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Interpretação de exames laboratoriais e resultados da citologia oncótica samiasuellenbrito@hotmail.com samiasuellen Papanicolau normal Em geral, o laudo do Papanicolau primeiro descreve a qualidade da amostra enviada e depois fornece os diagnósticos. Dizer que a amostra enviada foi satisfatória para avaliação pelo citologista Se o resultado vier apontando uma amostra insatisfatória, a coleta de um novo material deve ser realizada. Indicar que tipos de tecido deram origem às células captadas, como por exemplo, células da JEC, células da zona de transformação (ZT) Se não houver na amostra, pelo menos, células da JEC ou da ZT, a qualidade do exame fica muito comprometida, já que são essas as regiões mais atacadas pelo vírus HPV Indicar o tipo de células presentes células escamosas (ectocérvice), metaplasia escamosa, células colunares (endocérvice), células do epitélio glandular (endocérvice), etc. Descrever a flora microbiológica Se houver alguma infecção ginecológica em curso, o laudo pode indicar a presença de leucócitos (células de defesa) e o nome do germe invasor, como, por exemplo, Gardnerella ou Candida albicans. Após as descrições, se o laudo não indicar a presença de células malignas ou pré- malígnas, ele virá com uma descrição do tipo – ausência de atipia, ausência de células neoplásticas, negativo para lesão intraepitelial ou negativo para malignidade. Antigamente os laudos descreviam as classes de Papanicolau Papanicolau classe I – ausência de células anormais. Papanicolau classe II – alterações celulares benignas, geralmente causadas por processos inflamatórios. Papanicolau classe III – Presença de células anormais (incluindo NIC 1, NIC 2 e NIC 3). Papanicolau classe IV – Citologia sugestiva de malignidade. Papanicolau classe V – Citologia indicativa de câncer do colo uterino. Atualmente, com a mudança de nomenclatura, os resultados não trazem mais as classes de Papanicolau e sim a nova classificação mais descritiva, completa e específica, descrevendo as características da amostra com os tipos de células presentes, a flora microbiológica (flora bacteriana natural da vagina, presença de células de defesa e o nome do germe invasor, se houver) e a presença de células malignas ou pré- malignas, se identificadas. E quando o Papanicolau é anormal – ASCUS e ASCH? O acrônimo ASCUS significa células escamosas atípicas de significado indeterminado. De todas os resultados anormais encontrados no Papanicolau, o ASCUS é o mais comum Ele ocorre em cerca de 2 a 3% dos exames O ASCUS indica uma atipia, ou seja, uma alteração nas características normais das células escamosas sem apresentar qualquer sinal de que possam haver alterações pré-malígnas O ASCUS pode ser provocado, por exemplo, por inflamações, infecções ou atrofia vaginal durante a menopausa. MALIGNO OU BENÍGNO? a presença de ASCUS não elimina totalmente o risco dessas células virem a ser uma lesão pré- maligna. Na grande maioria dos casos, o ASCUS é um achado benigno que desaparece sozinho com o tempo. ele significa apenas que o risco é muito baixo. Estudos mostram que cerca de 7% das mulheres com HPV e ASCUS desenvolvem câncer de colo do útero no prazo de 5 anos. Entre as mulheres que não tem HPV, a taxa é de apenas 0,5%. ASC-H ou ASCH o citologista descreve no laudo a presença de ASCH significa que ele viu células escamosas atípicas, com características mistas não sendo possível descartar a presença de atipias malignas É um resultado indeterminado, mas com elevado risco de existirem lesões epiteliais de alto grau (NIC 2 ou NIC 3) A presença de ASCH indica a realização da colposcopia e da biópsia do colo do útero LESÕES PRÉ- MALIGNAS – LSIL e HSIL/NIC 1, NIC 2 e NIC 3 Lesão Intraepitelial Escamosa de Baixo Grau (LSIL) A LSIL indica uma displasia branda, uma lesão pré-maligna com baixo risco de ser câncer. A LSIL pode ser causada por qualquer tipo de HPV, seja ele agressivo ou não, e tende a desaparecer após 1 ou 2 anos, conforme o organismo da mulher consegue eliminar o HPV do seu corpo. Se o teste de HPV da paciente for negativo • repetir o exame preventivo dentro de 1 ano Se o teste de HPV for positivo • o recomendado é que a paciente com LSIL deva ser submetida a colonoscopia e biópsia apesar de baixo risco, existem casos onde a lesão identificada ser mais agressiva do que apresentada pelo Papanicolau (podendo ser uma NIC 2 ou NIC 3). Há alguns anos atrás o LSIL era chamado de NIC 1 (Neoplasia Intraepitelial Cervical grau 1). O termo NIC 1 deixou de ser indicado nos laudos de Papanicolau em 2001, vez que nem sempre o LSIL corresponde realmente a uma lesão NIC 1 na biópsia. Convencionou- se que NIC 1, 2 e 3 só deverão ser utilizadas para descrever resultados da biópsia feita por colposcopia. No Papanicolau, o correto é usar os acrômios LSIL e HSIL. Lesão Intraepitelial Escamosa de Alto Grau (HSIL) O HSIL indica que as células anormais têm grande alteração no seu tamanho e formato é um achado que indica grande risco de existirem lesões pré-malignas moderadas/avançadas (NIC 2 e 3) ou mesmo câncer já estabelecido. A recomendação para estes casos é que toda paciente com resultado HSIL no Papanicolau precisa ser investigada com colposcopia e biópsia. Idealmente o exame deve ser realizado anualmente, entretanto, após 02 exames normais, o intervalo pode ser expandido para 3 anos, caso haja dificuldade de acesso ao exame; Não pode ter relações sexuais antes do papanicolau; É normal sentir dor e cólica após o exame;
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