Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Planejamento Tributário Execução Segundo Oliveira (2002), a organização da empresa refere-se à junção de atividades e recursos, com o objetivo e os resultados que são estabelecidos. • Significa preparar os processos, buscar resultados com recurso humano, material, técnico e financeiro, independentemente da forma que a empresa foi constituída. A reorganização societária é o processo de transformação, fusão, cisão e incorporação da organização em busca da otimização dos resultados. • Fusão, união de duas ou mais empresas para constituir uma nova empresa, ou seja, a sociedade atual extingue e surge uma nova sociedade, herdando todos os ativos e passivos. • Cisão é a extinção de uma sociedade que pode se desdobrar em uma ou mais sociedades, sendo a cisão parcial quando a empresa transfere parte do seu patrimônio para outra empresa e a cisão total quando a empresa transfere todo o seu patrimônio para outra empresa, passando a não mais existir. • Incorporação, que é quando uma sociedade existente incorpora outra sociedade, visando aumentar seu patrimônio, ganhar mercado e outros motivos, tudo isso nas condições de um protocolo firmado pelos órgãos de administração ou sócios das sociedades interessadas. O Conceito de Imposto de Renda, de acordo com o Código Tributário Nacional: Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I. de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II. de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. (BRASIL, 1966, [s.p.]) O imposto de renda é um tributo de competência da União sobre a renda e proventos de qualquer natureza. • Tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica, entendido como renda, o produto entre capital (aluguel) e trabalho (salário) ou da combinação de ambos (capital + trabalho) e, proventos de qualquer natureza, os acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito de renda. O imposto de renda incide tanto na renda da pessoa jurídica quanto na renda da pessoa física. A legislação permite que o governo obrigue as pessoas jurídicas a efetuarem o desconto do imposto sobre a renda na fonte e repasse ao tesouro. Sendo assim, a lei atribui à fonte pagadora da renda, ou proventos tributáveis, a condição de responsável pela retenção e pelo recolhimento do imposto (Manual de retenção de imposto de renda e contribuição). Para a questão de estudo sobre o planejamento tributário de uma pessoa jurídica, o Imposto de Renda Retido na Fonte, referente salário e pró-labores pagos pela empresa, não terá nenhuma influência. Existem duas espécies de Imposto de Renda Retido na Fonte: por antecipação e exclusiva na fonte. FIGURA 2.14 PAG 122 O imposto por antecipação sofre a retenção do imposto na fonte pagadora, sendo o rendimento também tributado pelo contribuinte por ocasião do encerramento do período de apuração, seja ele trimestral ou anual, o qual poderá deduzir o valor do imposto retido. • A retenção do imposto por antecipação atribui responsabilidade à fonte pagadora pela retenção e recolhimento do imposto. Além disso, a legislação determina a apuração definitiva do imposto pelo contribuinte da pessoa jurídica até a data prevista pelo encerramento do período de apuração do rendimento, seja trimestral ou anual. A retenção e o recolhimento são atribuídos à fonte pagadora, ou seja, atribuídos à empresa que contratou o serviço, responsável pela retenção e recolhimento do imposto. Caso ela retenha o imposto e não efetue o recolhimento aos cofres públicos, será enquadrada em crime de apropriação indébita. A não retenção do imposto pela fonte pagadora, antes do período de apuração, a deixará sujeita a pagamento do valor principal, multa e juros. Caso não ocorra o pagamento após o encerramento do período de apuração do imposto, a responsabilidade do imposto fica a cargo do contribuinte e haverá multa e juros para a fonte pagadora. Atenção A pessoa jurídica que sofreu a retenção poderá deduzir o IR do valor apurado no encerramento do período de apuração, trimestral ou anual. A nova empresa constituída após a fusão fica constituída como uma empresa de capital aberto, passando a ser tributada pelo lucro real e, com essa tributação, podemos reduzir o valor do imposto de renda não só com o valor que a empresa tem no seu ativo que irá compensar, mas pensando pelo plano tributário, focando no imposto de renda. A empresa nessas condições poderá optar por pagar juros sobre o capital próprio e, também, abater até 4% do imposto de renda do Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT), atingindo o seu objetivo, que é a redução do imposto de renda. • A empresa irá efetuar o cálculo do imposto de renda e, após a elaboração do cálculo, terá o valor que será desembolsado de imposto de renda. A empresa obtém créditos a compensar de imposto de renda no seu ativo, ou seja, irá diminuir o montante do pagamento de impostos e reduzir as saídas de caixa. A Secretaria da Receita Federal do Brasil diz que o sujeito passivo que apurar crédito relativo a tributo ou contribuição, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios, vencidos ou que vão vencer. • O sujeito passivo poderá utilizar, na compensação de débitos próprios relativos aos tributos e contribuições administradas pela RFB, créditos que já tenham sido objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento, desde que o referido pedido se encontre pendente de decisão administrativa à data do encaminhamento da Declaração de Compensação. Não poderão ser objeto de compensação mediante entrega da declaração de compensação: • O crédito que seja de terceiros • O crédito que se refira a “crédito- prêmio”, instituído pelo art. 1º do Decreto-Lei n.491, de 5 de março de 1969 • O crédito que se refira a título publico • O credito que seja decorrente de decisão judicial não transitada em julgado • O credito que não se refira a tributos administrados pela RFB • O credito que tiver como fundamento a alegação de inconstitucionalidade A pessoa jurídica que tiver parte ou todo o seu patrimônio absorvido na operação de incorporação, cisão ou fusão, deverá: • levantar um balanço específico na data do evento; • apurar a base de cálculo do IRPJ na data do evento; • apresentar as informações econômico-fiscais, ou seja, as informações sobre imposto de renda, contribuição social, composição detalhada das contas contábeis e outras informações contidas na declaração de informações econômico-fiscais de pessoa jurídica (DIPJ) e declaração de imposto de renda retido na fonte (DIRF) e outras declarações; verificar a existência do IRPJ devido nas operações que estão sendo encerradas; e • recolher em quota única até o último dia útil do mês subsequente (Decreto n. 3.000/1999). A compensação será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. Os juros sobre capital próprio correspondem aos juros pagos ou creditados individualmente aos titulares, sócios ou acionistas a título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido da pessoa jurídica, limitadas à taxa de juros de longo prazo (manual prático de retenção de imposto de renda e contribuição). Os beneficiários são pessoas físicas ou jurídicas, sócios, acionistas ou titulares de empresas individuais residentesno Brasil. • Uma vez que os sócios e acionistas são os investidores, com direito a receber uma remuneração desse investimento e o pagamento de juros sobre o capital próprio é uma forma de planejamento tributário, nada mais justo que a empresa unir o útil ao agradável, pois, pelo pagamento dos juros sobre capital próprio, ela poderá ser beneficiada com a dedução de tais juros como “despesas financeiras”, o que não pode ser feito no caso de distribuição de dividendos/pró- labore. Essa é uma ferramenta de planejamento tributário que beneficia as empresas de lucro real. O valor da alíquota é de 15%, calculado sobre a parcela dos juros de capital próprio, pagos aos sócios ou acionistas. A opção de pagar juros sobre o capital próprio é uma estratégia tributária, pois a empresa tem o benefício de deduzir o valor pago com despesas financeiras, reduzindo não só o imposto de renda, mas, também, a contribuição social. Além das empresas terem benefícios fiscais ao pagarem os JCP aos seus acionistas/quotistas, pelo fato de esses juros serem considerados despesa antes do lucro, esses acionistas também se beneficiam, pois, se os JCP sofrerem retenção de 15% de imposto de renda na fonte, ao final, podem gerar uma economia de até 12,5% no imposto de renda da pessoa física, sócia da empresa; e se tivesse recebido pró-labore, nesse caso, a alíquota seria de 27,5%. Vale ressaltar que esse caso da economia de 12,5% se dá ao fato da incidência da tabela do imposto de renda, por isso exemplificamos com alíquota de 27,5%, caso o contribuinte tenha faixa de incidência diferenciada, essa economia também pode variar. Os juros sobre o capital próprio devem ser calculados sobre as contas do patrimônio líquido, considerando exclusivamente as seguintes contas do patrimônio líquido: • Capital • Reserva de capital • Reserva de lucros • Ações em tesouraria • Prejuízo acumulado Conforme o Manual Prático de Retenção de Impostos e Contribuições (2014), os juros remuneratórios do patrimônio líquido passíveis de dedução para efeitos de determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social limitam-se ao maior entre os seguintes valores: • 50% do lucro líquido do exercício antes da dedução desses juros e de computar a provisão do imposto de renda. • 50% do somatório dos lucros acumulados e da reserva de lucros, sem computar o resultado do período em curso. Para que os juros sobre o capital próprio sejam considerados como despesas dedutíveis, devem atender algumas condições, como: • pagamento ou crédito de forma individualizada; • os valores devem ser contabilizados como despesas financeiras; • o cálculo deve ser feito para variação pro rata die (proporcional ao dia) da taxa de juros de longo prazo (TJLP) sobre o patrimônio líquido, observando as contas contábeis: despesas dedutíveis, despesas financeiras e patrimônio líquido. Atenção No pagamento de juros sobre o capital próprio, a empresa não está só diminuindo o imposto de renda, mas, também, a contribuição social sobre o lucro. Lembre-se Os juros sobre o capital próprio devem ser pagos de forma individualizada, ou seja, de forma individual para cada sócio ou acionista e outros. De acordo com Ministério do Trabalho, o PAT é um programa governamental de adesão voluntária, que busca estimular o empregador a fornecer alimentação nutricionalmente adequada aos trabalhadores, por meio da concessão de incentivos fiscais, tendo como prioridade o atendimento aos trabalhadores de baixa renda. • Com a adesão do programa, a empresa poderá deduzir as despesas com alimentação dos próprios trabalhadores em até 4% do imposto de renda devido. A pessoa jurídica tributada pelo lucro real poderá deduzir, do imposto de renda devido, o valor equivalente à aplicação da alíquota cabível do imposto de renda sobre a soma das despesas de custeio realizadas, no período-base, em Programas de Alimentação do Trabalhador, previamente aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social (MTPS) (Decreto n. 5, de 14 de janeiro de 1991, e Portaria n. 3, de 1 de março de 2002). O valor do limite de custo de refeição para o cálculo do incentivo é igual a R$ 1,99, ou seja, custo máximo por refeição R$ 2,49 (-) participação do trabalhador = R$ 1,99 por refeição. O incentivo do imposto de renda está limitado a 4% do imposto em cada período. A participação do trabalhador no PAT está limitada a 20% do custo direto da refeição servida no período, ou seja, custo direto de refeição é de R$ 3,00 x 20% = 0,60, que é o limite de participação. A fórmula de apuração do montante do benefício a ser deduzido do imposto de renda devido corresponde ao menor valor entre: • 15% sobre o resultado da multiplicação do número de refeição pelo valor de 1,99. • 15% sobre o valor total de despesa com PAT efetivada no período de apuração. Assimile A pessoa jurídica poderá manter serviço próprio de refeição, distribuição de alimentação, preparo de cesta básica e convênio com entidade fornecedora com registro no PAT. Referência: Planejamento Tributário - Edilson Reis do Nascimento
Compartilhar