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AULA 7 – CIRURGIA MINIMAMENTE INVASIVA DANIELA FRANCO 1. DEFINIÇÃO É aquela em que o acesso às cavidades corpóreas se faz através de incisões mínimas. A cirurgia laparoscópica é o exemplo de uso mais rotineiro e por isso está aula será baseada em seus conceitos. A finalidade da cirurgia minimamente invasiva é diminuir o trauma de acesso sem comprometer o objetivo global do procedimento cirúrgico A cirurgia laparoscópica envolve a colocação de uma pequena óptica na cavidade do corpo. A óptica ilumina os tecidos-alvo e transmite uma imagem de alta definição, brilhante, ampliada para o cirurgião por meio de um sistema de câmera anexado ou incorporado. 2. HISTÓRIA a. Georg Kelling (1901): primeiro médico a examinar a cavidade peritoneal (cão vivo) com um endoscópio (cistoscópio) b. Kalk (1929): hepatologista alemão, introduziu o uso de 2 trocartes, iniciando a era da laparoscopia terapêutica (até então era considerado apenas um método propedêutico) c. Kurt Semm (1980): primeira apendicectomia laparoscópica 3. INDICAÇÕES Não tem indicação reservada já que praticamente quase todos os procedimentos podem ser realizados de forma minimamente invasiva desde que o cirurgião seja tecnicamente habilitado. Talvez se faça exceção em pacientes politraumatizados ou em abdome agudo instáveis hemodinamicamente. 4. VANTAGENS Menor desconforto no pós-operatório, alta hospitalar precoce, retorno maias rápido do paciente às suas atividades, redução das complicações relacionadas com a parede (hérnia, infecções, etc.). As incisões maiores estão associadas a maior dor no pós- operatório, a períodos mais longos de recuperação, a um período de deficiência física, a maior morbidade em casos de infecção da ferida, a um risco maior de hérnias incisionais e a uma taxa maior de obstrução intestinal por brida no futuro. A cirurgia videolaparoscópica diminui muito a dor pós-operatória e a morbidade da infecção da ferida, além dos problemas de longo prazo relacionados com hérnias e aderências. No entanto, as incisões menores apresentam alguns desafios reais para o cirurgião ao operar Uma desvantagem da laparoscopia é o campo de visão limitado, o laparoscópio deve ser movido para manter uma imagem ideal. Quanto mais perto a imagem laparoscópica estiver do alvo, melhor será a iluminação, a ampliação e o detalhe da imagem, mas o campo de visão será mais limitado. As imagens laparoscópicas dão ao cirurgião uma visão da superfície de tecidos. Na cirurgia aberta, o cirurgião pode apalpar e comprimir tecidos para obter um sentido da presença da patologia que se encontra bem na superfície. 5. MATERIAIS A. AGULHA DE VERESS: Na maioria dos casos, realiza-se o acesso inicial à cavidade abdominal através da cicatriz umbilical, coma utilização de agulha especial, denominada agulha de VERESS, cuja principal característica é a presença de um mecanismo retrátil em sua extremidade. a agulha tem a capacidade de perfurar os tecidos da parede abdominal mediante sua ponta em forma de bisel. Ao adentrar a cavidade peritoneal, cessa a resistência oferecida pelos tecidos à sua progressão, o que permite a saída do interior da agulha de mandril rombudo, atraumático. B. TROCARTE: Os trocartes são Cânulas através das quais são introduzidos o laparoscópio e os instrumentos cirúrgicos. Estes podem ser permanenetes ou descartáveis. Existem trocartes de vários diâmetros; entretanto, as Cânulas utilizadas mais frequentemente são as de 5 e 10mm. i. Canal de trabalho (“sleeve”) 1. 5mm 2. 10mm ii. Ponta ou prego (“tip”): divulsiona a musculatura (aponeurose e músculos) 1. Cone: defeito na parede abdominal é menor, diminuindo o escape de gás durante o procedimento 2. Piramidal: divulsionar as fibras musculares, diminuindo o risco de sangramento de parede abdominal 3. Lâmina protegida: maior risco de sangramento e lesões de vísceras abdominais. Depende da trava de segurança. iii. Válvula C. PINÇAS DE DISSECÇÃO i. Maryland: parece um kelly ii. Mixter iii. Outras D. TESOURAS: E. ELETROCAUTÉRIO: A hemostasia é executada pela eletrocauterização; existem instrumentos específicos para este propósito, como espatulas, pinças com gancho e pinças bipolares de preensão F. PINÇAS DE PREENSÃO: i. Grasper ii. Babcock iii. Allis iv. Debakey v. Outras G. PINÇAS DE SÍNTESE i. Porta agulhas ii. Contra porta agulhas H. FIOS: devem ter como características o deslizamento fácil e a baixa memória, além de não afrouxarem facilmente após a confecção do nó. Utiliza-se muito o fio de poliéster.. Podem ser utilizados nós previamente confeccionados (endoloop) ou suturas deslizantes extracoiporeas. Ambos são baseados no né de correr descrito por Roeder para amigdalectomia i. Óptica (laparoscópico ou telescópio): É um equipamento óptico que, acoplado à microcâmera, capta as imagens da cavidade peritoneal. Ele apresenta construção óptica específica, que permite foco constante. Pode ser encontrado com vários ângulos de lentes. i. 0°: O laparoscópio mais utilizado é o de 0 grau, pois se adapta aos vários procedimentos e é manideio mais fácil. ii. 30° : Os telescópios de 30 e 45 graus tem seu maior emprego nos procedimentos em que o campo operatório se encontra tangencial à visão do cirurgião. É o mais usado. Vantagem: ela pode ser movimentada através de um cabo para melhor vizualização. J. MATERIAIS ESPECIAIS i. Aspirador: A irrigação e aspiração cavitarias são realizadas por Cânulas especificas, habitualmente acopladas. Isto permite a associação dessas duas manobras de forma rápida e eficaz. Para irrigação, a solução de cloreto de sódio a 0.9% ou a solução de ringer lactato devem ser aquecidas & cerca de 37°C, o que evita o resfriamento e embaçamento da ótica, além de prevenir a hipotermia peroperatória ii. Liga-clipe: clipes variam de 5 a 10 mm iii. Hook: A hemostasia é executada pela eletrocauterização. Existem instrumentos com esse proposito como as pinças com gancho, que é a Hook. iv. Grampeador: Os grampeadores, permanentes ou descartáveis, utilizam grampos de titânio, aço ou poliglactina. Os descartáveis apresentam a vantagem de permitir um grampeamento seriado, ao passo que com os permanentes um único grampo pode ser aplicado em cada introdução do grampreador (ou clipador). Os grampos são disponibilizados nos tamanhos pequeno, médio ou grande. Como regra básica, a extremidade dos grampos deve se insinuar além da largura total da estrutura a ser grampeada, e sua aplicação deve sempre ser realizada de modo perpendicular ao eixo da estrutura em questão. V. OUTRAS K. MONITORES L. FONTE DE LUZ: Os laparoscópios possuem uma entrada lateral que é ligada a uma fonte de luz através de um cabo de fibra ótica ou cristal líquido que transmite a luminosidade para o interior da cavidade. O grau de luminosidade varia de acordo com o diâmetro do cabo, entre 3,5 e 6 mm. As fontes de luz atualmente utilizadas são equipadas com lâmpadas de xênon e vieram substituir as antigasfontes halogenadas. Equipamentos de 175 watts são suficientes para procedimentos de rotina, e fontes de 300watts são ideais para procedimentos mais complexos, como operações na região do hiato esofagiano ou procedimentos que possam vir a apresentar sangramento mais intenso. M. INSUFLADOR ELETRÔNICO: Para realizar os procedimentos é criado um espaço entre o peritônio parietal e as vísceras abdominal. Esta “nova” cavidade pode ser criada através da introdução de gases no espaço intraperitoneal (pneumoperitonio). Em procedimentos videocirurgicos, a utilização de ar ou oxigênio está formalmente contra indicada, devido ao risco de combustão secundário à utilização do eletrocautério. O gás carbônico(C02) tem sido o gás-padrão para criação do pneumoperitônio é bem tolerado pela maioria dos pacientes. O óxido nitroso se apresenta como a melhor alternativa ao CO2 n. Material convencional de cirurgia (laparotomia): salientar que para toda cirurgia laparoscópica/toracoscópica deve estar prontamente disponível o material convencional de laparotomia/toracotomia, e que este material deve ser montado em mesa de instrumentação antes do início da cirurgia. Geralmente os instrumentos de laparoscopia/toracoscopia são montados em mesa auxiliar (mesa de Miles) 6. CUIDADOS ESPECIAIS NO PRÉ- OPERATÓRIO a. Termo de consentimento (contendo cláusula a respeito de chance de conversão para cirurgia aberta) *Salientar que a conversão não é considerada um erro, e sim uma necessidade frente a uma dificuldade ou dúvida encontrada durante o procedimento b. Jejum (como o habitual) c. Sondagem vesical de demora (em casos selecionados ± alguns cirurgiões realizam a SVD de forma protocolar enquanto outros preferem reservar esta indicação para casos em que realmente haja necessidade) d. Sondagem gástrica (quando necessário ± idem ao item anterior) e. Posicionamento adequado do paciente e dos monitores: atentar para a necessidade dos monitores estarem confortavelmente visíveis ao cirurgião e ao seu auxiliar, mesmo que sejam necessários dois monitores. O posicionamento do paciente irá variar de acordo com o tipo de cirurgia. f. Conferência dos materiais, quantidade de gás disponível: a conferência de materiais é sempre necessária antes de qualquer cirurgia, mas neste caso muito mais por se tratar de material mais específico. Atentar-se para a conferência da quantidade de gás para que não seja necessário interromper a cirurgia para troca do cilindro de CO2. Lembrar do posicionamento do paciente em decúbito lateral nas toracoscopias e do uso da caixa de Buck se exames radiológicos forem necessários no peroperatório. 7. ACESSO Para a realização do procedimento laparoscópico há necessidade de se tornar real a cavidade virtual do abdômen. Para tanto, injeta-se um determinado gás (CO2) dentro da cavidade que promove a distensão da parede abdominal e o afastamento das alças intestinais. Na cirurgia toracoscópica, a simples introdução do trocarte no tórax já cria o pneumotórax, que é suficiente para permitir a visualização dos órgãos torácicos e a execução do procedimento. Estão descritas técnicas alternativas para cirurgia abdominal laparoscópica sem a realização de pneumoperitônio, evitando, assim, suas complicações. Isso é factível através da suspensão abdominal mecânica. A. PNEUMOPERITÔNIO FECHADO: a feitura do pneumoperitônio por punção é considerado um dos momentos mais perigosos do procedimento. Inicialmente largamente utilizado, hoje se deve dar preferência pela técnica aberta. i. Técnica 1. Incisão de 1,0 cm na região umbilical 2. Tração da parede verticalmente 3. Introdução de agulha de Veress, direcionando-a preferencialmente para fossa ilíaca direita. 4. Realização dos testes abaixo para certificação de que a agulha está na cavidade peritoneal. ii. Teste da aspiração: uma seringa com soro fisiológico é conectada à agulha de Veress e injeta- se o líquido. Espera-se que certa quantidade do líquido injetado dentro da cavidade não seja aspirada de volta. Se isto ocorrer, ou o aspirado for conteúdo intestinal ou sangue, constata-se que a agulha está incorretamente posicionada. iii. Teste da gota: uma gota de soro fisiológico é colocada na extremidade externa da agulha de Veress. Se a ponta da agulha estiver corretamente posicionada, a gota será imediatamente aspirada pela pressão negativa da cavidade peritoneal iv. Teste do insuflador: conecta-se o insuflador em regime de baixo fluxo à agulha de Veress. Pressões baixas, nunca superiores a 8 mmHg, deverão ser observadas se a extremidade da agulha estiver livre dentro da cavidade. Após constatar-se que a agulha de Veress atingiu corretamente a cavidade peritoneal o insuflador deve ser conectado e inicia-se a injeção de CO2. Pressões de pneumoperitônio em torno de 12 ou 13mmHg são suficientes para permitir uma boa visualização dos órgãos intraperitoneais. B. PNEUMOPERITÔNIO ABERTO (TÉCNICA DE HASSON): permite a abordagem da cavidade peritoneal sob visão direta. Atualmente é a primeira escolha i. Técnica 1. Incisão de 1,5-2,0cm vertical abaixo o umbigo, ou transversal subumbilical 2. Incisão da linha alba e do peritônio 3. Insira um dedo e rode-o por dentro da cavidade certificando-se que não há nenhuma víscera aderida à parede 4. Passe dois pontos com fio monofilamentar 0, insira o trocarte de Hasson e prenda-o aos fios, conectando-o à fonte de gás após 8. PONTOS DE INSERÇÃO DOS TROCARTES Variam de acordo com o tipo de cirurgia, da preferência do cirurgião e até da escola. Evitar a região dos músculos retoabdominais devido ao risco de leão vascular. Lembrar que as pinças a serem manuseadas pelo cirurgião devem formar entre si um ângulo compreendido entre 60° e 90° Os trocartes de trabalho e a ótica têm que estar posicionados a uma distância de pelo menos 5 cm para permitir uma mobilidade adequada. Além disso, deve ser evitado ao máximo paralelismo entre a porta agulha e a pinça auxiliar A distância entre o campo operatório e o sítio de entrada dos trocartes deve ser igual a metade do comprimento das pinças utilizadas. Como a maioria dos instrumentos tem cerca de 30 cm de comprimento, trituração (manual ou mecânica) das peças de dimensões uma distância de 15 cm parece ser a ideal A. TÉCNICA DE INTRODUÇÃO i. Escolher o ponto de inserção e fazer incisão de 0,5-1,0cm ii. Empalmar o trocarte de forma que o dedo indicador atue como obstáculo à introdução brusca do instrumento iii. Realizar movimentos de rotação para a direita e para a esquerda exercendo pressão sobre a parede na medida em que vai introduzindo o trocarte até perceber que atingiu a cavidade peritoneal 9. POSICIONAMENTO DA EQUIPE CIRÚRGICA O cirurgião deve ficar na posição mais ergonômica possível. Três são os fatores envolvidos: o órgão alvo, a posição dos trocartes e a posição do paciente. O posicionamento é particular a cada tipo de procedimento. Se quiserem exemplificar a diferença do posicionamento na videocolecistectomia segundo a escola francesa e americana, coloquei abaixo o desenho esquemático para relembrarem. No entanto, existem muitas variações de posicionamento dentro da mesma escola também. 10. FINALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO E FECHAMENTO a. Verifique cuidadosamente se não houve nenhuma lesão inadvertida, nenhum sangramento residual e se foi retirado as gazes b. Remova um instrumento de cada vez enquanto observa sua retirada pelo lado de dentro c. Retirado o laparoscópio e comprima delicadamente o abdômen para saída de todo o pneumoperitônio d. Realize o fechamento da aponeurose onde julgar necessário (geralmente nos pontos de inserção dos trocartes de 10mm. 11. ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DO PNEUMOPERITÔNIO a. Aumento da pCO2 (acidose respiratória) b. Aumento da pressão intra-abdominal c. Afluxo de sangue do fígado e baço com conseqüente aumento da volemia inicialmente d. Compressão da veia cava inferior com diminuição do retorno venoso e diminuição da volemia posteriormente e. Dificuldade de mobilização do diafragma com conseqüente restrição pulmonar f. Vasoconstrição da artéria renal e arritmia cardíaca (devido aumento da pCO2) 12. COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO MÉTODO LAPAROSCÓPICO a. Lesão vascular pela introdução da agulha de Veress/trocarte: inclui vasos da parede assim como vasos do mesentério e do retroperitônio. A embolia gasosa pode ser decorrente de uma lesão vascular. b. Lesão visceral pelaintrodução da agulha de Veress/trocarte: as mais frequentes são as lesões em alças intestinais e bexiga. c. Enfisema: geralmente ocorre quando a extremidade da agulha de Veress ou do trocarte estão mal posicionadas ocorrendo insuflação do mesentério, retroperitônio, omento maio ou subcutâneo. Podem levar ao pneumomediastino, pneumotórax ou descolamento da tela subcutânea d. Pneumoperitônio e as complicações inerentes ao mesmo. e. Lesões termoelétricas: pelo uso do eletrocautério f. Complicações infecciosas: geralmente ocorrem no local de introdução dos trocartes g. Hérnias de parede. CASOS 1. Você está iniciando o internato e irá instrumentar uma videocolecistectomia eletiva pela primeira vez. O residente e o preceptor que irão realizar a cirurgia pedem para que você verifique com a circulante se estão disponíveis na sala os materiais necessários para a realização do procedimento. a. O que você conferiria com a circulante? Discussão sugerida: nesta questão devemos estimular o aluno a relembrar todos os materiais normalmente utilizados em uma videocolecistectomia, incluindo as pinças de laparoscopia, óptica, insuflador (conferir se o cilindro de CO2 está cheio), fonte de luz e monitores, clipes metálicos, extrator de vesícula, pinça Winter (se disponível), caixa de laparotomia, eletrocautério, caixa de Buck, etc. b. Em relação ao posicionamento do paciente e dos equipamentos o que você solicitaria à circulante? Discussão sugerida: não acho necessário que os alunos saibam o posicionamento correto numa videocolecistectomia, mas sim de que o posicionamento irá variar conforme o tipo de cirurgia e sempre buscando o conforto do cirurgião. Podemos comentar que, no caso da colecistectomia, há diferenças de posicionamento de acordo com a escola (européia ou americana) e mostrar quais são elas. 2. Já conferido os materiais, o residente chega à sala e pede que você se paramente para que possa montar a mesa de instrumentação, já que o anestesiologista já iniciou a indução anestésica. Discuta com seu grupo como realizaria a montagem da mesa e seu posicionamento. Discussão sugerida: aqui vale lembrar que montar uma mesa para videocolecistectomia inclui montar uma mesa para laparotomia, já que a conversão para a cirurgia aberta é sempre uma possibilidade. Enfatizar que os instrumentos laparoscópicos podem ficar em uma mesa auxiliar (mesa de Miles) e que o posicionamento das mesmas dependerá da escola adotada. 3. Paciente anestesiado, mesas montadas, realizada antissepsia da pele e posicionado os campos cirúrgicos estéreis pelo residente e por você. No entanto, o preceptor ainda não está na sala de operação. O residente pede à circulante que entre em contato com o mesmo, o qual avisa que está no vestiário do centro cirúrgico e que em alguns minutos estará presente na sala, mas solicita ao residente que inicie a feitura do pneumoperitônio com a sua ajuda. Discuta com seu grupo as técnicas possíveis para que isso seja feito e quais informações seriam pertinentes para a escolha da melhor técnica. Discussão sugerida: lembrar das técnicas abertas e fechadas para obtenção do pneumoperitônio, enfatizando os detalhes técnicos de cada um deles se ainda não feito na discussão do roteiro. Importantíssimo se atentar para cicatrizes abdominais de procedimentos prévios que possam sugerir a presença de aderências de órgãos na parede abdominal, o que poderia induzir a equipe a optar pela técnica aberta a qual, na verdade, deveria ser a primeira opção desde o início, já que na literatura recente é o que é encontrado. 4. Durante esta mesma videocolecistectomia, enquanto o residente tentava dissecar o ducto cístico, foi percebido extravasamento de bile no campo operatório. O preceptor assume então a cirurgia e identifica uma lesão inadvertida do ducto colédoco. Neste momento opta por converter a cirurgia para via aberta. Qual sua opinião em relação a esta conduta? Discuta com seu grupo. Discussão sugerida: discutir que a conversão para a via aberta não é um erro, e sim uma necessidade frente à lesão iatrogênica. Isso não deve diminuir o cirurgião de forma alguma
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