Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Incontinência urinária em geriatria CONCEITO E PERFIL EPIDEMIOLÓGICO Qualquer perda involuntária de urina em quantidade suficiente para causar qualquer constrangimento social Síndrome Geriátrica, não faz parte da senescência Nem todos os idosos com fatores predisponentes possuem IU ABORDAGEM ATIVA POR PARTE DO MÉDICO Prevalência: 30% na comunidade, e até 50-60% em idosos institucionalizados; 2x mais mulheres do que homens IMPORTÂNCIA Sem impacto direto na mortalidade Aumento na morbidade: Risco de quedas e fraturas Infecções do trato urinário recorrentes Úlceras de pressão Disfunções sexuais Distúrbios do sono Isolamento social e depressão Estresse do cuidador Institucionalização precoce SUGESTÕES DE ABORDAGEM Você usa um absorvente para se proteger no caso de perder urina? Você perde urina sem querer? Você tem problemas com sua bexiga? TIPOS DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA Transitória D – Delirium I – Infecções do trato urinário U – Uretrites/vaginites atróficas R – Restrição de mobilidade A – Aumento do débito urinário M – Medicamentos I – Impactação fecal (fecaloma) D – Distúrbios psiquiátricos Permanente Urgência Mais comum, perda de urina precedida ou acompanhada de um desejo importuno de urinar (urgência). Quantidade urinária variável, geralmente maiores, e pode decorrer de hiperatividade do detrusor durante fase de enchimento vesical CAUSAS: Transtornos neurológicos, anormalidades vesicais e idiopática TIPO mais comum em homens Mista Mais comum em mulheres idosas Paradoxal/ transbordamento/ gotejamento Decorre de inabilidade de esvaziamento vesical pela hipocontratilidade do músculo detrusor, por obstruções uretrais ou por ambos (resíduo pós- miccional) CAUSAS: Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) Mais comum em homens do que em mulheres Funcional Atribuído a fatores EXTERNOS ao trato urinário, com integridade deste CAUSAS: Comprometimento cognitivo, alterações psiquiátricas, barreiras ambientais e limitações físicas Esforço/ estresse Perda involuntária de urina que ocorre com o aumento da pressão intra-abdominal (tosse, espirro, exercícios) na ausência de contrações vesicais. CAUSAS: Hipermobilidade do colo vesical e deficiência esfincteriana intrínseca FATORES DE RISCO: Fatores de risco incluem obesidade, partos vaginais, hipoestrogenismo e/ou cirurgias TIPO mais comum em mulheres jovens FISIOLOGIA DA MICÇÃO AVALIAÇÃO/DIAGNÓSTICO Anamnese Medicamentos Exame físico geral e especial GINECOLÓGICO: Cistocele, manobra de Valsalva, força muscular RETAL: Tônus esfincteriano, retocele, impactação fecal, pele COGNITIVO-MENTAL: Delirium, demências, depressão LOCOMOTOR/AMBIENTAL: Barreiras ambientais, limitações físicas EXAMES COMPLEMENTARES Todos os pacientes: exame de urina para investigação de sinais de infecção, hematúria e glicosúria. Pacientes selecionados: dosagem de eletrólitos (cálcio inclusive), glicemia, ureia e creatinina de acordo com a suspeita clínica. Medida de resíduo pós-miccional: suspeita de transbordamento ou de retenção urinária (sondagem de alívio ou USG) NÃO ROTINEIROS: urodinâmico e cistoscopia TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO: Perda ponderal, não ingerir líquidos de forma abundante, evitar cafeína, álcool e tabaco, além de eliminar as barreiras físicas de acesso ao banheiro, e tratar fatores reversíveis TERAPIAS COMPORTAMENTAIS: Exercícios para os músculos pélvicos (Kegel), treinamento vesical, diário miccional, biofeedback e eletroestimulação. 1) URGÊNCIA: Treinamento vesical (horários fixos + inibição da micção), antidepressivos tricíclicos e antimuscarínicos (bexiga hiperativa - oxibutinina, tolterodina), ambas a serem evitadas em idosos 2) ESTRESSE: Estrogênios tópicos (incerto seu benefício a longo prazo), duloxetina (dual), cirurgia para pacientes com IUE grave ou que não responderam ao tratamento clínico (slings) 3) TRANSBORDAMENTO: Dependente da causa: alfa1- bloqueador (HPB – doxasozina, tansulosina); sondagem vesical intermitente ou de demora; prostatectomia ou remoção cirúrgica da obstrução 4) FUNCIONAL: Intervenções comportamentais, modificação ambiental, fraldas geriátricas ou absorventes para IU EVITAR ANTICOLINÉRGICOS EM IDOSOS, SOBRETUDO OS DEMENTADOS!
Compartilhar