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Questões - Advocacia Pública

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CONTEÚDO
1. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO E REGIME JURÍDICO DA ADMINISTRAÇÃO ..........5
1.1. Princípios Expressos, Explícitos ou Constitucionais .............................................. 5
1.2. Princípios Implícitos, Reconhecidos e Infraconstitucionais ................................. 5
2. PODERES E DEVERES DA ADMINISTRAÇÃO .......................................................................... 7
2.1. Poder Vinculado e Discricionário .................................................................................. 7
3. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ..........................................................................................10
3.1. Administração Indireta .................................................................................................. 10
3.2. Agências Reguladoras e Executivas .......................................................................... 12
3.3. Tópicos Mesclados de Organização Administrativa da União ............................ 14
3.4. Lei n. 13.303/2016 – Estatuto Jurídico da EP e da SEM ..........................................15
3.5. Terceiro Setor (OSs, OSCIPs, Sistema S e Fundações de Apoio) .......................... 19
3.6. Lei Complementar Estadual n. 314/2015 (Acre)......................................................22
4. ATOS ADMINISTRATIVOS ........................................................................................................ 23
4.1.	 Atos	Administrativos:	Espécies,	Classificação,	Fases	de	Constituição ...........23
4.2. Atributos ou Características dos Atos Administrativos .......................................24
4.3. Desfazimento do Ato Administrativo (Anulação, Revogação, Cassação, 
Caducidade, Contraposição) .......................................................................................................26
4.4. Convalidação e Conversão dos Atos Administrativos ..........................................28
5. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO ................................................................................ 31
6. PROCESSO ADMINISTRATIVO .................................................................................................35
6.1. Processo Administrativo Federal (Lei n. 9.784/1999) ...........................................35
7. SERVIÇOS PÚBLICOS ................................................................................................................ 39
7.1. Consórcios Públicos (Serviços Públicos, Lei 11.107/2005) ...................................39
7.2. Parceria Público-Privada (PPP) (Lei n. 11.079/2004) ............................................. 41
8. DOMÍNIO PÚBLICO .................................................................................................................... 43
8.1. Formas de Utilização de Bens Públicos ....................................................................43
8.2. Lei Complementar Estadual n. 110/2018 (Amapá) .................................................45
9. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO .......................................................................................... 46
9.1. Controle Jurisdicional ....................................................................................................46
9.2. Controle Legislativo ou Parlamentar ....................................................................... 48
9.3. Lei n. 12.846/2013 – Lei Anticorrupção .....................................................................50
9.4. Tópicos Mesclados de Controle da Administração Pública .................................53
10. AGENTES PÚBLICOS ................................................................................................................. 58
10.1. Acumulação de Cargos e Empregos Públicos e Funções .....................................58
10.2. Remuneração (Componentes, Subsídio, Teto, Equiparação, Vinculação, 
Irredutibilidade etc.) .....................................................................................................................59
10.3. Tópicos Mesclados de Agentes Públicos ..................................................................62
11. LEI N. 8.112/1990 – ESTATUTO DOS SERVIDORES FEDERAIS ......................................... 68
11.1. Formas de Provimento (Lei n. 8.112 – Arts. 5º a 32) ...............................................68
11.2. Do Processo Administrativo Disciplinar (Lei n. 8.112 – Arts. 143 a 182) ............74
12. LICITAÇÕES (LEI N. 8.666/1993) .............................................................................................78
12.1. Licitação Dispensável (Art. 24 da Lei n. 8.666/1993) ............................................78
12.2. Sanções (Arts. 86 a 88 da Lei n. 8.666) .................................................................... 80
12.3. Tópicos Mesclados sobre Licitações .........................................................................83
12.4. Legislação do Acre sobre Licitações ..........................................................................89
13. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS (LEI N. 8.666/1993) ...................................................... 90
13.1. Cláusulas Necessárias nos Contratos Administrativos (Art. 55 da Lei n. 
8.666/1993) .....................................................................................................................................90
13.2. Execução dos Contratos (Arts. 66 a 76 da Lei n. 8.666) ........................................92
13.3. Tópicos Mesclados sobre Contratos .........................................................................93
14. PREGÃO (LEI N. 10.520/2002) ................................................................................................95
14.1. Disposições da Lei n. 10.520/2002 .............................................................................95
15. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI N. 8.429/1992) .....................................................97
15.1. Dos Atos de Improbidade (Arts. 9º a 11 da Lei n. 8.429/1992) .............................97
15.2. Das Disposições Penais (Arts. 19 a 22 da Lei n. 8.429/1992) ..............................99
15.3. Tópicos Mesclados de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992) ......100
16. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE .................................................................103
16.1. Desapropriação .............................................................................................................103
16.2. Tombamento – Conceitos e Decreto-Lei n. 25/1937 ............................................108
16.3. Tópicos Mesclados sobre Intervenção do Estado na Propriedade Privada ..109
17. ACESSO À INFORMAÇÃO ......................................................................................................... 111
17.1. Lei n. 12.527/2011 – Lei de Acesso à Informação ................................................... 111
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Questões: Direito Administrativo
ADVOCACIA PÚBLICA
1. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO E REGIME JURÍDICO DA ADMINISTRAÇÃO
1.1. Princípios Expressos, Explícitos ou Constitucionais
1. (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA-RR/PROCURADOR/2018/FUNRIO) A Constituição Federal, 
em seu artigo 37, registra os princípios constitucionais da administração pública.
No tocante aos instrumentos jurídicos específicos: o direito de petição, as certidões e a 
ação administrativa ex-officio de divulgação de informações de interesse público, está con-
cretizado o princípio da
a. publicidade.
b. eficiência.
c. moralidade.
d. impessoalidade.
Letra a.
O princípio da publicidade nada mais é do que o dever que a Administração Pública possui 
de divulgar as suas ações, tendo como finalidade o conhecimento público. Esse princípio 
tem como base o fato de que o administrador exerce função pública, atividade em nome 
e interesse do povo, por isso nada mais justo que o titular desse interesse tenha ciência 
do que está sendo feito com os seus direitos. Além desse objetivo principal, oprincípio da 
publicidade também é condição de eficácia para os atos administrativos, bem como o termo 
inicial para a contagem de prazos.
Outrossim, a publicidade também viabiliza o controle, a fiscalização dos atos praticados 
pelo Poder Público, seja pelos interessados diretos ou pelo povo em geral. São meios 
constitucionais para tanto: os remédios (p.e.: mandado de segurança, ação popular e habeas 
data), a ação civil pública, o direito de petição, a representação às autoridades competentes 
e o pedido de informações.
1.2. Princípios Implícitos, Reconhecidos e Infraconstitucionais
2. (IPC/PROCURADOR PREVIDENCIÁRIO/2018/IDECAN) Preencha corretamente a lacuna:
No direito administrativo, o princípio da _______________ permite que a Administração 
Pública anule seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque 
Renato Borelli
Juiz Federal Substituto do TRF 1. Foi Juiz Federal Substituto do TRF 5. Exerceu a advocacia privada e 
público. Foi servidor público e assessorou Desembargador Federal (TRF1) e Ministro (STJ). Atuou no 
CARF/Ministério da Fazenda como Conselheiro (antigo Conselho de Contribuintes). É formado em Direito 
e Economia, com especialização em Direito Público, Direito Tributário e Sociologia Jurídica. 
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Questões: Direito Administrativo
ADVOCACIA PÚBLICA
deles não se originam direitos, ou revogue-os, por motivo de conveniência ou oportunidade, 
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial:
a. Indisponibilidade do interesse público.
b. Supremacia do interesse público.
c. Proporcionalidade.
d. Autotutela.
Letra d.
O enunciado da questão reproduziu a Súmula n. 473 do STF, que versa sobre o princípio 
da autotutela. De acordo com este postulado, a Administração Pública possui a prerrogativa 
de rever os seus próprios atos, podendo revogá-los por motivos de oportunidade e 
conveniência, bem como anulá-los em razão de ilegalidade.
É oportuno advertir que, em relação aos atos ilegais, a Administração Pública possui o 
verdadeiro dever de anulá-los, não podendo se eximir desta responsabilidade. Exatamente 
por isso, no art. 53 da Lei n. 9.784/1999, em redação mais apropriada do que a utilizada pelo 
STF, foi previsto que:
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e 
pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Súmula n. 473-STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de 
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo 
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos 
os casos, a apreciação judicial.
Pontua-se que o princípio da autotutela, em respeito ao princípio da segurança jurídica 
e da boa-fé, está submetido a importantes limites. Entre eles, destaque-se que o ato do 
qual houver resultado efeitos favoráveis a destinatário de boa-fé não poderá ser anulado 
após o prazo decadencial de 5 anos, contados da data em que o ato foi praticado (art. 54 
da Lei n. 9.784/1999).
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favo-
ráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo 
comprovada má-fé.
a) Errado. Pelo princípio da indisponibilidade do interesse público, compreende-se 
que o administrador, por não ser o titular, o “dono” dos bens e do patrimônio público que 
pertencem ao povo, não poderá deles livremente dispor, de modo que a Administração 
Pública somente poderá realizar aquilo que a lei, enquanto instrumento que expressa a 
“vontade geral” da nação, permitir ou determinar.
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Questões: Direito Administrativo
ADVOCACIA PÚBLICA
Do postulado, portanto, decorrem importantes limitações à atividade administrativa, 
sendo exemplos clássicos a obrigatoriedade de realizar concurso público para admissão 
permanente de pessoal em cargos ou empregos públicos (art. 37, I, da CF/1988), bem como 
o dever de, em regra, promover licitações prévias à celebração de contratos administrativos 
(art. 37, I, da CF/1988).
b) Errado. Tendo em vista que a atividade administrativa deve ser desenvolvida com o 
objetivo de satisfazer as necessidades de todo o grupo social, o princípio da supremacia do 
interesse público, em síntese, estipula que, no eventual conflito entre o interesse público e 
o interesse privado, aquele deverá prevalecer, de modo que a Administração Pública passa 
a estar em uma posição de privilégio frente o particular, a ela sendo atribuída uma série 
de poderes e prerrogativas especiais destinadas a facilitar a sua missão de concretizar 
os anseios coletivos. A título exemplificativo, cita-se a possibilidade de a Administração 
revogar os seus próprios atos quando inoportunos ou inconvenientes e a capacidade de 
desapropriar ou requisitar a propriedade privada quando atendidos os pressupostos legais 
e constitucionais.
Na lição de Celso Antônio Bandeira de Mello, são o princípio da supremacia do interesse 
público e o princípio da indisponibilidade do interesse público as pedras de toque da 
disciplina administrativa, correspondendo aos pilares dos quais decorrem todos os demais 
princípios que compõem o regime jurídico administrativo.
Aliás, observe que a indisponibilidade do interesse público representa um contrapeso à 
ideia de supremacia, pois, se de uma lado foram concedidas prerrogativas à Administração, 
de outro foram impostas limitações. Nas palavras da professora Fernanda Marinela, “em 
nome da supremacia do interesse público, o Administrador pode muito, pode quase tudo, 
mas não pode abrir mão do interesse público”. (MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo, 
11ª ed. São Paulo: Saraiva Jur, 2017).
c) Errado Com previsão implícita na Constituição Federal, mas expressa no art. 2º da Lei 
n. 9.784/1999, o princípio da proporcionalidade pode ser definido, de forma bastante 
sucinta e esclarecedora, como a “adequação entre meios e fins, vedada a imposição de 
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao 
atendimento do interesse público”. (Art. 2º, VI, da Lei n. 9.784/1999)
2. PODERES E DEVERES DA ADMINISTRAÇÃO
2.1. Poder Vinculado e Discricionário
3. (PGE-AC/PROCURADOR/2017/FMP) Sobre a doutrina da discricionariedade administrati-
va e do controle jurisdicional, considere as seguintes assertivas:
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Questões: Direito Administrativo
ADVOCACIA PÚBLICA
I – A discrição administrativa pode decorrer da hipótese da norma, no caso da ausência de indi-
cação explícita do pressuposto de fato, ou no caso de o pressuposto de fato ter sido descrito 
através de termos ou expressões que ilustram conceitos vagos, fluidos ou imprecisos.
II – A noção de discricionariedade não se prende somente ao campo das opções adminis-
trativas disponíveis efetuadas com base em critérios de conveniência e oportunidade, 
no chamado campo do mérito do ato administrativo.
III – À hipótese de discricionariedade administrativa sempre corresponderá uma situação 
concreta em que se identifica que a decisão do administrador é tida como intangível, 
pois corresponderá a uma opção de mérito cuja escolha se sintoniza com o espectro 
de possibilidades antevisto pela norma jurídica aplicável.
IV – A abstrata liberdade de atuação conferida no âmbito textual da norma jurídica aplicável 
define de antemão o espaço da discricionariedade administrativa a ser concretizado 
pelo agente público.
São CORRETAS
a. apenas a I, II e III.
b. apenas a II, III e IV.
c. apenas a I e II.
d. apenas a I, III e IV.
e. apenas a I e IV.
Letra c.
I – Certo. A discricionariedade administrativa corresponde a situações em que o administrador 
público terá margem de escolha em sua atuação. Isto é, uma vez que a lei não previu todos os 
elementos do ato administrativo de maneira taxativa, concede-se um campo maior deliberdade 
ao administrador que, fundamentado em critérios de oportunidade e conveniência, poderá 
escolher entre as opções que estejam em conformidade com a lei e o direito.
Exemplo: a autorização é um ato discricionário. Caso um comerciante solicite à Administração 
Pública autorização para fixar trailer de cachorro-quente em um praça municipal, como a 
lei não previu de maneira exaustiva as situações em que a medida será outorgada, cabe 
ao administrador, guiado por aquilo que for mais conveniente ou oportuno para o interesse 
público, conceder a autorização ou não.
Na lição de Celso Antônio Bandeira de Mello:
“Assim – repita-se – a discrição administrativa pode residir na hipótese da norma, no caso 
da ausência da indicação explícita de pressuposto do fato, ou no caso de o pressuposto de 
fato ter sido descrito através de palavras que recobrem conceitos vagos, fluidos ou impreciso.”
(BANDEIRA DE MELLO, Celso Antonio. Discricionariedade e Controle Jurisdicional. 2008, p. 38)
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Questões: Direito Administrativo
ADVOCACIA PÚBLICA
II – Certo. O item traz lição de Celso Antônio Bandeira de Mello, para quem a atuação 
administrativa discricionária não ocorrerá somente quando o administrador, diante da 
pluralidade de opções fornecidas pela lei, escolher por uma a partir de critérios de oportunidade 
e conveniência. Defende que também haverá atuação discricionária quando o administrador 
estiver diante de leis com conceitos jurídicos vagos ou indeterminados, situação em que 
deverá definir a extensão do termo utilizado, para depois definir se irá atuar ou não.
Exemplo: a Lei n. 8.112/1990 previu que a demissão será aplicada nos casos incontinência 
pública e conduta escandalosa na repartição. Daí questiona-se: o que é incontinência 
pública? E conduta escandalosa? Correspondem a termos jurídicos vagos cujo alcance 
será preenchido, com razoabilidade, pelo administrador diante do caso concreto.
Segundo Bandeira de Mello:
“(...) a noção de discricionariedade não se adscreve apenas ao campo das opções adminis-
trativas efetuadas com base em critérios de conveniência e oportunidade – tema concernente ao 
mérito do ato administrativo. Certamente o compreende, mas não se cinge a ele, pois também 
envolve o tema da intelecção dos conceitos vagos. Resulta, pois, que são incorretos – por insufi-
cientes – os conceitos de discricionariedade que a caracterizam unicamente em função do tema 
do “mérito” do ato administrativo, isto é, da “conveniência ou oportunidade do ato.”
(BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Discricionariedade e Controle Jurisdicional. 2006, p. 27-28)
III – Errado. Na atuação discricionária, a decisão do administrador não é intangível. Além de 
estar submetida a mecanismos de controle interno, como no caso do exercício da autotutela 
administrativa, também é passível de controle externo, situação verificada, por exemplo, no 
controle de legalidade promovido pelo Poder Judiciário sobre os atos administrativos.
IV – Errado. Existem determinadas situações em que, apesar de a lei prever uma pluralidade 
de opções possíveis, concedendo ao administrador uma atuação discricionária de escolha, 
as circunstâncias fáticas, isto é, as características do caso concreto, imporão a ele uma 
única alternativa como a correta, de modo que a escolha de outra poderia ensejar a anulação 
do ato. Daí que a abstrata liberdade de atuação conferida pelo texto da norma jurídica não 
define de antemão o espaço da discricionariedade administrativa a ser concretizado pelo 
agente público.
Neste sentido, Bandeira de Mello explica que:
“[...] o plexo de circunstâncias fáticas vai compor balizas suplementares a discrição que está 
traçada abstrativamente na norma (que podem, até mesmo, chegar ao ponto de suprimi-la) [...]”
(BANDEIRA DE MELLO, Celso Antonio. Discricionariedade e Controle Jurisdicional, 2006, p.36)
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Questões: Direito Administrativo
ADVOCACIA PÚBLICA
3. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
3.1. Administração Indireta
4. (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA-RR/PROCURADOR/2018/FUNRIO) Considerando a nature-
za e o papel desempenhado pelas autarquias, o ordenamento jurídico lhes atribui algumas 
prerrogativas de direito público.
Com relação às prerrogativas autárquicas, avalie as relacionadas a seguir, como Verda-
deiras ou Falsas.
I – Imunidade tributária.
II – Prescrição decenal.
III – Goza de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, contado a 
partir da intimação pessoal.
IV – Estão sujeitas ao duplo grau de jurisdição.
Logo, a sequência CORRETA, lida de cima para baixo, é a seguinte:
a. V V V F.
b. V V F F.
c. F V V V.
d. V F V V.
Letra d.
Apenas o item B é falso.
I – Verdadeiro. As entidades autárquicas são beneficiadas pela imunidade tributária 
recíproca, de acordo com o art. 150, § 2º, da Constituição Federal:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
[...]
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas 
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas fina-
lidades essenciais ou às delas decorrentes.
II – Falso. Inicialmente, vejamos a redação do artigo 1º do Decreto n. 20.910/1932:
Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer 
direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, pres-
crevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem.
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Questões: Direito Administrativo
ADVOCACIA PÚBLICA
A aplicação deste dispositivo às autarquias está pacificada na doutrina e na jurisprudência.
Em relação ao prazo prescricional para ação de reparação civil, a prescrição ocorre em 5 
(cinco) anos, conforme o disposto no art. 1º do Decreto n. 20.910/1932 e no artigo 1º-C da 
Lei n. 9.494/1997. Esses diplomas criaram, quando de sua publicação, um benefício ao 
Estado extensível a suas autarquias, porquanto o Código Civil de 1916 estabelecia o prazo 
de 10 (dez) anos, para as reparações civis, em geral. Sendo assim, enquanto o particular 
ficava sujeito a uma ação contra si pelo prazo de 10 (dez) anos, a mesma ação em face do 
ente público deveria ser proposta em um prazo máximo de 5 (cinco) anos.
Há uma controvérsia acerca da matéria, haja vista o fato de que, com o advento do novo 
Código Civil, em 2002, no seu art. 206, § 3º, inciso V, estabeleceu-se que a ação de reparação 
civil prescreve em 3 (três) anos. Parcela da doutrina defendeu a manutenção do prazo de 
5 (cinco) anos, já que o Código Civil é lei geral e, portanto, não poderia alterar lei especial. 
Esse entendimento, inclusive, foi adotado pela jurisprudência da 1ª Seção do Superior 
Tribunal de Justiça e se fundamenta no fato de que, caso seja intenção do legislador alterar 
o prazo de prescrição das ações de reparação civil contra a Fazenda Pública, deve expor 
isso em legislação específica sobre o tema, revogando as disposições anteriores.
Sendo assim, a reparação civil, em face do Estado e de suas autarquias, prescreve em 
5 (cinco) anos, nos moldes da legislação específica.
III – Verdadeiro. O NCPC define que a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios 
e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro 
para todas as suas manifestações processuais, a partir da sua vista dos autos.
Saliente-se que as ações de rito especial, tais como o mandado de segurança, o habeas 
data, entre outros, não seguem as regras de dilação de prazo, mantendo-se o prazo simples 
para manifestação do Poder Público.
IV – Verdadeiro. Além dos prazos dilatados para manifestação, a União, os Estados, o 
Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público 
gozam de garantia de duplo grau de jurisdiçãoobrigatório, de modo que as decisões que lhe 
sejam contrárias só produzirão efeitos após a análise pelo Tribunal. Trata-se da chamada 
remessa necessária de decisões desfavoráveis ao Poder Público (art. 496 do NCPC).
5. (PGE-AP/PROCURADOR DO ESTADO/2018/FCC) No tocante às regras típicas do regime 
jurídico administrativo, é sabido que nem todas se aplicam às empresas estatais – assim 
consideradas as empresas públicas e as sociedades de economia mista –, em vista da 
natureza jurídica de direito privado que tais entidades ostentam. Todavia, toda empresa 
estatal deve observar
a. o regime de precatórios para pagamento de suas dívidas.
b. a necessidade de autorização legislativa para alienação de bens imóveis de seu patrimônio.
c. os limites constantes do art. 37, XI, da Constituição Federal, no pagamento da remune-
ração de seus empregados.
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Questões: Direito Administrativo
ADVOCACIA PÚBLICA
d. a vedação constitucional à acumulação de cargos, empregos e funções públicas.
e. o regime de licitações da Lei nº 8.666/93.
Letra d.
a) Errado. De acordo com a jurisprudência consolidada do STF, somente as empresas 
públicas e as sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio do 
Estado e de natureza não concorrencial poderão pagar as suas dívidas pelo regime de 
precatórios.
Logo, item errado, pois não é a todas as empresas estatais que se estende a prerrogativa 
em comento.
b) Errado. Por classificarem-se como pessoas jurídicas de direito privado, os bens das 
empresas estatais são considerados bens privados e, por isso, livremente penhoráveis e 
alienáveis.
De acordo com parte da doutrina, a exceção ficaria por conta dos bens atrelados a prestação 
de serviços públicos, hipótese em que passariam a ser regidos pelas regras de direito 
público, necessitando de autorização legislativa para serem alienados.
c) Errado. Apenas as empresas estatais que recebem recursos financeiros do Poder Público 
para o pagamento de suas despesas de pessoal ou para custeio em geral submetem-se aos 
limites remuneratórios constantes do art. 37, XI, da Constituição Federal.
Neste sentido o art. 37, § 9º, da CRFB/1988:
Art. 37, § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia 
mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal 
ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
 
d) Certo. É previsto no art. 37, XVII, da CRFB/1988:
Art. 37, XVII – A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autar-
quias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e 
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;
e) Errado. As licitações promovidas pelas empresas estatais são reguladas pela Lei n. 
13.303/2016.
3.2. Agências Reguladoras e Executivas
6. (CM-ITAQUAQUECETUBA/PROCURADOR JURÍDICO/2018/VUNESP) Assinale a alter-
nativa correta a respeito das agências reguladoras.
a. Possuem personalidade jurídica de direito privado.
b. São entidades integrantes da Administração Pública Direta, vinculadas aos Ministérios Federais.
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c. Podem ser criadas em âmbitos Estadual e Federal, exceto Municipal.
d. Seus dirigentes ocupam cargo em comissão por prazo indeterminado.
e. A elas é atribuído o poder de arbitragem para compor conflitos que ocorram na sua es-
fera de atuação.
Letra e.
a) Errado. No Brasil, usualmente, as agências reguladoras são criadas sob a forma de 
autarquias em regime especial cuja finalidade é fiscalizar e controlar os serviços públicos 
transferidos pelo Estado à iniciativa privada, especialmente após a “reforma administrativa” 
presidida pela Emenda Constitucional n. 19 de 1998 e o Programa Nacional de Desestatização.
Ainda que não fossem constituídas sob a forma de autarquias, é possível afirmar que as 
agências reguladoras deveriam, obrigatoriamente, ostentar personalidade jurídica de direito 
público, pois a função regulatória a elas atribuída relaciona-se ao poder de polícia e aos 
atos de império do Estado, já havendo no STF a compreensão de que as atividades que 
envolvam o exercício desse poder administrativo e a aplicação de sanções não podem ser 
atribuídas, nem mesmo pela lei, a pessoas jurídicas de direito privado (ADI n. 1.717/DF).
b) Errado. Sendo autarquias, as agências reguladoras compõem a estrutura da 
Administração Pública indireta, submetendo-se à tutela administrativa, ou supervisão 
ministerial, do ente da Administração Pública direta que a criou e ao qual está vinculada.
c) Errado. Não há na legislação constitucional ou infraconstitucional qualquer vedação 
quanto a criação de agências reguladoras pelos Municípios. Assim, poderão existir tanto 
em âmbito federal quanto em âmbito estadual e municipal.
Os professores Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo esclarecem:
 
“[...] Distrito Federal e os municípios podem criar em suas respectivas administrações indi-
retas entidades de direito público incumbidas da regulação dos seus serviços públicos e de 
outras atividades inseridas em suas esferas constitucionais de competências, adotando, se 
assim desejarem, modelos total ou parcialmente coincidentes com o que a União estabeleceu 
para as suas agências reguladoras. No ente federado que não o faça, as atividades regulató-
rias serão simplesmente desempenhadas pelos órgãos da sua administração centralizada.”
(Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado, 25ª ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: 
Método. 2017, p. 223)
d) Errado. Ao contrário das autarquias comuns, em que os dirigentes ocupam cargos em 
comissão de livre nomeação e exoneração pelo chefe do Poder Executivo, nas agências 
reguladoras os dirigentes exercerão mandato com prazo determinado, somente podendo 
ser desligados da função nas hipóteses expressamente previstas em lei.
A Lei n. 9.986/2000, responsável pela regulamentação das agências reguladoras em âmbito 
federal, assim prevê:
 
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Art. 6º O mandato dos Conselheiros e dos Diretores terá o prazo fixado na lei de criação de cada Agência.
e) Certo. Conforme o art. 1º, § 2º, da Lei n. 9.307/1996 (Lei da Arbitragem):
Art. 1º [...]
§ 1º A administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da arbitragem para dirimir conflitos 
relativos a direitos patrimoniais disponíveis. (Incluído pela Lei nº 13.129, de 2015)
3.3. Tópicos Mesclados de Organização Administrativa da União
7. (IPC/PROCURADOR PREVIDENCIÁRIO/2018/IDECAN) Sobre a Administração Pública 
direta e indireta, as entidades paraestatais e os entes com situação peculiar, assinale a 
alternativa correta:
a. As sociedades de economia mista e as empresas públicas podem revestir-se de qual-
quer das formas admitidas em direito.
b. As organizações sociais formam uma nova categoria de pessoas jurídicas de direito pri-
vado, ao lado das fundações, associações e organizações religiosas.
c. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) está incluída na categoria de autarquias espe-
ciais, sujeitando-se aos ditames impostos à Administração direta e indireta.
d. O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a Administra-
ção indireta de todos os entes da Federação consorciados.
Letra d.
a) Errado. As sociedades de economia mista sempre serão constituídas sob a forma de 
sociedade anônima, ao passo que as empresas públicas poderão ser estruturadas sob 
qualquer das formas admitidas em Direito.
Olha o que estabelece o art. 5º, incisos II e III, do Decreto-Lei n. 200/1967:
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
[...]
II – Empresa Pública – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patri-
mônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica 
que o Governo seja levado a exercer porforça de contingência ou de conveniência administrativa 
podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.
III – Sociedade de Economia Mista – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito priva-
do, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, 
cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração 
Indireta.
b) Errado. As organizações sociais (OS) não são, em si, uma nova categoria de pessoa 
jurídica de direito privado, mas uma qualificação conferida pela Administração Pública a 
uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos e que receberá determinados 
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benefícios do Poder Público para realizar atividades dirigidas "ao ensino, à pesquisa 
científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à 
cultura e à saúde", nos termos do art. 1º da Lei n. 9.637/1998.
Vale acrescentar que as OS são entidades paraestatais que não integram a estrutura da 
Administração indireta, correspondendo a particulares que atuam em colaboração com o 
Estado para a concretização de fins de interesse público.
Já as fundações, associações e organizações religiosas, conforme o rol exemplificativo 
do art. 44 do Código Civil, são efetivas pessoas jurídicas de direito privado:
 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I – as associações;
II – as sociedades;
III – as fundações;
IV – as organizações religiosas;
V – os partidos políticos;
VI – as empresas individuais de responsabilidade limitada.
c) Errado. Em regra, os conselhos reguladores de profissão ostentam o caráter de autarquia, 
compondo a organização da Administração indireta, uma vez que exercem poder de polícia 
e este não pode ser delegado a particulares, conforme decidiu o STF no julgamento da 
ADI n. 1717. Não obstante, o próprio STF também possui o entendimento pacífico em sua 
jurisprudência de que a OAB, por ser um “serviço público independente, categoria ímpar 
no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro” (ADI n. 3026/
DF), não se classifica como autarquia e não integra a estrutura da Administração Pública 
direta ou indireta, não devendo, portanto, sujeitar-se aos ditames a ela impostos.
d) Certo. Segundo o art. 6º, § 1º, da Lei n. 11.107/2005:
 
§ 1º O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração indi-
reta de todos os entes da Federação consorciados.
3.4. Lei n. 13.303/2016 – Estatuto Jurídico da EP e da SEM
8. (PGE-AP/PROCURADOR DO ESTADO/2018/FCC) Em relação ao Estatuto Jurídico das 
Empresas Públicas, das Sociedades de Economia Mista e suas subsidiárias,
a. a sociedade de economia mista poderá solucionar, mediante arbitragem, as divergências 
entre acionistas e a sociedade, ou entre acionistas controladores e acionistas minoritá-
rios, nos termos previstos em seu estatuto social.
b. a exploração de atividade econômica pelo Estado será exercida por meio de empresa 
pública, de sociedade de economia mista e por meio de cooperativas.
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c. a constituição de empresa pública ou de sociedade de economia mista não depende de 
autorização legal prévia, pois o fato caracterizaria afronta aos princípios da livre iniciativa 
e do interesse social.
d. sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito 
público, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações 
com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, 
aos Municípios ou a entidade da administração indireta.
e. a sociedade de economia mista e as empresas públicas constituir-se-ão sob a forma de 
sociedades por responsabilidade limitada, a elas se aplicando subsidiariamente as nor-
mas do Código Civil.
Letra a.
a) Certo. Conforme o art. 12, parágrafo único, da Lei n. 13.303/2016:
Art. 12, parágrafo único. A sociedade de economia mista poderá solucionar, mediante arbitragem, 
as divergências entre acionistas e a sociedade, ou entre acionistas controladores e acionistas mino-
ritários, nos termos previstos em seu estatuto social.
b) Errado. A exploração de atividade econômica pelo Estado será exercida por meio de 
empresa pública, de sociedade de economia mista e de suas subsidiárias (não por 
meio de cooperativas!).
Art. 2º da Lei n. 13.303/2016:
A exploração de atividade econômica pelo Estado será exercida por meio de empresa pública, de 
sociedade de economia mista e de suas subsidiárias.
c) Errado. Tanto o art. 2º, § 1º, da Lei n. 13.303/2016 quanto o art. 37, inciso XIX, da 
CRBF/1988 são claros ao determinar que a constituição de empresa pública ou de sociedade 
de economia mista dependerá de autorização legal prévia.
Art. 2º, § 1º, Lei n. 13.303/2016:
A constituição de empresa pública ou de sociedade de economia mista dependerá de prévia auto-
rização legal que indique, de forma clara, relevante interesse coletivo ou imperativo de segurança 
nacional, nos termos do caput do art. 173 da Constituição Federal.
Art. 37, XIX, CRFB/1988:
Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pú-
blica, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último 
caso, definir as áreas de sua atuação;
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d) Errado. O erro está em afirmar que a sociedade de economia mista é a entidade dotada de 
personalidade jurídica de direito público, quando, na verdade, ela dotada de personalidade 
jurídica de direto privado.
Conforme o art. 4º da Lei n. 13.303/2016:
 
Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito pri-
vado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito 
a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a 
entidade da administração indireta.
 
e) Errado. As sociedades de economia mista sempre serão constituídas sob a forma de sociedade 
anônima, ao passo que as empresas públicas poderão ser estruturadas sob qualquer das 
formas admitidas em direito, a ambas aplicando-se subsidiariamente as normas da Lei n. 
6.404, de 15 de dezembro de 1976, que dispõe sobre as Sociedades por Ações.
Olha o que estabelecem os artigos 5º e 7º da Lei n. 13.303/2016:
Art. 5º A sociedade de economia mista será constituída sob a forma de sociedade anônima e, res-
salvado o disposto nesta Lei, estará sujeita ao regime previsto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro 
de 1976. 
Art. 7º Aplicam-se a todas as empresas públicas, as sociedades de economia mista de capital 
fechado e as suas subsidiárias as disposições da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e as 
normas da Comissão de Valores Mobiliários sobre escrituração e elaboração de demonstrações fi-
nanceiras, inclusive a obrigatoriedade de auditoria independente por auditor registrado nesse órgão. 
9. (INB/ADVOGADO/2018/FUNDEP) De acordo com o atual regramento dado ao estatuto 
jurídico da empresa pública, sociedade de economia mista e de suas subsidiárias pela Lei 
nº 13.303, de 30 de junho de 2016, assinale a alternativa INCORRETA.
a. A sociedade de economia mista será constituída sob a forma de sociedade anônima, 
dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei.
b. Consideram-se administradores da empresa pública e da sociedade de economia mista 
os membros do Conselho de Administração e da diretoria, devendo todos eles terem 
formação acadêmica compatível com o cargo para o qual foram indicados.
c. É dispensável a realização de licitação por empresas públicas e sociedades de eco-
nomia mista quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente 
superiores aos praticados no mercado nacional ou incompatíveis com os fixadospelos 
órgãos oficiais competentes.
d. Considera-se empreitada por preço global, na licitação e na contratação de obras e ser-
viços por empresas públicas e sociedades de economia mista, a contratação por preço 
certo de unidades determinadas.
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Letra d.
a) Certo. Em seu art. 4º, a Lei n. 13.303/2016 expressamente consagrou que:
Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito 
privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com 
direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios 
ou a entidade da administração indireta.
b) Certo. É o que se extrai do art. 16, parágrafo único, e do art. 17, II, da Lei n. 13.303/2016.
Vejamos:
Art. 16. [...]
Parágrafo único. Consideram-se administradores da empresa pública e da sociedade de eco-
nomia mista os membros do Conselho de Administração e da diretoria.
Art. 17. Os membros do Conselho de Administração e os indicados para os cargos de diretor, in-
clusive presidente, diretor-geral e diretor-presidente, serão escolhidos entre cidadãos de reputação 
ilibada e de notório conhecimento, devendo ser atendidos, alternativamente, um dos requisitos das 
alíneas “a”, “b” e “c” do inciso I e, cumulativamente, os requisitos dos incisos II e III:
I – ter experiência profissional de, no mínimo: 
a) 10 (dez) anos, no setor público ou privado, na área de atuação da empresa pública ou da so-
ciedade de economia mista ou em área conexa àquela para a qual forem indicados em função de 
direção superior; ou 
b) 4 (quatro) anos ocupando pelo menos um dos seguintes cargos: 
1. cargo de direção ou de chefia superior em empresa de porte ou objeto social semelhante ao da 
empresa pública ou da sociedade de economia mista, entendendo-se como cargo de chefia superior 
aquele situado nos 2 (dois) níveis hierárquicos não estatutários mais altos da empresa; 
2. cargo em comissão ou função de confiança equivalente a DAS-4 ou superior, no setor público; 
3. cargo de docente ou de pesquisador em áreas de atuação da empresa pública ou da sociedade 
de economia mista; 
c) 4 (quatro) anos de experiência como profissional liberal em atividade direta ou indiretamente vin-
culada à área de atuação da empresa pública ou sociedade de economia mista; 
II – ter formação acadêmica compatível com o cargo para o qual foi indicado; e 
III – não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade previstas nas alíneas do inciso I do caput do 
art. 1o da Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, com as alterações introduzidas pela Lei 
Complementar no 135, de 4 de junho de 2010.
c) Certo. A hipótese de licitação dispensável retratada na alternativa encontra previsão no 
art. 29, IV, da Lei n. 13.303/2016.
Art. 29. É dispensável a realização de licitação por empresas públicas e sociedades de economia 
mista: 
[...]
IV – quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos pra-
ticados no mercado nacional ou incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes; 
 
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ADVOCACIA PÚBLICA
d) Errado. O art. 42, II, da Lei n. 13.303/2006 define que será considerada empreitada por 
preço global, na licitação e na contratação de obras e serviços por empresas públicas e 
sociedades de economia mista, a contratação por preço certo e total.
Em verdade, é a empreitada por preço unitário, a contratação por preço certo de unidades 
determinadas.
Leia com atenção:
Art. 42. Na licitação e na contratação de obras e serviços por empresas públicas e sociedades de 
economia mista, serão observadas as seguintes definições: 
I – empreitada por preço unitário: contratação por preço certo de unidades determinadas; 
II – empreitada por preço global: contratação por preço certo e total;
[...]
3.5. Terceiro Setor (OSs, OSCIPs, Sistema S e Fundações de Apoio)
10. (PGE-AC/PROCURADOR/2017/FMP) O contrato de gestão é o instrumento firmado entre 
o poder público e a entidade qualificada como organização social para fins de formação de 
parceria entre as partes com o ânimo de fomento e de execução de atividades relativas a 
determinadas áreas previstas em lei, dentre as quais NÃO se inclui
a. o ensino e a pesquisa científica.
b. a cultura.
c. a saúde.
d. o desenvolvimento tecnológico.
e. nenhuma das alternativas anteriores responde ao comando da questão.
Letra e.
As organizações sociais são entidades do terceiro setor as quais, em âmbito federal, foram 
criadas pela Lei n. 9.637/1998, que em seu art. 1º prevê que:
 
Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito 
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao 
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, 
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.
11. (CM-ITAQUAQUECETUBA/PROCURADOR JURÍDICO/2018/VUNESP) O Poder Executivo 
Municipal qualificou como organização social uma entidade de direito privado, sem fins lu-
crativos, que atua na área de pesquisa científica, e elaborou o respectivo contrato de gestão, 
estabelecendo a competente parceria, nos termos da Lei nº 9.637/98, ficando estabelecido 
que o prazo de execução do contrato será de dois anos e que o Município cederá um ser-
vidor para a organização social, com ônus para a origem. Considerando essa hipótese e os 
elementos abordados, é correto afirmar a respeito desse contrato de gestão que
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ADVOCACIA PÚBLICA
a. não poderia ser assinado com entidade de direito privado, sem fins lucrativos.
b. a entidade a ser contratada não poderia atuar na área de pesquisa científica, por falta de 
expressa previsão legal.
c. não poderia ser estipulado o prazo de execução de dois anos para o contrato de gestão.
d. está dentro do que permite a legislação, não apresentando qualquer irregularidade nos 
aspectos mencionados.
e. o Município, nesse tipo de contrato, não poderia autorizar a cessão de servidor, com 
ônus para a origem.
Letra d.
a) Errado. A questão exigia conhecimentos sobre as características gerais das entidades 
paraestatais que compõem o chamado terceiro setor da economia. Deveras, tais entidades 
são particulares, sem fins lucrativos, que em colaboração com o Estado executam atividades 
de interesse público, recebendo, em contrapartida, determinados benefícios do ente estatal.
No direito brasileiro, cinco espécies de entes do terceiro setor merecem destaque, a saber: 
entidades do serviço social autônomo, entidades de apoio, organizações sociais (OS), 
organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP) e organizações da sociedade 
civil (OSC).
Assim, o Município não incorreu em qualquer ilegalidade ao firmar contrato de gestão 
com entidade de direito privado, sem fins lucrativos, qualificando-a como organização 
social.
b) Errado. Nos termos do art. 1º da Lei n. 9.637/1998:
Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito 
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao 
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, 
atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.
c) Errado. O contrato de gestão é o instrumento jurídico que formalizará o vínculo entre 
o Poder Público e a entidade privada que virá a ser qualificada como organização social, 
nele contendo todas as atribuições, responsabilidades e obrigações dos envolvidos nessa 
parceria, de modo que, para a consecução do programa de trabalho proposto pela OS, 
poderão ser fixados prazos de execução, nos termos do art. 7º, I, da Lei n. 9.637/1998.
 
Art. 7º Na elaboração do contrato de gestão, devem ser observados os princípios da legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade,economicidade e, também, os seguintes preceitos:
I – especificação do programa de trabalho proposto pela organização social, a estipulação das 
metas a serem atingidas e os respectivos prazos de execução, bem como previsão expressa 
dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de 
qualidade e produtividade;
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e) Errado. Para auxiliar a OS a concretizar a finalidade de interesse público objeto do 
contrato de gestão, o art. 14 da Lei n. 9.637/1998 admite que:
Art. 14. É facultado ao Poder Executivo a cessão especial de servidor para as organizações sociais, 
com ônus para a origem.
d) Certo. Por tudo o que foi visto nas alternativas anteriores, nota-se que a parceria firmada 
está dentro do que permite a legislação que regulamenta as organizações sociais, não 
apresentando qualquer irregularidade nos aspectos mencionados no enunciado da questão, 
afinal foi celebrada com uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, que atua na 
área de pesquisa científica (art. 1º da Lei n. 9.637/1998), com prazo de execução de dois 
anos (art. 7º, I, da Lei n. 9.637/1998) e cessão de servidor para a organização social, com 
ônus para a origem (art. 14 da Lei n. 9.637/1998).
12. (CM-ITAQUAQUECETUBA/PROCURADOR JURÍDICO/2018/VUNESP) Segundo a Lei nº 
9.790/99 (Lei das OSCIPS), é passível de qualificação como Organização da Sociedade Civil 
de Interesse Público, desde que atendam aos demais requisitos legais, dentre outras, as
a. sociedades civis criadas por órgão público para atuação na área hospitalar.
b. cooperativas de trabalhadores na área rural.
c. organizações sociais que tenham por finalidade a promoção da cultura.
d. pessoas de direito privado, sem fins lucrativos, de promoção da assistência social.
e. as sociedades comerciais nas áreas da saúde e da educação.
Letra d.
A questão versa sobre as OSCIPS (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público), 
que podem ser definidas como entidades paraestatais integrantes do chamado terceiro setor 
da economia e que, num regime de colaboração com o Estado, viabilizado pela celebração 
de um termo de parceria, visam executar determinadas atividades de interesse público, 
recebendo, em contrapartida, alguns benefícios.
Dispõe o art. 3º, I, da Lei n. 9.790/1999 que poderão qualificar-se como OSCIP as 
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, destinadas à promoção da 
assistência social.
Vejamos:
Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da universali-
zação dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida às 
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos 
uma das seguintes finalidades:
I – promoção da assistência social;
[...]
 
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ADVOCACIA PÚBLICA
a) Errado. Conforme o art. 2º, XII, da Lei n. 9.790/1999, as sociedades civis criadas por 
órgãos públicos não poderão receber a qualificação de OSCIP.
Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse 
Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei:
[...]
XII – as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público 
ou por fundações públicas;
[...]
 
b) Errado. Seguindo a mesma vedação da alternativa anterior, não se admite que 
cooperativas qualifiquem-se como OSCIP (art. 2º, X, da Lei n. 9.790/1999).
 
Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse 
Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei:
[...]
X – as cooperativas;
[...]
 
c) Errado. As organizações sociais não são passíveis de qualificação como OSCIP (art. 2º, 
IX, da Lei n. 9.790/1999).
 
Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse 
Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei:
[...]
IX – as organizações sociais;
[...]
 
e) Errado. Independentemente da área de atuação, as sociedades comerciais também não 
poderão receber qualificação de OSCIP (art. 2º, I, da Lei n. 9.790/1999).
 
Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse 
Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
I – as sociedades comerciais;
[...]
3.6. Lei Complementar Estadual n. 314/2015 (Acre)
13. (PGE-AC/PROCURADOR/2017/FMP) De acordo com a legislação que disciplina a estru-
tura administrativa, política e operacional do Poder Executivo do Estado do Acre, NÃO 
constituí fundamento político-institucional da administração pública estadual
a. sustentabilidade econômica, social e ambiental do desenvolvimento.
b. universalização de oportunidades e redução das desigualdades.
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Questões: Direito Administrativo
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c. democracia participativa.
d. respeito aos conhecimentos e direitos dos povos indígenas, bem como das populações 
tradicionais e extrativistas.
e. melhoria da qualidade de vida da população, sem colocar em risco os direitos das futuras 
gerações.
Letra e.
Nos termos do art. 2º da Lei Complementar n. 314/2015 do Estado do Acre, o item E é 
o único que não contempla um fundamento político-institucional da Administração 
Pública estadual:
 
Art. 2º São fundamentos político-institucionais da administração pública estadual:
I – ética;
II – transparência;
III – sustentabilidade econômica, social e ambiental do desenvolvimento;
IV – democracia participativa;
V – universalização de oportunidades e redução das desigualdades; e
VI – respeito aos conhecimentos e direitos dos povos indígenas, bem como das populações tradi-
cionais e extrativistas.
4. ATOS ADMINISTRATIVOS
4.1. Atos Administrativos: Espécies, Classificação, Fases de Constituição
14. (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA-RR/PROCURADOR/2018/FUNRIO) Acerca da classificação 
dos atos administrativos, a autorização para exploração de jazida é exemplo de ato
a. declaratório.
b. enunciativo.
c. constitutivo.
d. geral.
Letra c.
De acordo com a professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, quanto aos efeitos, o ato administrativo 
poderá ser constitutivo, declaratório ou enunciativo. O ato constitutivo é aquele pelo qual a 
Administração cria, modifica ou extingue um direito ou uma situação do administrado. É o caso 
da permissão, autorização, dispensa, aplicação de penalidade, revogação.
a) Errado. O ato declaratório é aquele em que a Administração apenas reconhece um direito que 
já existia antes do ato. Exemplos: a admissão, licença, homologação, isenção, anulação.
b) Errado. O ato enunciativo é aquele pelo qual a Administração apenas atesta ou reconhece 
determinada situação de fato ou de direito. Alguns autores acham, com razão, que esses 
atos não são atos administrativos propriamente ditos, porque não produzem efeitos 
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jurídicos, correspondendo aos meros atos administrativos. Eles exigem a prática de outro 
ato administrativo, constitutivo ou declaratório, este sim produtor de efeitos jurídicos. São 
atos enunciativos as certidões, atestados, informações, pareceres, vistos. Encerram juízo, 
conhecimento ou opinião e não manifestação de vontade produtora de efeitos jurídicos.
d) Errado. Quanto aos destinatários, os atos administrativos podem ser gerais e individuais. 
Os atos gerais atingem todas as pessoas que se encontram na mesma situação. São os 
atos normativos praticados pela Administração, como regulamentos, portarias, resoluções, 
circulares, instruções, deliberações, regimentos.
4.2. Atributos ou Características dos Atos Administrativos
15. (IPC/PROCURADOR PREVIDENCIÁRIO/2018/IDECAN) Acerca dos atos administrativos, 
analise os itensabaixo:
I – A autoexecutoriedade é um atributo específico dos atos administrativos, mas pode não 
estar presente em determinadas situações;
II – Os atos regidos exclusivamente pelo direito privado também podem ser considerados 
atos administrativos, se praticados pela Administração Pública;
III – Os atos administrativos praticados pelo Poder Judiciário são infensos ao controle jurisdicional;
 
Está(ão) correto(s) o(s) item(ns):
a. Apenas I.
b. Apenas II.
c. Apenas III.
d. Todos estão corretos.
Letra a.
Apenas o item I está correto!
Apesar de haver divergência doutrinária sobre o tema, os principais autores apontam que 
quatro são os atributos dos atos administrativos:
a) presunção de legitimidade ou de legalidade;
b) imperatividade;
c) tipicidade;
d) autoexecutoriedade.
Tema central da alternativa em análise, a autoexecutoriedade é a aptidão da Administração 
Pública para, independentemente de prévia autorização ou determinação do Poder Judiciário, 
imediata e diretamente executar/realizar os atos administrativos, ainda que mediante 
o uso da força.
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Como foi corretamente apontado no item, a autoexecutoriedade é um atributo específico 
dos atos administrativos, mas pode não estar presente em determinadas situações. De 
um modo geral, a autoexecutoriedade se fará presente quando:
a) houver previsão expressa em lei, como é o caso da cassação para dirigir ou da 
apreensão de produtos “piratas”; ou
b) ainda que não exista previsão legal expressa, nas situações de emergência que exijam 
a imediata atuação estatal para evitar maiores prejuízos ao interesse público. Por 
exemplo: tendo notícia de que um edifício localizado na zona central da cidade, por defeitos 
em sua estrutura, está prestes a ruir, colocando em risco a integridade física de todos que por 
ali diariamente transitam, a Administração Pública poderá determinar a imediata demolição 
do imóvel, ainda que não exista ordem judicial neste sentido.
Existem doutrinadores, a exemplo de Celso Antônio Bandeira de Mello, que desdobram 
autoexecutoriedade em outros dois atributos, quais sejam: a exigibilidade e a executoriedade.
A exigibilidade caracteriza-se pela obrigação imposta ao administrado de cumprir as decisões 
da Administração, de modo que ela poderá se valer de meios INDIRETOS de coação, como as 
multas e outras sanções administrativas, para garantir o cumprimento das suas determinações. 
Assim, se ao administrado foi ordenado a construir calçada defronte de sua casa, por exemplo, 
e a ordem não foi por ele atendida, a Administração poderá multá-lo, independentemente de 
ordem judicial, com vistas a forçar sua obediência. Perceba que, na situação narrada, a coação 
é indireta, uma vez que o administrado adere a ordem devido ao receio de ser multado.
Noutra via, a executoriedade consiste na permissão concedida à Administração Pública 
para que ela própria realize o ato ordenado ou que, por intermédio de meios DIRETOS de 
coação, obrigue direta e materialmente o administrado a cumprir a determinação, sendo 
lícito, inclusive, o uso da força. Exemplo clássico é o já citado caso de demolição de edifício 
prestes a ruir, em que a própria Administração concretiza o ato demolitório.
Na lição do professor Bandeira de Mello, nem todo ato exigível é executório. Exemplificando: 
se o administrado não cumprir a ordem de construir calçada defronte de sua casa, poderá 
ser multado (ato exigível – meio indireto de coação), todavia a Administração Pública não 
poderá, por ato próprio, executar a cobrança da multa, invadindo o patrimônio do administrado 
e recolhendo os valores necessários, de modo que, se não houver o pagamento voluntário, 
deverá recorrer ao Poder Judiciário para a satisfação do crédito. Há aqui, portanto, um ato 
que é exigível, mas que não é executório.
Aliás, o exemplo contempla uma importante hipótese de ato que não é revestido de 
autoexecutoriedade. Explico melhor: não há autoexecutoriedade nos atos administrativos 
que possam afetar o patrimônio do administrado, motivo pelo qual a Administração, em 
regra, não poderá promover a execução forçada de multa administrativa não satisfeita.
II – Errado. Na realização de suas atividades, a Administração Pública pratica uma série de atos 
jurídicos; nem todos, contudo, podem ser classificados como atos administrativos. Com efeito, 
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ato administrativo é a manifestação de vontade unilateral da Administração Pública, ou 
de quem lhe represente, no exercício da função administrativa, regulamentada pelas 
regras e prerrogativas de direito público e destinada a satisfação das necessidades 
coletivas. Além disso, como visto na explicação do item I, os atos administrativos gozam de 
atributos próprios e específicos os quais, oriundos do princípio da supremacia do interesse 
público, representam um dos principais pontos de distinção em face dos atos de direito 
privado, que são aqueles realizados sem o amparo das prerrogativas de direito público que 
compõem o regime jurídico-administrativo, ou seja, consistem nos atos exercidos pela 
Administração em igualdade de condições com o particular e pautados pelas regras 
de direito privado. Como exemplo, cita-se a exploração de atividade econômica pelas 
empresas estatais, a compra e venda e a locação.
É importante alertar que, em razão dos fins e princípios que regem a atuação administrativa, 
principalmente o princípio da indisponibilidade do interesse público, um ato praticado pela 
Administração Pública poderá ser, no máximo, predominantemente regido pelo direito 
privado, mas nunca exclusivamente, afastando por completo as regras de direito público.
III – Errado. Os atos administrativos praticados pelo Poder Judiciário também poderão 
ser submetidos ao controle jurisdicional. Isso porque, quando o Poder Judiciário 
atipicamente exerce função administrativa, realiza um ato administrativo como qualquer 
outro e, portanto, passível de controle jurisdicional quanto aos aspectos da legalidade.
Para ficar ainda mais claro: ao exercer atipicamente a função administrativa, a autoridade 
jurisdicional atua como Administração Pública, podendo revogar e anular os PRÓPRIOS atos 
administrativos, em nome do poder de autotutela, bem como também será possível que outros 
órgãos jurisdicionais exerçam o controle (apenas de legalidade!) sobre estes mesmo atos.
4.3. Desfazimento do Ato Administrativo (Anulação, Revogação, Cassação, Cadu-
cidade, Contraposição)
16. (PGE-AC/PROCURADOR/2017/FMP) Existem diversas alternativas possíveis quanto às 
hipóteses abstratas de extinção dos atos administrativos, EXCETO
a. o decurso do tempo.
b. a renúncia do interessado.
c. a revogação pelo Poder Judiciário.
d. a invalidação pela própria Administração.
e. o desaparecimento do pressuposto fático.
Letra c.
De todas as alternativas, apenas o item C contempla situação que não configura hipótese 
de extinção de atos administrativos.
O Poder Judiciário não possui competência para revogar atos administrativos da 
Administração, apenas para anulá-los por razões de ilegalidade.
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Compete à Administração Pública, no exercício da autotutela, revogar seus próprios atos, 
pois corresponde a medida que se insere no âmbito do mérito administrativo.
Cabe lembrar que a revogação ocorrerá quando, em que pese o ato estar em conformidade 
com a lei e o direito, ele se tornar inoportuno ou inconveniente ao interesse público.
17. (PGE-AP/PROCURADOR DO ESTADO/2018/FCC) O ex-governador Sérgio Cabral terá 
que devolver o colar do mérito que recebeu do Ministério Público estadual do Rio de Ja-
neiro. A decisão foi tomada no início da tarde desta sexta-feira (21) pelo Órgão Especial 
do Colégio de Procuradores de Justiça. De acordo com os procuradores, o ex-governador, 
preso desde novembro do ano passado, tem ainda que entregar à instituiçãoa medalha e 
diploma que tenha recebido.
(Adaptado de: Notícia do site G1, publicada em 21/07/2017)
A propósito da notícia acima mencionada, o ato administrativo relatado é um exemplo de 
a. anulação.
b. revogação.
c. contraposição.
d. cassação.
e. interdição
Letra d.
O ato administrativo relatado na notícia é um exemplo de cassação.
Em geral, as grandes instituições estatais brasileiras preveem através de resoluções a 
outorga de honrarias a pessoas que se destacaram na prestação de serviços relevantes ou 
que contribuíram de maneira significativa com as finalidades da instituição.
O colar do mérito, por exemplo, é condecoração comumente concedida pelos Tribunais de 
Justiça, pelos Tribunais de Contas e pelo Ministério Público dos mais variados Estados da 
federação brasileira.
Sendo uma homenagem concedida em razão do mérito, da excelência e da conduta proba, 
também é comum que, nos próprios regramentos que a concedem, sejam previstos dispositivos 
determinando a sua cassação, caso o condecorado venha praticar condutas indignas.
A cassação é hipótese de extinção do ato administrativo que ocorrerá quando:
“o destinatário descumpriu condições que deveriam permanecer atendidas a fim de 
poder continuar desfrutando da situação jurídica”
(BANDEIRA DE MELLO, Celso Antonio, 1992:151-152 "apud" DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 28° edição, 
Atlas, 2015.)
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Por exemplo, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro criou o colar do mérito 
por meio da Resolução n. 427 de 1991, e, no art. 5º dessa resolução, estabeleceu como 
condição essencial para a permanência do ato que o agraciado não pratique ato atentatório 
à dignidade e ao espírito da honraria. Veja:
Art. 5º Perderá o direito ao uso do "Colar do Mérito do Ministério Público", devendo restituí-lo, jun-
tamente com seus complementos, o agraciado que praticar ato atentatório à dignidade e ao espírito 
da honraria.
Em complemento, a notícia relatada não poderia ser hipótese de anulação, pois não se 
deu por razões de ilegalidade. Também não é revogação, pois não se tratou da extinção 
de um ato válido que posteriormente revelou-se inoportuno ou inconveniente, mas sim 
porque o condecorado praticou conduta incompatível com a honraria concedida, violando 
as condições impostas para a manutenção da condecoração.
Também não se pode falar em contraposição, porque esta ocorre quanto é editado novo ato 
administrativo que, ao se contrapor a outro ato mais antigo, extingue os seus efeitos, sendo 
impossível a manutenção dos dois. Exemplo clássico é o da nomeação e exoneração do 
servidor público.
Por fim, não se trata de interdição, pois esta nem mesmo é uma das modalidades de 
desfazimento do ato administrativo.
4.4. Convalidação e Conversão dos Atos Administrativos
18. (PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE SOROCABA-SP/2018/VUNESP) O vício do ato ad-
ministrativo pode atingir qualquer um de seus elementos constitutivos, sendo correto afir-
mar que, se
a. um ato administrativo privativo de servidor público, como uma multa, for praticado por 
particular, o ato administrativo será considerado inexistente.
b. um servidor determinar a autuação de um processo administrativo sem possuir compe-
tência para tanto, estará praticando um ato nulo.
c. um agente público decidir um recurso administrativo sem, no entanto, apresentar motiva-
ção, estará praticando um ato anulável, passível de convalidação.
d. o ato de suspensão do gozo de férias de um agente público, por seu superior, sob pre-
texto de excesso de trabalho, for praticado por conta de desavença pessoal entre eles, o 
referido ato será reputado inexistente.
e. um agente público autorizar uma contratação emergencial, sem que esteja presente uma 
situação de emergência ou calamidade pública, o ato praticado será anulável, passível 
de convalidação.
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Letra a.
O particular não investido em cargo, emprego ou função pública que, por conta própria, atribui a si 
uma competência privativa de servidor público atua como usurpador de função, de modo que, 
para doutrina majoritária, os atos por ele praticados serão reputados como inexistentes.
Por sua vez, atos inexistentes são aqueles que, por violarem princípios básicos da vida em 
sociedade, nem mesmo chegaram a entrar no mundo jurídico.
Cabe ressaltar que usurpar função pública é crime, conforme o art. 328 do CP.
Art. 328. Usurpar o exercício de função pública:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
b) Errado. O servidor, ao realizar ato que extrapolou suas atribuições legais, incidiu em 
excesso de poder, vício de competência que enseja nulidade relativa, isto é, trata-se de 
ato anulável, e não de ato nulo, conforme apontado pela questão.
c) Errado. Para melhor compreender a alternativa C, iniciaremos fixando a distinção entre 
as expressões motivo e motivação. Enquanto motivo é um dos elementos constitutivos do 
ato administrativo, correspondendo às razões de fato e de direito que ensejaram a realização 
do ato, a motivação é a exposição escrita de tais razões, ou seja, a motivação nada mais é 
do que a fundamentação do ato administrativo expondo ao público os critérios que levaram 
a sua prática.
Para a doutrina majoritária, com fulcro no princípio da cidadania (art. 1º, parágrafo único, 
CF/1988), a motivação é formalidade essencial e obrigatória em todos os atos 
administrativos. Quanto aos recursos administrativos, destaca-se o art. 50, V, da Lei n. 
9.784/1999, que exige das autoridades administrativas o dever de motivar em âmbito recursal:
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos 
jurídicos, quando:
[...]
V – decidam recursos administrativos;
Por guardar relação com o “processo de formalização do ato”, um vício na motivação 
configura um vício em sua forma. Nos termos do art. 2º, parágrafo único, “b”, da Lei n. 
4.717/1965, “o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular 
de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato”.
Ainda que a regra seja que os vícios de forma serão anuláveis e, portanto, passíveis de 
convalidação, excepcionalmente, quando estiverem relacionados a formalidade essencial 
exigida por lei, serão insanáveis (nulidade absoluta).
Em complemento, Di Pietro assevera:
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O ato é ilegal, por vício de forma, quando a lei expressamente a exige ou quando determi-
nada finalidade só possa ser alcançada por determinada forma.
(PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. Direito Administrativo, 31ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018.)
 
d) Errado. Vícios relacionados ao motivo e à finalidade tornam o ato administrativo nulo.
e) Errado. Como visto, se o vício incide sobre o motivo do ato administrativo, este ato será 
reputado como nulo e não será passível de convalidação. Isso porque, ao representar 
as razões de fato e de direito que motivaram a prática de um ato, se essas razões não 
existiam ou eram falsas no momento de sua edição, não há como retornar no tempo e fazer 
com que tais premissas passem a existir ou tornem-se verdadeiras.
Ressalta-se que o motivo do ato será ilegal quando não existir ou for falso.
19. (PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE SOROCABA-SP/2018/VUNESP) Os atos adminis-
trativos que apresentarem defeitos sanáveis podem ser
a. revogados pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário, desde que não haja pre-
juízo ao Erário, independentemente de eventual prejuízo a terceiros.
b. convalidados pela Administração ou pelo Poder Judiciário, em decisão na qual se evi-
dencie que eles não acarretaram lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros.
c. anulados pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário, somente se restar compro-vado que, cumulativamente, causam prejuízo ao Erário e ao interesse jurídico de terceiros.
d. convalidados pela própria Administração, em decisão na qual se evidencie que eles não 
acarretaram lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros.
e. revogados pelo Poder Judiciário, mas somente se restar comprovado que, cumulativa-
mente, causam prejuízo ao Erário e ao interesse jurídico de terceiros.
Letra d.
a) Errado. O primeiro erro é que a situação narrada na questão não é passível de 
revogação, mas de anulação. Isso porque o enunciado refere-se a um ato ilegal e a 
revogação é modalidade de extinção, por motivos de oportunidade e conveniência, de um 
ato administrativo que está em plena conformidade com o ordenamento jurídico. A anulação, 
por sua vez, é a modalidade de extinção por motivos de ilegalidade e, portanto, espécie 
mais adequada ao caso.
O segundo erro consiste em afirmar que o Poder Judiciário poderia revogar atos 
administrativos praticados pela Administração Pública. Por estar relacionado ao mérito 
administrativo, o instituto é de competência privativa da Administração, que o efetiva no 
exercício da autotutela.
b) Errado. Apenas a Administração Pública ou o administrado, quando a prática do ato dependia 
de sua manifestação e isto não foi respeitado, poderão convalidar atos administrativos que 
apresentem defeitos sanáveis. O Poder Judiciário não possui atribuição para tanto.
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Cabe destacar que a convalidação (ou saneamento) é o ato administrativo pelo qual serão 
corrigidos os vícios de um ato ilegal.
c) Errado. Para que ato administrativo seja anulado, é suficiente a demonstração da sua 
ilegalidade, não se fazendo necessário comprovar, cumulativamente, que a anulação não 
causa prejuízo ao Erário e ao interesse jurídico de terceiros. Esses últimos dois requisitos, 
em verdade, correspondem a pressupostos que deverão ser observados em caso de 
convalidação (e não de anulação!). Assim, um ato administrativo ilegal somente poderá ser 
convalidado se apresentar vício sanável e não implicar lesão ao interesse público e nem 
prejuízo a terceiros. Neste sentido, encontra-se o art. 55 da Lei n. 9.784/1999:
 
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo 
a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria 
Administração.
d) Certo. Como visto na alternativa C, a convalidação é instituto destinado a corrigir os 
vícios sanáveis de um ato administrativo, de modo que somente poderá ser concretizada se 
não implicar em lesão ao interesse público e nem em prejuízos a terceiros (art. 55 da Lei n. 
9.784/1999).
e) Errado. Por estar relacionado ao mérito administrativo, ainda que provocado pelo 
interessado, o Poder Judiciário não poderá revogar ato administrativo por motivos de 
oportunidade e conveniência.
5. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
20. (PGE-AC/PROCURADOR/2017/FMP) Assinale a alternativa INCORRETA sobre o modelo 
constitucional de responsabilidade civil do Estado.
a. A responsabilidade civil estatal subsume-se à teoria do risco administrativo, tanto para 
as condutas estatais comissivas quanto para as omissivas, uma vez rejeitada a teoria do 
risco integral.
b. A omissão estatal exige nexo de causalidade em relação ao dano sofrido pela vítima nos 
casos em que o poder público ostenta o dever legal e a efetiva possibilidade de agir para 
impedir o resultado danoso.
c. A responsabilidade civil do Estado, por ser objetiva, não resulta afastada mesmo nas 
hipóteses em que o poder público comprova causa impeditiva da sua atuação protetiva 
de modo a romper com o nexo causal entre sua omissão e o resultado danoso.
d. A morte de detento gera responsabilidade civil do Estado pela inobservância do seu de-
ver especifico de proteção previsto na Constituição, admitindo-se a comprovação pelo 
poder público de causa excludente do nexo de causalidade entre a sua omissão e o dano 
sofrido pela vítima.
e. Nenhuma das alternativas anteriores responde ao comando da questão.
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Letra c.
a) Certo. Em primeiro lugar, cuidado! A questão não está questionando a natureza subjetiva 
ou objetiva da responsabilidade civil estatal, mas sim quanto à incidência ou não da teoria 
do risco administrativo, que está muito mais relacionada com a possibilidade do Estado se 
eximir do dever de indenizar caso comprove a presença de excludentes de responsabilidade 
no caso concreto.
Prevalece na jurisprudência do STF que a responsabilidade civil do Estado, tanto por atos 
comissivos quanto por atos omissivos, é regulada pela teoria do risco administrativo. Significa 
dizer que, para a Suprema Corte, nos dois casos, será possível ao Estado se exonerar da 
obrigação de reparar os danos se demonstrada alguma circunstância capaz de quebrar o 
nexo causal entre a conduta estatal e o resultado danoso.
A teoria do risco administrativo é aquela que se contrapõe à teoria do risco integral. Para 
essa última, o Estado seria um garantidor universal, respondendo de maneira absoluta 
por todos os danos que ocorrerem em seu território. Assim, havendo dano e nexo causal, 
configurado estaria o dever estatal de indenizar, não se admitindo qualquer excludente de 
responsabilidade, como a culpa exclusiva da vítima, o caso fortuito e a força maior.
Majoritariamente, doutrina e jurisprudência entendem que a teoria do risco integral não foi 
adotada no Brasil, aplicando-se somente em casos excepcionalíssimos, como, por exemplo, 
nas situações de danos decorrentes de atividades nucleares exercidas pelo Estado ou por 
ele autorizadas.
b) Certo. Em suma, são os elementos da responsabilidade estatal por omissão: conduta 
omissiva, dano e nexo causal.
De todo modo, diante da aplicação da teoria do risco administrativo, a omissão estatal exige 
nexo de causalidade em relação ao dano sofrido pela vítima, nos casos em que o poder 
público ostenta o dever legal e a efetiva possibilidade de agir para impedir o resultado danoso.
c) Errado. Por tudo que já foi explicado nos itens anteriores, a questão está incorreta.
Quanto à natureza da responsabilidade estatal, atualmente vem prevalecendo no STF a 
seguinte distinção:
a) Em se tratado de condutas comissivas, a responsabilidade será objetiva, que é aquela 
que independe de dolo ou culpa.
b) No caso de responsabilidade por omissão, é preciso ter atenção.
 
a. Se a omissão estatal for genérica (o Estado descumpriu um dever de ordem geral como, 
por exemplo, o dever de manter as calçadas e as ruas corretamente pavimentadas), a 
responsabilidade será subjetiva em decorrência da culpa do serviço ou culpa anônima.
A culpa do serviço não se confunde com o conceito de culpa no direito civil. Portanto, o que 
o administrado prejudicado terá que provar é que o dano sofrido foi resultado da prestação 
ineficiente, insuficiente ou atrasada de um serviço pelo Estado.
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b. De outra via, se a omissão estatal for específica (o Estado descumpriu dever de atuação 
especificamente contemplado em norma legal ou constitucional, tal qual ocorre nas hi-
póteses em que mantém alguém sob a sua custódia), a responsabilidade será objetiva. 
No caso do preso, por exemplo, a Constituição Federal ordena que a integridade física 
e psíquica do detento seja preservada, sendo o Estado o seu garantidor. É um dever 
específico (art. 5º, inciso XLIX, da CF/1988)!
Em todo caso, aplica-se a teoria do risco administrativo, sendo possível a alegação de 
excludentes de responsabilidade pelo Estado.
d) Certo. Tudo o que foi dito até aqui é fruto do RE 841526, no qual, com repercussão geral 
reconhecida, o STF firmou a tese de que:
Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no artigo 5º, inciso 
XLIX, da Constituição Federal, o Estado é responsável pela

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