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1 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período OBJETIVO 1 DESCREVER AS CONDIÇÕES DE UM RECÉM-NASCIDO. Todas essas condições, transformações e adaptações são avaliadas no exame físico, importante para avaliar e observar o crescimento e o comportamento. O exame físico deve ser realizado o mais cedo possível, e frequentemente até a estabilização, após o parto. Idade gestacional: Duração da gestação estimada desde o 1º dia da última menstruação (dum) até o dia do parto. Quanto À classificação da IG1: Com base na idade gestacional, classifica-se cada neonato como 1. Prematuro: < 34 semanas de gestação 2. Pré-termo tardio: 34 a < 37 semanas 3. A termo precoce: 37 0/7 semanas a 38 6/7 semanas 4. A termo completo: 39 0/7 semanas a 40 6/7 semanas 5. A termo tardio: 41 0/7 semanas a 41 6/7 semanas 6. Pós-termo: 42 0/7 semanas e além 1: Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt- br/profissional/pediatria/problemas-perinatais/idade- gestacional Condições gerais (parâmetros normais): Todas avaliadas no Exame físico do RN • Período neonatal: 4 primeiras semanas • Peso médio do RN: 3,4 kg (pode variar com o sexo: maior em meninos / não varia com etnia ou situação socioeconômica); • Comprimento médio: 50 cm • Perímetro cefálico: 35 cm • Apgar: maior ou igual a 7. Recém-nascido: transformações e adaptações. Problema 1 – 14/03/2022 Importante Os parâmetros de crescimento são específicos para a idade gestacional do bebê. Do mesmo modo, há tabelas de crescimento específicas para condições associadas a possíveis variações. Apgar - Serve para avaliar a vitalidade do RN. - Escore de Apgar: os elementos avaliados nele permitem uma ideia do estado da criança ao nascer; - Deve ser realizado do primeiro ao quinto minuto de vida; - Cada parâmetro avaliado recebe notas de 0 a 2. - 5 parâmetros: 1. Ritmo cardíaco 2. Esforço respiratório 3. Tônus muscular 4. Irritabilidade reflexa 5. Cor - Somatório dos 5 itens resulta no escore de Apgar: 1. Apgar = 7-10 → bem 2. Apgar = 4-6 → vigilância e talvez reanimação 3. Apgar < 4 → reanimação do RN - Apgar < 7 no 5º minuto de vida: novas avaliações feitas de 5 em 5 min até o 20º minuto ou até atingir escore 7. - Na clínica, em uma consulta de puerpério, para saber se foi um Apgar bom, perguntar a mãe se a criança chorou ao nascer. O choro é um indicativo de Apgar bom. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/problemas-perinatais/idade-gestacional https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/problemas-perinatais/idade-gestacional https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/problemas-perinatais/idade-gestacional 2 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período Respostas úteis durante o exame relaciona-se à/ao: vigor, tônus e estado de alerta do bebê, campo visual e resposta aos sons. • Temperatura: • Pulso: 120 a 160 bpm • Padrão respiratório: 30 a 60 irpm • Cor: Icterícia, cianose, hiperemiado, pálido • Sinais de estresse respiratório: - Sinal clássico: batimento da asa do nariz. • Tônus • Atividade • Nível de consciência • Dimensões de qualquer anormalidade estrutural visível ou palpável Em partos de risco, o exame físico deve ser realizado na sala de parto e deve focar em: • Anomalias congênitas • Maturidade • Crescimento • Problemas fisiopatológicos Os quais possam interferir na adaptação normal cardiopulmonar e metabólica da vida extrauterina. o Após 24 hrs de nascimento uma segunda avaliação mais detalhada deve ser realizada. o Caso haja permanência no hospital por mais de 48 hrs deve ser realizado uma avaliação de alta dentro de 24 hrs. Pois certas anomalias (cianose e o sopro cardíaco) com frequência aparecem e desaparecem no período neonatal. Além disso, há também a possibilidade de haver evidências de alguma doença recém-adquirida. o A pressão sanguínea só é realizada em casos de neonatos doentes ou com sopro cardíaco. o A oximetria de pulso é realizada na triagem de doença cardíaca crônica crítica (faz parte da triagem do RN) - teste do coraçãozinho Saturação de oxigênio ≥ 95% após 24 hrs de nascimento deve ser realizado, como triagem, para descartar doença cardíaca congênita crítica. Neonatos com saturação de O2 < 95% devem ser encaminhados para avaliação e possível ecocardiograma. REFERÊNCIAS NELSON. Tratado de Pediatria, cap. 94, pág. 3421-3423 OBJETIVO 2 DESCREVER AS TRANSFORMAÇÕES E ADAPTAÇÕES DO RECÉM-NASCIDO. Modulação dos estímulos: o Para ocorrer as adaptações à vida extrauterina são necessárias adaptações fisiológicas e comportamentais. 3 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período • Fisiológicas: aeração dos pulmões, reorientação da circulação e ativação do trato intestinal são as principais. • Comportamentais (para obter nutrição, responder a hipo ou hipertermia, assegurar a segurança): resposta rápida à estímulos, mas não ficar hiperalertas para desorganizar seu comportamento. 1. Subalertas: incapacita-os de alimentar- se e interagir 2. Hiperestimulados: instabilidade autonômica (inquietação, palidez, soluços, vômitos, movimentos descontrolados dos membros e choro inconsolável). o Além disso, é importante também a regulação mútua, para que tal adaptação seja favorável ao RN. • É a participação mútua dos pais e do RN para o estado de regulação do comportamento dos bebês, seja para estimulá-los ou acalmá-los. • Fornecem homeostasia fisiológicas e crescimento físico do bebê, constroem a base da relação de emergência entre pais e bebê. o Outro ponto importante, é que o bebê manifesta estados comportamentais que contribuem para essas adaptações. • Referem à capacidade do bebê de regular a estimulação. Determina o tônus muscular do bebê, movimento espontâneo, padrão por eletroencefalograma e resposta a estímulos. • 6 estados: 1. Sono tranquilo 2. Sono ativo 3. Estado de sonolência 4. Estado de alerta: preferem faces e objetos e os acompanham horizontalmente 5. Estado de inquietação 6. Estado de choro. Adaptações comportamentais no RN o Padrões emergentes de comportamento durante o primeiro ano de vida: • Decúbito ventral: Permanece em uma atitude fletida, gira a cabeça de um lado para o outro; cabeça pendente durante a suspensão ventral • Decúbito dorsal: Geralmente fletido e ligeiramente rígido • Visual: Pode fixar o olhar para uma luz no campo visual; movimento de “olhos de boneca” ao girar o corpo • Reflexo: Resposta de Moro ativa, reflexo de marcha ativo, reflexo de preensão- palmar ativo. • Social: Preferência visual pela face humana o Capacidades de interação: Geralmente os RN estão prontos para interagir, em estado de alerta, mas isso pode ser afetado pela anestesia ou analgesia materna ou hipóxia fetal. • Visão: RN são míopes, comprimento focal entre 20 e 30 cm, preferência visual por faces. • Audição: em RN normais, ela é bem desenvolvida e preferem a voz feminina OBS: tais capacidades inatas e predileções mantém o vínculo mãe- bebê. Ao nascerem, há um período de 40 minutos de interação social e depois um longo período de sonolência, com o tempo os períodos entre um estágio e outro são mais curtos. • Circuito h-m-l-p-c (hipotálamo- mesencéfalo-límbico-paralímbico-cortical) dos pais interage com as respostas de suporte para o bebê, sendo crítico para uma maternidade efetiva. (Ex: emoção, atenção, motivação, empatia e tomada de decisões). Adaptações fisiológicas no RN o Ajustes simultâneosem todos os sistemas corporais ajustes fisiológicos, e a viabilidade do neonato dependerá de sua adaptação adequada à vida extrauterina. o Principais e imediatas adaptações: respiratória, circulatória, térmica. 4 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período Sistema Respiratório: o Aeração dos pulmões, liberação do surfactante, aumento da saturação para 85- 90. o Reorientação da circulação, evitando a mistura de sangue oxigenado e venoso Lembrete! Pulmão Fetal: - Em seu interior há o fluido pulmonar, que alonga o pulmão e promove seu crescimento e desenvolvimento. Sendo fundamental a sua depuração para a adaptação da respiração neonatal. - O Surfactante é produzido a partir da 20ª semana de gestação pelos pneumócitos tipo II, no entanto, só é liberado na primeira respiração. Sua função é importante para reduzir a tensão superficial dos alvéolos, diminuindo a pressão necessária para manter o alvéolo inflado, facilitando sua expansão e entrada de ar. Sua produção depende dos níveis de cortisol do feto, sendo finalizada a sua produção entre a 32ª e 34ª semana. Circulação sanguínea fetal: - A placenta no feto tem a menor resistência vascular → baixa pressão sistêmica → recebe 40% do débito cardíaco do feto. - Já os pulmões fetais possuem alta resistência vascular (presença de líquido pulmonar) → alta pressão pulmonar → recebe 10% do débito cardíaco do feto. - Alta resistência vascular pulmonar e baixa pressão sistêmica → forame oval permitindo a passagem do sangue do átrio direito para o átrio esquerdo; ducto arterioso desviando sangue da artéria pulmonar para a aorta: SANGUE OXIGENADO: PLACENTA → VEIA UMBILICAL → ENTRA NO ABDOME DO FETO E SE DIVIDE DUCTO VENOSO → VEIA CAVA INFERIOR → ÁTRIO DIREITO → DESVIADO ATRAVÉS DO FORAME OVAL PARA O ÁTRIO ESQUERDO. SANGUE MENOS OXIGENADO: VEIA CAVA SUPERIOR E INFERIOR DISTAL AO DUCTO VENOSO → ÁTRIO DIREITO → VENTRICULO DIREITO → MISTURA MÍNIMA DE SANGUE OXIGENADO VINDO DO DUCTO VENOSO. 90% DA SAÍDA DO VD CONTORNA O PULMÃO E É DESVIADO PELO DUCTO ARTERIOSO PARA A AORTA DESCENDENTE. Sangue desoxigenado → transportado pelas aortas e artérias umbilicais para a placenta → libera CO2e resíduos e coleta O2 e nutrientes. • PO2 intrauterina < PO2 extrauterina • Maior PO2 encontra-se na veia umbilical • Saturação diminui quando misturada ao retorno venoso (de modo que o sangue que retorna à placenta terá uma PO2 de 15 a 25 mmHg). • E como há oxigenação adequada? Hb fetal aumenta a afinidade com o O2. Baixo consumo de O2 pelo feto, fluxo sanguíneo diferencial (fígado, coração e cérebro com sangue bem concentrado em O2). * Sangue oxigenado se mistura com o não oxigenado: fígado, veia cava inferior, átrio direito, átrio esquerdo, entrada do ducto arterioso na aorta descendente. o Transição: - Ocorre com o pinçamento do cordão umbilical, fazendo com que o neonato busque rapidamente por alterações fisiológicas na 5 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período função cardiopulmonar. Em uma transição bem-sucedida deve acontecer: 1. DEPURAÇÃO DO FLUIDO ALVEOLAR: - Ao final da gestação, o aumento de catecolaminas e outros hormônios, o epitélio pulmonar muda sua secreção ativa de cloreto e líquido para os espaços aéreos para a reabsorção ativa de sódio e líquido. O aumento da tensão de oxigênio ao nascer e isso aumenta a capacidade do epitélio de transportar sódio e aumenta a expressão gênica do canal de sódio epitelial, promovendo ainda mais a reabsorção do líquido alveolar. - Esse processo, favorece as respirações iniciais que geram altas pressões trans pulmonares. A pressão hidrostática negativa inicial conduz o fluido alveolar dos espaços aéreos para o interstício e, subsequentemente, para a vasculatura pulmonar - E, favorecendo em conjunto, há a compressão torácica, que é a pressão sobre a parede torácica do recém-nascido durante o parto provavelmente é um pequeno contribuinte. 2. EXPANSÃO PULMONAR: - Na 1ª respiração efetiva, o movimento do ar começa quando a pressão intratorácica cai. O aumento da pressão inspiratória expande os espaços aéreos alveolares e estabelece a capacidade residual funcional (CRF). A expansão pulmonar também estimula a liberação de surfactante, o que reduz a tensão superficial alveolar, evitando o colabamento dos alvéolos ao final da expiração e estabilizando a CRF. 3. ALTERAÇÕES CIRCULATÓRIAS: - Com o clampeamento do cordão umbilical, a placenta com baixa resistência vascular é removida da circulação neonatal, resultando em aumento da pressão arterial sistêmica neonatal. - Ao mesmo tempo, a expansão pulmonar reduz a resistência vascular pulmonar e a pressão da artéria pulmonar. - Essas duas alterações favorecem: 1. diminuição do shunt fetal direita-esquerda no ducto arterioso, resultando em um aumento do shunt da esquerda para a direita neste ducto. 2. um aumento do fluxo sanguíneo pelas artérias pulmonares e pulmões. - Essa mudança do desvio da esquerda para a direita após o parto resulta em um aumento no volume sistólico ventricular, que está associado a um aumento na saturação de oxigênio cerebral. - Com aumento da perfusão e expansão pulmonar, aumenta a saturação da oxigenação neonatal, que estimula o fechamento fisiológico do canal arterial. - Além disso, o aumento do fluxo sanguíneo arterial pulmonar aumenta o retorno venoso pulmonar ao átrio esquerdo e a pressão atrial esquerda. À medida que a pressão do átrio esquerdo aumenta e a pressão atrial direita cai, o desvio da direita para a esquerda através do forame oval diminui. O fechamento do forame oval ocorre quando a pressão atrial esquerda excede a pressão atrial direita. 6 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período Sistema cardiovascular: o A Frequência cardíaca e a pressão arterial sistólica e diastólica são mais elevados no parto vaginal nas primeiras 2 horas de vida. o Estresse do nascimento -> aumento dos níveis de catecolaminas (epinefrina e norepinefrina), podendo ser responsáveis pelo aumento do DC e contratilidade miocárdica, liberação de surfactante pulmonar, inibição da secreção de líquido pulmonar e promoção de sua reabsorção, estimulação da glicogenolise e indução da lipólise. o Cianose transitória com choro: relaciona-se à duração necessária para o fechamento anatômicos do forame oval, ducto venoso e canal arterial, que demora algumas semanas e com isso pode acontecer mistura de pequena quantidade de sangue oxigenado com sangue não oxigenado. Aumentando a pressão da veia cava e átrio direito, levando ao aparecimento de sopros. Sopros que são preocupantes: acompanhados de cianose com sinais de dificuldade cardíaca e respiratória. o Aeração dos pulmões, liberação do surfactante, aumento da saturação para 85- 90. Sistema Termorregulador: o A adaptação térmica é um dos fatores mais críticos na sobrevivência e estabilidade do RN. RN necessita de um ambiente termicamente neutro, para que o consumo de o2 seja suficiente para a manutenção dessa temperatura sem a necessidade de calafrio. • Importante mantê-lo aquecido, pela labilidade térmica, onde frio ou calor em excesso, podem gerar alterações e complicações metabólicas (como perda excessiva de calorias e acidose metabólica) dificultando tal adaptação. • Hipotermia → taxa metabólica aumenta → para gerar calor → SAR → acidose metabólica. • Crianças nascidas a termo possuem depósito de gordura marrom (pescoço, região interescapular, mediastino, ao redor dos rins e das supra-renais), o que equivale entre 2 a 6% do peso do RN. Esse tecido é altamente inervado e vascularizado e, ao sofrer estresse pelo frio, aumenta a produção de noradrenalina que aumenta a atividadesimpática e auxilia no processo de lipólise, o que libera calor. • Mecanismos de defesa contra a perda de calor: controle vasomotor (vasoconstrição periférica para conservar calor ou vasodilatação periférica dissipando calor); Isolamento térmico (tecido subcutâneo); atividade muscular; termogênese sem calafrios (lipólise de gordura marrom). • Fatores de risco para a Instabilidade térmica: prematuridade, anomalias congênitas, septicemia, asfixia, hipóxia, comprometimento do SNC, aporte nutricional e calórico inadequado, diminuição dos movimentos voluntários, imaturidade do sistema de controle térmico e quantidade de tecido subcutâneo insuficiente. • Hipertermia e seus perigos: mascarar infecção, taquicardia, taquipneia, irritabilidade, desidratação, acidose metabólica. • Evitar perda de calor por: condução (pele para superfícies de contato), evaporação, convecção (pele para o ar), e quanto mais resfriado o ambiente mais perda de calor por convecção; radiação (também faz o RN ganhar calor, como o berço de calor radiante e de fototerapia). • RN pré-termo possui menor depósito de gordura marrom e mais suscetibilidade à hipotermia. Sistema Hematopoiético: o Fígado, baço e timo se reúnem no RN para auxiliar na produção de células sanguíneas no primeiro e no segundo trimestre. o Adaptação hepática: fígado ainda está imaturo, podendo haver liberação de bilirrubina (subproduto da degradação das hemácias, bem como proteínas e ferro). A hemólise, é de extrema importância no RN, pois é a principal fonte de Fe absorvível para o RN durante os primeiros meses de vida, evitando a anemia. 7 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período o A bilirrubina é eliminada da circulação pelo sistema fagocítico. Após deixar o sistema, se liga a albumina plasmática - ainda não solúvel em água. Para sua eliminação precisa ser diluída (bilirrubina direta ou conjugada). Isso ocorre no fígado (bilirrubina + ácido glicurônico - enzima Glicuronil transferase → bilirrubina hidrossolúvel); o Coagulação sanguínea (vitamina K) - ativa os fatores de coagulação, diante da microbiota ausente ou insuficiente no RN para síntese de vitamina K satisfatória Caso contrário, há suscetibilidade para hemorragias → doença hemorrágica do recém-nascido → evitado pela administração de vitamina K ao nascer. Sistema Urinário: o Rins: ineficazes na secreção de íons H+ → túbulos renais mais curtos e estreitos → inibe concentração e acidificação da urina. Caso ocorra um excesso de sódio no RN, ele será incapaz de excretá-lo com efetividade, o que pode levar a um desequilíbrio hidroeletrolítico. o Urina inodora, clara de 10 a 12 trocas por dia. Aparelho gastrointestinal: o Capacidade gástrica reduzida (aumenta a medida das alimentações subsequentes). o Peristalse rápida, por isso a velocidade de necessidade alimentar em pequenos volumes e com maior frequência. A velocidade entre a ingestão e evacuação está relacionada não só à peristalse elevada, mas também a outros fatores como: microbiota bacteriana em formação, capacidade gástrica reduzida, reflexo gastro- cólico, leite materno... o Refluxo gastresofágico pode ocorrer, diante da frouxidão do esfíncter esofágico, sendo uma situação transitória enquanto ocorre o amadurecimento com o tempo. o Mecônio: primeiras fezes do RN, referente a deglutição do líquido amniótico pelo feto; costuma ser esverdeado (corado por bile). o Eliminação do mecônio em até 48 horas. RN pós-termo tem grandes possibilidades de desenvolver Síndrome da Aspiração de Mecônio (SAM), pois ele acaba eliminando esse mecônio no ambiente intrauterino e aspira o mesmo. o O peso do RN pode diminuir até 10% do peso ao nascer durante a primeira semana devido a eliminação de fluido extravascular e da ingestão nutricional controlada. o Deficiência de enzimas pancreáticas e hepáticas. Apesar de controlada, ela melhora, pois o colostro vai sendo substituído por o leite maduro que tem um maior teor de gordura. Esse peso é recuperado após a segunda semana pós-natal e cresce cerca de 30% no primeiro mês de vida, sendo o período mais rápido de crescimento pós-natal. Sistema Imunológico: o Nasce com barreiras epiteliais e imunidade inata, no entanto ainda é muito imaturo. Nesse sentido, o leite materno é rico em anticorpos e o Colostro (primeiro leite) é muitas vezes chamado de “primeira imunização” do bebê – imunização passiva. Sistema Nervoso: o Nascem com reflexos transitórios; o Grande reflexo para sucção o Reflexo palmar, reflexo de Moro... (relacionados às adaptações comportamentais). o Reflexo gastro-cólico é mais exacerbado em lactentes: estiramento do estômago é percebida e o SNC estimula a peristalse intestinal, que ajuda a movimentação das fezes e posterior eliminação. Sistema Nervoso: o Anatomicamente maduro e fisiologicamente imaturo. 8 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período o Hormônios secretados pelas glândulas endócrinas (hormônio do crescimento, catecolaminas, cortisol) ajudam o RN na adaptação extrauterina. REFERÊNCIAS NELSON. Tratado de Pediatria, cap. 10 tabela 10.2 - pág. 609 e pág. 612. Conferência 1 - Adaptações fisiológicas do RN Exame físico: pág. 59 a 64 file:///C:/Users/mclar/Downloads/000556239.pdf Adaptações: file:///C:/Users/mclar/Downloads/000556239.pdf OBJETIVO 3 ENTENDER O QUE É E COMO OCORRE A TRIAGEM NEONATAL. o Apoiada pelo Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN). o Exames obrigatórios por lei, no Brasil, sendo ofertados pelo SUS. o Consiste na realização de exames em RN até os primeiros dias de vida, com o intuito de detectar precocemente possíveis condições que possam ser tratadas precocemente. Exames: Teste do pézinho o Deve ser realizado entre o 3º e o 5º dia de vida do RN. o Desvenda, por meio de uma coleta sorológica, as patologias de hemoglobinopatias, hipotireoidismo congênito, hiperplasia adrenal congênita, fibrose cística, fenilcetonúria e deficiência de biotinidase. Teste da orelhinha ou triagem auditiva: o Visa identificar deficiências auditivas precocemente por meio de emissões otoacústicas. Teste + → teste eletrofisiológico de audição → otorrinolaringológico Teste do olhinho, reflexo do olho vermelho (ROV) ou triagem ocular: o Deve ser feito, preferencialmente, até o 5º dia de vida, e repetido pelo menos uma vez até o 1º ano de vida. o Detecta precocemente casos de retinoblastoma, catarata congênita e outros transtornos congênitos oculares. Teste do coraçãozinho: o Deve ser realizado entre 14 e 48 horas de vida, no RN com estabilidade clínica. o Objetiva a detecção precoce de cardiopatias congênitas complexas e é feito mediante avaliação da oximetria pré-ductal em membro superior direito (sensor locado em palma de mão ou pulso direito) simultaneamente a outro sensor em qualquer um dos membros inferiores. o Ambos deverão apresentar um valor superior a 95% de saturação de oxigênio e não pode haver variação maior do que 3% entre a leitura de ambos os exames. o Caso o teste seja positivo (oximetria de pulso alterada), o recém-nascido não poderá ter alta da unidade hospitalar e deverá ser complementada a investigação com ecocardiograma. REFERÊNCIAS NELSON. Tratado de Pediatria, cap. 94, pág. 3421-3423 Conferência 1 – Triagem Neonatal file:///C:/Users/mclar/Downloads/000556239.pdf file:///C:/Users/mclar/Downloads/000556239.pdf 9 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período OBJETIVO 4 IDENTIFICAR AS ANORMALIDADES E OS RISCOS PARA AS COMPLICAÇÕES NEONATAIS. Algumas doenças/problemas que podem acometer o RN relacionadas ao Sistema Respiratório: • Doença da membrana hialina, • Má adaptação pulmonar,• Infecção, • Síndrome da Aspiração de Mecônio (SAM) • Taquipneia transitória do RN – reabsorção retardada do líquido pulmonar fetal pelo sistema linfático. • Síndrome da Angústia Respiratória (SAR): pouca produção de surfactante pulmonar. • Pneumotórax (ocorrem em maior porcentagem em RN que nasceram por cesariana que por parto vaginal). REFERÊNCIAS Conferência 1 - Adaptações fisiológicas do RN Adaptações: file:///C:/Users/mclar/Downloads/000556239.pdf OBJETIVO 5 ENTENDER AS ORIENTAÇÕES A RESPEITO DO PLANO DE CUIDADO. (VITAMINAS, BANHO DE SOL, COTO UMBILICAL, ALIMENTAÇÃO, RGE, HIGIENE, TEMPERATURA, VESTIMENTA DO BEBÊ, PASSEIOS E VISITAS) Higiene, vestimenta e temperatura: o Orientações que visam o cuidado para o aquecimento do RN e para evitar a hipertermia ou hipotermia. o Banhos quentes e em locais pouco ventilados, secagem rápida do corpo do bebê e da cabeça, o Roupas que o mantenham em uma temperatura neutra. Passeios e visitas o Orientações para proteger o RN contra infecções. Tabela 2.11 O sistema para lutar contra infecções não está desenvolvido em um recém-nascido. Isso significa que o recém-nascido pode desenvolver infecções mais facilmente que uma criança mais velha ou um adulto. Conforme o bebé cresce, o sistema que combate infecções fica mais forte. A mãe e a família precisam proteger o recém-nascido contra infecção no nascimento e nos primeiros meses de vida. Alimentação e Vitaminas o Orientações que visam trazer a importância da amamentação e como realizar esse processo. o Leite como fonte de nutrientes nos primeiros 6 meses de vida; o Contém vitamina A para melhorar o apetite e evitar problemas oculares; o Primeira imunização, fortalecendo o sistema imunológico em formação; o Proteção contra alergias; o Desenvolvimento e crescimento do bebê ideais; ANORMALIDADE RISCOS DE GERAR COMPLICAÇÕES NO RN Prematuridade TTRN; hipoglicemia; icterícia fisiológica (bilirrubinemia). Pós-maturidade SAM. Pouco surfactante Cianose; SAR. Hipotermia Dificuldade de ganho de peso; SNC ameaçado; hipoglicemia; acidose metabólica. Obstrução das vias aéreas Cianose; SAM. Distúrbios metabólicos Icterícia patológica (hiperbilirrubinemia); SNC ameaçado; hipoglicemia. Doença hemolítica Icterícia patológica (hiperbilirrubinemia); SNC ameaçado. file:///C:/Users/mclar/Downloads/000556239.pdf 10 UC7 – Tutoria | Maria Clara Cabral – 3º Período o Desenvolvimento e maturação da boca, dentes, mandíbula), o Exclusividade (significa alimentar o bebé somente com o leite materno. Isso significa que o bebé não deve receber água, chá, bebidas herbais, substitutos de leite materno, outros líquidos, nem comida. A amamentação exclusiva durante os primeiros seis meses de vida do bebé é recomendada em todo o mundo porque ajuda o bebê a sobreviver. o Primeira amamentação: A maioria dos recém-nascidos têm um forte reflexo para sugar e estão acordados na primeira hora depois do nascimento. o A sucção pelo recém-nascido ajuda a mãe a produzir mais leite. o O colostro é bastante alto em vitamina A e anticorpos que protegem o bebé contra infecção. o O colostro é muitas vezes chamado de “primeira imunização” do bebé. o O colostro ajuda a expelir o mecônio e a evitar icterícia. o O colostro contém uma concentração muito alta de nutrientes e ajuda a evitar baixa glicose nas primeiras horas de vida), permanência do ato (A maioria dos recém- nascidos comem em média 8 a 12 vezes em 24 horas ou a cada 2 a 3 horas. Isso é importante porque: O estômago de um recém-nascido é pequeno e precisa ser cheio frequentemente. o O leite materno é facilmente digerido e, portanto, passa rapidamente pelo bebê. Coto umbilical o Orientações que visam o cuidado para evitar infecção do cordão umbilical, seja localizada ou grave. o Os cuidados com o cordão umbilical é uma maneira importante de evitar que um recém-nascido tenha tétano ou sepsis (infecção generalizada). o Ensine e mostre à mãe e à família como cuidar do cordão umbilical. o Ele cai com 5 a 10 dias após o nascimento. o Manter o cordão umbilical limpo e seco. o o Em um estudo que verificou os cuidados com cordão umbilical em 10 países, foi descoberto que manter o cordão umbilical limpo é tão eficaz e seguro quanto usar antibióticos ou antissépticos. Refluxo gastro-esofágico o Tranquilizar a mãe que é uma condição frequente, mas é resolutiva. o Sempre esperar o bebê arrotar após amamentá-lo. o NUNCA o amamentar e deixar ele deitado logo em seguida. REFERÊNCIAS Manual de cuidados ao Recém-Nascido. Disponível em: https://www.healthynewbornnetwork.org/hnn- content/uploads/Cuidados-ao-Recem-Nascido-Manual-de- Consulta.pdf https://www.healthynewbornnetwork.org/hnn-content/uploads/Cuidados-ao-Recem-Nascido-Manual-de-Consulta.pdf https://www.healthynewbornnetwork.org/hnn-content/uploads/Cuidados-ao-Recem-Nascido-Manual-de-Consulta.pdf https://www.healthynewbornnetwork.org/hnn-content/uploads/Cuidados-ao-Recem-Nascido-Manual-de-Consulta.pdf
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