Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fungos- Liquens CARACTERÍSTICAS GERAIS ● MICOLOGIA → estudo dos fungos (= mikas ; myketos). ● Os fungos ou seus esporos são encontrados praticamente em todos os ambientes: água, terra, ar e nos organismos (como parasitas ou mutualísticos). ● Suas células eucarióticas possuem membrana esquelética de quitina (polissacarídeo que aparece no exoesqueleto de artrópodos). Apresentam também outras características de animais, como glicogênio (reserva de açúcar) e centríolos. ● CLASSIFICAÇÃO: - critérios: 1. Tipo de célula = eucariontes: ● parede celular: ❍ quitina (polissacarídeo nitrogenado). ❍ celulose ou hemicelulose (raro!) ● citoplasma = grânulos de glicogênio (reserva). 2. Número de células : - unicelulares = leveduras. 3. Tipo de nutrição: - todos são HETERÓTROFOS. ● Decompositores→ absorção após digestão por enzimas lançadas “externamente” sobre o alimento (SAPRÓFITAS). ●Mutualismo (simbiose) → micorrizas (fungos + raízes)! liquens = fungos + algas (verdes ou azuis). ● Predadores → “vermes” terrestres. Células vegetais (raiz) com micorriza (mutualismo) Verme aprisionado por um fungo (predador) ● Parasitas (patogênicos)→ micose(sexternas ; internas = micetomas ou tumores). REPRODUÇÃO: - sexuada → “plasmogamia”(fusão de hifas monocarióticas). Alternância de gerações (metagênese)! - assexuada → brotamento ; esporos (muitos tipos e formas); “sorédios” → liquens. ESTRUTURA Os fungos podem ser divididos em Mixomicetos e Eumicetos. I. Mixomicetos Fungos primitivos, saprófitos e constituem grandes massas citoplasmáticas pluricelulares. Locomovem-se através de pseudópodos. II. Eumicetos São os fungos verdadeiros. O corpo dos fungos é formado por numerosos filamentos denominados hifas. A hifas formam um emaranhado que se chamamicélio. Da célula ao talo tipos de hifas Os micélios desenvolvem-se geralmente dentro do substrato onde o fungo se fixa. Os micélios dos ascomicetos e dosbasidiomicetos podem desenvolver formações que emergem do substrato, tornando-se visíveis: são os corpos defrutificação, popularmente conhecidos por cogumelos. É no corpo de frutificação, ou cogumelo, que se desenvolvem os ascos ou os basídios. Os ficomicetos e alguns ascomicetos não desenvolvem corpos de frutificação. Esses fungos podem desenvolver dois tipos de estruturas, relacionadas com o processo de reprodução: o asco e o basídio. Com base na formação ou não formação dessas estruturas, podem ser classificados em três grupos: a) FICOMICETOS: (alguns bolores): possuem hifas cenocíticas (sem septos transversais). Desenvolvem-se sobre matéria orgânica úmida, constituindo o bolor que pode ser branco ou preto (Mucor e Rhizopus). O micélio é ramificado e desorganizado. Saprolegnia também é ficomiceto, aquático, que decompõe animais mortos.Pilobolus é saprófita encontrado sobre fezes recentes de herbívoros (cavalos, capivaras, antas, etc.). Ciclo reprodutivo (alternância de gerações) do bolor negro do pão Rhizopus nigricans b) ASCOMICETOS: os pluricelulares formam hifas septadas. Possuem hifas haplóides e hifas dicarióticas com dois núcleos n em cada célula. Estas hifas formam os ASCOS, onde haverá fusão dos núcleos n (cariogamia), seguindo-se ameiose espórica e formando 8 ascósporos; cada um destes produzirá hifa n (monocariótica) e o ciclo reprodutivo continuará. ● Neurospora = bolor róseo, muito usado em pesquisas genéticas. ● Tuber e Morchella: usados na alimentação. As trufas (brancas – amadurecidas, ou escuras – não amadurecidas) são corpos de frutificação (= ascocarpos) do gênero Tuber. ● Saccharomyces (lêvedo) ou fermento usado em fermentação alcoólica (cerveja) e nas panificadoras. ● Aspergillus e Penicillium: bolor “azul-esverdeado” em cascas de laranja. Do Penicillium, Alexande Fleming, 1929, descobriu o antibiótico penicilina. O fungo Penicilium notatum é um exemplo de ascomiceto que não desenvolve corpo de frutificação. É conhecido como "fungo da penicilina", pois é dele que se produz a penicilina (o primeiro antibiótico descoberto) industrialmente. A penicilina é um antibiótico poderoso e representa importante auxiliar da medicina no combate às infecções bacterianas. Embora produzida por um fungo, não atua sobre as micoses, doenças causadas por fungos, nem sobre infecções causadas por vírus. Obs.: As leveduras, como é o caso de Saccharomyces cerevisae, podem-se reproduzir assexuadamente porbrotamento. Saccharomyces cerevisae é outro ascomiceto que não desenvolve corpo de frutificação; forma o asco, no interior do qual desenvolvem-se quatro ascósporos, e não oito, como é regra geral nos ascomicetos. C) BASIDIOMICETOS: as hifas são septadas, portanto celulares. As hifas constituem o micélio subterrâneo que pode formarcorpos de frutificação (= basidiocarpos), fora do substrato e com forma de “guarda-chuva”, como os champignons (comestíveis !). ● Amanita é um cogumelo venenoso semelhante ao champignon (América do Norte, Europa). ● Polyporus (orelha-de-pau) cresce no interior de troncos mortos. Há espécies parasitas que atacam o centeio (= Claviceps purpurea),o amendoim (= Aspergillus flavus = aflatoxinas) além de outras que produzemsubstâncias alucinógenas (= Psilocybe). ● Agaricus (champignons) – comestíveis. A reprodução sexuada se dá por plasmogamia que é a fusão de duas hifas (n) formando uma hifa dicariótica (com dois núcleos). Quando estas hifas formam os basídios, ocorre a fusão dos núcleos n (cariogamia), organizando onúcleo 2n, que sofre meiose espórica, produzindo 4 basidiósporos n. Cada um destes se desenvolve em hifa n (monocariótica), reiniciando o ciclo. Alternância de gerações em basidiomicetos D) Deuteromicetos (causam doenças no homem - micoses, sapinho, frieiras) OS LIQUENS ● Alguns fungos podem associar-se de forma muito íntima a certas algas, constituindo uma associação denominada líquen. ● Embora existam liquens nos quais a relação é de parasitismo, a relação ecológica neste caso é o mutualismo, ou seja, uma associação em que os dois seres recebem benefícios. ● Resultam da associação entre ALGAS unicelulares (verdes ou azuis) + FUNGOS (principalmente ascomicetos). ● Esse perfeito “casamento “ (= mutualismo) permite aos liquens sobreviver em regiões onde poucos seres vivos sobreviveriam. De fato, olsiquens podem ser encontrados, por exemplo, sob a neve nas tundras árticas, onde são importantes fontes nutritivas para animais diversos, como a rena e o caribu. ● Sobre rochas nuas, os liquens são, com freqüência, os primeiros colonizadores (=pioneiros), desagregando o material rochoso e propiciando nas condições físicas do ambiente uma melhoria tal que permite a instalação, naquele lugar, de futuras comunidades de musgos e outras plantas (herbáceas, arbustos, árvores) → SUCESSÃO ECOLÓGICA ! ● Apesar de capazes de sobreviver nos mais variados tipos de habitat, os liquens são muito sensíveis a substâncias tóxicas, particularmente o SO2 (dióxido de enxofre). Por isso, são utilizados como indicadores da poluição do ar atmosférico pelo SO2. Como esse gás é um poluente muito comum nas zonas urbanas, entende-se porque os liquens são relativamente escassos nas cidades. ● Os liquens são capazes de absorver e concentrar substâncias radiativas, como o estrôncio 90 (pode se alojar nos ossos, provocando anemia). Constatou-se, que esquimós, no Alasca, apresentavam taxas elevadas desse elemento no organismo: haviam-no adquirido pela ingestão de carnede rena e caribu; os animais, por sua vez, obtiveram o elemento ao comerem liquens contaminados. SORÉDIOS A reprodução dos liquens faz-se principalmente através de fragmentos vegetativos denominados sorédios. Cada sorédiocontém algumas poucas algas envolvidas por algumas hifas dos fungos.
Compartilhar