão arterial - Manutenção da osmolaridade do sangue: Ao regular separadamente a perda de água e a perda de solutos na urina, os rins mantêm uma osmolaridade do sangue relativamente constante de aproximadamente 300 miliosmóis por litro (mOsm/ℓ)* - Produção de hormônios: Os rins produzem dois hormônios. O calcitriol, a forma ativa da vitamina D, ajuda a regular a homeostasia do cálcio, e a eritropoetina estimula a produção de eritrócitos - Regulação do nível sanguíneo de glicose: Tal como o fígado, os rins podem utilizar o aminoácido glutamina na gliconeogênese, a síntese de novas moléculas de glicose. Eles podem então liberar glicose no sangue para ajudar a manter um nível normal de glicemia - Excreção de escórias metabólicas e substâncias estranhas: Por meio da formação de urina, os rins ajudam a excretar escórias metabólicas – substâncias que não têm função útil no corpo. Algumas escórias metabólicas excretadas na urina resultam de reações metabólicas no organismo. Estes incluem amônia e ureia resultantes da desaminação dos aminoácidos; bilirrubina proveniente do catabolismo da hemoglobina; MEDICINA - Nayara Viana 2 período, unifipmoc creatinina resultante da clivagem do fosfato de creatina nas fibras musculares e ácido úrico originado do catabolismo de ácidos nucleicos. Outras escórias metabólicas excretadas na urina são as substâncias estranhas da dieta, como fármacos e toxinas ambientais. Fisiologia renal Para produzir urina, os néfrons e os ductos coletores realizam três processos básicos – filtração glomerular, reabsorção tubular e secreção tubular: 1)Filtração glomerular. Na primeira etapa da produção de urina, a água e a maior parte dos solutos do plasma sanguíneo atravessam a parede dos capilares glomerulares, onde são filtrados e passam para o interior da cápsula glomerular e, em seguida, para o túbulo renal. 2)Reabsorção tubular. Conforme o líquido filtrado flui pelos túbulos renais e ductos coletores, as células tubulares reabsorvem aproximadamente 99% da água filtrada e muitos solutos úteis. A água e os solutos retornam ao sangue que flui pelos capilares peritubulares e arteríolas retas. Observe que o termo reabsorção se refere ao retorno de substâncias para a corrente sanguínea. Por outro lado, o termo absorção indica a entrada de novas substâncias no corpo, como ocorre no sistema digestório. 3)Secreção tubular. Conforme o líquido filtrado flui pelos túbulos renais e ductos coletores, as células dos túbulos renais e do ductos secretam outros materiais – como escórias metabólicas, fármacos e excesso de íons – para o líquido. Observe que a secreção tubular remove uma substância do sangue. Os solutos e o líquido que fluem para os cálices renais menores e maiores e para a pelve renal formam a urina e são excretados. A taxa de excreção urinária de qualquer soluto é igual à taxa de filtração glomerular, mais a sua taxa de secreção, menos a sua taxa de reabsorção. Os néfrons (por meio de filtração, reabsorção e secreção) ajudam a manter a homeostasia do volume e da composição do sangue. A situação é um pouco semelhante a um centro de reciclagem: os caminhões de lixo despejam lixo em um alimentador de entrada, onde o lixo pequeno passa por uma esteira transportadora (filtração glomerular do plasma). À medida que a esteira transportadora transporta o lixo, os funcionários removem artigos úteis, como latas de alumínio, plásticos e recipientes de vidro (reabsorção). Outros funcionários colocam o lixo adicional deixado na esteira e itens maiores na esteira transportadora (secreção). No final da esteira, todo o lixo restante cai em um caminhão para ser transportado para o aterro (escórias metabólicas na urina). MEDICINA - Nayara Viana 2 período, unifipmoc Taxa de filtração glomerular A quantidade de filtrado formado em todos os corpúsculos renais de ambos os rins a cada minuto determina a taxa de filtração glomerular (TFG). No adulto, a TFG média é de 125 mℓ /min em homens e 105 mℓ /min em mulheres. A homeostasia dos líquidos corporais exige que os rins mantenham uma taxa de filtração glomerular relativamente constante. Se a TFG for demasiadamente elevada, as substâncias necessárias podem passar tão rapidamente pelos túbulos renais que algumas não são reabsorvidas e são perdidas na urina. Se a TFG for muito baixa, quase todo o filtrado pode ser reabsorvido e determinadas escórias metabólicas podem não ser adequadamente excretadas. A TFG está diretamente relacionada com as pressões que determinam a pressão efetiva de filtração; qualquer mudança na pressão de filtração efetiva influencia a TFG. A perda importante de sangue, por exemplo, reduz a pressão arterial média (PAM) e diminui a pressão hidrostática do sangue glomerular. Reabsorção A reabsorção – o retorno da maior parte da água filtrada e de muitos dos solutos filtrados para a corrente sanguínea – é a segunda função básica do néfron. Normalmente, cerca de 99% da água filtrada são reabsorvidos. As células epiteliais ao longo dos túbulos e ductos renais realizam a reabsorção, mas as células do túbulo contorcido proximal dão a maior contribuição. Os solutos que são reabsorvidos por processos ativos e passivos incluem glicose, aminoácidos, ureia e íons como Na + (sódio), K + (potássio), Ca 2+ (cálcio), Cl – (cloreto), HCO3 – (bicarbonato) e HPO4 2– (fosfato). Uma vez que o líquido passa através do túbulo contorcido proximal, as células localizadas mais distalmente aperfeiçoam os processos de reabsorção para manter o equilíbrio da homeostasia de água e íons específicos. A maior parte das proteínas e peptídios pequenos que passam através do filtro também é reabsorvida, geralmente via pinocitose. REABSORÇÃO - TRANSPORTE ATIVO E TRANSPORTE PASSIVO ● REABSORÇÃO ATIVA -> o filtrado que flui da cápsula de Bowman para o túbulo proximal tem a mesma concentração de solutos do líquido extracelular. Portanto, para transportar soluto para fora do lúmen, as células tubulares precisam usar transporte ativo para criar gradientes de concentração ou eletroquímicos. ● REABSORÇÃO PASSIVA -> um exemplo é a ureia, que não possui mecanismos de transporte ativo no túbulo proximal, mas pode se deslocar através das junções celulares epiteliais por difusão, se houver um gradiente de concentração, que acontece após o transporte ativode Na+. MEDICINA - Nayara Viana 2 período, unifipmoc Essa reabsorção pode atingir seu ponto máximo, que é conhecido como saturação, que ocorre quando todos os transportadores disponíveis estão ocupados pelo substrato. Exemplo: em concentrações normais toda a glicose que entra no néfron é reabsorvida, mas se a concentração se torna excessiva, a glicose é filtrada mais rapidamente do que os transportadores podem a reabsorver, existindo glicose na urina. TRANSPORTE TRANSEPITELIAL: Também chamado de transcelular, As substâncias atravessam as membranas apical e basolateral das células tubulares epiteliais para chegar ao líquido intersticial. TRANSPORTE PARACELULAR: As substâncias passam através de junções celulares entre células vizinhas, O caminho seguido pelo soluto depende da permeabilidade das junções epiteliais e do seu gradiente eletroquímico. Secreção tubular A terceira função dos néfrons e ductos coletores é a secreção tubular, a transferência de materiais das células do sangue e do túbulo para o filtrado glomerular. As substâncias secretadas incluem íons hidrogênio (H +), K + , íons amônia (NH4 + ), creatinina e determinados fármacos, como a penicilina. A secreção tubular tem dois resultados importantes: (1) A secreção de H + ajuda a controlar o pH sanguíneo. (2) A secreção de outras substâncias ajuda a eliminálas do corpo pela urina. Em decorrência da secreção tubular, determinadas substâncias passam do sangue para a urina e podem ser detectadas pelo exame de urina. É especialmente importante para testar atletas à procura de substâncias que intensifiquem o desempenho, como esteroides anabolizantes, expansores plasmáticos, eritropoetina, hCG, hGH e anfetaminas. Os exames de urina também podem ser usados para detectar álcool etílico ou substâncias psicoativas, como maconha, cocaína e heroína. REABSORÇÃO E SECREÇÃO NO FINAL DO TÚBULO CONTORCIDO DISTAL E NO DUCTO COLETOR ● Aqui, 90-95% dos solutos filtrados e a água já foram reabsorvidas para a corrente sanguínea. ● Existem dois tipos de células na parte final do túbulo distal e ao longo do ducto coletor: principais e intercaladas. ➔ Principais: reabsorvem Na+ e secretam K +. A secreção de K+ é de acordo com a ingestão na dieta de K+ para manter o nível correto deste dentro da homeostasia dos líquidos corporais, essa é a diferença do túbulo proximal que secreta K+. ➔ Intercaladas: reabsorvem K+ e HCO3- e secretam H+. Na última parte do néfron a reabsorção de água e solutos vai variar de acordo com a necessidade do organismo. MEDICINA - Nayara Viana 2 período, unifipmoc
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