Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DOENÇA RENAL CRONICA NA INFÂNCIA DEFINIÇÃO ESTADO DE DANO IRREVERSÍVEL E/OU REDUÇÃO PROGRESSIVA DA FUNÇÃO RENAL A doença renal crônica (DRC) traduz o acometimento renal com duração superior a três meses, ou uma taxa de filtração glomerular estimada (TFG) inferior a 60 mL / 1,73m² pediatria?? EPIDEMIOLOGIA NO BRASIL: •Significativas desigualdades regionais A incidência em diversos estudos varia de 3,1 a 13 casos por milhão de população com idade compatível ( pm pic ) por ano se TFG < 30mL /min/1,73m2 **1/3 das crianças que estão em TSR diálise crônica , estão com causa de DRC indeterminada ETIOLOGIA DA DRC NA INFÂNCIA •MENORES DE 5 ANOS •Mal formações do trato urinário(CAKUT): Rins displásicos , hipoplásicos VUP • ESCOLARES E ADOLESCENTES •Glomerulopatias (GESF) Uropatias : bexiga neurogênica, RVU, Nefrolitíase • Doenças hereditárias: S. Alport , Cistinose , Nefronoftise •Doença renal policística •Sequelas de doenças sistêmicas: LES, S. Hemolítico Urêmica Atípica, Púrpura Henoch Schönlein , outras vasculites •Sequela de Lesão Renal Aguda DIAGNÓSTICO: baseado em critérios clínicos KDIGO Critérios para o diagnóstico de doença renal crônica • FTG Menor que 60 ml /minuto/1,73M2 por mais de 3 meses com a implicação para a saúde, de modo independente da presença de outros marcadores de doença renal crônica • TFG menor que 60 acompanhado de evidência de alteração estrutural ou marcadores de anomalias funcionais renais com proteinúria hematúria desordens tubulares renais anormalidades detectadas por citologia ou infferidas por métodos de imagem acha de filtração glomerular e doença renal crônica Avaliação da TFG (taxa de filtração glomerular) Ponto chave no diagnóstico e monitoramento da DRC •Marcador da massa renal funcionante •Sinaliza a diminuição do número de néfrons e/ou redução da filtração renal •Equação de Schwartz é sugerida para cálculo da TFG, pela diretriz KDIGO (do inglês, Kidney Disease: Improving Global Outcomes), de manejo de DRC. Equação de Schwartz Classificação DRC O Clinical Practice Guideline do Kidney Disease Improving Global Outcomes (KDIGO) de 2012 revisão da classificação proposta pelo guia do KDOQI ( Kidney Disease Outcomes quality Initiative ) de 2002. •Considera: etiologia, a função renal com base na TFG e a presença e a taxa de excreção de albumina Classiicação KDIGO para DRCi Para menores de 2 anos classificação ainda não definida, devido à menor TFG quando corrigido pela superfície corporal Manifestações clínicas •ASSINTOMÁTICA nos estágios iniciais •Comprometimento múltiplo e inespecífico •Seu reconhecimento precoce permite •intervenção imediata e o •retardo na progressão da DRC • melhor prognóstico e qualidade de vida Anemia •Distúrbios eletrolíticos ( Na, K, Ca, P) e ácido básico ( acidose metabólica •Alterações cardiovasculares •Distúrbio mineral e ósseo •Alterações no crescimento •Anorexia e desnutrição •Atraso no desenvolvimento cognitivo (10 a 30% dos casos ANEMIA •Normocítica e normocrômica déficit de eritropoietina •Associado a maior morbi mortalidade na DRC Normocítica e normocrômica déficit de eritropoietina •Associado a maior morbi ortalidade na DRC •Normocítica e normocrômica déficit de eritropoietina •Associado a maior morbi mortalidade na DRC •Comprometimento físico e cognitivo • A identificação precoce == reversível com tratamento adequado • Pode estar agravada por déficits associados= Ferro, VitB12, Folatos, inibição medular por uremia e inflamação crônica. • Sempre requer investigação • Limiar Hb específico para diagnóstico LIMIAR DE HB PARA DEFINIAR ANEMIA NA DFC Distúrbio Mineralização Óssea •Alterações clínicas= alto remodelamento ósseo • Osteodistrofia Renal em estágios avançados; a descrição histomorfométrica das alterações ósseas que ocorrem no curso da DRC. dor , fraturas, baixa estatura Distúrbios bioquímicos: •Ca, P, •Hormônios reguladores PTH, Fator de crescimento de fibroblastos 23(FGF 23); •Vitamina D e enzimas(alfa 1 hidroxilase) FISIOPATOLOGIA DMO DRC Doenças Cardiovasculares •Hipertensão arterial •Hipertrofia de VE •Retenção hidrossalina = estímulo constante ao sistema renino angiotensina aldosterona SINAIS DE ALERTA •Creatinina sérica acima do valor de referência para a idade (preferencialmente = TFG com a equação de Schwartz); •Ultrassonografia evidenciando malformação renal bilateral em qualquer momento (obstétrica ou posterior ao nascimento); •História familiar de DRC; •Proteinúria persistente; •Histórico de lesão renal aguda; •Hipertensão arterial; •Atraso do crescimento sem fator identificável; •Noctúria (pode sinalizar déficit de concentração urinária); •Anemia de difícil manejo (descartada deficiência de ferro); Avaliação clínica, laboratorial e de imagem •Peso, estatura, estágio puberal, pressão arterial; • Perímetro cefálico em lactentes; • Hemograma e reservas de ferro (saturação de transferrina e ferritina) Cálcio total e iônico, fósforo, PTH, fosfatase alcalina, 25 (OH) vitamina D; •Exame qualitativo de urina, amostra urinária para relação proteinúria / creatinúria ; •Ultrassom renal; TRATAMENTO PRINCÍPIOS: 1. Tratar a disfunção renal reversível: evitar redução perfusão renal e evitar exposição a agentes nefrotóxicos 2. Prevenir ou retardar a progressão da DRC :tratamento e controle PA 3. Tratar as complicações da DRC 4. Identificar e preparar adequadamente a criança/família para a terapia renal substitutiva, quando necessário. Visa correção de diferentes distúrbios metabólicos para o pleno desenvolvimento da criança • Adequado crescimento adequação na ingestão alimentar, correção de todos os distúrbios metabólicos, correção da anemia e adequação das condições ambientais e sociais Abordagem terapêutica estágio da DRC e etiologia da doença renal Abordagem terapêutica estágio da DRC Estágios 2, 3 e 4 tratamento conservador •correção dos distúrbios eletrolíticos •correção da anemia •correção do distúrbio ósseo e mineral •correção da hipertensão arterial •correção dos distúrbios hormonais (da tireoide, da paratireoide e da ação do hormônio do crescimento) •manutenção de oferta nutricional adequada. Estágio 5 TSR •diálise crônica (peritoneal ou da hemodiálise) •transplante renal o quanto antes• TR de forma preemptiva == sem a realização da fase dialítica. Controle da PA Controle da progressão da DRC e menor complicação cardio vascular •Não há definição sobre nível ideal da PA(p95, p90, p50): •dependem da classe da DRC •da presença ou não de proteinúria •almeja se os menores valores de percentil para as situações mais graves Medicações: •Inibidores da enzima conversora de angiotensina ( Ieca ) •Bloqueadores do receptor da angiotensina II (BRA) • Melhores resultados com a proteinúria, mas podem levar a hiperpotassemia e diminuição TFG Anemia: • Screening anual : hemograma, contagem de reticulócitos, perfil de ferro e pesquisa de sangue oculto em fezes •Uso de agentes estimuladores de eritropoiese ( Eritropietina) •Suplementação de Fe s/n •Metas do tratamento = •Hb entre 11 e 12g/dl ; •saturação de transferrina ≥ 20% e ferritina ≥ 100 ng dL ; •Resultados almejados: •atenuação dos sintomas associados ( ex : fadiga e intolerância ao exercício) •melhora cardiovascular •redução da progressão da DRC •redução da mortalidade Abordagem Nutricional Oferta nutricional adequada ao crescimento •Dificuldades: anorexia e recusa alimentar •Via Enteral deve ser considerada precocemente; especialmente em <es 3 Anos SNG/SNE •Gastrostomia •Orientação dietética •Baixo volume urinário=maior concentração dieta •Atenção aos limites máximos de fostato , cálcio,potássio •Restrição calórico proteico=períodos curtos dias •Na prática= indicação de TSR Abordagem da DMO DRC • Mineralização óssea saúde óssea para toda vida •90% da MO adquirida até 20 anos •DMO: •20% DRC E2 •38% DRC E3 ••>90% DRC E5 •Além do tecido ósseo calcificação do SCV •Adequado turnover ósseo •Prover adequado crescimento e prevenção de DCV(principal causa de óbito) • Calcemia, fosfatemia e Vitamina D normais •Relação Ca x P: •< 12 anos: < 65mEq/dl •> 12 anos: < 55 mEq /dl • PTH: adequado para cada fase DRC METAS PTH Encaminhamento para TSR A partir de TFG = 30ml/min/1,73m2 a família deve começar a ser preparada para a possibilidade de TSR •A necessidade da TSR deve ser prevista, para ser adequadamente preparada •Estudar a possibilidade de Transplante renal preemptivo •Necessidade absoluta de TSR: •Sobrecarga de volume •Sintomas urêmicos •Distúrbios hidroeletrolíticos não corrigíveis •Retardo de crescimento estatural e/ou PC DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL PROGNÓSTICO Mortalidade ainda alta em nosso meio •Principalmente por DCV e infecções •Fatores de risco: •Diagnóstico tardio •Tempo prolongado de diálise • HA persistente importante RECONHECER PRECOCEMENTE AS SITUAÇÕES QUE PREDISPÕE À DRC POPULAÇÃO DE RISCO Realizar avaliação regular da estimativa da FR •Orientações específicas de Nefroproteção •Controle regular da PA alvo p50• Hábitos saudáveis de vida •Ingesta adequada de sal •Evitar obesidade Evitar uso de drogas nefrotóxicas(**AINH, contrastes) Um estudo brasileiro de 2019 ( Paulo Koch) propôs uma triagem baseada em perguntas feitas aos responsáveis de pacientes com e sem DRC, encontrando nove questões que mostraram forte associação com a presença de DRC. Ultrassonografia pré natal com anormalidade do trato urinário, história de infecção do trato urinário de repetição, história de interrupção do crescimento = critérios critérios menores = história de hipertensão arterial, história de jato urinário anormal, história de espuma na urina, poliúria, noctúria , história de edema de face ou de membros inferiores. Quando o paciente apresentava 2 maiores ou 1 maior e 2 menores, ou ainda 3 menores. = mais de 90% de chance de DRC. Essas questões poderiam ser facilmente incorporadas às anamneses de rotina de todos os pacientes pediátricos em consultas de rotina, contribuindo para diagnóstico precoce e instituição de tratamento conservador da DRC, bem como para prevenção de lesões renais adicionais a pacientes acometidos em estágios iniciais. Os primeiros mil dias e o rim. Onde e como começa a prevenção da doença renal crônica? O rim é um dos órgãos lesados em situações de risco no feto, recém-nascido, lactente e criança. Pode ser alvo de lesões por patologias que podem começar já na infância, como a hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM), obesidade e dislipidemias
Compartilhar