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MEDICINA VETERINÁRIA NOVE DE JULHO @liviarufiino.vet 1 Principais afecções hepatobiliares e pancreáticas em pequenos animais CLINICA MÉDICA E CIRURGICA PEQUENOS ANIMAIS O fígado é um órgão parenquimatoso, sendo o hepatócito sua unidade funcional, e esses hepatócitos possuem pequenos canais que se unem formando o ducto hepático por onde a bile que é produzida por ele é secretada para a vesícula biliar. Na vesícula biliar, a bile fica armazenada até ser secretada no duodeno. O fígado tem como importância para funções metabólicas pois ele participa do metabolismo dos carboidratos, lipídeos e proteínas, do armazenamento de glicose na forma de glicogênio, da síntese de lipoproteínas e da síntese das enzimas do citocromáticas P450 que possui função de desintoxicação sendo que na fase fetal, desempenha funções hematopoiéticas (funções no sangue). • O fígado corresponde a 1,3% a 6,0% do peso corporal • Orgão de destoxificação: molécula tóxica e tentar transformar em algo menos tóxico para eliminar do organismo. • Amoniaco: encefalopatia hepática (quando o fígado tem alguma lesão, insuficiência renal, shunt, deixa de ter sua função original e acaba acumulando ureia e origina alterações do sistema nervoso). A Encefalopatia hepática é uma síndrome caracterizada por distúrbios da função cerebral que ocorrem devido a alterações na função hepática. A Encefalopatia Hética é uma síndrome clinica complexa e multifatorial que provém de uma falha do fígado em filtrar o sangue portal a partir do trato intestinal antes deste entrar na circulação sistêmica. Ocorre frequentemente secundária ao desvio portossitêmico congênito (DPS). O DPS pode ser intra ou extra hepático, sendo que o extra hepático ocorre comumente em raças de pequeno porte. Alguns sinais clinicos como anorexia, alterações de comportamento, convulsões, icterícia, perda de peso, polidipsia, ENCEFALOPATIA HEPÁTICA MEDICINA VETERINÁRIA NOVE DE JULHO @liviarufiino.vet 2 poliuria, emese, diarreia, ascite, alterações neurológicas e letargia. Fluxo sanguíneo hepático • 75% do fluxo sanguíneo hepático total chega pela veia e os 25% restante da artéria hepática. • Cada um dos dois vasos carrega metade do conteúdo total de O2 fornecido ao fígado. • Veias portais transmitem ao fígado toda drenagem venosa dos leitos esplênicos pré portais. A vesícula biliar é um órgão em forma de saco, parecida com uma pera, localizada abaixo do lobo direito do fígado. Sua função é armazenar a bile, líquido produzido pelo fígado que atua na digestão de gorduras no intestino. A bile é formada pela mistura de várias substancias, entre elas o colesterol, responsável pela imensa maioria da formação de cálculos (pedras), que podem impedir o fluxo da bile para o intestino e causar uma inflamação chamada colecistite. É secretada pelos hepatócitos após 30 minutos da refeição. • Gatos só conseguem conjugar ácidos biliares com taurina. Bilirrubina: degradação de eritrócitos e decomposta no ID para estercobilina. (pH: 7,6-8,6). Icterícia: Acumulo de bilirrubina livre na circulação. Pré-hepática: Conhecida quando tem alguma doença que causa hemólise no animal. Hepática: Lesão hepática Pós-hepática: Quando tem algum processo obstrutivo envolvendo a vesícula biliar e intestino. Função Hepática: • ALT (Alanina aminotransferase): normalmente está relacionada à lesão hepática. Lembrar que está relacionada aos problemas agudos. Em 15 dias a enzima normaliza e apesar da lesão permanece inalterada • AST (Aspartato aminotransferase): Relacionada à lesão hepática, utilizada para herbívoros; • FA (Fosfatase alcalina): Relacionada à obstrução hepática; • GGT (Gama-glutamil transferase): Muito utilizada para diagnóstico de obstrução hepática; • Ureia: Aparece amentada nas hepatopatias; • Fatores de coagulação: Lembrar que o fígado produz os fatores de coagulação se tiver problemas deve ter essa função prejudicada; PROVAS BIOQUIMICAS MEDICINA VETERINÁRIA NOVE DE JULHO @liviarufiino.vet 3 • Proteínas Plasmáticas: Albumina e globulinas estão abaixo dos valores de referências nas hepatopatias; Função Pancreática: • Dosagem sérica de Glicose: Apresenta-se acima dos valores de referência; • Colesterol: Alterado na pancreatite; • Teste de tolerância a glicose; • Lipase: Aumentada na pancreatite; • Amilase: Aumentada na pancreatite; • Exame de fezes (gordura): Quando há problema pancreático encontra-se gordura nas fezes; Hepatite Infecciosa canina é uma doença viral multissistêmica, causada pelo adenovírus canino tipo 1 (CAV-1). Reconhecida por causar necrose hepática aguda em cães, causando lesões no fígado, tecido linfoide e endotélio vascular. Acomete mais frequentemente cães jovens com idade entre um mês e dois anos de vida. É transmitida por meio de exposição oronasal. É encontrado em todos os tecidos sendo eliminado em todas as secreções durante a infecção aguda. Também é eliminado por pelo menos 6 meses a nove meses na urina após a recuperação do indivíduo. Tem efeitos nos hepatócitos, no endotélio corneano, glomérulos renais e endotélio vascular. Pode se manifestar de forma hiperaguda, aguda e subclínica. Na forma hiperaguda a doença não é diagnosticada senão após a morte do animal, devido a sua evolução extremamente rápida. Nestes casos, quase sempre os animais vêm a óbito e a suspeita principal é o envenenamento. Muitas vezes, o animal tem morte repentina sem evidenciação de sinais clínicos prévios ou a presença de sinais sutis de doença ao dia anterior ao óbito. É mais comum de ocorrer em animais jovens. Na forma aguda, de maneira geral, ocorre duração de dois a sete dias, com período de incubação de dois a cinco dias. Depois de um aumento de temperatura (40°a 41°C), os animais mostram apatia e inapetência, e às vezes sensação crescente de sede intensa. Podem ocorrer vômitos e, frequentemente, diarreia que, em determinados casos, pode ser sanguinolenta. Pode ocorrer também tonsilite-faringite, linfoadenopatia, edemas cervicais, tosse (pneumonite) e diátese hemorrágica (petéquias equimose epistaxe, melena). Sinais no sistema nervoso central (SNC), tais como desorientação, depressão, estupor, coma, e ataques convulsivos resultantes de encefalopatia hepática, de hipoglicemia ou de encefalite não supurativa; O diagnóstico e difícil de ser dado devido ao curso superagudo ou agudo da enfermidade e a poca especificidade dos sinais clínicos. É baseado na associação de sinais clínicos, achados de necropsia e Histopatologia, PCR, isolamento viral, imunofluorescência, HEPATITE INFECCIOSA CANINA MEDICINA VETERINÁRIA NOVE DE JULHO @liviarufiino.vet 4 microscopia eletrônica e imuno- histoquimica. Causas: • Hepatotoxinas: Medicamentos e analgésicos • Agentes infecciosos ou parasitários: hepatite infecciosa canina, peritonite infecciosa felina, leptospirose, abscesso hepático, Histoplasmose, toxoplasmose, dirofilariose. • Disturbios sistêmicos ou metabólicos: Pancreatite aguda, anemia hemolítica aguda, lipidose hepática felina idiopática. • Lesão traumática, térmica ou hipoxica: Traumatismo abdominal, hernia diafragmática com retenção do fígado, insolação, hipotensão e hipoxia cirúrgicas, torção de lobo hepático. A lipidose hepática felina (LHF) é uma doença hepatobiliar muito comum, que se manifesta maioritariamente em gatos obesos e/ou debilitados, podendo ou não co- existir com doença hepática intrínseca. É caracterizada pela acumulação lipídica nos hepatócitos, podendo conduzir a disfunção hepática grave ou morte, sendo atualmente uma das doençasmais reportadas em gatos. Em relação a anatomia, a união do ducto pancreático ao ducto biliar, antes de sua entrada no duodeno, propicia que qualquer alteração hepática ou biliar esteja comumente associada a problemas do pâncreas. Em relação ao metabolismo, a deficiência relativa de glicuronil transferase no fígado felino, afeta sua capacidade de metabolizar diversos fármacos. Os felinos também não sintetizam o aminoácido essencial arginina que faz parte do ciclo da ureia. Outra diferença em relação as demais espécies é a gliconeogênese parece 27 ocorrer de forma contínua nos gatos, além do fato do glucagon e da insulina serem menos sensíveis à glicose. Lipidose Hepática Felina Primária: • Acomete principalmente animais obesos, submetidos à severo estresse que causa a anorexia por período prolongado. A restrição na ingestão de proteínas e carboidratos leva a queda de energia e início do processo de lipólise, pela mobilização de grandes quantidades da gordura periférica para o fígado Lipidose Hepática Felina Secundária: • Várias condições patológicas podem causar o acúmulo excessivo de gorduras no fígado felino, por afetar de diversas maneiras o metabolismo hepático. Nessas condições, a lipidose é classificada como secundária a doenças como a diabetes mellitus, obesidade, pancreatite, hipertireoidismo, anomalias porto sistêmicas, doenças hepatobiliares, LIPIDOSE FELINA MEDICINA VETERINÁRIA NOVE DE JULHO @liviarufiino.vet 5 colangiohepatites, peritonite infecciosa felina (PIF), neoplasias, entre outras enfermidades. As manifestações clínicas incluem, anorexia, rápida perda de peso, fraqueza, e sinais gastrointestinais como vômitos ocasionais, diarreia e/ou constipação e desidratação. A icterícia é observada como manifestação inicial na maioria dos pacientes, ocorre também hepatomegalia e mais raramente sinais neurológicos, entre eles o ptialismo, depressão, andar em círculos, tremores, ataxia e convulsões devido a ocorrência concomitante de encefalopatia hepática. Em animais obesos há evidências de perda de massa muscular, porem as reservas da região inguinal e a que estão presentes no ligamento falciforme são mantidas. Para o diagnóstico é necessário a realização de exames laboratoriais e exames de imagem como bioquímicos, hemograma, radiografia, ultrassonografia e histopatológico. O diagnóstico definitivo é obtido preferencialmente através de biopsia hepática, realizada por laparotomia ou cirurgia a critério do veterinário, mas a punção aspirativa por agulha também pode ser empregada. Diagnósticos diferenciais com outras doenças hepáticas como diabetes mellitus, obstrução do ducto biliar- extra hepático, colangiohepatite, cirrose biliar, necrose hepática, anomalias venosas portossistêmicas. Secundariamente as hepatopatias tóxicas agudas, septicemia, hiperadrenocorticismo, hipertiroidismo, PIF, toxoplasmose, e infecção por Platynosomum cancinnum. Tratamento consiste em terapia de fluidos e eletrólitos, suporte nutricional, alimentação enteral, e algumas medicações como antieméticos, suplementação, hepatoprotetores e orexigenos (diazepan, oxazepam e ciproheptadina). O desvio portossistêmico (DPS) ou shunt porto-sistêmico é a anomalia circulatória hepática mais comum em cães. Esta patologia é uma conexão anormal entre a circulação portal e sistêmica que desvia o fluxo sanguíneo do fígado em variados graus. Portanto, o sangue proveniente dos órgãos abdominais que deveria ser drenado pela veia porta em direção ao fígado, sofre um desvio e flui parcialmente para outra veia de grande importância sistêmica (como veia cava caudal, ou veia ázigos ou outros vasos sistêmicos), entrando na circulação sistêmica. Deste modo, as substâncias tóxicas (amônia, metionina / mercaptanas, ácidos graxos de cadeia curta, ácidos ɤ-aminobutíricos) absorvidas pelos intestinos e as substâncias hepatotróficas importantes oriundas do pâncreas e dos intestinos são enviadas diretamente para essa circulação, sem passar pelo fígado. Esse decréscimo do fluxo sanguíneo (no qual estão presentes as substâncias hepatotróficas) vai resultar em atrofia e subsequente disfunção do fígado, diminuindo DESVIO PORTOSSISTÊMICO MEDICINA VETERINÁRIA NOVE DE JULHO @liviarufiino.vet 6 cada vez mais o metabolismo hepático das toxinas intestinais que se acumulam no sangue. Essas comunicações podem ser congênitas ou adquiridas. • O DPS adquirido difere do congênito, pois enquanto ocorre como uma competição orgânica, quando houver hipertensão portal decorrente de outras alterações hepáticas como cirrose e hepatite. São classificadas como intra ou extra-hepáticas, sendo intra- hepatica decorrente da persistência de fluxo sanguíneo através do ducto venoso. Os DPS intra-hepáticos são considerados como uma falha no fechamento das comunicações fetais, ductos venosos persistentes, que comunicam a veia umbilical e a cava. Os DPS extra-hepáticos se originam da veia porta, veia gástrica esquerda ou da veia esplênica e se conectam à veia cava caudal (mais comuns), à veia ázigos ou a outros vasos sistêmicos como torácica interna, a renal e a cólica (menos frequente). Sinais clínicos acontecem em animais de mais ou menos 2 anos de idade, neurológicos (95%): encefalopatia hepática, gastrointestinais (70%) e urinários (40%). Para o diagnóstico pode ser com base em testes laboratoriais e exames de imagem. Concentração sérica de ácidos biliares com 12 horas de jejum e 2 horas pós prandial, é o teste laboratorial mais sensível para avaliar a existência de DPS. O teste de tolerância de amônia também é importante indicativo para o diagnóstico. O tratamento definitivo é cirúrgico, por meio da correção da anomalia vascular, porém alguns pacientes podem apresentar sinais neurológicos graves e de difícil controle, mesmo após a correção. A cirurgia é contraindicada na presença de hipertensão portal. Todos os animais com DPS são considerados candidatos para cirurgia. Entretanto Peloi (2012) afirma que não há correção cirúrgica para shunt portossitêmico adquirido, esses pacientes devem ser tratados apenas clinicamente, sendo o prognóstico reservado, onde alguns conseguem qualidade de vida em longo prazo. Antes de submeter o animal a qualquer procedimento cirúrgico, é muito importante se atentar a suas condições, iniciando um tratamento clinico para correção de líquidos, taxa de glicemia, ganho de peso, estado geral do animal e principalmente, controle de encefalopatia hepática. • Cirurgia: Anel ameróide É uma das enfermidades mais raras em animais, resultante da formação de cálculos na vesícula biliar e normalmente está relacionada a cães obesos com níveis elevados de colesterol, pigmentos ou bilirrubinato de cálcio. COLELITÍASE MEDICINA VETERINÁRIA NOVE DE JULHO @liviarufiino.vet 7 • Cálculos biliares (colélitos): precipitação do colesterol em pequenos cristais, que se acumulam e aglomeram na mucosa da vesícula biliar inflamada. Alguns sinais clínicos podem estar associados a vômitos, anorexia, icterícia, febre e dor abdominal. Alguns animais permanecem assintomáticos ou exibem muito desconforto pós prandial (alongamento, posição de alivio, mudança de postura, vergueamento, estimulação). A colelitíase pode desenvolver-se secundária à infecção, ou as pedras podem promover infecção secundária a traumas mecânicos derivados dos colelitos. Exames complementares como hemograma, bioquímicos, podem ajudar. Na ultrassonografia pode detectar pedras com diâmetro >2mm na vesícula biliar. Para animais de pequeno porte é necessária biopsia e cultura de tecidohepático para identificar os processos subjacentes da doença e as infecções bacterianas associadas. O tratamento clinico inclui antibióticos, anti-inflamatórios, ácido ursodesoxicólico 15-25mg/kg e SAMe 20-40mg/kg/dia. Colecistoduodenostomia e colecistotojejunostomia são os procedimentos cirúrgicos mais comuns para a derivação biliar em pequenos animais. A anastomose cistentéricao duodeno proximal é mais fisiológica, pois permite que a bile entre no duodeno em uma posição que mantém estreitamente respostas fisiológicas normais no intestinoproximal para permitir a mistura coordenada de ácidos biliares e enzimas pancreáticas necessárias para digestão e assimilação. Uma mucocele da vesícula biliar ocorre devido à combinação de hiperplasia do epitélio associada à disfunção das células muco secretoras dentro da mucosa. O conteúdo torna-se tão espesso que não pode ser excretado para fora do canal biliar. Sua expansão progressiva causa necrose isquêmica, ruptura, peritonite biliar e infecções oportunistas. Os cães acometidos são de meia-idade a idosos e não há predileção sexual. Sinais clínicos variam como anorexia, êmese, letargia e icterícia podem estar presentes. O cão pode apresentar dor ou distensão abdominal, se houver ruptura da vesícula biliar. Nos exames laboratoriais, as alterações observadas podem ser de leucocitose por neutrofilia e aumento da atividade sérica das enzimas hepáticas, principalmente FA e GGT. O diagnóstico é feito pela ultrassonografia. No tratamento conservador pode-se utilizar o ácido ursodesoxicólico, que melhora o escoamento de bile intra-hepática e tem ação imunomoduladora nos processos inflamatórios, S-adenosil- L-metionina, melhorando a secreção biliar e agentes antimicrobianos. No tratamento cirúrgico, a técnica de escolha é a colecistectomia. MUCOCELE MEDICINA VETERINÁRIA NOVE DE JULHO @liviarufiino.vet 8 A colestase é uma condição na qual a bile não consegue fluir de forma adequada através desses ductos e, quando esse fluxo é interrompido ou prejudicado devido a problemas no próprio fígado, chama-se colestase intra-hepática. Quando o problema ocorre na vesícula ou vias fora do fígado, a colestase recebe a classificação de extra-hepática. Ou seja, as colestases são condições normalmente secundárias a uma doença inicial, que gerou alteração no fluxo da bile. A colestase extra-hepática é comumente causada por obstrução das vias biliares e, como ocorre o bloqueio da passagem da bile, ela se acumula na vesícula e ocorre refluxo pelos ductos intra hepáticos, gerando problemas no fígado e, consequentemente, afetando o organismo como um todo. Isso pode ocorrer por obstrução do ducto biliar, problemas na vesícula ou na própria bile, que pode se tornar excessivamente espessa e não fluir de forma adequada. Dentre as causas mais comuns estão a lama biliar, mucocele biliar e colelitíases. As doenças do fígado podem acabar causando colestase, do tipo intra- hepática. Isso acontece porque diversos ductos biliares estão distribuídos pelo parênquima hepático e, quando ocorrem alterações no órgão, o fluxo biliar acaba sendo afetado. Tumores, insuficiência hepática aguda, insuficiência hepática crônica, hepatites e traumas hepáticos são causas mais comuns desta condição. Sinais clínicos como icterícia, anorexia, dor abdominal, inapetência, apatia, depressão, êmese, ascite, emagrecimento e desidratação, diarreia pirexia, hipotensão e fezes acólicas. Para o diagnóstico hemograma, FA, ALT-TGP, AST-TGO, bilirrubinas (direta, indireta e total), proteínas totais e frações, gama GT e ultrassonografia abdominal. Tratamento intra-hepática consiste em remoção da causa de base, protetores hepáticos, analgésicos, anti-inflamatórios e antibipoticos. No extra-hepático consiste em tratamento cirúrgico chamado colecictectomia. COLESTASE INTRA E EXTRA HEPÁTICA MEDICINA VETERINÁRIA NOVE DE JULHO @liviarufiino.vet 9 O pâncreas é composto de dois tipos funcionalmente distintos de tecido glandular. Uma porção pequena, porém, importante, do tecido pancreático é arranjada em ilhotas distintas dentro do parênquima da glândula. Essas células são coletivamente chamadas de pâncreas endócrino, pois secretam hormônios para a corrente sanguínea. A maior parte do tecido pancreático está envolvida com a elaboração de secreções digestivas. Essa porção é conhecida como o pâncreas exócrino, pois suas secreções são enviadas para o lúmen intestinal; • Pâncreas endócrino: secreção de insulina e secreção de glucagon. • Pâncreas exócrino: secreção de enzimas digestivas (tripsinogênio, amilase, lipase) e outras substancias (bicarbonato, fatores, antibacterianos). A Pancreatite aguda é uma doença que tem como base um processo inflamatório da glândula pancreática, inicio súbito, decorrente da ação de enzimas ativadas de forma errônea, onde poderá se observar edema, hemorragia e até necrose pancreática e peripancreática, de acordo com a extensão inflamatória do órgão, acompanhando de repercussão sistêmica que vai da hipovolemia ao comprometimento de múltiplos órgãos e sistemas e, podendo ter evolução do quadro até o óbito. Esta enfermidade possui duas formas clinicas principais que são: • Formas leve, intersticial ou edematosa. • Formas severa, necrotizante ou hemorrágicas. A pancreatite ocorre mais frequentemente em cães e pode apresentar outra forma clinica que é a pancreatite aguda purulenta, que se apresenta de forma supurativa, com formação de abscessos solitários ou múltiplos, ou ainda de forma fleigmosa, onde verifica-se infiltrações purulentas e difusas no interstício. Fatores relacionados: obesidade, dietas gordurosas, hipovolemia, CID, Traumatismo abdominal, PIF, machos, não castrados e meia idade. Geralmente os sinais clínicos iniciam-se e incluem geralmente vômito súbito e grave, dor abdominal, depressão acentuada, hipotensão e síndrome semelhante a um choque. Canino: Letargia, anorexia, vomito (90%), desidratação, dor abdominal e diarreia. PANCREAS PANCREATITE AGUDA MEDICINA VETERINÁRIA NOVE DE JULHO @liviarufiino.vet 10 Felino: Letargia, anorexia, vomito (35%), dor abdominal (25%) e diarreia. Diagnóstico de pancreatite aguda é difícil uma vez que a maioria dos sinais são inespecíficos. Nenhum teste único pode diagnosticar a pancreatite. Nas fases iniciais da pancreatite aguda, no hemograma, a resposta leucocitária é típica de estresse, leucocitose por neutrofilia acompanhada de linfopenia e eosinopenia. Outros exames como bioquímicos, amilase e lipase sérica, radiografia, ultrassonografia, pancreatite e podemos fazer uma laparoscopia. É uma doença comum principalmente em cães, é causada, usualmente, pela atrofia acinar do pâncreas, seguida de pancreatite crônica e obstrução do ducto pancreático, com consequente secreção inadequada de enzimas pancreáticas. A insuficiência pancreática exócrina é uma síndrome caracterizada por má digestão e má absorção resultantes da falha em secretar enzimas pancreáticas e outras substâncias que facilitam a absorção de nutrientes dietéticos e certas vitaminas e minerais, necessários para a digestão normal dos alimentos. O objetivo do tratamento é a substituição das enzimas pancreáticas por extratos enzimáticos orais, quando os sinais clínicos aparecem, a que consiste na administração de suplementos enzimáticos em todas as refeições. Em cães, a maior atividade enzimática foi alcançada no duodeno com suplementos não entéricos com revestimento, entre eles cortam o pâncreas cru ou enzimas em pó. Ossinais clínicos estão relacionados com a má digestão e má absorção devido a pequenas concentrações intraduodenais de enzimas pancreáticas, bicarbonato e vários outros fatores com a má assimilação resultante de gorduras, carboidratos e proteínas. Há perda de peso e emagrecimento, normalmente o animal tem um apetite voraz, exibe polifagia e coprofagia. Inclui também diarreia crônica do intestino delgado (volumoso e pastoso), fezes amareladas ou acinzentadas, aumento do volume de fezes e a frequência de defecação, polidipsia e poliúria quando a insuficiência pancreática crônica complica para diabetes melito, formação de gases e desconforto abdominal. O diagnóstico definitivo é concluído por meio da dosagem da imunorreatividade sérica da tripsina e do tripsinogênio após 12 horas de jejum. Alguns exames laboratoriais como hemograma e bioquímicos podem ajudar. Todos os cães e gatos com IPE clínica necessitam de suplementação enzimática, antibioticoterapia e probióticos também podem ser utilizados. - Extratos pancreáticos /BID, TID. Junto com alimento - Suplementação com vitaminas E, K e B12 e com zinco. INSUFICIÊNCIA PANCREÁTICA EXÓCRINA
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