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10 modulo O-AUTISMO-E-SUAS-CARACTERÍSTICAS-1

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA ................................................ 4 
2.1 Arquitetura genética do transtorno do espectro autista ........................ 8 
2.2 Epidemiologia e etiologia .................................................................... 11 
2.3 Neurofisiologia e neuropatologia ........................................................ 12 
2.4 Genética e outros aspectos ................................................................ 12 
2.5 As causas do transtorno ..................................................................... 13 
2.6 Transtorno do espectro autista (TEA) e a linguagem: a importância de 
desenvolver a comunicação .................................................................................. 15 
3 AUTISMO INFANTIL E AUTISMO NA VIDA ADULTA .............................. 20 
4 DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) ... 22 
4.1 Tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) ....................... 24 
5 A INCLUSÃO ESCOLAR DE CRIANÇAS COM AUTISMO ...................... 31 
6 Família e Autismo ..................................................................................... 36 
7 ESCOLA E FAMÍLIA ................................................................................. 40 
8 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA 
 
Fonte: povosindigenas.com 
O transtorno do espectro autista, apresenta sintomas que podem causar 
prejuízos ou alterações básicas de comportamento, visto que o transtorno é definido 
como uma condição comportamental, também pode afetar a interação social da 
criança, dentre outras características como comportamentos repetitivos ou 
estereotipados, alterações na cognição, dificuldades na comunicação, como por 
exemplo, na aquisição da linguagem verbal e não verbal. É importante ressaltar que 
nos marcos de desenvolvimento dessas habilidades tem um atraso significativo, isso 
pode ser desenvolvido nos primeiros anos de vida da criança, (GAIOTO M; et al., 
2018). 
Para que se tenha uma melhor compreensão da síndrome, o primeiro passo 
é definir o Autismo que é onde a mesma se encontra de acordo com o DSM 
V (2013). O Autismo ou Transtorno do Espectro do Autismo como é de fato 
sua definição, foi descrito segundo Teixeira (2013, p. 180 apud SILVA; 2018), 
“pelo médico, pesquisador e professor da Johns Hopk University, psiquiatra 
infantil Leo Kanner, em 1943”. 
 
 
5 
 
Portanto, como caracteriza (ALMEIDA S; et al., 2018), o (TEA) transtorno do 
espectro autista pode ser considerado como um dos transtornos que faz parte do 
grupo de transtorno de neurodesenvolvimento e ele é mais predominante na infância. 
Dois domínios centrais fazem parte do (TEA) e é caracterizado também por eles: 
1) Padrões repetitivos e restritos de comportamento, interesses ou atividades; 
2) Déficits na comunicação social e interação social; 
Os atrasos de comportamento social da criança autista estão associados as 
dificuldades de se relacionar com outras pessoas e conforme a criança vai crescendo, 
tendem a ficar mais evidentes, pois as demandas sociais aumentam a cada dia, isso 
significa que a criança não atinge os marcos evolutivos esperados para a sua idade. 
Podemos dizer então que o atraso do comportamento social são sinais precoce do 
autismo. Na maioria das vezes essa condição sobre a dificuldade de interação social 
e de relacionamento pode passar a impressão de que a criança não consegue 
socializar com outras pessoas, por está fechada dentro de seu mundo particular, 
(GAIOTO M; et al., 2018). 
Já a aquisição da linguagem verbal é percebida quando a criança não aprende 
a falar ou tem atrasos significativos quando comparada a outras crianças da mesma 
faixa etária. A aquisição da linguagem são dificuldades de linguagem e estão 
presentes na grande maioria das crianças autistas e podem ser representadas 
também pela aquisição de linguagem não verbal que é quando a criança não 
consegue apontar para objetos ou não sabe o significado de “mandar tchau” ou até 
mesmo quando alguém esta triste e que por isso está chorando, a criança não 
consegue fazer essa identificação (GAIOTO M; et al., 2018). 
As repostas repetitivas é outra característica comum nas crianças autista, 
essas respostas são consideradas estereotipias motoras em que a criança acaba se 
estimulando objetivando a regulação sensorial e até mesmo uma busca por 
sensações físicas de prazer. A maneira como a criança lida com essas respostas 
repetitivas seria uma forma de se reorganizar diante de um incômodo ou uma situação 
desconfortável e diminuir a ansiedade. Em caso de extrema ansiedade ou estresse as 
crianças estereotipias usa essa ferramenta como forma de buscar conforto e 
autorregulação, (GAIOTO M; et al., 2018). 
 
 
6 
 
Outros exemplos que são comuns em crianças estereotipias motoras e que são 
observados é o rocking (mover o tronco para a frente e para trás), movimentar as 
mãos na frente do rosto, andar na ponta dos pés, olhar objetos que giram, girar sobre 
o próprio eixo ou correr sem um objeto claro, também tem o flapping (movimento de 
balançar as mãos). Os prejuízos de cognição é outra característica comum em 
crianças autista, as pesquisas apontam cerca de 50% das crianças (TEA) apresentam 
prejuízos intelectual. O prognóstico dessas crianças é considerado o pior, tendo em 
vista a comparação com as crianças no espectro com inteligência normal, pois 
resistem ou têm mais dificuldade para aprender novas atividades ou comandos e 
novas habilidades, (GAIOTO M; et al., 2018). 
O transtorno do espectro autista, de modo geral, pode se apresentar de várias 
formas, o mesmo apresenta um universo de possibilidades sintomatológicas, cada 
criança apresenta um caso diferente e todas elas têm as suas particularidades 
individuais que merecem cuidados e intervenções individualizadas. Mesmo que uma 
criança tenha o mesmo grau de autismo de uma outra criança “ No autismo, cada caso 
é um caso diferente”, (GAIOTO M; et al., 2018). 
Contudo, o fato da multiplicidade ser complexa torna –se um verdadeiro 
universo de características de sintomas que abarca problemas como dificuldades 
sociais, sensoriais, acadêmicas, motoras e cognitivas, comportamentais. No entanto, 
existem uma gama de possibilidades de intervenções clínica que são necessárias e 
também são possíveis pelas suas multiplicidades, elas podem ajudar a vida dessas 
crianças e de suas famílias, (GAIOTO M; et al., 2018). 
De acordo com (GAIOTO M; et al., 2018), o tratamento deve ser desenhado de 
maneira individualizada para atender as necessidades específicas de cada pessoa,levando em consideração a grande complexidade que o (TEA) transtorno do espectro 
autista representa e na forma individualizada e única de cada pessoa, dando a 
importância sobre as características e demandas individuais e também a gravidade 
dos sintomas e prejuízos apresentados. As intervenções devem envolver a 
coordenação de diversos serviços com o acompanhamento interdisciplinar e são eles: 
➢ Educacionais, 
➢ Psicoterápicas, 
➢ Terapeuta ocupacional, 
➢ Fisioterapeuta, 
 
7 
 
➢ Psicólogo comportamental, 
➢ Fonoaudiólogo, 
➢ Educador físico 
➢ Psicopedagogo, 
➢ Neuropsicopedagogo 
➢ Acompanhante terapêutico, 
➢ Médicas que dependendo do caso poderá contar com médico 
especialista, 
➢ Educadores, entre outros profissionais. 
A detecção precoce dos sinais e sintomas é primordial e importante, pois 
quanto mais cedo o tratamento for iniciado, melhores resultados serão alcançados no 
desenvolvimento cognitivo, as habilidades sociais e linguagem (LAMPREIA, 2007; 
REICHOW, 2012 apud MIELE F; 2016). De modo geral, os familiares mais próximos 
e os pais conseguem identificar os primeiros sintomas e sinais do transtorno. 
O autismo hoje é definido então como transtorno do espectro autista, isso 
significa que são sintomas que fazem parte de um espectro amplo com vários 
sintomas diferentes, levando em consideração que já são mais de 200 genes 
relacionados aos sintomas do autismo, dessa forma se dentro de um gene já existem 
diversas variações comportamentais, imagina então a quantidade de diferentes 
comportamentos que os autistas têm em centenas de genes diferentes. 
Deve – se ressaltar também sobre a atualização da síndrome de Asperger, a 
mesma não existe mais nos manuais de diagnósticos como o DSM-5 (Manual 
Estatístico dos transtornos mentais) onde os médicos se baseiam para realizar o 
diagnóstico e também na nova versão do CID-11 (Classificação Estatística 
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) na qual é 
caracterizado por ser o código internacional da doença. Através do CID toda doença 
tem um código que contém um número para ser universal e internacional, o que 
determina a característica e o tipo de transtorno que a pessoa tem, de acordo com as 
especificações desses manuais a síndrome de asperger não existe mais, agora ela se 
encaixa dentro do transtorno do espectro autista (TEA), como autismo leve. 
 
 
 
8 
 
Contudo, ao invés de mencionarmos síndrome de Asperger ou de autismo 
clássico, agora tudo é (TEA) e é separado em níveis diferentes de gravidade e também 
pelas dimensões de sintomas que estão mais comprometidos e não mais em nomes 
ou termos. 
Dessa forma, existem muitas variações na manifestação dos sintomas, o que 
implica diferentes necessidades educacionais e terapêuticas, o conceito de espectro 
autista surgiu para mostrar que o rótulo “autismo” pode representar um conjunto 
bastante heterogêneo de individualidades. 
 Tendo em vista, que os principais pontos de critérios diagnóstico do T.E.A, já 
mencionados acima, são: as dificuldades nas relações sociais, dificuldades na fala 
e/ou na comunicação, estereotipias e/ou interesses restritos. Os dados atuais de 
estudos recentes mostram que o (TEA) atinge 1% da população, isso quer dizer que 
uma em cada 100 pessoas tem o diagnóstico do transtorno do espectro autista. 
2.1 Arquitetura genética do transtorno do espectro autista 
O TEA é considerado uma doença geneticamente heterogênea e complexa, já 
que apresenta diferentes padrões de herança e variantes genéticas causais. Para que 
possa compreender a arquitetura genética atualmente definida do TEA, é importante 
levar em consideração os aspectos epidemiológicos e evolutivos, bem como todo o 
conhecimento disponível sobre as alterações moleculares relacionadas à doença. 
Devemos considerar primeiramente, a frequência de variantes genéticas presentes na 
população que é uma regra evolutiva primordial influenciada por elas: se uma 
determinada variante tende a apresentar baixa frequência na população ou se essa 
variante genética tem efeito nocivo para o organismo e afeta negativamente a chance 
reprodutiva dos indivíduos (seu potencial reprodutivo), já que não será transmitida 
para as próximas gerações, (OLIVEIRA K; et al., 2017). 
Na verdade, esse é o caso da maioria das doenças monogênicas: geralmente 
são raras devido à baixa frequência dos respectivos alelos causais na população. De 
acordo com essa suposição, se uma doença que reduz a adaptabilidade é comum na 
população, é improvável que seja causada por uma única variante com efeitos 
funcionais extremamente deletérios. Por este motivo, o modelo de herança poligênica 
ou multifatorial (que representam os genes combinados a fatores ambientais) são 
 
9 
 
deduzidos como doenças comuns com componentes genéticos e que fazem parte 
desse modelo e são causadas pela herança de uma combinação de variantes 
genéticas, e cada qual associadas a baixo risco de desenvolvimento da doença, 
(OLIVEIRA K; et al., 2017). 
Como os efeitos do impacto do fenotípicos a tendência de cada variante é 
baixa, se um indivíduo for portador de algumas ou algumas delas, eles não 
desenvolverão a doença e as variantes continuarão a ser transmitidas de geração em 
geração e se tornarão comuns na população. Portanto, a possibilidade de um 
indivíduo herdar uma quantidade suficiente dessas variantes de baixo risco para 
desenvolver a doença não é tão rara. Baseado nestes conceitos, a herança 
responsável pela maioria dos casos de TEA, vem do padrão poligênico ou multifatorial. 
Dessa forma, ao passar dos anos, certificou –se que um número considerável de 
pacientes com TEA apresentava mutações raras com efeito deletério sobre o 
desenvolvimento neuronal, que seriam suficientes para, sozinhas, causarem a 
doença, (OLIVEIRA K; et al., 2017). 
Para (OLIVEIRA K; et al., 2017) a mesma variante genética com potencial efeito 
deletério é compartilhada pelos indivíduos afetados em algumas famílias, mas 
também está presente em indivíduos não afetados, sugerindo um padrão monogênico 
de herança com penetrância fenotípica incompleta. Deste então, atualmente os 
padrões de herança do transtorno do espectro autista foram revisados e uma 
interação entre variantes raras e comuns passaram a ser a explicação mais provável 
para estes achados e para a arquitetura genética subjacente da doença, veja a (Figura 
abaixo): 
Dessa forma, uma parte dos casos seria causada por um grande número de 
variantes comuns de baixo risco que, unidas, tem a capacidade de desencadear o 
desenvolvimento da doença. Em relação aos outros casos esses já são causados por 
um número médio de variantes comuns de baixo risco, as quais levariam ao 
desenvolvimento do TEA quando combinadas a uma variante rara de risco moderado, 
(OLIVEIRA K; et al., 2017). 
 
 
 
10 
 
 
Fonte: scielo.br 
Também há casos em que algumas variantes de baixo risco levam ao 
desenvolvimento da doença, quando combinadas com algumas variantes de risco 
moderado. Em todas essas situações, o risco de recorrência de TEA na família é maior 
do que em geral a população, levando em consideração que os alelos de risco estão 
presentes neste grupo de indivíduos. Finalmente, o TEA também pode ser causado 
por uma única mutação com efeito deletério. Estas mutações de alto risco são 
geralmente eventos de novo, associados a uma alta penetrância. (OLIVEIRA K; et al., 
2017). 
 
 
11 
 
Em relação a este caso, o risco de recorrência na família é o mesmo da 
população em geral (exceto em casos de mutações germinativas). Apesar de 
contribuir amplamente para o risco de TEA, essas variantes são difíceis de se 
identificar, pois estão relacionadas a efeitos sutis, e a maioria ainda é desconhecida. 
Portanto, muito do nosso conhecimento sobre os genes envolvidos na etiologia do 
TEA vem de estudos que identificaram variantes de risco moderado a alto. Atravésdos estudos sobre TEA estima-se que variantes com mais de 400 genes e diversas 
variações no número de cópias (variações no número de cópias - CNV) correspondam 
a eventos de deleção e duplicação, podendo representar um risco moderado a alto de 
desenvolver a doença. (OLIVEIRA K; et al., 2017). 
2.2 Epidemiologia e etiologia 
 Os fatores relacionados as questões epidemiológicas estão ligados ao TEA 
desde de o período perinatal até a idade adulta. Esses fatores são relacionados as 
condições como a hemorragia gestacional, diabetes, uso de medicações como o ácido 
valpróico, drogas e álcool, depressão materna e infecções durante a gravidez, são 
consideradas através de pesquisas como situações de risco para o desenvolvimento 
do TEA no período perinatal, (MENEZES; 2020). 
Embora as complicações durante a gravidez e logo após o parto sejam 
consideradas as mais influentes para o desenvolvimento de TEA, fatores genéticos e 
neurogênicos, alterações imunológicas, exposição a mercúrio, entre outras questões 
são estudadas como possíveis desencadeadoras do transtorno. Em relação ao 
passado os números variam e têm crescido, devido à maior influência do TEA e 
consequentemente aumento de estudos na área, mas, nestes, supõe que 
globalmente, a média de prevalência do transtorno seja de 20,6/10.000, com variação 
de 0,7/10.000 a 72,6/10.000, (MENEZES; 2020). 
Por outro lado, dados epidemiológicos mundiais, conjecturaram, em 2010, 
113,6/10.000 casos. Um estudo piloto no Brasil aponta baixa taxa de prevalência para 
Transtorno Global do Desenvolvimento – quase 0,3%6, porém neste estudo não há 
informações concretas sobre o TEA especificamente. Na América do Sul, a uma baixa 
taxa de prevalência que também aparece nos poucos estudos encontrados. O baixo 
número de estudos sobre o transtorno, aponta-se como possíveis causas para esses 
 
12 
 
resultados, falta de profissionais de saúde e população, falta de conscientização, e 
conseguinte, idade avançada de diagnóstico e manutenção de registros precários, 
além de problemas metodológicos, como amostras pequenas, (MENEZES; 2020). 
2.3 Neurofisiologia e neuropatologia 
A neurofisiologia e a neuropatologia, aparecem como fatores-chave para o 
surgimento do Transtorno do Espectro Autista, alterações no desenvolvimento 
cerebral, entre o período neonatal até a adolescência, circunscrevendo vias 
neurofisiológicas e células variadas no telencéfalo, centros corticais e subcorticais, 
inclusive marcando o crescimento, e o aumento do cérebro na infância e na 
adolescência como contribuinte para TEA. Em regiões ligadas a interpretação afetiva, 
após a adolescência, nota-se declínio no crescimento e anormalidades, perspectiva 
social e comunicação, como a área de Broca na região frontal, regiões temporal, com 
a área de Wernicke e dos lobos parietais, amígdala, região caudal e gânglio basal, 
além do cerebelo, (MENEZES; 2020). 
Quanto às vias, observa-se alterações na via media no fascículo lenticular, 
prosencéfalo, no corpo caloso, na cápsula interna, envolvendo os neurotransmissores 
serotonina, GABA e fatores neutróficos bem como receptores nicotínicos. Além de 
tudo, os astrócitos e as células microgliais e de Purkinje também aparecem como 
afetados e influenciadores para o desenvolvimento do TEA, (MENEZES; 2020). 
2.4 Genética e outros aspectos 
Com média de 50% de responsabilidade nas estimativas recentes, há trabalhos 
que registram variações de 40% a 90% de herdabilidade genética para Transtorno do 
Espectro Autista. No desenvolvimento do TEA, no momento, os estudos apontam a 
presença de elementos genéticos, epigenéticos e ambientais envolvidos. Existem 
indícios de que deleções ou duplicações de segmentos de cromossomos e mutações 
no nível dos nucleotídeos se associam à etiologia do transtorno. Além do mais, 
diferentes mutações em um mesmo gene ou diferentes genes que sofreram mutações 
em uma mesma via podem ser responsáveis por graus diversos de severidade na 
manifestação do TEA, (MENEZES; 2020). 
 
13 
 
Dessa forma, podem alterar a expressão gênica através das assinaturas 
epigenéticas, como a metilação da citosina na cromatina, o que pode resultar de 
fatores ambientais, como exposição a metais pesados (cádmio e mercúrio), a 
substâncias químicas industriais (benzeno, bisfenol e dioxina) e a emissão de carbono 
veicular, também influenciando o desenvolvimento do TEA, (MENEZES; 2020). 
2.5 As causas do transtorno 
sabemos que as etiologias do autismo são múltiplas, assim como existem 
comorbidades com outros transtornos e distúrbios. Teoricamente existem explicações 
que apontam para causas orgânicas e também que atribuem as causas ao caráter 
psicológico. Pouco se sabe sobre essa condição, os estudos internacionais sobre as 
etiologias do TEA ainda não são conclusivos. Por exemplo, Portolese (2017 apud 
SANTOS F; et al., 2020), diz que os fatores genéticos e biológicos são os 
responsáveis pelo TEA, de acordo com os mecanismos epigenéticos se 
mostrarem/serem fatores importantes, porém, as desordens hereditárias como fatores 
explicativos não descartadas para esse autor. 
Portolese (2017apud SANTOS F; et al., 2020) traz como evidências as 
pesquisas realizadas com gêmeos cujos resultados mostraram alta 
reincidência de diagnóstico. Segundo ele as pesquisas mostram, mesmo que 
ainda careçam de aprofundamento de estudo, que há maior risco de 
recorrência de TEA em famílias nas quais já existe uma criança autista. 
Acredita Betancur (2011 apud SANTOS F; et al., 2020) que são frequentemente 
consideradas herança poligênica, ou mesmo multifatores, as explicações 
relacionadas à origem genética. 
Após a descoberta que as mutações nos neurônios eram capazes de promover 
o transtorno, hoje ele é caracterizado pela junção de variações comuns e raras, 
levando em consideração que por muitos anos o TEA foi explicado pela herança 
poligênica, (OLIVEIRA; SERTIÉ, 2017 apud SANTOS F; et al., 2020). 
Dessa maneira, identificar diferentes padrões genéticos do TEA é possível 
como (OLIVEIRA; SERTIÉ, 2017 apud SANTOS F; et al., 2020) por exemplo: 
➢ Herança Monogênica Comum; 
➢ Herança Oligogênica; 
➢ Herança Poligênica. 
 
14 
 
Portolese (2017 apud SANTOS F; et al., 2020) destaca-se que os estudos 
epidemiológicos mostram os fatores ambientais como explicação para o TEA: 
teratógenos, exposições tóxicas, infecções pré-natais, como rubéola e 
citomegalovírus, insultos perinatais, estão presentes em alguns casos atuando como 
“gatilhos ambientais”. Além do mais, a idade paterna e materna de mais de 40 anos 
também foi descrita em alguns estudos como estando associadas a uma maior 
prevalência desse transtorno. 
Há também fatores de risco para a ocorrência do TEA dentre eles estão a 
prematuridade, assim, como em outras deficiências, malformação do sistema nervoso 
central, infecções congênitas e síndromes, outras ocorrências de histórico 
gestacional. Uma pesquisa realizada por Harmon (2015 apud SANTOS F; et al., 2020) 
observou-se que diferentes partes do cérebro trabalhem juntas, ou seja, o cérebro do 
autista tem dificuldade de integração. Isso pode afetar a percepção sensorial, os 
movimentos e a memória e a dificuldade na realização de atividades complexas 
(HARMON, 2015 apud SANTOS F; et al., 2020). 
Pesquisa publicada pela Autism Research, a partir do estudo do 
Eletroencefalograma (EEG) de crianças com desenvolvimento dentro do 
esperado para a idade e crianças com autismo, demonstra que nas crianças 
com autismo o tempo gasto para integrar dois estímulos (som e vibração) 
quando chegavam juntos foi maior do que para as crianças sem autismo 
(INSAR, 2018 apud SANTOS F; et al., 2020). Outra conclusão dessa 
pesquisa demonstra que o sinal apresentado no EEG, embora semelhante 
nos grupos, na criança com autismo tinha força menor, representado por 
ondas de menor amplitude (INSAR, 2018 apud SANTOS F; et al., 2020). 
Quanto a prevalência de diagnósticode TEA na população a recorrência é de 
1 menina para 4 meninos. Ressalta – se que por apresentarem sintomas mais leves, 
muitas meninas não são diagnosticadas. A figura a seguir ilustra os diferentes 
comportamentos entre os sexos: 
 
15 
 
 
Fonte: anec.org.br - Autismo no Brasil (2019) 
2.6 Transtorno do espectro autista (TEA) e a linguagem: a importância de 
desenvolver a comunicação 
O homem é um ser estritamente social e, segundo o autor, é por isso que o 
homem precisa construir vínculos e relações, que se desenvolvem principalmente por 
meio do uso da linguagem, tanto verbal quanto não verbal, a vida do ser torna-se 
realidade, choca e/ou compartilha informações, pensamentos, exibe ideias, 
sentimentos e conceitos, e começa a desenvolver habilidades e habilidades, 
competências que facilitam o pensamento e a ação. 
De acordo com Miilher Os seres humanos são os únicos animais que podem 
se comunicar usando símbolos. Esse poder simbólico não é apenas um marcador 
entre as espécies, mas também um marcador da sociedade e entre os indivíduos. Os 
melhores comunicadores são conhecidos por demonstrar melhores habilidades 
sociais e tendem a ser emocionalmente mais saudáveis e mais satisfeitos. 
A linguagem certamente facilita a comunicação. Portanto, a capacidade de se 
comunicar por meio de signos e/ou símbolos é considerada a base para a formação 
da sociedade e, por isso, o ser humano está constantemente experimentando 
diferentes linguagens e métodos de comunicação na tentativa de criar/construir ou 
 
16 
 
desenvolver alguma coisa. No entanto, às vezes a comunicação significativa pode não 
ser estabelecida, como foi observado em pessoas com transtorno do espectro autista 
(TEA) 
As dificuldades relacionadas ao comprometimento da comunicação analisadas 
no TEA estão relacionadas à falta de comunicação utilitária, ou seja, os autistas 
podem até formar frases complexas e até mesmo chegar a uma ampla gama de 
palavras conhecidas, porém, não conseguem colocá-las em contexto, em vez de 
estabelecer uma troca coerente de informações que permita a interação social, 
Para Fiore-Correia et al. (2010), suas definições incluem prejuízos 
consideráveis em três áreas principais: 
 
Para ser considerado um sintoma desse transtorno (TEA), a comunicação não 
funcional deve estar relacionada a outros fatores, como rotinas fixas e repetitivas, pois 
é um aspecto importante do TEA. Atualmente, o TEA vem sendo discutido de diversas 
formas, como discussões sobre o reconhecimento dos direitos sociais e os 
sinais/sintomas mais visíveis das pessoas com esse transtorno, o que tem 
impulsionado diversas pesquisas relacionadas a temas muito importantes. 
Embora as pesquisas tenham se intensificado, o TEA ainda é considerado um 
transtorno de causa desconhecida e está associado a condições genéticas e 
ambientais. 
Eugen Bleuler começou a usar "Autismo" por volta de 1908 e, por décadas, o 
TEA era conhecido apenas como autismo. Os médicos usam o nome para se referir à 
Interação social, onde a criança apresenta déficits
graves na capacidade de iniciar, responder,
manter ou estabelecer interação com os outros;
Comunicação, que considera tanto
comportamentos comunicativos não verbais,
como gestos e sorrisos, bem como
comportamento de comunicação verbal, como
vocalização e fala e comportamento.
A criança apresenta comportamentos e interesses
restritos e repetitivos.
 
17 
 
falta de linguagem comunicativa em indivíduos com psicose endógena e, por décadas, 
foi considerado um sintoma dessas psicoses. A partir das observações de Bleuler e 
suas observações, ele chegou à conclusão de que as pessoas com autismo vivem em 
um mundo paralelo, muito distante da realidade. 
Seguindo a iniciativa de Bleuler, outros estudiosos também apresentaram uma 
definição do termo "autismo" para separá-lo da psicose. Apesar das tentativas, o termo 
tem sido associado a outras condições e não tem sido tratado isoladamente, de modo 
que não são conhecidas as causas, características e formas ou estratégias que 
favorecem o desenvolvimento desses indivíduos. Seguindo a iniciativa de Bleuler, 
outros pesquisadores também propuseram uma definição do termo "autismo" para 
separá-lo da psicose. 
Apesar das tentativas, o termo tem sido associado a outras condições e não 
tem sido tratado isoladamente, de modo que não são conhecidas as causas, 
características e formas ou estratégias que favorecem o desenvolvimento desses 
indivíduos. Os principais pesquisadores desse período foram Leo Kanner (1943 apud 
SILVA; 2020) e Hans Asperger (1944) (LOPES, 2019 apud SILVA; 2020). 
A pesquisa sobre o autismo, como é definido atualmente, foi impulsionada pelo 
artigo de Kanner, que definiu o autismo como uma psicose infantil, uma das 
características distintivas da qual é a falta de interação social por meio da linguagem. 
Para ele, esse fato tem muito a ver com o tratamento dispensado pelos pais e/ou 
responsáveis, ou seja, porque esses responsáveis não interagiram com essas 
crianças, não aprenderam a se relacionar com os outros. Referindo-se à indiferença 
com que essas crianças eram tratadas por seus responsáveis, Canner usou o termo 
"mãe geladeira", por isso acreditava que o autismo era de natureza psicológica. 
Lembrando que a síndrome de Asperger não é mais uma definição em um 
manual de diagnóstico, é importante ressaltar que outro pesquisador que também 
trabalha com autismo é Hans Asperger. Assim como Kanner, Asperger afirmou que 
pessoas diagnosticadas com autismo são incapazes de interagir com outras, mas 
essa condição não implica incompetência, pois altas habilidades são validadas na 
realização de determinadas atividades (CARVALHO et al., 2014; KLIN , 2006 apud 
SILVA); 2020 ). Para ele, a falta de interação tem a ver com fatores emocionais. 
Embora importante, a pesquisa de Asperger só ganhou força quando o Autism 
Diagnostic Manual foi publicado. 
 
18 
 
 
As pesquisas sobre o assunto se intensificam à medida que novos 
pesquisadores trabalham nele. Por volta da década de 90, o autismo passou a ser 
conceituado como um transtorno que interfere na construção da linguagem e na forma 
como é utilizada como ferramenta para fortalecer as relações sociais. Desde 2013, 
foram desenvolvidas diretrizes para incluir o autismo em um contexto mais amplo 
conhecido como transtorno do espectro do autismo (TEA). O TEA apresenta uma 
gama de aspectos neurológicos e biológicos relacionados que têm um impacto 
considerável nos aspectos comunicativos. As características do TEA incluem o uso 
inadequado de pronomes, movimentos repetitivos, ecos e estereótipos. 
As características observadas na síndrome do autismo variam na forma de 
exteriorização dos desvios de relações interpessoais, linguagem, motricidade, 
percepção e patologias associadas ao distúrbio. A intensidade destes desvios, os 
estados mais determinantes, também é diversificada (Rodrigues; Spencer, 2015, p. 
21 apud SILVA W; et al., 2021). 
Dessa forma, Assumpção Jr e Kuczynski (2018 apud SILVA W; et al., 2021) 
mostraram que o TEA é considerado um transtorno do desenvolvimento com graus 
variados, afetando os domínios de interação social, comunicação e comportamento, 
com sintomas frequentes, sendo assim fortalecidos gradativamente e com dificuldade 
de movimento. 
Além disso, segundo os acadêmicos, eles apresentaram em seu estudo uma 
escala de classificação do DSM (V), déficits na comunicação e comportamento social, 
como forma de avaliar a gravidade do TEA e como base para sintomas contextuais e 
ambientais, levando em consideração atrasos de linguagem, Isso não pode ser 
considerado uma característica específica do TEA, mas sim um fator que afeta os 
sintomas clínicos. 
Ainda, segundo os acadêmicos, em seu estudo, eles apresentaram uma tabela 
de classificação do DSM (V), déficits na comunicação e comportamento social, como 
forma de avaliar a gravidade do TEA e comobase para sintomas contextuais e 
ambientais, levando em conta atrasos de linguagem, Isso não pode ser considerado 
uma característica específica do TEA, mas sim como um fator que afeta os sintomas 
clínicos. 
 
19 
 
Ressalta-se que a maioria dos profissionais e pais utilizam condições para 
diagnosticar tipos de autismo, porém essa definição não é mais oficial, sendo 
classificadas de acordo com o DSM V (2013 apud SILVA W; et al., 2021), manifesta-
se em três graus: leve, moderado e grave, tornando-se assim um transtorno do 
espectro do autismo. A tabela a seguir lista a gravidade do TEA. 
 
Níveis de gravidade dos TEA DSM V (2013 apud SILVA W; et al., 2021). 
 
Fonte: Research, Society and Development, v. 10, n. 1, e15010111584, 2021 
Considerando o exposto, Sampaio e Oliveira (2017 apud SILVA W; et al., 2021) 
afirma que no autismo existem dificuldades na comunicação e interação social, com 
isso a utilização da fala pode ser afetada, quando o autista apresenta essa dificuldade, 
comprometendo o seu aprendizado da leitura, considerando que é importante ter o 
domínio da fala para aprender a ler. 
Autista que se enquadram no nível 1, na maioria dos casos apresentam um 
nível de linguagem oral amplo e satisfatório em âmbito educacional, entretanto existe 
 
20 
 
uma quantidade considerável de autistas que apresenta resultados insatisfatórios no 
processo de aprendizagem da leitura e escrita, por não cumprirem o apoio de pré-
requisitos necessários ao processo de ensino aprendizagem. Assim a próxima seção 
será apresentada aquisição da consciência fonológica dentro do Transtorno do 
espectro autista (TEA apud SILVA W; et al., 2021). 
3 AUTISMO INFANTIL E AUTISMO NA VIDA ADULTA 
 
Fonte: senado.leg.br 
As pesquisas sobre o prognóstico das pessoas com autismo não apresentam 
resultados positivos. O risco de morte é 2,8% maior do que em pessoas sem autismo 
(MOURIDSEN et al., 2008 apud SCHMIDT C; 2016). Curiosamente, esse 
encurtamento da longevidade não se deve aos sintomas do autismo, mas a várias 
condições indiretamente relacionadas a ele, como o sedentarismo, sono ansiedade 
ou o uso contínuo de medicações para controle de problemas de comportamento, 
(SCHLEBUSCH et al., 2016 apud SCHMIDT C; 2016). 
Estudos de longa data mostram que na idade adulta existe uma pobreza na 
vida independente e educacional dessas pessoas, bem como em suas relações de 
trabalho e com seus parceiros (as). Mais da metade dos jovens com autismo evadiram 
da escola e não estão engajados em atividades laborais pagas, necessitando de apoio 
 
21 
 
institucional na vida adulta. Essa questão foi observada através de um estudo 
americano recente, (WHITE et al., 2016 apud SCHMIDT C; 2016). 
Dentre os fatores favoráveis, destaca-se que as oportunidades sociais, como 
maior participação e divulgação nas instituições públicas e engajamento em grupos e 
comunidade, podem gerar ganhos cognitivos e no funcionamento adaptativo 
(ORSMOND et al., 2013 apud SCHMIDT C; 2016 apud SCHMIDT C; 2016). Esses 
dados reforçam a necessidade de diagnosticar cada vez mais precocemente em uma 
intervenção que minimize a dificuldade e promova a autossuficiência, ou seja, a 
independência na vida adulta. 
Por outro lado, o pouco interesse acaba sendo dispensado à criação de 
serviços para a vida adulta, levando em consideração o fato de a atenção ao 
transtorno enfocar preponderantemente o período da infância. Com os dados 
longitudinais do Departamento de Educação estadunidense apresentaram que, dentre 
os alunos que utilizaram os serviços de educação especial, aqueles com autismo 
tiveram menor participação e maior isolamento social na vida adulta que outras 
deficiências (ORSMOND et al., 2013 apud SCHMIDT C; 2016). As pesquisas trazem 
esses relatos e destacam a demanda urgente para o desenvolvimento de políticas 
públicas para adultos com autismo, seja por meio de estratégias que facilitem o acesso 
em relação ao mercado de trabalho, seja por residências que os acolham. 
Dessa maneira, pode se chegar à conclusão que embora os avanços no 
entendimento do autismo e sua utilização para o desenvolvimento de intervenções 
nos campos educacional e clínico, o levantamento nacional sobre esse panorama 
mostra demandas pouco atendidas, em relação as pesquisas empíricas, de natureza 
aplicada na geração de resultados, que apoiem o desenvolvimento de políticas 
públicas para atendimento a essa população, (SCHMIDT C; 2016). 
 
 
 
22 
 
4 DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) 
 
Fonte: cmcc.rs.gov.br 
Os primeiros sintomas do Transtorno do Espectro Autista costumam ser 
observados entre doze e vinte e quatro meses de vida do indivíduo, de acordo com a 
5ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais– DSM V, 
pode se notar um ou outro atraso no desenvolvimento anterior aos doze meses de 
idade, porém, começam a apresentar de forma mais acentuada a partir dos vinte e 
quatro meses (APA, 2014 apud CUNHA P; et al., 2020). 
Com evidência na primeira fase da infância aparecem os traços de condutas 
ligadas ao Transtorno do Espectro Autista. Há crianças que manifestam dificuldades 
na interação com seus pares ou familiares, atraso no desenvolvimento da fala, fascínio 
por objetos incomuns, irritação em locais cheios ou barulhentos, ausência das 
interações sociais, estereotipia vocal e motora, onde se precisa seguir uma rotina, e 
comportamentos definidos (APA, 2014 apud CUNHA P; et al., 2020). 
Os sintomas se manifestam de maneira mais intensa, a partir do segundo ano 
de vida da criança, como por exemplo, a criança sente muita dificuldade em brincar 
usando a imaginação, quando pega os brinquedos, não consegue se manter em pé 
por algum período, não consegue utilizar os brinquedos da forma correta, apresenta 
muita dificuldade ao conversar, sua fala por muitas vezes é incompreensível, dessa 
 
23 
 
forma a criança possui muitos empecilhos no ato de brincar (VIEIRA e BALDIN, 2017 
apud CUNHA P; et al., 2020). 
A definição do Transtorno do Espectro Autista Para Teixeira (2016, apud 
VIEIRA e BALDIN, 2017 apud CUNHA P; et al., 2020), seria os prejuízos no 
desenvolvimento, causados por um conjunto de condições comportamentais, assim 
como na cognição da criança, comunicação e habilidades sociais. O autor menciona 
a importância de se conhecer as principais características para que um diagnóstico 
seja realizado o mais rápido possível de forma que a criança tenha a chance de evoluir 
nas características do espectro, tendo em vista que os sintomas aparecem já nos 
primeiros anos de vida. 
A observação referente ao diagnóstico deve se fundamentar em entrevistas 
com os pais da criança, professores e demais pessoas que a acompanham, levando 
em consideração que o diagnóstico é clínico e depende de uma observação mais 
sistemática a respeito do comportamento e desenvolvimento da criança. Para que 
tenha um diagnóstico preciso é necessário ter a ajuda de uma equipe multiprofissional, 
como fonoaudiólogos, psicólogos, e pedagogos que irão investigar todos os contextos 
da criança: histórico, social, afetivo, etc. Assim como, obter e registrar as informações 
de todos os sinais que chamaram atenção dos pais desde seus primeiros meses de 
vida, até mesmo sobre o parto e por fim, obter informações sobre comportamentos da 
criança no meio social, escolar, lazer, seja com seus pares ou familiares (VIEIRA e 
BALDIN, 2017 apud CUNHA P; et al., 2020). 
Como caracteriza Charman e Baird (2002 apud CUNHA P; et al., 2020) citados 
por Silvia e Mulick (2009 apud CUNHA P; et al., 2020), nota –se que as disfunções 
sensoriais são bastante incomuns e peculiares entre eles, também há uma 
sensibilidade a estímulos sonoros, visuais, táteis e gustativos, essas características 
são observadas em crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista. A 
hipersensibilidade a estímulos auditivos causa um desconfortomuito prejudicial à 
socialização da criança, há dificuldade para frequentar locais cheios e barulhentos. 
De acordo com os autores que foram mencionados acima as atividades simples 
são fundamentais para a vida do ser humano, como banho, alimentar, dormir, porém 
isso é algo se torna um momento de grande angústia e ansiedade para uma criança 
hipersensível. De tal maneira que, o quanto antes for realizado o diagnóstico para 
confirmar a presença ou não do TEA, mais cedo acontecera o processo de intervenção 
 
24 
 
com a criança, e consequentemente maiores serão os resultados positivos no 
tratamento e na obtenção de uma melhora no desenvolvimento da criança (CUNHA 
P; et al., 2020). 
Começam a busca pela ajuda profissional, a partir do momento em que os pais 
começam a perceber certos comportamentos diferentes que são reproduzidos pelos 
seus filhos. É um processo delicado a questão da devolutiva do diagnóstico aos pais, 
onde o profissional precisa saber passar e explicar todo o procedimento de maneira 
menos impactante, para que os mesmos possam aprender a aceitar e conviver com 
as diferenças de seus filhos, buscando por auxílio profissional para a criança passar 
por um bom tratamento (ONZI e GOMES, 2015 apud CUNHA P; et al., 2020). 
4.1 Tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) 
O prognóstico leva em consideração três fatores determinantes 
independentemente do tipo de intervenção realizada na criança autista e seu 
desfecho, são eles, o grau de comprometimento de aspectos como, linguagem a 
interação social e funcionamento cognitivo, a idade com a qual é diagnosticada e o 
início do tratamento, tendo em vista que quanto mais comprometimento, pior é o 
prognóstico. Existem vários tratamentos dispondo de igual variedade de efetividade 
para cada caso, levando-se em conta a inexistência de intervenções completamente 
eficientes, (MESQUITA W; et al., 2013). 
 A estruturação do processo de tratamento quanto a idade do indivíduo é 
defendida por alguns autores, outros quanto as peculiaridades de cada criança, 
baseando-se no nível de especialização do profissional envolvido, ou, ainda, com 
equipes multidisciplinares. Sucintamente os alvos principais dos tratamentos são as 
habilidades de interação social e linguagem, a fim de torná-las o quão funcional quanto 
possível, e comportamentos desadaptativos, trabalhando-se para atenuá-lo, 
(MESQUITA W; et al., 2013). 
Um dos tripés que sustenta o diagnóstico autístico é a linguagem e ela é 
direcionada para o processo terapêutico fonoaudiológico. Ao decorrer do 
desenvolvimento da criança autista a linguagem uma das preocupações iniciais dos 
pais, na medida em que está não progride ou se desenvolve para posteriormente 
regredir. Intervenção precoce em relação a linguagem na literatura se justifica pela 
 
25 
 
preocupação com o desenvolvimento, pois esta está diretamente associada ao 
desfecho desfavorável, se seu decurso é tardio, (MESQUITA W; et al., 2013). 
Alguns estudos relacionam os prejuízos na linguagem com desfechos 
desfavoráveis, estando os prejuízos demasiados desta, associados ao baixo nível 
cognitivo e a comportamentos disruptivos. Ademais a linguagem também pode ser um 
bom indicativo do prognóstico no desenvolvimento da vida da criança autista ao adulto 
autista. Levando-se em conta a expressão extremamente variada do transtorno, as 
características do uso da linguagem pelos autistas são peculiares mesmo quando esta 
é comparada entre os mesmos, (MESQUITA W; et al., 2013). 
 Podem estar presentes manifestações como ecolalia imediata (repetição da 
fala alheia logo após sua emissão) ou a ecolalia tardia (repetição da fala alheia algum 
tempo depois da emissão desta) a entoação, melodia, da voz idiossincrática; a 
inversão pronominal, ao invés de dizer “EU” a criança autista diz “VOCÊ”; melhor 
compreensão do uso de termos lacônicos do que frases permeadas de analogia, 
metáforas, ironia ou mesmo sarcasmo; sendo que a falta de linguagem verbal não é 
compensada pelo uso da não verbal, (MESQUITA W; et al., 2013). 
São focadas intervenções que se orientam sob a perspectiva do uso 
comunicativo da linguagem e/ou maximização da qualidade desta e ocorre por meio 
da fonoaudiologia. As maneiras de tratamento encontradas foram os programas que 
se orientam sob enfoque desenvolvimentista com foco especial na linguagem, terapia 
da linguagem embasada sob a perspectiva pragmática, terapia da fala, terapia da 
linguagem sócio-pragmática, PECS (Picture Exchange Communication System) 
Comunicação facilitada, TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related 
Communication Handicapped Children), terapia fonoaudiológica e Análise 
Comportamental Aplicada, (MESQUITA W; et al., 2013). 
A potencialização da linguagem tanto verbal quanto pré-verbal é relacionada a 
intervenção sob abordagem desenvolvimentista ela é utilizada para fins 
comunicacionais. O pressuposto ao modelo desenvolvimentista estão as linhas de 
intervenção que buscam fornecer ao autista a possibilidade de espontaneidade e 
iniciativa ao começar um diálogo (Developmental Social-Pragmatic Model – DSP), 
Emotional Regulation, Transactional Support model of intervention (SCERT), Social-
Communication, sendo este orientado pela terapia da linguagem sócio-pragmática; e 
o desdobramento tanto interacionais, tanto das habilidades comunicativas, como da 
 
26 
 
ideia de sujeito, (DIR) Developmental, Individual-difference, Relationship-based Mode, 
(MESQUITA W; et al., 2013). 
A intervenção também pode ser baseada ante comunicação alternativa como 
O PECS (Picture Exchange Communication System), que permite que a criança tenha 
o acesso de imagens como meio comunicativo ajudando-a a relacionar situações e 
conceitos, melhorando sua compreensão, o TEACCH (Treatment and Education of 
Autistic and Related Communication Handicapped Children), por meio de estímulos 
visuais proporciona à criança maior qualidade linguística e ao aprendizado, além de 
atenuar comportamentos desadaptativos a “Comunicação facilitada”, técnica que 
oferece figuras as crianças, por meio de cartões, os quais possibilitariam a 
potencialização do uso da linguagem, (MESQUITA W; et al., 2013). 
O contexto da fala como decisivo é aprendida através da intervenção por meio 
da terapia da linguagem sob a perspectiva pragmática, pois a qualidade/quantidade 
comunicativa da criança interfere excessivamente. Contextos que forneciam atenção 
e jogos compartilhados maximizavam o uso comunicativo da linguagem, ao passo que 
contextos pobres (com cadeiras e meses, por exemplo) não atingiam o mesmo efeito 
em estudos realizados durante a terapia da linguagem. Análise Comportamental 
Aplicada (ABA) é outra intervenção sobre a linguagem que se orienta sob a Análise 
Comportamental aplicada à linguagem. Durante a aplicação do (ABA) São reforçados 
e modelados durante o processo terapêutico a fim de que sejam incorporados ao leque 
comportamental da criança autista, quando escolhidos aspectos específicos do 
comportamento socialmente requeridos, (MESQUITA W; et al., 2013). 
A diminuição dos comportamentos estereotipados e repetitivos e o 
aprimoramento da interação social são o foco dos programas de intervenção das 
intervenções que se seguem. O modelo de tratamento que promove as habilidades 
comunicativas, interacionais e a afirmação do autista como sujeito é o Developmental, 
Individualdifference, Relationship-based Model (DIR). Dessa forma fornece qualidade 
e quantifica a interação social, (MESQUITA W; et al., 2013). 
Além de abordar aspectos disfuncionais da comunicação a intervenção 
Communication, Emotional Regulation, Transactional Support model of intervention 
(SCERT), também o faz com os déficits da interação social e processamento 
sensorial. Outras buscam desenvolver habilidades das brincadeiras e imitativas nos 
autistas, pois estas são associadas ao desenvolvimento da atenção compartilhada,27 
 
do uso intencional da comunicação, do jogo simbólico e empatia, (MESQUITA W; et 
al., 2013). 
Como já citado acima, TEACCH (Treatment and Education of Autistic and 
Related Communication Handicapped Children) é outro programa, dentre outras 
contribuições, que diminui comportamentos disruptivos. Para atenuar 
comportamentos considerados indesejáveis o tratamento farmacológico é uma opção. 
Em comportamentos demasiadamente desajustados o grupo dos antipsicóticos 
atípicos (AAPs) são administrados a fim de interferirem, podendo ser aplicados ao 
grupo das DITs. As medicações estimulantes agem na debilidade de agitações 
motoras hiperatividade e comportamentos não adaptativos, que são usadas no 
tratamento de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Os anticonvulsivantes 
são usados especificamente na população autista, visando a diminuição das 
convulsões, (MESQUITA W; et al., 2013). 
A Possibilidades classificatórias na busca do diagnóstico e tratamento sobre as 
famílias dos autistas, apresenta um quadro bem aquém das possibilidades 
classificatórias descritas na literatura em um estudo brasileiro. Das crianças 
participantes da pesquisa uma foi diagnosticada em torno dos 2 anos, sete em torno 
dos três, seis aos quatro ou cinco, e mais seis por volta dos seis, sete anos de idade. 
Durante o processo do transtorno as famílias alternavam visitas a, psicólogas, 
fonoaudiólogas, pediatras, médicas até conseguirem fechar o diagnóstico e começar 
o tratamento. Apesar desse tipo de estudo ser carente, é de demasiada relevância, 
tendo em vista a orientação de políticas públicas, (MESQUITA W; et al., 2013). 
No entanto, de todos os métodos que são necessários para a intervenção do 
tratamento do autismo, os métodos TEACCH, ABA e PECS são um dos principais 
métodos utilizados, vamos citar um pouco mais sobre ambos. É importante destacar 
que é necessário conhecer os sintomas e entender a importância do diagnóstico, para 
acompanhar as crianças autistas. 
Foi preconizado por volta da década 1960 o método de Tratamento e Educação 
para Autistas e Crianças com Déficits relacionados à Comunicação – TEACCH, esse 
método ocorre mediante avaliações através da prática psicopedagógica, onde as 
dificuldades das crianças são salientadas através de práticas individuais que são 
orientadas por um profissional, (CALVANCANTE I; et al., 2019). 
 
28 
 
Na busca de promover a aprendizagem a intensão principal do método 
TEACCH é a de organizar as tarefas, reduzindo comportamentos que não são 
adequados. Pontua-se que este método visa a rotina da criança, estimulando ela 
através das atividades realizadas, dessa maneira a criança se torna mais 
independente. As atividades que são aplicadas no dia a dia, são realizadas através 
de painéis e quadros para promover uma melhor compreensão da criança, é uma 
forma de reforçar positivamente a maneira como o autista aprende e se organiza 
(CUNHA, 2011 apud CALVANCANTE I; et al., 2019). 
O método ocorre de forma individual com base em experiências concretas que 
pode progredir conforme o desenvolvimento de cada criança, esse método acontece 
através da terapia, o método TEACCH usa os recursos visuais para que a criança 
entenda o ambiente que vive através de símbolos (CALVANCANTE I; et al., 2019). 
Parecido com o anterior, o método Análise Aplicada do Comportamento (ABA) 
intenciona mudar o comportamento inadequado das crianças, busca melhorar a 
interação social, inserindo práticas que promovam o desenvolvimento de novas 
habilidades, diminuindo as birras, e cada passo é realizado por etapa, respeitando as 
limitações de cada criança. Através da instrução profissional e com base na 
singularidade de cada caso as habilidades são trabalhadas de forma sequencial, uma 
após a outra (CALVANCANTE I; et al., 2019). 
O método ABA, que é uma técnica proveniente do campo científico do 
behaviorismo, tem por objetivo observar, analisar e explicar a associação 
entre o ambiente, o comportamento humano e a aprendizagem, visando a 
mais uma mudança de comportamentos específicos do que de 
comportamentos globais (CUNHA, 2011, p. 73 apud CALVANCANTE I; et al., 
2019). 
O método ABA vai permitir que a criança aprenda de forma mais lúdica e 
agradável por meio de estímulos, onde são analisados primeiramente os 
comportamentos inadequados, e isso também acontece antes de qualquer 
intervenção na intenção de encontrar o que promove esses comportamentos 
inadequados. Esses estímulos são necessários para que tenha um entendimento e 
compreenda a melhor forma de lhe dar com cada criança com foco em suas 
necessidades subjetivas, (CALVANCANTE I; et al., 2019). 
Outro método que é utilizado também para o tratamento do autismo é o PECS, 
esse método trabalha com o uso figuras com a intenção de melhorar a comunicação 
das crianças autistas, através do que pode ser desejado ou que se apresente como 
 
29 
 
necessidade. Através desse método é possível usá-la como instrumento facilitador da 
aprendizagem (CALVANCANTE I; et al., 2019). 
[...] por ser observado como uma síndrome que acomete severamente o 
indivíduo, o autismo traz consigo o estigma de que não há nada, ou quase 
nada, que se possa fazer no âmbito educacional de seus portadores. Assim, 
as terapias e os métodos de atuação se restringem mais a modificações de 
comportamento (ORRÚ, 2012, p. 63 apud CALVANCANTE I; et al., 2019). 
Lembrando que os métodos são utilizados em crianças que possuem 
Transtorno do Espectro Autista e essas crianças são acompanhadas por esses 
métodos com a intenção de ajuda-las em suas diferentes necessidades que engloba 
a condição e limitação tanto dentro das escolas, como no próprio ambiente familiar 
(CALVANCANTE I; et al., 2019). 
De acordo com (CUNHA P; et al., 2020) é necessário ser analisado também 
com outros profissionais envolvidos no tratamento, o tipo de terapia, dentre elas estão: 
 
 
Equoterapia, cada vez mais vem sendo utilizada no
Brasil, por conta dos ótimos resultados. Essa
modalidade de terapia, abrange todas as atividades
e técnicas que utilizam o cavalo como mediador,
onde tem como foco maior educar ou reabilitar os
pacientes que apresentam deficiência tanto física
quanto psíquica. Este animal apresenta se muito
inteligente, pois possui uma boa memória, o que o
torna capaz de memorizar lugares, acontecimentos,
objetos e pessoas, podendo inclusive, refletir a
maneira como determinado indivíduo o trata.
 
30 
 
 
 
 
É extremamente importante consultar um fonoaudiólogo especializado, pois o 
paciente pode apresentar déficit na aquisição da linguagem verbal e dificuldade na 
linguagem não verbal. A terapia ocupacional é necessária para a reorganização 
sensorial, pois a criança com transtorno do espectro autista frequentemente apresenta 
problemas sensoriais significativos que, sem terapia ocupacional, tornam a terapia 
psicológica ineficaz, (TEIXEIRA, 2016 apud CUNHA P; et al., 2020). 
Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) se
mostrou muito efetiva no tratamento de
diversos transtornos surgidos na infância. Em
relação ao TEA-AF, os estudos mostram grande
eficácia em crianças e jovens. Entende-se que
nessa abordagem, mesmo sendo adaptada
para o atendimento infantil, implica que os
pacientes demonstrem um nível cognitivo para
que o trabalho seja efetivo.
A psicanalise tem como objeto de estudo no
TEA os seguintes aspectos relevantes nas
intervenções: o psíquico, o social e o orgânico,
priorizando as relações de desejo para que tenha
a formação subjetiva e o surgimento do sujeito
desejante. O tratamento do autismo na
psicanalise foca o que falta na constituição de um
sujeito psíquico, é de forma que sua
aprendizagem surja como uma consequência da
sua integração subjetiva no campo significante.
 
31 
 
O ambiente sociocultural e afetivo da criança com TEA deve ser enriquecido 
por situações como a introdução ao esporte e às atividades sociais, visto que essas 
situações desencadeiamuma variedade de estímulos e naturalmente são 
supervisionados pelos pais já orientados sobre o transtorno do espectro autista 
(TEIXEIRA, 2016 apud CUNHA P; et al., 2020). Da mesma forma, interagir com outras 
crianças da mesma faixa etária proporciona contextos sociais que lhes permitem ter 
experiências que levam a uma troca de ideias, de papeis e atividades conjuntas que 
requerem negociação e discussão interpessoal para resolver conflitos, ambos são 
compartilhados. 
Dessa maneira, é possível aprimorar suas habilidades sociais e compreender 
que esse tipo de transtorno afeta o desenvolvimento social de algumas crianças desde 
os primeiros anos de vida. Nesse sentido, a escola desempenha um papel 
fundamental nos esforços para superar os déficits sociais dessas crianças, 
possibilitando a promoção de habilidades de socialização e o desenvolvimento de 
novos conhecimentos e comportamentos, (CAMARGO e BOSA, 2009 apud CUNHA 
P; et al., 2020). 
5 A INCLUSÃO ESCOLAR DE CRIANÇAS COM AUTISMO 
 
Fonte: portalaraxa.com.br 
 
 
32 
 
Tanto por parte da família quanto da escola a chegada da criança com autismo 
na escola regular gera grande preocupação. A família e os profissionais da educação 
nesse momento se questionam sobre a inclusão dessas crianças, pois a escola 
necessita de adequações. De acordo com as autoras, Brande e Zanfelice (2012, p. 44 
apud BATTISTI et al., 2015), receber alunos com transtornos invasivos do 
desenvolvimento ou seja, com deficiência é um desafio que as escolas enfrentam 
diariamente, pois pressupõe utilizar de adequações ambientais, curriculares e 
metodológicas. 
Contudo, essa tarefa não é fácil, pois conforme Scardua (2008, p. 2 apud 
BATTISTI et al., 2015), é necessário comprometimento por parte de todos os 
envolvidos para que haja inclusão escolar, ou seja, professores, alunos, pais, diretor, 
comunidade, enfim, todos que participem da vida escolar direta ou indiretamente. 
Para Suplino (2009, p. 2 apud BATTISTI et al., 2015), ” torna-se necessário 
assegurar a permanência com qualidade, para que o acesso esteja garantido”. Dessa 
maneira, é extremamente importante focar nos potenciais de cada aluno, é 
imprescindível também que o educador transmita confiança e segurança para este, 
para que ele consiga aprender de forma significativa. Além do mais, “é necessário que 
currículo seja apropriado de modo que promova modificações organizacionais, para 
que haja um ensino de qualidade, estratégias de ensino e o uso de recursos, dentre 
outros” (MENDES, 2002 apud BRANDE; ZANFELICE, 2012, p. 44 apud BATTISTI et 
al., 2015). 
Conforme Libâneo (2012, p. 489 apud BATTISTI et al., 2015), a viabilização 
das intenções expressas no projeto pedagógico é permitida através do currículo 
porque é a concretização, e existe várias definições de currículo: conjunto de 
disciplinas, experiências que devem ser proporcionadas aos estudantes, resultados 
de aprendizagem pretendida, seleção e organização da cultura e princípios 
orientadores da prática. 
Entretanto, quando se pensar em currículo, o foco deve sempre partir da 
realidade de cada criança, seja ela com TID (Transtornos Invasivos do 
Desenvolvimento) ou não, pois, pensar numa proposta curricular vai além dos 
conteúdos. Ou são os conteúdos mais importantes que o processo 
educativo? Ao educador faz-se necessário observar a real necessidade do 
aprendente autista e como esse currículo vai ajudá-lo no seu 
desenvolvimento cognitivo (CHAVES; ABREU, 2014, p. 6 apud BATTISTI et 
al., 2015). 
 
33 
 
Portanto, quando a criança chega à escola, os professores devem levar em 
consideração que a criança deve adquirir independência além do conteúdo escolar 
que será exposto a aprendizagem delas, e que sejam capazes de realizar atividades 
diárias por conta própria, pois os pais costumam fazer tarefas que os filhos poderiam 
fazer por conta própria. Um exemplo de um currículo importante para a promoção da 
autonomia e estímulos das crianças é o Currículo Funcional Natural, cujo objetivo 
central, segundo LeBlanc, citado por Suplino (2005, p. 33 apud BATTISTI et al., 2015) 
“tornar o aluno mais produtivo, independente e também mais aceito socialmente”. No 
entanto, é necessário determinar o que é funcional, e isso depende de diversos 
fatores, pois: 
Aquela habilidade que pode ser considerada funcional numa determinada 
comunidade, poderá não ser em outra. Portanto, ao eleger-se os objetivos 
funcionais para ensinar, é necessário ter em mente aquilo que a pessoa 
portadora de deficiência necessita aprender para ser exitosa e aceitável em 
seu meio, como qualquer outra dessa mesma comunidade (SUPLINO, 2005, 
p. 34 apud BATTISTI et al., 2015). 
 
 
Partindo do princípio de que é necessário saber o que cada criança precisa 
aprender, também é importante analisar e avaliar constantemente o currículo proposto 
durante o processo de ensino-aprendizagem. Daí em diante, o educador poderá 
avaliar o educando em seus avanços e entraves, (BATTISTI et al., 2015). 
Dessa forma, para que o educador consiga estabelecer essa relação sobre o 
que e como ensinar ao aluno com autismo, é necessário um treinamento adequado, 
caso contrário a metodologia utilizada em sala de aula não servirá para atingir o 
objetivo desejado, o alcance da aprendizagem. Este é um grande problema visto nas 
escolas hoje em dia, pois os professores não estão dispostos a ajudar essas crianças 
devido à falta de treinamento. Santos (2008, p. 9 apud BATTISTI et al., 2015) 
menciona que no currículo dos cursos superiores, as informações sobre autismo são 
escassas e desatualizadas, a bibliografia é escassa e a maioria dos textos é importada 
e traduzida, assim como a experiência na área. 
De acordo com (BATTISTI et al., 2015) precisa de atenção a inclusão das 
crianças com autismo na escola regular, de todos os envolvidos como citado 
anteriormente, dessa forma: 
 
34 
 
Para que a escola possa promover a inclusão do autista é necessário que os 
profissionais que nela atuam tenham uma formação especializada, que lhes 
permita conhecer as características e as possibilidades de atuação destas 
crianças. Tal conhecimento deveria ser efetivado no processo de formação 
desses profissionais, sobretudo dos professores que atuam no ensino 
fundamental (SILVA; BROTHERHOOD, 2009, p. 3 apud BATTISTI et al., 
2015). 
O professor, por sua vez, precisa estar ciente de que é importante que a criança 
autista mude suas crenças e atitudes para que possa aprender de forma significativa, 
como qualquer criança que pode aprender, basta dar uma olhada cuidadosa em suas 
habilidades para se concentrar em suas habilidades, (BATTISTI et al., 2015). 
Além do mais, de acordo com Camargo e Bosa (2009, p. 67 apud BATTISTI et 
al., 2015), é importante que a criança autista interaja com outras crianças, pois, “é 
preciso possibilitar o alargamento progressivo das experiências socializadoras, 
permitindo o desenvolvimento de novos conhecimentos e comportamentos, para 
ultrapassar os déficits sociais dessas crianças”. Conforme as autoras também 
enfatizam que morar com seus pares para crianças com autismo permite que suas 
habilidades interativas sejam estimuladas, evitando assim o isolamento contínuo. 
Dessa forma, o ensino regular irá favorecer o seu desenvolvimento e de seus pares, 
através do convívio e de trocas de relações. 
Porém, as autoras alertam que quando não há ambiente apropriado e 
condições adequadas à inclusão, a possibilidade de ganhos no 
desenvolvimento cede lugar ao prejuízo para todas as crianças. Isso aponta 
para a necessidade de reestruturação geral do sistema social e escolar para 
que a inclusão se efetive (CAMARGO; BOSA, 2009, p. 70 apud BATTISTI et 
al., 2015). 
A rotina é outro fator que deve ser trabalhado com as crianças que possuem 
TEA – transtornos do espectro autista, Gikovate (2009, p. 15 apud BATTISTI et al., 
2015), levando em consideração que pode desencadear um comportamentoagitado 
com a quebra de rotina, pelo fato que a criança se recusa a ir em frente enquanto não 
se retorne ao padrão anterior. Além do mais, é fundamental a rotina para estas 
crianças para que as mesmas consigam ter organização no espaço e tempo e assim 
consigam aprender. 
Lopes e Pavelacki (2005, p. 3 apud BATTISTI et al., 2015) destacam que a 
rotina diária é muito importante na educação do autista, além das técnicas que deve-
se utilizar em sala, a qual não deve ser alterada, pois qualquer mudança pode refletir 
no comportamento da criança. 
 
35 
 
De acordo com Gikovate (2009, p. 15 apud BATTISTI et al., 2015) enfatiza que 
é importante levar em consideração qual a necessidade das crianças autistas, e a 
partir disso deve-se fazer as adaptações na sala de aula, para que realmente haja 
uma inclusão escolar da criança que possui TEA - transtornos do espectro autista. 
Dessa maneira, é importante que a criança autista se sinta próxima do professor, que 
o professor incentive a classe a lidar com certos ruídos ou sons específicos que muitas 
vezes são irritantes para a criança autista e que a criança tenha acesso a conselhos 
sobre o que fazer no dia a dia e também tenha acesso as dicas do que acontecerá 
por meio da informação visual. 
Partindo do pressuposto que a memória do autista seja voltada para o visual, 
é necessário que [...] o educador em suas técnicas, valorize este lado, 
fazendo com que o aluno observe cores, tamanhos, espessuras, animais, 
pessoas. Por outro lado, a sala de aula deve ter pouca estimulação visual 
para que a criança não desvie sua atenção da atividade em andamento. O 
ambiente educacional deve ser calmo e agradável, para que os movimentos 
estereotipados dos alunos não alterem (LOPES; PAVELACKI, 2005, p. 7 
apud BATTISTI et al., 2015). 
É necessário que o professor utilize métodos educacionais para manter a 
atenção dos alunos durante as aulas e que tenham por objetivo fazer com que a 
criança autista de fato seja incluída e que seu processo de ensino aprendizagem seja 
efetivado, portanto, muitos estudos são realizados sobre diferentes métodos, 
(BATTISTI et al., 2015). 
Como já abordado anteriormente, de acordo com Bosa (2006, p. 48 apud 
BATTISTI et al., 2015) o método PECS - Picture Exchange Communication System, 
é uma forma de exemplificar, como a criança pode exercer um papel ativo utilizado 
velcro ou adesivos para indiciar o início, alterações ou final das atividades. Quando 
atividades e símbolos são associados, esse método facilita a comunicação e a 
compreensão da mesma. Levando em consideração que esse método trabalha 
através das figuras e cartões em que a criança consegue se expressar, pois associa 
a imagem com o que ela deseja. 
Outro método muito utilizado que tem como base a informação visual, é o 
método Treatment and Education of Autistic and related Communication-
handicapped Children (TEACCH), de acordo com Bosa (2006, p. 49 apud 
BATTISTI et al., 2015) é um programa altamente estruturado que combina 
diferentes materiais visuais para aperfeiçoar a linguagem, o aprendizado e 
reduzir comportamentos inapropriados. Diante disso, esse método busca a 
independência da criança autista, realizando um trabalho através de 
estímulos visuais e corporais, pois através das imagens as crianças serão 
 
36 
 
estimuladas a fazer movimentos corporais como, apontar, buscar, e isso faz 
com que a criança se movimente. 
Além dos métodos citados acima, existe também o método SonRise, que visa 
capacitar todos os envolvidos com a criança autista a desenvolver novas formas de 
comunicação e interação em conjunto por meio de atividades lúdicas que possibilitem 
aprendizagem, autonomia e inclusão (BATTISTI et al., 2015). 
Esse é um dos métodos mais utilizados no Brasil, devido melhora significativa 
durante o tratamento da criança no espectro autista, pois “oferece uma 
abordagem educacional prática e abrangente para inspirar as crianças, 
adolescentes e adultos com autismo a participarem ativamente em interações 
divertidas, espontâneas e dinâmicas com os pais, outros adultos e crianças” 
(TOLEZANI, 2010, p. 8 apud BATTISTI et al., 2015). 
De acordo com (TOLEZANI, 2010 apud BATTISTI et al., 2015) esse método 
mostra a aceitação do autista em relação ao potencial de desenvolvimento e essa 
questão torna – se princípio básico para o tratamento. E partindo de uma 
pressuposição de que ocorra uma aprendizagem significativa das crianças autistas, 
foram propostos muitos métodos, dessa forma é importante destacar que os 
profissionais precisam conhecer as reais necessidades dessas crianças envolvidos 
na educação dessas crianças, para que de fato haja uma construção do conhecimento 
e uma verdadeira inclusão. 
6 FAMÍLIA E AUTISMO 
 
Fonte: atarde.uol.com.br 
 
37 
 
O sistema familiar desempenha um papel importante na formação do sujeito, é 
um fator determinante para a constituição da personalidade e influencia o 
comportamento do indivíduo por meio do ensino e da atuação dentro da família (Pratta 
e Santos, 2007 apud DUARTE A; 2019). Dessa forma, Rodrigues, Sobrinho e Da Silva 
(2000 apud DUARTE A; 2019) descrevem a família como protagonista responsável 
por cuidar, proteger e ensinar o indivíduo a viver em sociedade. 
Os casais, antes mesmo da gravidez, já estão pensando na chegada de um 
bebê na família, e avaliando suas possibilidades, pensando no que seria essa criança 
tanto na questão física ou até mesmo intelectualmente, porém, normalmente não há 
menção de ter um filho deficiente. Sassi (2013 apud DUARTE A; 2019) relata que a 
chegada do bebê é uma experiência verdadeiramente única, trazendo consigo um 
misto de sentimentos de curiosidade, ansiedade até o nascimento e expectativas que 
vão além da realidade. E isso desenvolve o vínculo entre os filhos e os pais quando 
eles já estão projetando suas fantasias nos filhos. 
Qualquer que seja o padrão familiar, a chegada de um novo membro, seja 
planejada ou em uma situação inesperada, é muito natural para os pais idealizarem o 
filho "perfeito". Com planos, às vezes detalhando a educação que deseja oferecer, o 
tipo de negócio que deseja que seus filhos façam ou o modelo que espera deles, 
(FIGUEIREIDO S; et al., 2020). 
A família, como subsistema da sociedade, é o espaço em que os seres 
humanos vivenciam a experiência de construir a sua identidade. É por meio 
da família que o “ser” amplia suas relações com o mundo, sempre se 
relacionando em grupos. Mesmo quando estamos sozinhos, nossas 
referências de valores e normas sociais advêm dos grupos que 
internalizamos no decorrer do ciclo vital. A síndrome autística priva a criança, 
o indivíduo e a família de viver essa experiência (KAZAK, 1986, apud 
ASSUMPÇÃO JÚNIOR e KUCZYNSK, 2015, p. 265 apud FIGUEIREIDO 
S; et al., 2020). 
Junto com o TEA vem a carga do isolamento, da dor familiar, exclusão escolar, 
entre outros, quando algo não sai conforme o esperado, o diagnóstico do Transtorno 
do Espectro Autista, por exemplo, demanda uma série de mudanças nos planos, na 
rotina e consequentemente no futuro dessa família. Dessa forma, acontece alterações 
no meio familiar e, nem sempre, é possível lidar com as situações adequadamente, 
portanto, é normal que os pais se preocupem, (CUNHA, 2011 apud FIGUEIREIDO S; 
et al., 2020). 
 
38 
 
O fato dos pais não aceitarem o diagnóstico de primeiro momento pode 
acarretar em um desgaste maior na família, atrasa o tratamento efetivo da criança e 
isso explica o porquê de alguns pais procurarem diversos médicos em busca de outro 
diagnóstico ou opiniões satisfatórias (SILVA, GAIATO, REVELES, 2012 apud 
FIGUEIREIDO S; et al., 2020). Alguns pais e até profissionais se confundem ou 
rejeitam os sintomas alegando serem traços da personalidade da criança, 
principalmente nos casos mais leves do TEA. 
O diagnóstico da criança com síndrome autista é visto como um momento de 
crise e angústia,pois há certo desequilíbrio entre a qualidade da adaptação 
necessária e os recursos disponíveis para lidar com o problema (ASSUMPÇÃO 
JÚNIOR, KUCZYNSK, 2015 apud FIGUEIREIDO S; et al., 2020). 
O TEA provoca sério comprometimento, variando a intensidade dos 
sintomas manifestados, pessoas com TEA precisam de um ambiente bem 
estruturado, no qual, possa atender suas necessidades básicas. Há uma 
disfunção comportamental (dificuldade nas atividades básicas da vida diária), social 
(evitam compartilhar momentos ou interesses com os outros, inclusive a família) e da 
comunicação (dificuldade no desenvolvimento da linguagem). É possível que a 
criança ou adolescente apresente alguma comorbidade, além dos sintomas 
característicos do autismo, como retardo mental, Epilepsia, déficit de atenção e 
hiperatividade, transtornos ansiosos, depressivos de aprendizagem, entre outros 
(SILVA, GAIATO, REVELES, 2012 apud FIGUEIREIDO S; et al., 2020). 
Todo esse estresse causado pelo autismo é muito complicado de lidar, afeta 
membros da família literalmente, porque começam a viver em função do transtorno e 
acaba causando um nível bastante elevado quanto ao estresse, (FIGUEIREIDO S; et 
al., 2020). 
Provavelmente o desempenho do núcleo familiar acaba sendo prejudicado 
porque esses papeis acabam sendo modificados e ambos precisam repensar como 
será daí em diante. Por exemplo, em uma família tradicional o pai na maioria das 
vezes tem a responsabilidade de suprir as necessidades com lucro financeiro que vem 
do trabalho. Em relação ao papel da mãe a mesma passa a dedicar todo seu tempo 
integralmente nos cuidados do filho deficiente e geralmente abre mão até da carreira 
profissional. A situação fica mais complicada, quando a família é monoparental que é 
formada por qualquer um dos pais e seus dependentes. As obrigações têm efeitos 
 
39 
 
sobre o responsável pela família e logo as necessidades serão mais urgentes, 
(FIGUEIREIDO S; et al., 2020). 
O tratamento para o autismo é demorado e pode durar a vida toda. Aprender 
a lidar com esse diagnóstico e se informar é o passo mais maduro (SILVA, 
GAIATO, REVELES, 2012 apud FIGUEIREIDO S; et al., 2020). Assim como 
o indivíduo com TEA, a família precisa de apoio conforme sua realidade 
–orientações sobre o transtorno, apoio psicológico, emocional, financeiro, 
etc. 
Outro caso bem frequente é que muitas pessoas não entendem o 
comportamento do sujeito com autismo e acham que os pais não sabem educar, 
quando na verdade não é, pois, a criança com autismo é bastante agitada e se irrita 
facilmente, portanto, os pais começam a se privarem de sair para alguns lugares. Por 
querer proteger o filho e evitar passar por preconceito, dessa forma muitos pais 
acabam ficando restritos apenas em casa. 
 
Também há casos em que a presença da criança com autismo, leva à 
separação dos pais, geralmente o pai sai de casa porque não aceita a situação e não 
consegue lidar com ela e também porque a rotina é bastante desgastante, o que leva 
ao fato de a mãe deixar toda a responsabilidade pela educação do filho necessitado 
de cuidados. Conforme Siegel (2008, p.20 apud MENESES J; et al., 2013) “Em parte 
metade dos pais com crianças autistas, acabam por se separar. Há um elevado 
número de divórcios nas famílias com filhos autistas, uma vez que as relações do 
casal passam por duras provas”. 
De acordo com Favero-Nunes-Nunes e Santos (2010, p.212 apud MENESES 
J; et al., 2013) “um acontecimento que afeta qualquer um dos membros da família tem 
impacto sobre todos os outros, pelo que a presença de uma criança com deficiência 
altera a natureza e a dinâmica familiar das interações familiares. ” Podemos concluir 
que o autismo não afeta apenas o indivíduo, mas também todos os demais membros 
que convivem ao seu lado. 
Entretanto, os pais que terão a missão de contribuir para a evolução de seus 
filhos, diante todas as adversidades que o transtorno traz junto com ele, é primordial 
que os pais superem essa fase do diagnóstico, porque isso será essencial no 
prognóstico do TEA. É muito importante e necessário que os pais conheçam bem as 
 
40 
 
características de seus filhos e que colaborem no trabalho em conjunto com os 
profissionais que os acompanharão, (FIGUEIREIDO S; et al., 2020). 
Dessa forma, o auxílio dos pais é um elemento fundamental para as 
intervenções e tratamento dos mesmos. Vale destacar mais uma vez que 
dependendo do grau de comprometimento da criança com TEA, é necessário o 
acompanhamento de uma equipe de multiprofissionais, ou seja, de diversas áreas 
como: Psicólogo, Neuropediatra, Fonoaudiólogo, Psicopedagogo, Terapeuta 
Ocupacional, Pedagogo, nutricionista, etc. (FIGUEIREIDO S; et al., 2020). 
Se a família não acompanhar, não adianta a criança frequentar os profissionais 
indicados, obedecer a posologia e horários fixados no caso de um tratamento 
medicamentoso como também não conhecer os métodos utilizados. É necessária uma 
certa disciplina na rotina cotidiana de uma pessoa com TEA para que haja evolução 
de fato, já que muitas famílias se esforçam por uma vida funcional para seus filhos 
com esse transtorno, portanto, tanto a família quanto a equipe multiprofissional 
precisam trabalhar juntos para que consiga a grande evolução no tratamento de TEA 
(FIGUEIREIDO S; et al., 2020). 
7 ESCOLA E FAMÍLIA 
 
Fonte: jornadaedu.com 
 
41 
 
É normal que os pais se preocupem, porque há muitas mudanças no meio 
familiar, levando em consideração que por muitas vezes o autismo traz a carga do 
isolamento social, a dor familiar e a exclusão escolar, e, nem sempre, é possível 
encontrar maneiras adequadas para lidar com as situações decorrentes. Acima de 
tudo, é necessário que a escola tome consciência do impacto desse transtorno na vida 
familiar, que requer cuidados, atenção constantes, bem como cuidados e 
atendimentos especializados e gastos financeiros, onde sabemos que não poucos 
(DeGRACE, 2004; FÁVERO, 2005; MINATEL, 2013; SCHIMIDT; BOSA, 2003 apud 
SANTOS A; et al., 2014 apud SANTOS A; et al., 2014). 
Esses danos moldam a vida das pessoas com autismo e de seus familiares e 
podem ter efeitos e prejuízos como estresse, mudanças na rotina familiar e cotidiana, 
sobrecarga emocional, dentre outros (DeGRACE, 2004; FÁVERO, 2005; MINATEL, 
2013; SCHIMIDT; BOSA, 2003 apud SANTOS A; et al., 2014). 
 
Os desafios e demandas desses indivíduos e familiares mudam com o tempo 
e podem ter mais ou menos efeitos dependendo das oportunidades de 
desenvolvimento da pessoa com autismo e do seu grupo familiar, dentre os contextos 
de desenvolvimento que marcam a vida da pessoa com autismo, a escola é um 
espaço que se destaca, tanto para eles como para seus familiares, onde às famílias 
encontram recursos e apoio disponíveis, dentro contexto que estão inseridos, 
(SANTOS A; et al., 2014). 
A proposta da educação especial, dentro deste contexto, acontece por meio do 
Atendimento Educacional Especializado (AEE), que tem como função identificar, 
organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade, elaborar, especialmente nas 
salas de recursos multifuncionais. Essa forma de atendimento complementa a 
formação dos alunos e não deve ser visto de modo substitutivo ao ensino regular ou 
um reforço (BRASIL 2008 apud SANTOS A; et al., 2014). 
SANTOS A; et al., 2014, afirmam: 
Nunes et al. (2013) realizaram um estudo com objetivo de identificar as 
produções científicas nacionais, entre 2008 e 2013, sobre a inclusão escolar 
de pessoas com autismo no Brasil; seus resultados mostram que a presença 
de alunos com transtorno do espectro autista aumentou nos últimos anos com 
o movimento da inclusão (no ano de 2012 foram registrados 25.624 alunos, 
segundo dados do Censo Escolar do Ministério da Educação), contudo, 
observaram que o desconhecimento sobre a síndrome e a carência de 
estratégias pedagógicas específicas podem

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