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homicídio

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CONCEITO 
a morte de um homem ocasionada por outro 
homem com um comportamento doloso ou culposo 
e sem o concurso de causas de justificação. 
No Código Penal, o homicídio simples, tipo básico, 
fundamental, é previsto no art. 121, caput, com a 
seguinte redação: “Matar alguém: Pena – reclusão, 
de seis a vinte anos”. 
Nem todo homicídio é crime hediondo 
 É hediondo quando praticado em atividade 
típica de grupos de extermínio e/ou 
qualificado 
 
OBJETO JURÍDICO 
Tutela-se com o dispositivo o mais importante bem 
jurídico. A vida humana, cuja proteção é um 
imperativo jurídico de ordem constitucional (art. 5º, 
caput, da CF). 
Acrescenta-se que se protege também a vida 
humana extrauterina, considerada esta como a que 
passa a existir a partir do início do parto, na 
eliminação da vida intrauterina, há aborto. 
 
SUJEITO ATIVO ( AUTOR DO CRIME) 
O homicídio, como crime comum que é, pode ser 
praticado por qualquer pessoa. O ser humano, só ou 
associado a outros, empregando ou não armas, é o 
sujeito ativo do crime. 
São excluídos os que atentam contra própria vida, 
uma vez que nem a tentativa de suicídio é fato 
punível. 
Importante frisar que a mãe que mata o filho, 
durante o parto ou logo após, sob a influência do 
estado puerperal, pratica infanticídio (art. 123) e não 
homicídio. 
 
SUJEITO PASSIVO 
Figura como sujeito passivo do crime alguém, ou 
seja, qualquer ser humano, sem distinção de idade, 
sexo, raça, condição social etc. 
 
 
 
 
 
 
O início da existência da pessoa humana, a partir da 
qual pode ser vítima de homicídio, é estabelecido a 
partir da definição do infanticídio, que nada mais 
seria do que um homicídio privilegiado especial. 
Variável, porém, é o que se entende por início do 
parto: fala-se em rompimento do saco amniótico, 
em dores da dilatação, às quais normalmente se 
segue o rompimento do saco amniótico, dilatação do 
colo do útero e desprendimento de feto no álveo 
materno. 
A destruição do feto antes do início do parto não 
configura homicídio ou infanticídio, e sim aborto. 
Existirá homicídio ainda que se comprove não ter 
havido possibilidade de sobrevivência do neonato, 
bastando à prova de que ele nasceu vivo. 
Por outro lado, se a ação tendente a matar alguém 
atingir um cadáver, não há que se falar em homicídio 
consumado ou tentado, mas em crime impossível. 
 
TIPO OBJETIVO 
 Meio e forma do ato, modo de execução 
A conduta típica é matar alguém, ou seja, eliminar a 
vida de uma pessoa humana. 
Tratando-se de crime de ação livre, pode o 
homicídio ser praticado através de qualquer meio, 
direto ou indireto, idôneo a extinguir a vida. 
 
➔ meios diretos 
os utilizados pelo agente ao atingir a vítima de 
imediato (disparo de arma de fogo, golpe de arma 
branca, etc.). 
➔ Meios indiretos 
os que operam através de outra causa provocado 
pelo ato inicial do agente, por exemplo, coagir 
alguém ao suicídio, para salvar a vida de sua família. 
➢ Físicos: disparos de revólver, golpes de 
punhal etc. 
➢ Químicos: uso de veneno ou de açúcar contra 
diabéticos etc. 
➢ Patogênicos ou patológicos: transmissão de 
moléstia por meio de vírus ou bactérias etc. 
Homicídio Homicídio 
➢ psíquicos ou morais, consistente na 
provocação de emoção violente a um 
cardíaco. 
 
O homicídio pode ser praticado por ação de 
Comissão: disparos, golpes com barra de ferro, etc. 
omissão: mãe que não alimenta o filho de tenra 
idade, médico que não ministra o antídoto ao 
envenenado etc. Nesses casos, é indispensável que 
exista o dever jurídico do agente em impedir o 
resultado morte. 
 
TIPO SUBJETIVO 
Relacionado ao autor do ato e tudo relacionado a ele 
O dolo do homicídio é a vontade consciente de 
eliminar a vida humana, ou seja, de matar (animus 
necandi ou occidendi = vontade de matar), não se 
exigindo nenhum fim especial. A finalidade ou 
motivo determinante do crime pode, 
eventualmente, constituir uma qualificadora (motivo 
fútil ou torpe etc.) ou uma causa de diminuição de 
pena (relevante valor moral ou social, etc). 
Admite-se perfeitamente homicídio com dolo 
eventual, reconhecido pela jurisprudência, como por 
exemplo no caso da roleta russa e dos rachas. 
 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
O homicídio é um crime material e se consuma com 
a morte da vítima. 
Fala-se em morte clínica (paralisação da função 
cardíaca e respiratória), em morte cerebral 
(registrada pela linha reta no eletroencefalograma 
por ausência de impulsos elétricos cerebrais) e em 
morte biológica (deterioração celular). 
Pode-se afirmar que a morte é diagnosticada após a 
cessação do funcionamento cerebral, circulatório e 
respiratório. 
É admissível a tentativa quando iniciada a execução 
com o ataque ao bem jurídico vida, não se verifica a 
ocorrência morte por circunstâncias alheias à 
vontade do agente. 
 
A distinção entre a tentativa de homicídio e o delito 
de lesões corporais é dada apenas pelo elemento 
subjetivo, ou seja, pela existência ou não do animus 
necandi, embora este possa ser deduzido por 
circunstâncias objetivas (violência dos golpes, 
profundidade das lesões etc.). 
 
Ocorre a tentativa branca ou incruenta quando o 
agente dispara contra a vítima, mas não a atinge 
tratando-se de conatus, a gravidade ou não das 
lesões são irrelevantes para a caracterização do fato, 
não sendo pertinente às disposições referentes ao 
crime de lesão corporal (art. 129 e seus parágrafos 
do CP). 
 
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO 
Está previsto no art. 121, § 1º , do CP e dá direito a 
uma redução de pena variável entre 1/6 a 1/3. 
Na jurisprudência, tem prevalecido a decisão que 
considera a redução obrigatória, mas há decisões em 
sentido contrário. 
Hipóteses: 
a) motivo de relevante valor moral; 
b) motivo de relevante valor social 
c) domínio de violenta emoção, logo em seguida a 
injusta provocação da vítima. 
 
Motivos de relevante valor moral 
Diz respeito a interesse particular (compaixão ante o 
irremediável sofrimento da vítima, nos casos de 
eutanásia). Para que se reconheça o motivo de 
relevante valor moral é preciso que a prova 
patenteie ter o agente agido por sentimento nobre, 
altruístico, de piedade ou compaixão. É necessário 
que o motivo seja realmente relevante, isto é, 
notável, importante, especialmente digno de apreço 
❖ Também estão previstos como 
circunstâncias atenuantes (CP, art. 65, III, a) 
Motivos de relevante valor social 
Se refere à causa que tem por fundamento interesse 
coletivo (indignação contra um traidor da pátria). 
Domínio de violente emoção, logo em seguida a 
injusta provocação da vítima - distingue-se da 
atenuante genérica "influência de violente emoção" 
do art. 65, III, c, in fine. Nesta última, o agente não 
se encontra dominado pela emoção, nem tampouco 
há necessidade de se verificar o requisito temporal 
"logo em seguida" a injusta provocação da vítima. 
 
Requisitos para ser uma circunstância privilegiadora: 
a) emoção violenta: a emoção deve ser violenta, 
intensa, absorvente, atuando o homicida em 
verdadeiro choque emocional, pois quem reage 
quase com frieza não pode avocar o privilégio. 
Existindo apenas a influência da emoção ocorre 
somente a atenuante prevista no art. 65, III, c, do CP. 
b) injusta provocação do ofendido: a provocação 
consiste em qualquer conduta injusta capaz de 
causar a violenta emoção. 
Provocação injusta, segundo o consenso geral, é 
aquela capaz de justificar a cólera, a indignação e a 
repulsa do agente; 
c) reação imediata: exige-se também que o crime 
deve ser cometido logo em seguida a provocação, 
embora não seja possível determinar o tempo de 
sua determinação. Não existe a causa de diminuição 
da pena, porém, se o agente, após a provocação se 
dedica a outros afazeres, só posteriormente 
executando o homicídio. Persiste a causa de 
diminuiçãode pena, porém, quando o fato já está 
tanto distanciado do tempo, mas só foi levado ao 
conhecimento do agente momentos antes do crime; 
 
d) situação de domínio pela emoção: Fala-se em 
homicídio passional para conceituar-se o crime 
praticado por amor, mas a paixão somente torna um 
homicídio privilegiado quando este for praticado por 
relevante valor social ou moral ou sob a influência 
de violenta emoção. 
 
HOMICÍDIO QUALIFICADO 
Está previsto no art. 121, § 2º , do CP. 
Respeitando os motivos determinantes do crime 
(reveladores de uma maior lesividade social do 
agente) e os meios e modo de execução 
(especialmente perversos e antissociais), certas 
circunstâncias genéricas de agravação vieram 
incorporadas para constituir elementares do 
homicídio, nas suas formas qualificadas. 
Hipóteses: 
→ Mediante paga ou promessa de recompensa ou 
outro motivo torpe. 
São qualificadoras subjetivas. 
Estas são espécies de motivos torpes. Ambas se 
diferenciam, pois, na paga o recebimento do 
dinheiro antecede a prática do homicídio, o que não 
se dá na promessa de recompensa. Trata-se do 
chamado homicídio mercenário 
Motivo torpe é aquele moralmente reprovável, 
abjeto, desprezível, vil, que demonstra a depravação 
espiritual do sujeito e suscita a aversão ou 
repugnância geral. 
O motivo torpe não se confunde com o motivo fútil 
que é a causa insignificante, desproporcional para a 
prática da conduta delituosa. 
Há entendimento no sentindo de que tanto o 
mandante quanto o mandado, respondem pala 
forma qualificada, isto porque, apesar de ser 
pessoal, é elementar do tipo qualificado, havendo, 
portanto, extensão da qualificadora ao mandante. 
Não é necessária a efetiva entrega da recompensa, 
bastando apenas a sua promessa. Também se 
configura a qualificadora se o agente também 
recebe parte do pagamento. 
 
→ Motivo fútil. 
É uma qualificadora subjetiva. 
É aquele insignificante, frívolo, havendo 
desproporção entre o crime praticado e sua causa 
moral, incapaz de dar ao ato uma explicação 
razoável. 
É o motivo que, pela sua mínima importância não é 
causa suficiente para o cometimento do homicídio. 
Exemplos: um simples incidente de trânsito, término 
de namoro, desentendimento corriqueiro entre 
marido e mulher. 
 
→ Emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, 
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que 
possa resultar perigo comum. 
São qualificadoras objetivas. 
Temos uma fórmula genérica logo após o emprego 
de um casuísmo. Os meios que qualificam o crime 
devem ter a mesma natureza do conteúdo da parte 
exemplificativa. 
Meio insidioso (escondido) é aquele dissimulado na 
sua eficiência maléfica. Existe no homicídio 
cometido por meio de astúcia, estratagema, perfídia. 
Um exemplo seria misturar em alimentos 
fragmentos de vidro. 
Meio cruel é o que causa sofrimento desnecessário à 
vítima ou revela uma brutalidade incomum, em 
contraste com o mais elementar sentimento de 
piedade humana. A crueldade consiste na reiteração 
que agrava o sofrimento da vítima. Não incide se 
empregado quando a vítima já estava morta. Não 
haverá qualificação se com o primeiro golpe a vítima 
perdeu os sentidos e, com isso, já não padeceu 
suplício algum até a sua morte. 
Meio que possa resultar perigo comum é o que pode 
expor a perigo um número indeterminado de 
pessoas, fazendo periclitar a incolumidade social. 
Todos estes meios, mencionados genericamente, 
devem seguir a mesma linha do que consta na parte 
exemplificativa. 
Obs.: Haverá concurso formal na hipótese de ocorrer 
crime contra a incolumidade pública (explosão, 
incêndio e outros). 
Venefício 
é o homicídio praticado com o emprego de veneno, 
substância mineral, vegetal ou animal que, 
introduzida no organismo, é capaz de causar perigo 
à vida ou a saúde através de ação química, 
bioquímica ou mecânica. 
Fogo ou explosivo 
conforme as circunstâncias, pode ser meio cruel ou 
que resulta perigo comum. Convém não confundir o 
homicídio por meio do fogo com o que vem para 
causar incêndio. 
Asfixia 
consiste na supressão da função respiratória, seja 
estrangulando, enforcando, afogando ou sufocando 
a vítima, causando a falta de oxigênio no sangue 
(anoxemia). Pode ser tóxica ou mecânica. 
Tortura 
é o suplício ou tormento que obriga a vítima a sofrer 
inutilmente antes da morte. É meio cruel por 
excelência. 
 
Crime de homicídio qualificado pela tortura 
Se a tortura é empregada como meio de provocar a 
morte, que o agente quer ou assume o risco de 
produzir, o crime será de homicídio qualificado pela 
tortura, cuja pena é de reclusão de doze a trinta 
anos 
Crime de tortura qualificado pela morte 
Se a tortura é empregada com a finalidade de 
alcançar um dos objetivos previstos na Lei de 
Tortura (informação, confissão, prática de ação ou 
omissão criminosa, em razão de preconceito racial 
ou religioso, para impor castigo), sem dolo de 
produzir a morte, que é provocada de forma 
culposa: o crime será de tortura qualificado pela 
morte. Na realidade esse crime é exclusivamente 
preterdoloso. 
Crime de tortura: art. 1º , § 3º , da Lei nº 9.455/97). 
 
Ressalta-se que é possível a existência autônoma do 
crime de tortura simples em concurso material com 
o crime de homicídio. 
• Suponha-se que os torturadores empreguem a 
violência ou grave ameaça para obterem uma 
informação da vítima e, após conseguirem a 
informação visada, provoquem sua morte com 
disparos de arma de fogo. 
Temos, portanto, um crime de tortura simples em 
concurso material com o delito de homicídio 
(qualificado por visar, com a morte, assegurar a 
ocultação ou impunidade de crime anterior). 
 
→ Traição, emboscada, ou mediante dissimulação 
ou outro meio recurso que dificulte ou torne 
impossível a defesa do ofendido 
Também são qualificadoras objetivas. 
Logo após um casuísmo (traição, emboscada, e 
dissimulação), encontra-se designação genérica, a 
qual deverá se pautar por aquele. 
A surpresa qualifica o crime desde que tenha 
impossibilitado a defesa da vítima. Não é suficiente 
que o ato agressivo não seja esperado. 
Ex: agressão à noite; matar a vítima dormindo etc 
Traição 
é o ataque súbito e sorrateiro que poderá se dar 
tanto no plano físico, como matar pelas costas, 
quanto no plano moral, em que existe quebra de 
confiança entre os sujeitos, como no caso do agente 
que atrai a vítima a local onde existe um poço. 
Emboscada 
é a tocaia, que pressupõe premeditação. O sujeito 
passivo não percebe o ataque do ofensor, pois este 
se encontra escondido. 
Dissimulação 
é a ocultação do próprio desígnio, o disfarce que 
esconde o propósito delituoso. Aqui há a ocultação 
da intenção hostil, para acometer a vítima de 
surpresa. Quando por exemplo, a vítima fornece 
mostras falsas da sua amizade e angaria a confiança 
da vítima para melhor executar o fato. 
• trata do modo como é executado, tendo ambas 
em comum a perfídia dos homicidas que assim 
agem 
 
Meio insidioso: refere-se ao meio utilizado para a 
execução do delito 
 
→ Assegurar a execução, a ocultação, a impunidade 
ou vantagem de outro crime. 
São qualificadoras subjetivas. 
Conexão é o liame objetivo ou subjetivo que liga dois 
ou mais crimes. É irrelevante que o crime-fim tenha 
sido consumado ou tentado, pois é suficienteque 
esteja presente a intenção de assegurar a execução, 
ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime. 
1ª Conexão teleológica: ocorre quando o homicídio é 
cometido a fim de assegurar a execução de outro 
crime. No exemplo do agente que mata o marido 
para estuprar a mulher, haverá a qualificação 
mesmo que venha a desistir do estupro. 
 
2ª Conexão consequencial: ocorre quando é 
praticado para ocultar a prática de outro delito, ou 
para assegurar a impunidade dele, ou para fugir a 
prisão em flagrante, ou para garantir a vantagem do 
produto (quando a vantagem está diretamente 
ligada ao crime), preço (é a paga ou promessa de 
recompensa) ou proveito do crime (é toda e 
qualquer vantagem material ou moral que não seja 
nem produto nem preço do delito). Ocorre quando o 
homicídio é praticado com a finalidade de 
“assegurar a ocultação” 
 
→ Feminicídio 
Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015. Trata-se de 
uma qualificadora subjetiva. 
“VI - contra a mulher por razões da condição de sexo 
feminino: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
§ 2º -A Considera-se que há razões de condição de 
sexo feminino quando o crime envolve: 
I - violência doméstica e familiar; 
II - menosprezo ou discriminação à condição de 
mulher.” 
 
violência doméstica e familiar 
Art. 5º da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha.) 
Art. 5º - Para os efeitos desta Lei, configura violência 
doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação 
ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, 
lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano 
moral ou patrimonial: 
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida 
como o espaço de convívio permanente de pessoas, 
com ou sem vínculo familiar, inclusive as 
esporadicamente agregadas; 
II - no âmbito da família, compreendida como a 
comunidade formada por indivíduos que são ou se 
consideram aparentados, unidos por laços naturais, 
por afinidade ou por vontade expressa; 
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o 
agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, 
independentemente de coabitação. Já a segunda 
situação - menosprezo ou discriminação à condição 
de mulher - representa a diminuição da condição 
feminina. 
 
 
→ contra autoridade ou agente descrito nos arts. 
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do 
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança 
Pública, no exercício da função ou em decorrência 
dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou 
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão 
dessa condição: 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela 
Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são 
instituições nacionais permanentes e regulares, 
organizadas com base na hierarquia e na disciplina, 
sob a autoridade suprema do Presidente da 
República, e destinam-se à defesa da Pátria, à 
garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa 
de qualquer destes, da lei e da ordem. 
 
Art. 144 A segurança pública, dever do Estado, 
direito e responsabilidade de todos, é exercida para 
a preservação da ordem pública e da incolumidade 
das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes 
órgãos 
I - polícia federal; 
II - polícia rodoviária federal; 
III - polícia ferroviária federal; 
IV - polícias civis; 
V - polícias militares e corpos de bombeiros 
militares. 
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. 
VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito 
ou proibido. 
 
COEXISTÊNCIA DE HOMICÍDIO QUALIFICADO 
COM PRIVILEGIADO 
Questiona-se sobre a possibilidade de poderem 
concorrer ou não as circunstâncias privilegiadoras 
(§ 1º) e o tipo qualificado (§ 2º) do homicídio. Há 
duas correntes: 
1ª corrente: não podem coexistir, pois não se pode 
reconhecer, ao mesmo tempo, situações que 
agravem e amenizem a sanção penal; 
2ª corrente (majoritária): poderão coexistir, desde 
que as qualificadoras sejam da natureza objetiva, vez 
que todas as privilegiadoras são de natureza 
subjetiva. 
 
PLURALIDADE DE QUALIFICADORAS 
É impróprio falar-se em crime duplamente ou 
triplamente qualificado. Basta uma única 
circunstância qualificadora para se deslocar a 
conduta do caput para § 2º do art. 121. 
Conforme entendimento do STJ, na hipótese de 
homicídio, com pluralidade de qualificadoras, uma 
poderá qualificar o delito, enquanto as demais 
poderão caracterizar circunstância agravante, se 
forem previstas como tal ou, residualmente, 
circunstância judicial. 
 
DISTINÇÃO DE HOMICÍDIO E ABORTO 
O homicídio diferencia-se do aborto porque este só 
pode ocorrer quando a conduta é exercida antes do 
início do parto, e do infanticídio, pela circunstância 
de que neste o sujeito passivo é o que está nascendo 
ou o recém-nascido e a agente é a mãe, que atua 
sob a influência do estado puerperal. 
 
 
CONCURSO 
O Supremo Tribunal Federal não admitia a 
continuação nos crimes contra a vida, por ser este 
um bem personalíssimo (súmula 605), embora 
tribunais estaduais e mesmo o STJ reconhecessem 
essa possibilidade. 
Com a reforma penal de 1984, através da Lei n. 
7.209, admitindo a continuidade delitiva nos crimes 
com violência grave ameaça contra a pessoa, 
referida Súmula encontra-se revogada. 
 
 
HOMICÍDIO CULPOSO 
Trata-se de tipo aberto em que se faz a indicação 
pura e simples da modalidade culposa, sem se fazer 
menção à conduta típica (embora ela exista) ou ao 
núcleo do tipo (cf. art. 18, II do CP). 
 
 
Modalidade de culpa: 
a) Imprudência: consiste na violação das regras de 
conduta ensinadas pela experiência. É o atuar sem 
precaução, precipitado, imponderado. Há culpa in 
faciendo. 
Ex.: manifesta é a imprudência de quem, não 
sabendo lidar com arma, provoca disparo da mesma 
e mata pessoa que se achava próxima; 
 
b) Negligência: consiste na ausência de cautela ou 
revela indiferença em relação ao comportamento 
realizado. 
Ex.: age negligentemente a mãe que não retira da 
mesa, ao redor da qual brincam crianças, veneno em 
dose letal, vindo uma delas a ingeri-lo e falecer; 
 
c) Imperícia: consiste na falta de aptidão para o 
exercício de arte ou profissão. É a prática de certa 
atividade, de modo omisso (negligente) ou insensato 
(imprudente), por alguém incapacitado a tanto, quer 
pela ausência de conhecimento, quer pela falta de 
prática. 
Ex.: engenheiro que constrói uma casa sem alicerces 
suficientes e o desabamento provoca morte de 
morador. 
 
 
HOMICÍDIO CULPOSO QUALIFICADO 
Está previsto no art. 121, § 4º , do CP. A pena do 
homicídio culposo é aumentada de 1/3 nas seguintes 
hipóteses: 
a) inobservância de regra técnica de profissão, arte 
ou ofício: a inobservância de regra técnica ocorre 
quando o sujeito tem conhecimento da regra 
técnica, pois é um profissional, mas a desconsidera. 
Não se confunde inobservância de regra técnica com 
imperícia. No caso do aumento de pena, o agente 
conhece a regra técnica, porém deixa de observá-la, 
enquanto na imperícia, que pressupõe inabilidade 
ou insuficiência profissional, ele não conhece, não 
domina conhecimentos técnicos; 
 
 
b) se o agente deixa de prestar imediato socorro à 
vítima: a omissão de socorro, como causa de 
aumento de pena, distingue-se daquela prevista no 
art. 135 do CP. 
Para que haja a causa de aumento, a mesma pessoa 
que criou a situação é obrigada a prestar socorro. 
Todavia, se não houve homicídio culposo, não há 
que se falar em aumento de pena. 
É impossível ocorrer esse aumento de pena se a 
vítima falece no momento do fato no caso de delito 
de trânsito ou se há lesões sem necessidade de 
assistência. 
Se a vítima for socorrida por outras pessoas, há duas 
posições:a) não subsiste a qualificadora; 
b) subsiste a qualificadora. 
c) o agente não procura diminuir as consequências 
do seu ato: 
trata-se de dispositivo redundante, pois a causa de 
aumento de pena anterior (omissão de socorro) já 
engloba essa hipótese. Quem omite socorro, 
logicamente não diminui as consequências do seu 
ato. 
Ex.: não transportar a vítima para um hospital 
constitui omissão de socorro e, ao mesmo tempo, 
atitude de quem não procura diminuir as 
consequências do ato cometido; 
 
d) se o agente foge para evitar prisão em flagrante: 
com esta medida o legislador visa impedir que o 
agente deixe o local da infração, dificultando o 
trabalho da Justiça e buscando a impunidade. 
Estas causas incidem na terceira fase de aplicação da 
pena. Não se constituem em qualificadoras, pois não 
alteram os limites abstratos da pena. 
 
 
PERDÃO JUDICIAL 
Prevista está no homicídio culposo a possibilidade de 
concessão do perdão judicial. 
Se as consequências da infração atingiram o próprio 
agente de forma tão grave que a sanção penal se 
torne desnecessária (art. 121, § 5º , do CP). 
Cabe ressaltar que se tem reconhecido como causa 
para a não aplicação da pena o grave sofrimento 
físico ou moral. Exemplos são a ocorrência de 
ferimento grave no próprio agente, a morte da 
esposa, a morte do filho, etc. A aplicação do perdão 
judicial deve ser feita com prudência e cuidado para 
que não se transforme, contra o seu espírito, em 
instrumento de impunidade e, portanto, de injustiça. 
No concurso formal de infrações o perdão judicial 
quando cabível, não pode ser concedido 
parcialmente, mas deve ser estendido à totalidade 
do resultado alcançado com aquela ação única do 
agente. 
Assim se num mesmo contexto o agente mata 
culposamente o seu filho e um estranho, o perdão 
judicial se estenderá a ambos os delitos. 
(art. 107, IX, do CP) 
O STJ através da súmula nº 18, contrariando a 
pacífica posição do STF, acabou por sufragar a tese 
de que a sentença concessiva do perdão judicial tem 
natureza declaratória, afastando todos os efeitos da 
condenação, principais e secundários. 
A sentença que concede o perdão judicial, de acordo 
com a regra do art. 120 do CP, não se considera para 
o efeito da reincidência. 
 
 
AÇÃO PENAL 
Em razão de se tratar de crime contra a vida, cabe 
quanto ao homicídio ação penal pública 
incondicionada com processo pelo rito especial 
estabelecido para os crimes de competência do júri, 
conforme disposto no artigo 406 e seguintes do CPP. 
Cabe ressaltar que é permitida também no caso de 
domicílio doloso, a prisão temporária quando 
preenchidos os pressupostos legais (Lei nº 7.960 de 
21/12/89).

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