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Ação Penal É o instrumento usado pelo Estado ou titular da ação para buscar a aplicação do Direito Penal, para que o Estado exerça o ius puniendi. É através da ação penal que se exerce o direito de ação, um direito do Estado ou da vítima ingressar em juízo. É uma peça inaugural da fase inicial da persecução penal. Por meio dela se materializa o direito de pedir ao Estado a prestação jurisdicional na aplicação do direito penal objetivo ao caso concreto; Condições da Ação Penal Para que a ação penal seja aceita, é preciso que estejam presentes alguns condições, são estas: ● Legitimidade: pode ser ativa ou passiva - Ativa: diz respeito a quem apresenta a denúncia/queixa crime, se o sujeito tem legitimidade ou não para oferecer a ação. Pública: ministério público; Privada: ofendido/rep. legal, PJ ou CADI) - Passiva: questiona se o réu tem legitimidade para ocupar tal espaço Pessoas físicas maiores de 18 anos; a pessoa jurídica não tem legitimidade passiva, salvo em casos de crime ambiental. - Inimputabilidade: menores de 18 anos não podem ser réus, para eles se aplica a legislação específica (ECA). Quando a inimputabilidade for decorrente de doença mental ou dependência química/tóxicos, o indivíduo pode ser sujeito passivo do processo e receber uma absolvição imprópria, uma vez que, podem ser aplicadas contra ele medidas de segurança. Esse tipo de ação chama-se ação de prevenção penal. ● Interesse de agir: ocorre quando não ocorre extinção da punibilidade, prevista no art. 107 do Código Penal; mesmo que não haja pedido, se o juiz verificar que houve a extinção de punibilidade, o mesmo pode reconhecer de ofício; ● Possibilidade jurídica do pedido: o MP ou ofendido, ao oferecer denúncia/queixa, deve pedir a condenação por um fato que seja considerado devidamente ilícito. ● Justa causa: inserida em 2008 no CPC, e significa que o autor da ação deve apresentar um lastro probatório mínimo de autoria e materialidade; no recebimento da denúncia ou queixa, se o juiz estiver na dúvida quanto a existência de lastro probatório mínimo, o magistrado deve receber a denúncia, aplicando-se o princípio in dubio pro societate. Tipos de Ação Penal Primeiramente pode ser dividida em ação penal pública e ação penal privada. Pública. É de iniciativa pública: o Ministério Público é o titular da ação e só ele tem competência para iniciá-la, que é promovida por um promotor de justiça. A peça técnica desse tipo de ação penal é a denúncia; A ação penal pública se divide ainda em mais dois tipos: condicionada e incondicionada: Ação Penal Incondicionada Para o titular da ação penal, tanto pública quanto privada, possa oferecer a peça acusatória é necessário um pré -requisito: a justa causa. Essa justa causa, por sua vez, é composta por dois elementos: - indícios suficientes de autoria/participação - prova de materialidade; Quando se fala em ação penal pública incondicionada, significa dizer que o promotor titular da ação não depende de nenhuma condição para oferecer a denúncia, desde que tenha justa causa. Esse tipo de ação penal “é regra” no Brasil, no sentido de que a maioria dos crimes tipificados na parte especial do Código Penal dispõem de ação penal pública incondicionada; ex: furto, roubo, peculato, corrupção, homicídio Ação Penal Condicionada Nesse caso o Ministério Público também é titular da ação. No entanto, além da justa causa, para oferecer a peça é necessário, ainda, o interesse por parte do ofendido e a previsão expressa em lei. CARLA GABRIELE S. NASCIMENTO - FAHESP/IESVAP ex: ameaça, lesão corporal leve, lesão corporal culposa desde de que não configure violência doméstica O prazo limite para que a vítima faça a representação é de 6 meses a partir da data de ciência da autoria do crime; Perdendo-se esse prazo, ocorre o que chamamos de decadência quando a vítima perde o direito de representar e extingue-se a punibilidade do autor. A ação condicionada tem duas subespécies: - Condicionada a representação do ofendido/representante legal - Requisição do Ministro da Justiça Na ação condicionada à requisição do Ministro da Justiça é da mesma forma, o promotor, mesmo diante de justa causa, dependerá em alguns casos, de requisição do Ministro da Justiça. ex: crimes contra a honra do Presidente da República Privada. O titular da ação é o ofendido ou seu representante legal, é ele quem toma a iniciativa; Ocorre quando a lesão a direito atinge uma esfera mais íntima, então o Estado passa a titularidade da ação para o indivíduo. A peça técnica nesse caso é a queixa crime. (na delegacia é feita a notícia-crime) Na ação penal privada, estão contidas três subespécies: - Propriamente dita - Personalíssima - Subsidiária da pública Objetivando uma diminuição da impunidade, a ação penal privada propriamente dita, em caso de morte da vítima após oferecida a queixa crime, pode continuar tramitando, contando que respeite uma linha sucessória: - Cônjuge - Ascendente - Descentes - Irmãos Já a ação penal privada personalíssima, somente pode ser movida pela vítima, não havendo a possibilidade de repasse deste direito a parentes. Portanto, se a mesma não o fizer, extingue-se a punibilidade do crime. ex: ocultação de impedimento a casamento A última, ação penal privada subsidiária da pública, são aqueles casos em que, diversamente das ações penais privadas exclusivas, a lei não prevê a ação como privada, mas sim como pública. A situação ocorre quando uma vítima pode ingressar com a ação depois que o Ministério Público deixa de agir — seja não oferecendo denúncia, arquivando-a ou requisitando diligências externas no prazo legal. Transcorreu um lapso temporal muito grande, maior que o previsto em lei CARLA GABRIELE S. NASCIMENTO - FAHESP/IESVAP
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