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Ensino sustentabilidade para engenheiro

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O ENSINO DA SUSTENTABILIDADE NA 
FORMAÇÃO DO ENGENHEIRO: 
PROPOSTA DE DIRETRIZES 
 
 
Osvaldo Luiz Gonçalves Quelhas 
(UFF) 
Sergio Luiz Braga França 
(UFF) 
Rafael Travincas 
(UFF) 
 
 
 
Resumo 
Este artigo tem como objetivo geral propor diretrizes de ensino com 
foco em sustentabilidade, visando formar engenheiros com 
conhecimento diferenciado para atender as novas oportunidades 
oferecidas pelo atual mercado de trabalho. A pesquisaa é desenvolvida 
com base na revisão de literatura sobre sustentabilidade e ensino de 
engenharia e tem como objetivo organizar textos e práticas no ensino 
do tema sustentabilidade para a formação contemporânea de 
engenheiros. Diante das muitas abordagens educacionais, que estão 
sendo testadas por todo o mundo, e no contexto da Década da 
Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2005 a 2014) das 
Nações Unidas, o ensino de sustentabilidade em nível superior surge 
como perspectiva para enfrentar os desafios atuais e construir um 
mundo mais sustentável. Por fim, conclui-se que o ensino da 
sustentabilidade na graduação em engenharia busca promover o bem-
estar dos diversos públicos impactados pela atuação do Engenheiro. 
 
Palavras-chaves: ensino de engenharia, desenvolvimento sustentável, 
engenharia de sustentabilidade 
12 e 13 de agosto de 2011 
 
ISSN 1984-9354 
 
 
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 
12 e 13 de agosto de 2011 
 
 
 
 
 
2 
 
1. Introdução 
 
Desde a realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento – EcoRio 92, um novo conceito surgiu e está em evolução: a Educação para 
o Desenvolvimento Sustentável – ESD. Ela somente será factível se não for restrita e ainda 
for conduzida de forma inter-transdisciplinar em todos os programas e instituições de ensino. 
Esta nova perspectiva da educação deverá promover o entendimento do significado da 
sustentabilidade, como uma forma de intervenção no mundo, conforme acentuado por Freire 
(1996). Neste contexto, a universidade se torna essencial se nós quisermos alcançar um futuro 
sustentável (CORTESE, 2003), desempenhando a função de agente de mudança (STEPHEN 
et al, 2008), essencial na formação e preparação dos futuros profissionais e conseqüentemente 
na organização que estes se inserirem. 
De acordo com alguns autores, um número crescente de universidades tem se 
enganjado em incorporar e institucionalizar o desenvolvimento sustentável – DS em 
currículos e pesquisas (CORTESE, 2003; LOZANO, 2006). Contudo há muito a ser feito, 
pois conforme ponderam Bourn e Sharma (2008), embora o paradigma da sustentabilidade 
tem sido reconhecido como elemento chave no currículo universitário, há necessidade de um 
maior engajamento das universidades com o entendimento da sustentabilidade e questões 
globais. 
Dado a heterogeneidade dos desafios da sustentabilidade decorrentes de mudanças: 
ambiental, social e tecnológica (STEPHEN et al, 2008), a engenharia desponta como uma das 
principais disciplinas de transformação para uma sociedade sustentável (BROMAN et al 
2002). 
 Respondendo a esta necessidade, instituições brasileiras têm incorporado estes à suas 
agendas, sendo que a World Engineers Convention’s – WEC (2008) por meio da Declaração 
de Brasília enfatiza a importância da engenharia como a profissão condutora da inovação 
tecnológica e de vital importância no desenvolvimento social, econômico e humano 
sustentável. O SENAI-IEL (2006), em seu relatório Inova Engenharia menciona a necessidade 
de formação de profissionais não somente técnicos e altamente especializados, mas que 
 
 
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possuam também numa formação humanística ampla capaz de lidar com os impactos sociais e 
ambientais decorrentes de suas decisões. 
Os profissionais de engenharia devem ser capazes de tomar as melhores decisões 
durante a elaboração e a implementação de projetos, tornando se assim vital na condução dos 
vários aspectos das questões sócio-econômicos e ambientais (CRUICKSHANK, 2004). Assim 
um novo rumo da engenharia, que já está sendo testado, que demanda soluções para os 
problemas atuais, a fim de que as futuras gerações possam ter pelo menos as mesmas 
oportunidades que as gerações atuais têm experimentado, tem sido chamado de engenharia 
sustentável (CAREW; MITCHELL, 2001; ABRAHAM, 2005; CAREW; MITCHELL, 2008), 
engenharia da sustentabilidade (BOYLE, 2004) ou engenharia para o desenvolvimento 
sustentável (RAENG, 2005), embora a sustentabilidade e a aplicação dela na prática 
profissional não sejam facilmente evidenciadas (BOYLE; COATES, 2005). 
Esta pesquisa busca responder à seguinte questão: Como incorporar o conceito de 
sustentabilidade na formação do profissional de engenharia visando a consciência ambiental, 
social e o atual mercado de trabalho? Para responder esta questão, busca-se atender o seguinte 
objetivo geral: Propor diretrizes de ensino com foco em sustentabilidade, visando formar 
engenheiros com conhecimento diferenciado para atender as novas oportunidades oferecidas 
pelo atual mercado de trabalho. 
Objetivando identificar, conhecer e acompanhar a evolução na área de conhecimento 
da pesquisa, conforme Miguel (2007), esse artigo se baseia na revisão de literatura sobre 
sustentabilidade, ensino de engenharia e em um estudo de caso. 
 
2. Revisão de Literatura 
 
2.1. Contextualizando a Educação e Sustentabilidade 
Em 1987, foi publicado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o 
Desenvolvimento (CMMAD) da ONU um estudo denominado Nosso Futuro Comum, mais 
conhecido como Relatório Brundtland. Neste relatório foi apresentado o conceito de 
Desenvolvimento Sustentável que é mais utilizado: desenvolvimento que atende às 
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem 
suas próprias necessidades. 
 
 
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Desde a apresentação do Relatório de Brundtland, outras definições de 
Desenvolvimento Sustentável têm sido encontradas na literatura, entre elas: 
Clift e Morris (2002), define como um processo de mudança em que o investimento, o 
desenvolvimento tecnológico e mudança institucional sejam assegurados e que satisfaça as 
necessidades do presente sem comprometer as das futuras gerações. 
Para Almeida (2002), Os desequilíbrios sócio-ambientais são resultados do velho 
paradigma cartesiano e mecanicista, com sua visão fragmentada do mundo – o universo visto 
como um conjunto de partes isoladas, funcionando como um mecanismo de relógio, exato e 
previsível. O velho paradigma não da conta de entender e lidar com as complexidades e 
sutileza dessas transformações. Já o novo, cujo eixo é a idéia de integração e interação, 
propõe uma nova maneira de olhar e transformar o mundo”. 
Embora muitas controvérsias tem havido na interpretação do que vem a ser 
desenvolvimento sustentável e sustentabilidade, é de grande consenso que esses conceitos 
ainda estão em evolução. A sustentabilidade pode ser considerada como o objetivo e o 
desenvolvimento sustentável como o processo para se alcançá-lo (DIESENDORF, 2000; 
CLIFT, 2000 apud SIKDAR, 2003), sendo que a distinção entre essas duas expressões tende a 
ser irrelevante, pois elas são a única opção razoável que temos para se buscar a longo prazo 
(RASKIN et al., 1998). 
Todo o processo de construção da sustentabilidade deve ser de aprendizagem 
(MEPPEM; GILL, 1998), transformativo (WALS; CORCORAN, 2006; BERGEA et al, 
2008), adaptativo e de mudanças controladas em um sistema complexo,integrado e 
multidimensionado, que não alcançará uma situação ou um ponto final, mas sim um estado 
em contínua transição (MEPPEM; GILL, 1998), que aborde os princípios de ética e 
interdependência (CAREW; MITCHELL, 2001). Sendo que esse processo de mudança em 
busca da sustentabilidade deve ser orientado por um número de valores e princípios (FIEN; 
TILBURY, 2002), valores esses que devem ser econômico, ecológico e sociocultural. 
A Agenda 21, protocolada em 1992, foi elaborada como um plano de ação estratégica 
para o Desenvolvimento Sustentável Global, tendo como signatários 174 chefes de governo. 
De acordo com Orr (2002), um dos maiores desafios da sustentabilidade é a educação, sendo 
que no capítulo 36 da Agenda 21, intitulado: Promoção do Ensino, da Conscientização e do 
Treinamento, ela é considerada fundamental para se alcançar o desenvolvimento sustentável e 
 
 
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5 
melhorar a capacidade das pessoas em conduzir as questões de meio ambiente e de 
desenvolvimento. 
Na Rio+10, em 2002, que ficou conhecido como o Encontro Mundial sobre 
Desenvolvimento Sustentável reafirmou-se o compromisso e foi o marco da utilização dos 
três pilares do desenvolvimento sustentável: economia, social e meio ambiente. Deste evento 
surgiu a declaração que recomendou à Assembléia Geral das Nações Unidas a DESD – 
Decade of Education for Sustainable Development ou Década da Educação para o 
Desenvolvimento Sustentável, um processo de aprendizagem surgido da necessidade de um 
suporte para se promover o Desenvolvimento Sustentável (WSSD, 2002). 
Diante disto, a UNESCO assumiu a proposição de um novo paradigma: a Educação 
para o Desenvolvimento Sustentável. Criou-se uma década (2006-2015), delineada como um 
conjunto de parcerias que procura reunir uma grande diversidade de interesses e 
preocupações, sendo um instrumento de mobilização, difusão e informação (VELOSO et al., 
2011). Trata-se de uma rede de responsabilidade pela qual os governos, organizações 
internacionais, sociedade civil, setor privado e comunidades locais ao redor do mundo podem 
demonstrar seu compromisso prático de aprender a viver sustentavelmente (UNESCO, 2005). 
A década, através do Plano estimulará uma maior reflexão sobre a Educação voltada 
para o Desenvolvimento Sustentável, proporcionando ao mundo, maiores subsídios sobre as 
questões ambientais, vistas hoje sob a ótica da Educação Ambiental, que propõe a 
compreensão global, holística e integrada do mundo, considerando as dimensões éticas, 
políticas, econômicas, sociais, culturais, ecológicas e da Ciências e Tecnologias. 
Sabe-se que a Educação para o Desenvolvimento Sustentável - EDS, que inclui a 
Educação Ambiental, há pouco tempo incorporado na agenda das reflexões acadêmicas e 
políticas no Brasil, vem ganhando espaços nos debates nacionais, prioritariamente, por conta 
do quadro de deterioração ambiental em nosso país nos últimos tempos. Isso gerou resultados, 
práticas de Desenvolvimento Sustentável e empenho pela qualidade de vida através de 
sistemas de códigos que visam a orientar nossa relação com o meio natural. No âmbito das 
escolas, a Educação Ambiental é parte das propostas dos Parâmetros Curriculares Nacionais 
(PCNs), como assunto relacionado a todas as disciplinas do currículo, sugerindo discussões de 
natureza ética, ecológica, política, econômica, social e cultural (VELOSO et al., 2011). 
 
2.2. O Ensino de Sustentabilidade em Cursos de Engenharia 
 
 
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A DESD tem como foco integrar as disciplinas da grade curricular dos cursos de 
engenharia, transformando o processo de formação do engenheiro em oportunidade de 
desenvolvimento de consciência com abordagem sistêmica. (CALDER, 2005). 
No ano de 1990, lideranças universitárias se reuniram na França e criaram uma 
iniciativa específica na educação, que ficou conhecida como Declaração de Talloires, onde foi 
definido o desenvolvimento sustentável e ficou estabelecido que este fosse promovido na 
educação de nível superior. Mais tarde na Espanha, no ano de 2006, uma outra reunião deu 
origem a Declaração de Barcelona, onde se sugeriu um novo perfil para os engenheiros que a 
sociedade precisa. Ainda solicitou que o ensino superior considere uma formação holística 
para os engenheiros, incluindo os aspectos sociais e éticos. 
Por muitos anos, a engenharia foi considerada como sendo uma disciplina que formou 
profissionais meramente tecnologistas, não preocupados com as implicações decorrentes de 
sua atuação. Em parte isto foi necessário para que eles soubessem lidar com a complexidade 
do desenvolvimento tecnológico. 
A engenharia é uma disciplina voltada para desenvolver soluções voltadas para 
problemas práticos que, por definição, sempre buscou a melhoria da existência humana e 
desempenha um papel importante em atender as satisfações e aspirações de hoje e de amanhã 
(VANEGAS, 2006), por isso a integração total da sustentabilidade nos currículos dos cursos 
de engenharia continua sendo uma das maiores prioridades (GLAVIC, 2006). 
A incorporação do conceito de sustentabilidade na engenharia conduzirá à novas 
soluções, diferentes das empregadas até então, por considerar somente as questões técnicas, 
conforme ponderou Clift e Morris (2002). 
Zapf (2000) afirma que o conceito de sustentabilidade pode ser aplicado às empresas e 
organizações, sendo que a dimensão social, segundo Ebner e Baumgartner (2006) é 
denominada Responsabilidade Social Empresarial ou Corporativa – RSC. A RSC é um 
conceito comumente aceito de que as empresas decidem voluntariamente proteger o meio 
ambiente e contribuir para uma sociedade melhor, indo além do simples atendimento à 
legislação. 
De acordo com Bourn e Sharma (2008), um engenheiro sustentável e global é a chave 
para boas práticas em negócios, considerando que a Engenharia Sustentável é aquela que 
incorpora o desenvolvimento e a implementação de sistemas, processos e produtos viáveis 
tecnológicamente e economicamente e que promovam o bem estar humano enquanto protege 
 
 
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a saúde humana e promove a proteção do meio ambiente como um critério em soluções de 
engenharia (ABRAHAM, 2005). 
Contudo para que essa nova perspectiva aconteça, torna-se necessário a 
contextualização da formação desse profissional na sustentabilidade, pois a engenharia não 
pode ser separada do contexto na qual a atividade é conduzida (JOHNSTON et al., 1996). 
Embora desenvolver novas práticas de ensino, como a de sustentabilidade e RSC, em 
engenharia sejam tão complexas quanto à definição de seu conceito, os cursos de engenharia 
nas universidades brasileiras já têm apresentado algumas mudanças, mesmo estando os cursos 
de engenharia ainda vinculados à estrutura curricular formatada nas décadas de 50 e 60 
(SCHNAID et al., 2001). De acordo com esses autores, os envolvidos no ensino de 
engenharia devem apresentar novas soluções nas variadas e algumas novas áreas de 
engenharia. 
Quanto à realidade e perspectivas dos profissionais da Engenharia de Produção, 
segundo Furlanetto et al (2006), os avanços tecnológicos têm exigido profissionais com ampla 
habilitação em técnicas e princípios, sendo que em suas formações deve ser oferecida uma 
gama muito grande de temas componentes, nos mais diferentes currículos desses cursos. 
Sustentando a relevância da inclusão do tema sustentabilidade nos currículos dos 
cursos de engenharia, a Associação Brasileira de Engenharia de Produção– ABEPRO (2009) 
incluiu esse tema como uma das áreas da engenharia de produção. Além disto, a sua 
Comissão de Graduação propôs uma Matriz de Conhecimento ou Matriz de Competências à 
Comissão de Engenharia Industrial do CONFEA, com vistas à elaboração final desse 
documento que integrará como um anexo à Resolução n° 1010/2005 do CONFEA, 
determinando a concessão de habilitação profissional na Engenharia de Produção. Seguem as 
áreas de engenharia de produção apresentadas na referida Matriz: engenharia de operações e 
processos da produção, logística, pesquisa operacional, engenharia da qualidade, engenharia 
do produto, engenharia organizacional, engenharia econômica, engenharia do trabalho 
engenharia da sustentabilidade, educação em engenharia de produção. Desta forma, a 
engenharia de produção se mantem atualizada conforme as necessidades do mercado, e como 
conseqüência, esta graduação tem posição de destaque frente às oportunidades de trabalho. 
Estabelecendo uma analogia com o caso da formação do engenheiro, pode-se inferir 
que o Engenheiro necessita de conhecimentos científicos, técnicos, de gestão, éticos, legais, 
culturais para compor com atitudes ( aspectos comportamentais) e capacidade de decidir 
 
 
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utilizando valores que beneficiem o “bem comum” e o “entorno”( capacidade de enxergar a 
sociedade em que toma decisões -, os reflexos de suas atitudes que irão nela impactar). 
Neste sentido, conforme exposto nas Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos 
de Graduação em Engenharia1, o egresso deve possuirr as seguintes competências gerais: 
I. Aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais à 
engenharia; 
II. Projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados; 
III. Conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos; 
IV. Planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de engenharia; 
V. Identificar, formular e resolver problemas de engenharia; 
VI. Desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas técnicas; 
VII. Supervisionar a operação e a manutenção de sistemas; 
VIII. Avaliar criticamente a operação e a manutenção de sistemas; 
IX. Comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica; 
X. Atuar em equipes multidisciplinares; 
XI. Compreender e aplicar a ética e responsabilidade profissionais; 
XII. Avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e ambiental; 
XIII. Avaliar a viabilidade econômica de projetos de engenharia; 
XIV. Assumir a postura de permanente busca de atualização profissional; 
Chama a atenção o tópico XII, que ressalta a responsabilidade do engenheiro perante o 
contexto social e ambiental. Este requisito contempla em seu escopo a relevancia das 
competências em desenvolvimento sustentável para o engenheiro e seu exercício profissional. 
 
3. A Sustentabilidade na Formação Profissional de Engenharia 
3.1. O caso da escola de engenharia da uff 
A Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense – UFF já tem se 
antecipado no atendimento aos elementos desta Matriz de Competências. Os professores têm 
buscado integrar, de forma transversal, questões de sustentabilidade em suas disciplinas, 
geralmente utilizando estudos de casos e exercícios que estimulam os alunos a refletir sobre o 
tema e identificar estratégias e técnicas que viabilize a implantação nas empresas. Dessa 
forma, tem-se desenvolvido um conteúdo currícular em que os estudantes aprendem a pensar 
de forma mais integrada. 
 
1
 CNE. Resolução CNS/CES 11/2002. Diário Oficial da União, Brasília, 9 de abril. Seção 1, p.32. 
 
 
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9 
É importante ressaltar que essa abordagem interdisciplinar de ensino e aprendizagem 
no ensino superior é apoiada pela Comissão das Nações Unidas sobre Sustentabilidade – 
UNCSD e pela UNESCO (CALDER; CLUGSTON, 2003). A Educação para o 
Desenvolvimento Sustentável (EDS) é uma nova visão da educação que busca principalmente 
equilibrar o bem-estar humano e econômico com as tradições culturais e o respeito aos 
recursos naturais do planeta. A EDS utiliza métodos educacionais transversais com o objetivo 
de desenvolver atividades com ética para a educação permanente; promovendo o respeito às 
necessidades humanas compatíveis com o uso sustentável dos recursos naturais e com as 
necessidades do planeta assim como nutre o senso de solidariedade global (OLIVEIRA, et al. 
2011). 
O professor como outros profissionais, juntamente com todos os segmentos sociais, 
deve inserir a dimensão ambiental dentro do contexto local, sempre constituindo modelos 
através da realidade e pelas suas próprias experiências e dos outros. A educação, em todos os 
seus aspectos, pode atuar visando mudanças no futuro, capacitando indivíduos e sociedades 
com as habilidades, perspectivas, conhecimento e valores para se viver e trabalhar de maneira 
sustentável (OLIVEIRA, et al. 2011). 
Neste pensamento, o curso de Engenharia de Produção tem focado em uma abordagem 
sistêmica, como nas disciplinas Controle da Qualidade e Planejamento e Controle da 
Produção, o que despertou grande interesse dos alunos no desenvolvimento de seus projetos 
finais e como desdobramento na inserção de profissionais de engenharia no mercado de 
trabalho com interesse em atuar nas áreas de meio ambiente, responsabilidade social, entre 
outras. Esse interesse levou ao desenvolvimento da disciplina de Gestão Estratégica 
Empresarial, onde temas centrais de sustentabilidade estão sendo incorporados. 
 
3.2. A Disciplina Gestão Estratégica Empresarial 
O foco dessa disciplina está em sustentabilidade nos negócios, responsabilidade social 
e ambiental, produção mais limpa e estratégia empresarial direcionada ao equilíbrio entre 
meio ambiente, desenvolvimento social e econômico nos critérios de tomada de decisão. 
Além de abordar temas como ética e cultura organizacional por meio de metodologias 
inovadoras e participativas em atividades em sala de aula. 
O seu objetivo não é ensinar Planejamento Estratégico, mas desenvolver o sentido de 
pesquisa como o essencial atributo de qualquer profissional graduado. O futuro profissional 
aprende não confiar em conhecimentos prontos e estar em constante movimento de pesquisa, 
 
 
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10 
de curiosidade com o novo, com a instigante e permanente busca de auto-aperfeiçoamento. 
Busca-se desenvolver conhecimentos e metodologias que proporcionem aos alunos de 
graduação uma visão sobre o realidade do mercado, formando gestores preparados para agir 
por mudanças sociais e ambientais positivas. O conhecimento multidisciplinar permite 
perceber a importância na integração entre diversas áreas a fim de idenfificar as melhores 
soluções para os problemas empresariais. 
A disciplina Gestão Estratégica de Empresas busca alinhar e atualizar o conhecimento 
dos alunos de graduação, apresentando princípios estratégicos de sustentabilidade, bem como 
dar suporte para aprimorar a capacidade de formular e implementar as Políticas de Gestão 
Empresarial para a excelência, considerando inclusive os aspectos estratégicos, táticos e 
operacionais. 
Compõe-se de aulas expositivas, visitas tecnicas e atividades em sala de aula 
provocando a interatividade, o desenvolvimento de atributos de oratória e preparação de 
apresentações em powerpoint, direcionadas para os temas: 
 
a) O que é sustentabilidade e como incorporá-la ao negócio? 
b)Evolução e histórico dos conceitos da sustentabilidade; 
c) O que é Responsabilidade Sócio-ambiental e as ferramentas utilizadas pelas 
empresas? 
d) Liderança, gestão de pessoas e segurança e saúde ocupacional; 
e) Gestão pela qualidade total, ferramentas de qualidade, critérios do PNQ; 
f) Sistemas de gestão com base nas normas ISO 9000 (qualidade), 14000 (meio 
ambiente), 18000 (saúde e segurança ocupacional), e 26000 (responsabilidade 
social); 
g) Gestão ambiental empresarial e indicadores de desempenho sócio-ambientais, 
como o GRI, Indicadores Ethos e outros exemplos. 
h) Estudo de viabilidade econômica, utilizando como base oportunidades que buscam 
reduzir o impacto ambiental. 
i) Produção mais Limpa: neste aspecto os alunos são levados tanto a compreender os 
princípios das metodologias tradicionais de implantação da produção mais limpa, 
como também aplicam tais conceitos em estudo de caso. Complementa-se o estudo 
de caso realizando estudo de viabilidade econômica das melhorias incluídas na 
implantação de produção mais limpa proposta no estudo de caso. 
 
 
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Sendo assim, nesta disciplina têm se trabalhado os temas como o planejamento e 
controle do produto, logística da cadeia de suprimentos e sistemas de gestão dos recursos 
naturais, com enfoque em conteúdos específicos, como Analise de Ciclo de Vida de Produtos, 
Logística Reversa, Produção mais Limpa e Ecoeficiência, Sistemas de Gestão Ambiental e 
Certificação, e Responsabilidade Social. 
Para apoiar o desenvolvimento das atividades na sala de aula, foi desenvolvida uma 
apostila específica sobre a Metodologia Produção mais Limpa, que busca reduzir os impactos 
ambientais e o custo do processo produtivo. Esta apostila é disponibilizada para todos os 
alunos, a fim de didaticamente demonstrar como é possível identificar ações com foco 
ambiental, tanto nas micro quanto nas grande empresas. 
Para tornar mais atraente a disciplina, a partir de 2004, o docente junto com o monitor 
produziu conteúdo composto de artigos, textos e apresentações sobre os temas ministrados e 
distribuído na forma digital em CD-Rom e por intermédio de um site específico da disciplina, 
onde é possível além da disponibilização do material apresentado em sala de aula, uma efetiva 
comunicação com os alunos, desde a divulgação de eventos relacionados a avisos a respeito 
das aulas. O conteúdo deste CD-Rom é atualizado semestralmente, e hoje conta com 
aproximadamente 1500 artigos, organizados em áreas do conhecimento para facilitar a 
pesquisa dos alunos. 
Nos últimos cinco anos a disciplina vem contando semestralmente com 60 a 70 
graduandos matriculados, atendendo além dos graduandos em engenharia, quanto à demanda 
de alunos de outros cursos. Em cada turma, organiza-se visitas técnicas em empresas 
certificadas, a fim de demonstrar na prática como funcionam os Sistema de Gestão 
implantados na área de meio ambiente, qualidade, responsabilidade social e seguranca do 
trabalho, bem como a utilização de técnicas e ferramentas da qualidade nos procedimentos 
operacionais. 
Para complementar o didática do ensino amplicada na disciplina Gestão Estratégica de 
Empresas, o docente frequentemente divulga oportunidades de eventos acadêmicos nas áreas 
afins, bem como, quando possivel, viabiliza a gratuidade na inscrição dos alunos, de forma 
que estimule a participação em ambiente acadêmico o que proporciona o contato dos alunos 
com especialistas no assunto, ampliação da rede de relacionamento e o conhecimento de 
novos casos de sucesso executados pelas empresas. 
 
 
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Pretende-se que ao final do curso o aluno tenha a habilidade de identificar os fatores 
ambientais, de segurança e sociais, os fatores internos das organizações, pontos fracos e fortes 
e o modelo de gestão mais apropriado ao negócio. 
 
3.3. Perspectiva Pedagógica no Ensino da Disciplina 
Ao longo dos cinco anos a disciplina tem se mantido com demanda espontânea, sendo 
optativa para alguns cursos e eletiva para outros, o que demonstra o grande interesse dos 
alunos por tal tema. Os alunos têm demonstrado genuíno interesse pelo meio ambiente, pelas 
questões éticas na condução das empresas, na humanização dos ambientes e postos de 
trabalho e no desenvolvimento de uma nova abordagem na condução dos sistemas produtivos. 
Em uma visão mais ampla, acredita-se que os alunos serão capazes de entender e 
conhecer: 
 As questões contemporâneas e sua responsabilidade como um futuro profissional e 
cidadão; 
 A capacidade de carga de ecossistemas, como limitante em prover serviços; 
 O impacto das atividades humanas no planeta; 
 A responsabilidade ética que impactam a qualidade de vida das gerações presentes e 
futuras; 
 Novas oportunidades de negócios, a partir de marcos legais e a demanda dos 
consumidores por produtos e serviços socialmente responsáveis e ambientalmente 
equilibrados. 
 
De forma mais tangível, espera-se que os alunos tenham habilidades para: 
 Estabelecer as conexões do triple bottom line – TBL (ambiental, econômico e social) e 
outras dimensões do Desenvolvimento Sustentável que influenciam na disciplina 
(cultura, ética, segurança do trabalho, etc.); 
 Aplicar os princípio ou ferramentas disponíveis relacionadas à sustentabilidade; 
 Desenhar processos, produtos e componentes considerando a análise de ciclo de vida, 
utilizando como restrições, as dimensões do Desenvolvimento Sustentável; 
 Aplicar os princípios da sustentabilidade em sua vida profissional e pessoal. 
 
3.4. Proposta de Metodologia de Ensino 
 
 
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Os tópicos acima apresentam a abordagem incorporada na Disciplina Gestão 
Estratégica Empresarial, entretanto novas perspectivas devem complementar a dinâmica em 
sala de aula, a saber: 
 Desenvolver metodologias, que abordam a produção mais limpa e a 
responsabilidade sócio-ambiental indicando uma ênfase na ecoeficiência no 
sistema produtivo, nos princípios estratégicos de gestão participativa; 
 Atualizar constantemente o conteúdo da disciplina Gestão Estratégica 
Empresarial e a continuada busca de inovação nas dinâmicas de ensino para 
motivar os alunos e despertar as intenções de pesquisa; 
 Desenvolver experimentos mais sofisticados para utilização em sala de aula, de 
forma que os alunos transformem os conceitos teóricos em aplicação prática; 
 Elaborar documentados e publicar artigos sobre a implantação de produção 
mais limpa; 
 Criar banco de boas práticas para implantação de ações que buscam a 
sustentabilidade do negócio; 
 Orientar alunos para que desenvolvam trabalhos de conclusão curso 
abrangendo os principios norteadores da disciplina; 
 
Figura 1: Proposta de Diretrizes de Ensino com foco em Sustentabilidade 
 
 
 
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 A figura acima, descreve a proposta de diretrizes a serem incorporadas no ensino de 
sustentabilidade nos cursos de engenharia. Atividades extra classe, visitas técnicas e eventos 
academicos, são oferecidas aos alunos, a fim de motivá-los para o estudo e a aplicação dos 
temas abordados em sala de aula. No planejamento da disciplina, que tem foco em 
sustenbilidade nos negócios, são selecionados temas que estão em evidência no mercado de 
trabalho. Os palestrantes especialistas são convidados a expor esses temas com enfoque 
teorico enriquecidopela vivência no assunto apresentando técnicas e metodologias 
relacionadas. Para a compreensão e fixação dos temas expostos, são trabalhados estudos de 
casos em sala de aula, por meio de dinâmicas em grupo, o que favorece o relacionamento 
interpessoal entre os alunos. Como critério de avaliação, os alunos devem apresentar um 
seminário aplicando os conhecimentos adquiridos num caso real. Para apoiar o 
desenvolvimento das atividades em sala de aula, é disponibilizado o material das palestras 
através de site específico da disciplina e material complementar por um CD, organizado por 
tema, que atualmente é composto por aproximadamente 1000 arquivos: artigos publicados em 
periódicos, eventos, teses, dissertações, apresentações, procedimentos, etc. 
 Como resultado, espera-se um interesse maior dos alunos pelo tema a partir da 
elaboração de Trabalhos de Conclusão de Curso, artigos, e como consequencia a criação de 
um banco de boas práticas relacionadas a implantação da sustentabilidade nas empresas. 
 
3.5. Resultados Alcançados 
Os resultados tem sido evidenciado no incremento de número de projetos finais de 
graduação nas temáticas relativas à sustentabilidade, o aumento da procura pela disciplina por 
alunos de outros curso, além de despertar o interesse na realização de cursos de pós-graduação 
dedicada à temática inserida na disciplina Gestão Estratégica Empresarial. Em 2010, outros 
cursos de curso de graduação da Universidade Federal Fluminense demonstraram interesse na 
dinâmica da discilina, a fim de incorporá-la na sua grade curricular. 
Os temas abordados incluem desde o desenvolvimento de ferramentas para gestão, 
como os indicadores, modelos de implantação da responsabilidade socioambiental 
empresarial, até o desenvolvimento de modelos de gestão para organizações não 
governamentais e de intervenções sociais através de projetos de responsabilidade social. 
Em um dos seminários de final da disciplina foram apresentados estudos de caso em 
Sistemas de Gestão, com os títulos: 
 
 
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 Sistema de Gestão Integrada – Grupo Gerdau 
 Sistema de Gestão Integrado - CPFL Paulista 
 Sistema de Gestão Integrado – TRANSPETRO 
 Sistema de Gestão da Qualidade – RJZ Cyrela 
 Sistema de Gestão da Qualidade – TENDA 
 Sistema de Gestão da Qualidade – AMPLA 
 Sistema de Gestão da Qualidade - Mil Arquitetura e Consultoria S/C Ltda 
 Sistema de Gestão da Qualidade – Forship Engenharia Ltda 
 Sistema de Gestão Ambiental – Kyocera 
Estes seminários estimulam os alunos a conhecer e compreender a importância da 
implantação dos modelos de gestão apresentados durante as aulas da disciplina. Nos trabalhos 
são apresentados os modelos de gestão, técnicas e ferramentas da qualidade utilizadas pelas 
empresas para manté-las competitiva no mercado, bem como o motivo que os levaram a 
incorporá-las ao seu negócio e os benefícos economicos, sociais e ambientas. 
 
4. Conclusão 
As diretrizes metodologia proposta visa fornecer aos estudantes de engenharia, aspectos 
teóricos e sugestões para aplicação em um processo de aprendizagem sobre sustentabilidade. 
Como a educação para o desenvolvimento sustentável requer que se conduzam igualmente os 
três pilares: meio ambiente, sociedade e economia, o seu ensino em cursos de engenharia, se 
torna fundamental, pois coloca a dimensão sócio-ambiental em discussão, já no processo 
inicial de formação desse profissional. 
Para que novas soluções no ensino de engenharia, como disciplinas ou cursos de 
responsabilidade social corporativa e sustentabilidade não tenham uma mera função 
decorativa na grade curricular, tornam-se necessário que se defina com maior clareza a 
metodologia e conteúdo dos cursos propostos. 
A Engenharia da Sustentabilidade, como um novo paradigma que se insere no contexto da 
Década da Educação para o Desenvolvimento sustentável, apresenta-se a partir de uma 
perspectiva sistêmica, holística, de integração e interdisciplinaridade, além de desafiante, 
capaz de formar profissionais que promoverão o bem-estar dos diversos públicos impactados 
pela sua atuação. Sendo que esses profissionais entenderão a suas responsabilidades e 
implicações dos impactos das atividades desempenhadas. 
Considerando os resultados da pesquisa, pode-se definir que a finalidade do ensino da 
sustentabilidade na graduação em engenharia é o de promover o bem-estar dos diversos 
públicos impactados pela atuação do Engenheiro. 
 
Referências 
 
 
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