Buscar

ADMINISTRATIVO_RESUMO_OAB

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 1 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
REGIME JURÍDICO 
 
- Confere Prerrogativas (Princípio da Supremacia 
do Interesse Público sobre o Particular) e 
Restrições (Perece. da Indisponibilidade do 
Interesse Público) - São os SUPERPRINCÍPIOS, dos 
quais decorrem os outros princípios. 
 
- Garrido Falla: Denomina tal circunstância de “o 
Binômio do direito administrativo” (prerrogativas e 
sujeições). Maria Sylvia chama de “Bipolaridade do 
direito administrativo”. 
 
Princípios Decorrentes desses 02 Princípios (SUB-
PRINCÍPIOS) Art. 37, caput, da CF/88: Princípios 
Constitucionais da Legalidade, Impessoalidade, 
Moralidade, Publicidade e Eficiência. 
 
 LEGALIDADE: A adm. Pública só pode atuar 
conforme a lei, todas as suas atividades estão 
subordinadas aos comandos legais. 
Diferentemente da Legalidade no âmbito dos 
particulares, onde o que não está proibido 
está permitido (art.5°, inc.II, CF), pela 
Legalidade Administrativa, o administrado só 
atuará com prévia autorização legal, sem a 
qual a Administração não pode agir. 
 
 IMPESSOALIDADE (§ 1°, art.37, CF): A 
Administração Pública tem que agir 
objetivamente em prol da coletividade. Os 
atos de pessoalidade são vedados, a atividade 
da administrativa é da Administração e a ela 
são imputadas todas as condutas dos agentes 
públicos. Teoria do Servidor (ou agente 
público de fato). 
 
- As publicidades da adm. não poderão conter 
nomes de administradores ou gestores, serão 
meramente informativas, educativas ou de 
orientação social. 
 
 MORALIDADE: Maurice Hauriou, 1927: noção 
de adm. proba, a moralidade administrativa 
seria um conjunto de regras extraídas da boa 
e útil disciplina interna da adm., conjunto de 
valores que fixam um padrão de condutas que 
deve ser observado pela Administração no 
sentido de que ela atue com retidão de 
caráter, ética, honestidade, decência, 
lealdade, boa-fé. 
 
- Não basta que as atividades da 
Administração estejam de acordo com a Lei, 
essas atuações têm que ser conduzidas com 
Lealdade, Ética e Probidade. 
 
 Art.5°, inc.LXXIII da CF/88  Ação popular 
para controlar a moralidade administrativa 
dos agentes públicos. 
 
 PUBLICIDADE: Transparência no exercício da 
atividade administrativa. 
- Exceções: Assuntos que tratem da segurança 
nacional; certos interesses sociais, ou de foro 
íntimo (privacidade, intimidade). 
 
 EFICIÊNCIA: Introduzido pela EC 19/98, antes 
já era princípio infraconstitucional. A atuação 
da Administração deve ser: 
 Rápida: Dinamismo, Celeridade, 
descongestionar e desburocratizar. 
 Perfeita: Completa, Satisfatória. 
 Rentável: ótima, máxima com menor 
custo. 
 
Outros Princípios da Administração Pública: 
 
 Princípio da Finalidade Pública: 
 
 Finalidade Pública Geral: impõe atuação 
que atuação administrativa seja sempre 
voltada à coletividade, ao interesse 
público, nunca para atender interesses 
particulares. 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 2 
 
 
 Finalidade Pública Específica: 
determinados atos devem atingir fins 
específicos. Se este ato é praticado para 
atingir outro fim que não seja o seu fim 
específico, estará ferindo o princípio da 
finalidade pública (Desvio específico de 
finalidade). 
 
 Princípio da Presunção de Legitimidade ou 
Veracidade dos Atos Administrativos: 
 
 Até que se prove o contrário os atos da 
Administração são legais e legítimos 
(presunção relativa, juris tantum). Sua 
ilegalidade terá que ser provada, e até 
que se prove os atos serão válidos. 
 
 Princípio da Auto-tutela (constitucional): 
 
 A Administração tem prerrogativa de 
controlar sua própria atuação para 
corrigir seus próprios atos. PODERÁ 
anular o ato que ela mesma praticou, 
quando o ato estiver eivado de 
ilegalidade  Súm. 346, STF :“A 
Administração Pública pode declarar a 
nulidade de seus próprios atos.” 
 
 A Administração PODERÁ invalidar seus 
próprios atos eivados de ilegalidade 
(dos quais não se originam direitos) e 
revogar atos por motivos de 
conveniência e oportunidade.  
Súm.473, STF : ”A Administração pode 
anular seus próprios atos, quando 
eivados de vícios que os tornem ilegais, 
porque deles não se originam direitos, 
ou revogá-los, por motivo de 
conveniência ou oportunidade, 
respeitados os direitos adquiridos, e 
ressalvada, em todos os casos, a 
apreciação judicial”. 
 
 Em todos esses casos de Invalidação e 
Revogação, o Poder Judiciário poderá 
ser provocado e deverá apreciar os atos 
de invalidação e os de revogação. No 
entanto, a apreciação judicial restringe-
se a aspectos formais, não havendo 
controle de mérito, pois não se pode 
apreciar a conveniência e oportunidade 
da revogação. Daí o caráter de não 
definitividade do autocontrole da 
Administração, que não faz coisa 
julgada. 
 
 Lei 9784/99, art.53  Processo 
Administrativo Federal: “A 
Administração DEVE ANULAR seus 
próprios atos, quando eivados de vícios 
de legalidade e PODE REVOGÁ-LOS por 
motivos de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos 
adquiridos”. 
 
 Princípio da Motivação: 
 
 Em regra, a Administração deve 
enunciar as razões que a levaram a 
expedir determinado ato. Inc. IX e X, do 
Estatuto da Magistratura: As decisões 
administrativas no exercício de função 
atípica do judiciário devem ser 
fundamentadas. 
 
 Entende-se por Motivo a razão de fato 
ou de direito que autorizou ou 
determinou a prático de um ato. Já a 
Motivação se trata da Exigência de 
explicitação, de enunciação dos 
motivos. 
 
 Exceções ao Princípio da Motivação: A 
Exoneração ad nutum, que se refere 
àquela aplicável aos ocupantes de cargo 
em comissão, prescinde de motivação. 
Entretanto, se a Administração motivar 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 3 
 
ato que poderia não ser motivado, 
estará vinculada aos motivos que 
explicitou. Os motivos vinculam todo o 
ato, e se não forem respeitados, o ato 
poderá ser apreciado pelo Judiciário 
(Teoria dos Motivos Determinantes). 
Ex. agente destituído por improbidade, 
esta deverá ser provada. 
 
 Princípio da Proporcionalidade Ampla ou da 
Razoabilidade (STF) 
 
 Os meios adotados pela Administração, 
voltados a atingir determinados fins, 
devem se apresentar como: 
 
a) Adequados: deve lograr com 
sucesso a realização do fim. 
b) Necessários: entre os diversos 
meios igualmente adequados, a 
Administração tem que optar 
pelo meio que menos restrinja 
o direito do administrado. 
c) Proporcionais, em Sentido 
Estrito (elemento da 
proporcionalidade ampla): a 
Administração deve promover 
ponderação entre vantagens e 
desvantagens entre meio e o 
fim, de modo que haja mais 
vantagens que desvantagens, 
sob pena de 
desproporcionalidade do ato. 
 
PODERES ADMINISTRATIVOS: 
 
- Conjunto de medidas, meios ou instrumentos dos 
quais se valem os sujeitos da Administração Pública 
como necessários ao desempenho de suas próprias 
atividades administrativas. 
 
- São Poderes Instrumentais utilizados como meios 
para satisfação do interesse público, enquanto 
dever da administração, sem os quais a mesma não 
atuaria, eles são inerentes à Administração Pública, 
nascem com ela (Poder-Dever). São Poderes 
Jurídicos, criados pelo Direito. 
 
PODER VINCULADO: competência vinculada expedir 
atos vinculados. 
 
- Hely Lopes: Poder que a ordem jurídica confere à 
Administração para expedir atos de sua 
competência, cujos elementos e requisitos já vêm 
previamente estabelecidos por Lei. Confere à 
Administração uma competência paraexpedir Atos 
Vinculados ou Regrados, no âmbito dos quais a 
Administração não goza de nenhuma liberdade 
administrativa, devendo expedi-los sem 
ponderações. 
 
- Obs.: Alguns autores (Maria Sylvia) negam a 
autonomia desse Poder, sob o argumento de que 
ele só impõe sujeições e limitações à Administração, 
que não terá liberdade na prática do ato. 
 
1. PODER DISCRICIONÁRIO: 
 
- A Ordem jurídica confere à Administração Pública, 
na expedição de determinados atos, a possibilidade 
de se valer do juízo de conveniência e oportunidade 
na escolha do Objeto e na avaliação dos Motivos do 
ato praticado. 
 
- Concede à Administração certo espaço, com 
possibilidade de ponderações e escolhas na prática 
do ato. Pode deliberar a respeito do Motivo e do 
Objeto do ato, quando a Lei deixar alguns dos 
elementos para prática de um ato para que a 
Administração atue de forma mais livre, com 
possibilidade de tomada de mais de uma decisão. 
 
 Competência Sempre decorrente de lei, ato 
vinculado. 
Finalidade Sempre vinculada. 
Forma Quando prescrita em Lei, será 
vinculada. 
Motivo e Elementos deixados à 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 4 
 
Objeto discricionariedade administrativa. 
 
- Entretanto, a Administração deve adotar, dentre 
os vários motivos e objetos possíveis, o mais 
benéfico. Nunca poderá escolher qualquer objeto 
ou motivo. É uma liberdade relativa, condicionada. 
 
- Obs.: O Judiciário pode fazer o controle de mérito, 
não de forma ampla, mas dentro do contexto dos 
princípios constitucionais. 
 
PODER DE POLÍCIA 
 
- Conceito Estrito: O Poder de Polícia é toda 
atividade administrativa exercida pelas entidades, 
órgãos e agentes da Administração Pública para 
limitar e condicionar o exercício das liberdades 
individuais e o uso, gozo e disposição da 
propriedade, visando adequá-los e conformá-los 
aos interesses públicos e bem-estar geral da 
coletividade. É um Poder de Polícia Administrativo. 
 
- É poder jurídico, mera atividade administrativa (Ex. 
interdição de fábrica poluente). 
 
 Objeto do P. de Polícia: Um bem, direito ou 
atividade exercida pelo particular, serão 
limitados pelo Poder de polícia da 
Administração que, entretanto, não poderá 
abolir os direitos do administrados, apenas 
limita-los de modo que não ponham a 
coletividade em risco. 
 
 Motivo: Razão de fato ou de direito que 
ensejam a atuação do Estado. 
 
 Manifestação: É uma atividade administrativa 
manifestada através de atos com 
destinatários indeterminados, gerais ou 
abstratos, individuais ou concretos; de 
prevenção ou fiscalização. 
 
 Delegação: O Poder de Polícia pressupõe 
prerrogativas a particulares. Portanto, se um 
particular detivesse o Poder de Polícia haveria 
um desrespeito ao Princípio da Igualdade. Daí 
porque, a doutrina entende que esse Poder é 
indelegável aos particulares. Exceção: 
Capitães de navios e aeronaves; entidades da 
Administração indireta; agências reguladoras; 
concessionários, permissionários, 
delegatários, também o possuem, mas de 
forma mais restrita. Obs. Apenas quanto aos 
atos e atividades materiais que precedem 
(colocação de fotossensores) e que sucedem 
(a efetiva demolição de uma casa) o Poder de 
Polícia podem ser delegados. 
 
 Sanções: Devem vim previstas expressamente 
em Lei. As sanções prevêem o resultado útil 
do Poder de Polícia. Ex. Interdições, 
apreensões, demolições, multas. 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
CONCEITO DE ATOS DA ADMINISTRAÇÃO: 
 
- Atos jurídicos, ou não, por meio dos quais a 
Administração emite uma declaração de vontade 
para executar a lei aos casos concretos e fazer 
prevalecer o interesse público sobre os interesses 
particulares, no desempenho das suas atividades. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO 
(CELSO ANTÔNIO): 
 
 -Atos Jurídicos Regidos pelo Direito Privado: a 
Relação Jurídica é horizontal, há igualdade 
entre os contratantes (administração x 
particular), a administração não se vale da sua 
supremacia. 
 
Atos Materiais = FATO ADMINISTRATIVO. Não 
são atos jurídicos, apenas realizam, executam 
uma atividade do Estado. (Ex. construção de 
uma estrada, pavimentação). 
 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 5 
 
 - Atos Políticos ou de Governo: São de natureza 
jurídica, editados pelo Estado no exercício de 
função política de soberania. Ex. sanção do 
presidente a um projeto de lei. 
 
 - ATOS ADMINISTRATIVOS (espécie do gênero 
‘Ato da Administração’). 
 
 Conceito: É um ato jurídico¹ por meio do 
qual o Estado, ou quem lhe faça as vezes², 
exprime uma declaração unilateral de 
vontade, no exercício de suas Prerrogativas 
Públicas, consistentes em providências 
jurídicas complementares da Lei³, a título 
de lhe dar execução, sujeitas ao controle de 
legitimidade pelo Judiciário, no 
desempenho de atividades essencialmente 
administrativas da gestão dos interesses 
coletivos. 
 
 Atributos e Qualidades dos Atos 
Administrativos: 
 
 Presunção de Legitimidade, juris 
tantum: o ato administrativo presume-
se editado de acordo com as normas e 
princípios gerais de Direito. Decorre da 
Legalidade Ampla. O ato vigora 
enquanto não afastado. 
 
 Presunção de Veracidade, relativa: ao 
conteúdo do ato e aos fatos que o 
compõe, corresponde à verdade de fato 
 Fé Pública. 
 
 Imperatividade: não é atributo de todo 
ato, e sim dos atos que encerram 
obrigações para os administrados. O 
administrado fica constituído em uma 
obrigação, ainda que contra sua 
vontade. Coercitividade dos atos 
administrativos, decorrentes da 
imperatividade: só poderá haver 
resistência judicial ao ato, enquanto 
isso não ocorrer, o particular estará a 
ele obrigado. Os atos negociais, que 
apenas permitem certas atividades ao 
administrado, não possuem esse 
atributo. 
 
 Exigibilidade: capacidade de exigir que 
a obrigação imposta ao administrado 
seja cumprida, sob pena de a 
administração se valer de meios 
indiretos de coação. Ex. Multa. 
 
 Auto-Executoriedade: Esse atributo 
tem que vir expresso em lei, salvo se 
não for possível outra solução no caso 
concreto. A administração se vale de 
meios direitos de coação para execução 
do ato. Ex. demolição de obra. 
 
 Elementos e Requisitos dos Atos 
Administrativos: A Doutrina Majoritária 
aponta cinco elementos, com base na Lei de 
Ação Popular 4717/65, art.2°, a falta de um 
dos requisitos torna o ato inválido 
(anulável, podendo ser sanado). Diogo 
Gasparini e Celso Antônio incluem mais dois 
elementos (conteúdo e causa). 
 
 Competência/Sujeito: Conjunto de 
atribuições definidas por Lei, conferida 
aos órgãos e agentes públicos para, em 
nome do Estado, exprimir a declaração 
de vontade do mesmo através dos atos 
administrativos. Decorre sempre da Lei, 
é sempre Vinculada, portanto, mesmo 
quando o ato é discricionário, sem o 
qual o ato é inválido. 
 
 Finalidade: Ato que foge da sua 
Finalidade específica prevista em Lei, 
mesmo que atenda a uma outra 
finalidade benéfica ao interesse público, 
estará incorrendo em desvio de 
finalidade ou desvio de poder, e será 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 6 
 
Inválido. A Finalidade Específica de cada 
ato está sempre prevista em Lei, é 
sempre elemento vinculado, mesmo 
que ato seja discricionário. Ex. Ato de 
remoção, a finalidade específica é uma 
melhor prestação do serviço público. 
Obs Não pode existir ato 
administrativo Inominado. 
 
 Forma: É o revestimento do Ato 
Administrativo. É, em regra, escrito e no 
idioma nacional, a forma está prescrita 
em Lei, (requisitovinculado). Exceções à 
forma prescrita em Lei: quando a lei se 
omitir a respeito da forma, está será 
livre, poderá ser oral, através de gestos, 
placas (ex: sinais de trânsito). 
 
*Obs: diferencia-se de Formalidade  
não é elemento de todo ato 
administrativo, é uma solenidade 
especial para prática de determinados 
dos atos que a exigem. O não 
cumprimento da formalidade torna o 
ato irregular, já o vício de forma gera 
nulidade. Ex. Regulamento (o Decreto é 
ato administrativo que serve como 
formalidade para eficácia do 
regulamento). 
 
 Motivo: Razão de fato ou de direito que 
autoriza ou determina a prática do ato 
por parte da Administração (Ex. 
Demissão  o motivo é a razão que 
levou a Administração a praticar o ato). 
O motivo será elemento Vinculado 
quando o Ato for Vinculado; Será 
Discricionário quando o Ato assim o for 
(ocorre quando a lei não elenca o 
motivo, deixando que a administração o 
pondere). 
 
*Obs: Diferencia-se de Motivação 
(Princípio Constitucional, é a exigência 
da Administração em revelar, 
manifestar os motivos do ato) Teoria 
dos Motivos Determinantes: O motivo 
revelado pela Administração para a 
prática do ato deve ser seguido 
estritamente, sob pena de invalidade do 
ato. Os motivos determinam e 
condicionam a validade do ato. 
 
 Objeto/Conteúdo: É o próprio 
conteúdo, disposição jurídica do ato (o 
que o ato dispõe juridicamente). É a 
própria essência do ato, a própria 
administração vai escolher qual o seu 
objeto. É elemento discricionário, 
quando o ato for discricionário, ou 
vinculado, quando o ato assim o for. Ex. 
Remoção (o objeto é a própria 
remoção). 
 
a) Retirada do Ato anterior por outro 
ato posterior: 
 
A CASSAÇÃO: a ilegalidade é 
superveniente à edição do ato. 
 
BCADUCIDADE: 
incompatibilidade do ato 
anteriormente editado que antes 
não existia. 
 
CCONTRAPOSIÇÃO/DERRUBAD
A : Edição de novo ato contrário, 
(ex. demissão). 
 
DREVOGAÇÃO; Causa de 
extinção ou supressão do ato 
administrativo válido e de seus 
efeitos, por razões de 
conveniência e oportunidade. 
 
1. Sujeito Ativo da Revogação: 
Só a própria Administração, no 
âmbito de cada Poder da 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 7 
 
República. Não é possível a 
revogação judicial de um ato 
administrativo. Os outros 
Poderes poderão revogar seus 
próprios atos administrativos. 
Obs.: O Judiciário não poderá 
revogar ato administrativo no 
exercício de sua função típica, 
que é a função jurisdicional, já 
que não pode adentrar no 
mérito administrativo. 
 
2. Objeto da Revogação: Só o 
Ato Válido poderá ser 
revogado. Apesar de válido, o 
ato torna-se inconveniente à 
Administração. 
 
3. Fundamento: Existência de 
uma competência discricionária 
para rever a conveniência e 
oportunidade dos atos 
anteriormente editados. 
 
4. Limites (atos irrevogáveis são 
a exceção): 
 - Atos Vinculados são 
irrevogáveis: Ex. Revoga-se 
uma autorização, nunca 
uma licença. 
 - Atos que já Exauriram seus 
Efeitos (atos Consumados). 
 - Atos fontes de Direitos 
Adquiridos: Nem Emenda 
Constitucional pode revogá-
los. Obs: STF: Não há 
Direito Adquiridos a Regime 
Jurídico. Súm. 473: Poder 
de Autotutela da 
Administração. A 
Administração pode 
revogar seus próprios atos, 
respeitado o dir. adquirido. 
 -Atos Meramente 
Enunciativos: Ex. Certidão 
Negativa de Débito. 
 
5. Motivos da Revogação: Juízo 
de Conveniência e 
Oportunidade. O ato deixa de 
ser conveniente e oportuno. 
 
6. Efeitos da Revogação: Ex-
Nunc. Impede a produção dos 
efeitos futuros do ato, 
permanecendo os efeitos 
pretéritos. 
 
E INVALIDAÇÃO : vício na 
origem. 
 
1. Conceito: Causa de Extinção 
ou supressão de Ato 
Administrativo Inválido ou 
Viciado, por razões 
exclusivamente de Legalidade 
ou Legitimidade. 
 
2. Sujeito Ativo: Administração 
Pública (Poder de Auto-tutela, 
Controle Interno) e o Judiciário 
(controle externo judicial, 
quando provocado por 
terceiros). Só o Judiciário pode 
Invalidar atos de todos os 
Poderes. 
 
3. Objeto: Ato Viciado, Ilegal, 
contrário ao Direito. 
 
4. Motivos: Ilegalidade, 
Ilegitimidade do Ato. 
 
5. Efeitos: Ex-Tunc para os atos 
que atinjam pessoas 
indeterminadas, para atos 
restritivos dos Direitos dos 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 8 
 
administrados. Para os terceiros 
de Boa-fé e para os Atos 
ampliativos dos Direitos do 
administrado: A Invalidação 
terá efeito Ex-Nunc. 
 
6. Prazo Decadencial: A 
Administração Pública tem 05 
anos para declarar a Invalidação 
do Ato. Passados os 05 anos, a 
Administração não poderá mais 
invalida-la  Convalidação 
Temporal. Obs. Ação Judicial p/ 
Anulação de Ato 
Administrativo: Prazo 
Prescricional de 05 anos. 
 
7. Espécies de Invalidação (Lei 
9784/99, art.55): 
 
- Nulidade (atos nulos): 
 
• Não podem ser 
reeditados, não são 
convalidáveis; 
• Quando o Vício atingir a 
finalidade, o motivo ou o 
objeto, o ato será nulo, 
não convalidável, não 
reeditável. 
• Podem ser Convertidos: 
Mudança de categoria de 
um ato, quando sai de 
uma categoria na qual o 
ato era nulo, para uma 
outra onde o ato seja 
válido, também tem 
efeito retroativo. 
Diferencia-se de 
convalidar (reeditar o 
mesmo ato sem o vício 
que o contamina, com 
efeitos retroativos). 
• Pode haver conversão 
de atos nulos com vício 
de conteúdo e objeto. 
(Nomeação de servidor 
para cargo sem concurso 
público, pode ser 
convertido em nomeação 
para cargo de confiança). 
 
- Anulabilidade (Atos 
Anuláveis): 
 
• Podem ser 
convalidados, 
racionalmente 
reeditados. Obs. 
Doutrinadores defendem 
que, quando houver 
possibilidade de 
convalidação, a 
Administração está 
obrigada a Convalidar o 
ato, apesar de a Lei 
9784/99 tratar a 
convalidação como 
faculdade da 
administração. 
• Quando houver vício na 
competência: desde que 
o ato seja ratificado pela 
autoridade competente, 
Confirmado, haverá a 
convalidação. 
• Quando houver vício na 
forma: reedita-se o ato 
com a forma prescrita em 
lei. 
• OBS. GERAL: Os ATOS 
INVÁLIDOS NÃO GERAM 
DIREITO ADQUIRIDO. 
 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 
 
11. Formas de Prestação da Atividade Administrativa: 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 9 
 
 
15.1- DESCONCENTRAÇÃO: Atividade distribuída 
dentro do próprio núcleo, da própria Pessoa 
Jurídica. Há Hierarquia, Subordinação. 
 
 Descentralização: 
 
 Por Outorga: O Poder Público transfere 
a titularidade mais a execução do serviço. 
Só pode ser feita através de lei e para as 
Pessoas Jurídicas de Direito Público da 
Administração Indireta. 
 
 Delegação: Transfere somente a 
execução do serviço, o Poder Público 
mantém a titularidade. Pode ser feita a 
qualquer um (Administração Direta, 
Indireta, particulares). Pode ser feita por: 
 
a) Lei (Legal): quando for para Pessoas 
Jurídicas de Direito Privado da 
Administração Indireta (Empresas 
Públicas, Sociedade de Economia 
Mista). 
 
b) Contrato (contratual): quando a 
delegação for para particulares 
(concessionárias, permissionárias, 
organizações sociais e todos que 
prestem atividade administrativa). 
 
15.2.1 - ÓRGÃO PÚBLICO: 
 
- Núcleo especializado de competências que 
servem para prestação de atividade 
administrativa. Não pode celebrar contrato. Não 
têm Personalidade Jurídica, por isso não tem 
aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações. 
Mas pode ir a juízo, desde que preenchida 02 
condições (ir em busca de prerrogativas 
funcionais, sempre como sujeito ativo). Tem CNPJ. 
É possível a existência de órgão público na 
Administraçãodireta e na indireta (Lei 9784/99). 
 
15.3- ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: 
 
- Possuem Personalidade Jurídica Própria: 
tem aptidão para ser sujeito de direitos e 
obrigações, é responsável pelos próprios atos e os 
de seus agentes. Não existe relação de hierarquia 
entre Administração Direta e Indireta. 
 
- Patrimônio e Recursos Próprios, 
autonomia técnica, financeira (decide como vai 
aplicar o dinheiro), administrativa. Só não tem 
autonomia, nem capacidade legislativa. Obs. No 
máximo poderá regular, complementar, 
disciplinar o que está previsto em lei. 
 
 Formas de Controle: 
 
 Interno: feito pela própria entidade da 
Administração Indireta. 
 
 Exterior: Poder Legislativo (CPI´s e TCU); 
Poder Judiciário; pelos cidadãos, através da 
Ação Popular; Pelo Poder Executivo 
(supervisão Ministerial, dirigentes 
escolhidos pelo Ministério, receitas e 
despesas fiscalizadas, finalidades 
predeterminadas). 
 
 AUTARQUIAS 
 
 Conceito: Pessoa Jurídica de Direito 
Público que serve para prestação de 
atividades típicas do Estado, com 
autonomia administrativa, técnica e 
financeira, mas sem capacidade legislativa. 
São criadas e extintas por lei ordinária 
específica. 
 
 Finalidade vinculada à finalidade para a 
qual a Lei a criou. Não são criadas para visar 
o Lucro. 
 AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL 
 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 10 
 
 Surgiram para conceituar as 
Universidades Públicas, 
que têm mais autonomia e 
liberdade. Reitor: Tem 
prazo certo de mandato, só 
sairá depois da expiração 
desse. São escolhidos por 
eleição. Não é cargo de livre 
nomeação, nem de livre 
exoneração. 
 OBS. Banco Central: É 
autarquia comum, mas seu 
Presidente é nomeado pelo 
Presidente após prévia 
aprovação do Senado. 
 
 AGÊNCIAS REGULADORAS 
(Espécie) 
 
1. Finalidade: Regular, 
Fiscalizar, 
Disciplinar, 
Normatizar 
determinadas 
atividades. Não é 
atividade nova, 
antes era exercida 
diretamente pelo 
Estado. 
 
2. Capacidade 
Legislativa: Não a 
tem, não podendo, 
de tal sorte, 
legislar. Têm o 
papel de 
complementar as 
leis, com normas 
técnicas específicas 
de sua atuação. 
 
3. Regime Especial: 
Têm mais 
autonomia, 
Liberdade 
normativa, 
liberdade 
econômica e 
financeira. 
 
4. Nomeação de 
Dirigentes: 
Presidente nomeia 
com prévia 
aprovação do 
Senado. É 
investidura ou 
nomeação especial, 
porque depende de 
prévia aprovação 
do Senado. 
 
5. Mandato com 
Prazo certo e 
determinado: A Lei 
de criação de cada 
Autarquia de 
regime especial irá 
determinar o prazo 
do mandato 
(máximo. de 04 
anos). Obs. Já há 
Projeto de Lei 
querendo 
uniformizar o 
prazo: 04 anos para 
todas. 
 
6. Vedação 
(Quarentena): 
Quando o dirigente 
sai do cargo, deve 
ficar 04 meses ou 
01 ano (a depender 
da lei da autarquia 
especial) sem poder 
atuar na área de 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 11 
 
atuação da Agência 
Reguladora. 
 AGÊNCIA EXECUTIVA: 
 
a) São Autarquias ou Fundações 
Públicas que precisam ser 
modernizadas, e para isso fazem 
um planejamento para 
reestruturação. 
 
b) Contrato de Gestão: Celebrado 
entra uma Autarquia ou Fundação 
Pública e o Poder Público. Serve 
para dar mais autonomia ou 
recurso público. Ex: Autarquia A  
Contrato de gestão  Agencia 
Executiva A. 
 
c) O título de Agência Executiva é 
temporário, findo o contrato de 
gestão, o ente que se tornou 
agência executiva temporariamente 
voltará a ser autarquia ou fundação 
pública. Ex. de ag.executiva: 
INMETRO. 
 
d) Liberdade Específica (só para 
agências executivas): Art.24, 
par.único, Lei 8666/93: Dispensa de 
Licitação. Regra Geral: 
 
AValor de até 10% do Convite 
(até R$150.000, se obras ou 
serviços de engenharia; até 
R$80.000 para os outros 
serviços); 
 
Blicitação dispensada 
(R$15.000 ou R$8.000). 
 
e) Dispensa para as Agências 
Executivas: 20% do Valor do 
Convite, ou seja, quando o valor da 
licitação for até R$30.000 ou 
R$16.000, a agência executiva 
estará dispensada de licitação. Essa 
dispensa vale também para: 
Sociedades de Economia Mista, 
Empresas Públicas e Consórcios 
Públicos. Só vale para as Autarquias 
e fundações públicas, quando 
qualificadas como agência 
executiva. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA 
 
 São instituídas e constituídas pelo Poder 
Público, fazendo parte da Administração. 
Obs.: Quando forem constituídas pela 
iniciativa privada, não serão Fundação 
Pública. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA de DIREITO 
PÚBLICO: 
 
a) Natureza Jurídica: Regime de Dir. 
Público. É uma espécie de autarquia 
e faz parte da Fazenda Pública. Tem 
todos os privilégios e obrigações de 
uma autarquia. Obs. Quando o 
concurso falar de Fundação Pública, 
será a de Direito Público. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA de DIREITO 
PRIVADO (fundações governamentais) 
 
a) Natureza Jurídica: Regime de 
Direito Privado, derrogado 
parcialmente por algumas normas 
de dir.público. 
 
b) Foro Competente (foro privativo): 
Justiça Federal ou Vara da Fazenda 
Pública. 
 
c) Privilégio Processual: Não tem 
prazo especial, porque não faz 
parte da Fazenda Pública. 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 12 
 
 
d) Tem sua Criação autorizada por Lei 
Ordinária; Lei Complementar deve 
determinar a finalidade das 
fundações públicas de dir.privado. 
 
e) OBS: Celso Antonio entende que 
não há essa divisão. Segundo ele, 
quando se fala em Fundação 
Pública, todas elas são de Direito 
Público. 
 
 EMPRESAS ESTATAIS  Empresas Públicas 
 
Soc
ied
ade 
de 
Eco
no
mia 
Mis
ta 
 
 EMPRESAS PÚBLICAS: 
 
a) Pessoa Jurídica de Direito Privado; 
Podem prestar serviço público ou 
explorar atividade econômica; sua 
criação autorizada por lei. 
 
b) Têm capital exclusivamente 
público: Pode ser capital de vários 
entes da federação. Entretanto, não 
poderá haver capital de uma 
Sociedade de Economia Mista 
investido na Empresa Pública, do 
contrário ela perderá esse status. 
 
c) Tem livre Constituição: Pode ser 
constituída por qualquer atividade 
empresarial. 
 
d) Têm Foro Privativo: Justiça Federal 
ou Vara da Fazenda Pública. 
 
 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: 
 
a) Pessoa Jurídica de Direito Privado; 
Podem prestar serviço público ou 
explorar atividade econômica; 
Criação autorizada por lei. 
 
b) Têm Capital Misto: O Capital do 
Ente Público deve ser a maioria do 
capital votante. Devem ser 
constituídas, obrigatoriamente, 
como Sociedades Anônimas. 
 
c) Não têm foro privativo: São 
julgadas na Justiça Estadual. 
 
d) FINALIDADES: 
 
A Prestar Serviço Público: 
Quando forem prestadoras de 
serviço público, haverá 
prevalência do Dir.Público sobre o 
Dir.Privado. 
 
B Explorar Atividade 
Econômica: Quando forem 
exploradoras de atividade 
econômica, haverá prevalência do 
regime de Dir.Privado, com 
alguma influencia do Dir.Público. 
obs: Art.173, CF (Hipóteses em 
que o Estado pode Explorar 
Atividade Econômica): 
 
1. Quando for necessário aos 
imperativos da Segurança 
Nacional. 
 
2. Quando houver interesse 
coletivo, conforme o definido 
em lei. 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 13 
 
 
INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE 
 
16. Direito de Propriedade: 
 
 Só é atingido pelo Estado em caráter 
excepcional, quando previsto na 
Constituição Federal de 1988 ou em Lei, só 
aí será possível a intervenção do Estado na 
propriedade. Mas, de Regra, não há 
intervenção. 
 
 É o direito de gozar,dispor, usar, usufruir, 
reaver. Tem caráter: Absoluto, Perpétuo e 
Exclusivo. 
 
 Obs.:Na intervenção ora será atingido seu 
caráter perpétuo, ora o absoluto, ora o 
caráter exclusivo. Na intervenção do Estado 
o proprietário não perderá a propriedade, 
salvo na desapropriação, onde há a 
transferência da propriedade. 
 
17. Fundamentos para a Intervenção (motivos): 
 
 Supremacia do Interesse Público. Prática de 
ilegalidade, art.243 da CF: Desapropriação 
Expropriatória, Confiscatória, em virtude de 
plantação de psicotrópicos proibidos na 
propriedade. É uma pena. 
 
18. Poder de Polícia: 
 
 Maioria da Doutrina: Poder de Polícia está 
sempre presente na limitação 
administrativa. Alguns doutrinadores 
entendem que só na Desapropriação não 
está presente o Poder de Polícia. 
 
19. LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA: 
 
 Atuação geral e abstrata do Poder Público. 
O proprietário é indeterminado. Regra 
Geral: Não há indenização. 
 
 Finalidade: Busca do bem-estar social, que 
será buscado através do Poder de Polícia, 
quando a propriedade do particular será 
restringida p/ satisfazer o interesse coletivo. 
Atinge o caráter absoluto da propriedade, 
já que restringe a liberdade do proprietário. 
 
 Efeitos: ‘Ex nunc’, para o futuro, não 
atingindo situações já formadas. 
 
20. SERVIDÃO ADMINISTRATIVA: 
 
 Utilização do patrimônio do particular pelo 
Estado para prestar serviço público. Regra: 
É individual, concreta e com proprietário 
determinado. 
 
 Relação de Dominação: O Serviço Público é 
o Dominante, e a propriedade do particular 
á o Serviente. Há a dominação do serviço 
público sobre um bem. 
 Obs. # Da Servidão no Direito Civil, onde há 
a dominação de um bem sobre outro bem. 
 Indenização: Só se houver dano efetivo. 
 Obs. Jurisprudência: Fios de alta tensão 
impedem o exercício da propriedade, 
portanto não há servidão neste caso, e sim 
Desapropriação indireta. 
 
21. REQUISIÇÃO (Art.5º, Inc. XXV, Constituição 
Federal de 1988): 
 
 Ocorrerá quando há iminente perigo, o 
Poder Público poderá requisitar o 
patrimônio do particular pelo Tempo que 
for necessário, até que cesse o iminente 
perigo. Obs. É possível a requisição tanto 
em tempo de paz, como em tempo de 
guerra. 
 
 Indenização: Só se houver dano ao 
patrimônio do particular. Obs: Há a 
possibilidade de reintegração do patrimônio 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 14 
 
na via judicial, se o Poder Público não 
devolvê-lo. 
 
 Objeto: Pode recair sobre bens Móveis ou 
Imóveis. Atinge o caráter exclusivo da 
propriedade. Obs: Quando tratar-se de 
bens fungíveis, ainda que o dono deixe de 
ser dono, haverá requisição. Ex. Estado 
requisita roupas e frangos de uma fábrica. 
 
 Sempre que houver bens fungíveis, e tratar-
se de iminente perigo, haverá requisição, e 
não desapropriação, já que o poder público 
pode devolver objetos iguais. 
 
22. OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA: 
 
 Hipóteses mais comuns: 
 
 Uso do Patrimônio não edificado ao 
lado da obra pública para guardar os 
materiais da obra. 
 Para Evitar desapropriação 
desnecessária: quando o Poder Público 
ocupa o imóvel para pesquisa de minérios e 
arqueologia, em havendo minérios ou 
objetos arqueológicos o poder público 
desapropria a área. 
 
 Indenização: Se houver Dano  
Indenização Ulterior. 
 
 Natureza Jurídica: Há divergência na 
doutrina. 
 
 Maria Sylvia: Ocupação prevista na Lei 
8666/93, decorrente de Contrato 
Administrativo: Se o particular descumpre o 
contrato administrativo  Processo 
Administrativo  Administração extingue o 
contrato, rescinde-o (ato administrativo). 
 
Durante o processo administrativo a 
Administração assume a prestação do 
serviço que era prestado pela empresa por 
contrato administrativo, utilizando-se dos 
bens da empresa que são necessários à 
prestação do serviço. Maria Sylvia entende 
que há ocupação temporária nestes casos. 
Ao final do Processo a Administração 
poderá devolver os bens à empresa, ou 
adquiri-los através da Reversão, com direito 
ou não à indenização. Não é 
desapropriação. 
 
 Para alguns doutrinadores não há 
ocupação temporária na situação trazida 
por Maria Sylvia, e sim, ocupação 
decorrente do contrato (cláusula 
exorbitante). Mesmo que não esteja no 
contrato, ainda assim, não será ocupação 
temporária. 
 
23. TOMBAMENTO (Decreto Lei 25/37): 
 
 Conservação do Patrimônio Histórico, 
Cultural, Artístico e Paisagístico. 
 
 Objeto  Tanto bens móveis, como os 
imóveis, inclusive os Bens Públicos. 
 
 O Tombamento atinge o Caráter Absoluto 
da Propriedade. 
 
 Há corrente minoritária, liderada por José 
dos S.C. Filho sustentando que só é possível 
haver tombamento de bem público quando 
guardada uma hierarquia, do mesmo modo 
que na desapropriação. Ex A união pode 
tombar bens dos Estados e Municípios, os 
Estados podem tombar bens dos 
Municípios. 
 
 Competência para Tombar: 
 
 Patrimônio de Interesse Nacional  
União 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 15 
 
 Patrimônio de Interesse Regional  
Estado 
 Patrimônio de Interesse Local  
Município. 
 
 Obs. Pode haver tombamento de Bem 
da União por um Município, porque o que 
importa é o interesse, não a hierarquia, 
diferentemente da desapropriação. 
 
 Obs. Bem Público Tombado  
Inalienabilidade Absoluta. Normalmente, 
os bens públicos são relativamente 
inalienáveis. 
 
 Obrigações Positivas do Patrimônio tombado: 
 
 Dever de Conservação do bem pelo 
Dono. 
 
 Obs. Se o dono não tiver condições 
econômicas de conservar o bem, deverá 
comunicar à entidade que o tombou para 
que ela tome as devidas providências. Toda 
e qualquer conservação tem que ter 
Autorização do Instituto próprio. 
 
 Obs. O proprietário que faz conservação 
sem autorização: destruição do patrimônio, 
crime do art.165 do CP. A União tem 
preferência na compra do imóvel tombado, 
se o particular quiser vendê-lo. 
 
 Obs. Poderá haver tombamento total 
ou parcial: O Tombamento pode ser feito só 
da fachada do imóvel; quando o 
tombamento for sobre todo o imóvel, 
poderá ser hipótese de desapropriação 
indireta. 
 
 Obrigações Negativas: 
 
 Não danificar, Não destruir o 
patrimônio tombado; impossibilidade de 
retirá-lo do país, exceto por curto espaço de 
tempo. 
 
 O vizinho ao patrimônio tombado não 
pode colocar cartazes, ou qualquer outro 
instrumento que prejudica a visibilidade do 
patrimônio tombado. 
 
 Obrigação de tolerar, suportar a 
fiscalização. 
 
 Procedimento do Tombamento: 
 
 Tombamento Provisório: Enquanto 
estiver em andamento o procedimento 
administrativo de tombamento. Depois de 
julgado o processo, o tombamento tornar-
se-á Definitivo. 
 
 Tombamento Voluntário: Acontece a 
pedido do proprietário. 
 
 Tombamento Compulsório: A 
Administração determina. 
 
 Obs. o Tombamento não depende do 
registro na escritura do imóvel, basta o 
registro no Livro do Tombo, depois disso 
ele será válido. Entretanto, se o Estado não 
registra o Tombamento na escritura do 
imóvel, não terá a preferência numa 
eventual venda do imóvel. 
 
 Indenização: O Tombamento, por si só, não 
gera direito à indenização. Poderá haver 
indenização dentro do Tombamento, se 
constituída uma obrigação de fazer, se 
houver dano. 
 
24. DESAPROPRIAÇÃO 
 
 Única forma de intervenção em que o 
Estado toma o direito de propriedade do 
antigo proprietário. 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 16 
 
 
 É forma de aquisição originária da 
propriedade, não há vínculo, nem relaçãojurídica com o antigo proprietário, a 
vontade dele não interessa. 
 
 Objeto  Bens Móveis e Imóveis, inclusive 
os Bens Públicos. Defeito no Objeto: Vício 
no Objeto. Ex. Município desapropria bem 
da União. 
 
 Regra Geral: Todos os bens podem ser 
desapropriados. Exceção: Vedada a 
Desapropriação aos Direitos da 
Personalidade. Direitos autorais, direito á 
imagem, alimentos, direito à vida, não 
podem ser desapropriados. 
 
 Competência Regra Geral - Todos os 
entes, a depender da órbita de interesse. 
Para Bens Públicos, respeita-se a hierarquia 
 União desapropria de Estados e 
Municípios; Estado desapropria dos 
Municípios. Obs. Defeito na competência: 
Vício na competência. 
 
9.1. DESAPROPRIAÇÃO COMUM ou 
ORDINÁRIA 
 
 Por Necessidade e Utilidade Pública 
(D.Lei 3365/41)  Rol taxativo. O Dec. Lei 
não distingue necessidade de utilidade 
pública, entretanto, a doutrina faz essa 
distinção: Necessidade há quando a 
situação exija urgência; Utilidade há quando 
não há urgência. 
 
 Por Interesse Social (Dec.Lei 
4132/62) Rol Taxativo. 
 
 Obs  Art.5º, inc.XXIV da Constituição 
Federal de 1988 justifica essas duas 
modalidades. 
 
 Competência: Todos os entes podem, a 
depender da órbita de interesses. Obs. Não 
há vício de competência. 
 
 Indenização: Prévia, Justa e em 
Dinheiro. 
 
 Objeto: Qualquer bem pode ser objeto 
de Desapropriação Ordinária, exceto nos 
casos previstos no Dec.Lei. Obs. Só cai na 
via judicial em algumas circunstâncias. 
 
9.2. DESAPROPRIAÇÃO SANCIONATÓRIA 
 
 Tem natureza de penalidade, de sanção. 
 
 1ª Hipótese: Decorre do 
Descumprimento da Função Social da 
Propriedade: 
 
a) Reforma Agrária (LC 76/93 e 
Art.191 da CF): 
 
- Proprietário não cumpre função 
social da propriedade. Obs. O 
Poder Público pode fazer reforma 
agrária mesmo sem natureza de 
penalidade, c/ fundamento no 
interesse social. 
 
- Competência  Só a União. 
Neste caso pode haver vício de 
competência. 
 
- Objeto  Só sobre bens imóveis 
rurais. 
 
- Indenização TDA´s (Títulos da 
Dívida Agrária, resgatáveis em até 
20 anos), indenizam a terra nua. 
As benfeitorias têm que ser pagas 
em dinheiro. 
 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 17 
 
-Vedação à Desapropriação 
Sancionatória  Propriedades 
pequenas ou médias, que seja a 
única do particular e que seja 
produtiva. 
 
b) Plano Diretor: Lei que organiza o 
Município, Lei 10257/01 (Estatuto 
da Cidade). 
 
- Quando há desobediência ao 
plano diretor, fere-se a função 
social da propriedade. 
 
- Competência Municípios e 
DF. 
 
- ObjetoBens Imóveis Urbanos. 
 
- Indenização TDP (títulos da 
dívida pública, resgatáveis em até 
10 anos). 
 
- Procedimento Notificação do 
proprietário, pela prefeitura, para 
que este proceda à edificação (01 
ano para o projeto e mais 02 para 
a construção) ou ao parcelamento 
da propriedade. Se não edificada 
ou parcelada: IPTU com alíquota 
progressiva (até 15% por ano). Se 
não cumprir as obrigações  
Desapropriação Sancionatória, 
aplicada em último caso. 
 
- Obs. Desapropriação instituída 
pelo CC/02, não diz respeito à 
Desapropriação do Direito 
Público. 
 
 2ª Hipótese: Desapropriação 
Expropriatória (confiscatória, 
expropriação). 
 
- Pode haver expropriação apenas da 
área onde houve plantação ilegal. 
 
- Hipóteses: 
 
a) Plantação de Psicotrópicos 
Proibidos. Destinará a área 
desapropriada para o 
assentamento de colonos. 
 
b) Outros bens de valor 
econômico que sejam 
utilizados para o tráfico. A 
Destinação do bem 
expropriado será para a 
implementação da 
investigação do crime ou 
ajuda às casas de recuperação 
de viciados. 
 
- Indenização: Não há. Daí ser chamada 
de expropriação, espécie de 
desapropriação sancionatória. 
- Competência: União. 
 
9.3. DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA: 
 
 Acontece quando o Poder Público não 
observa formalidades necessárias, 
simplesmente entra no Bem. Ex. servidão e 
tombamento disfarçados. É chamado de 
“esbulho administrativo”. 
 
 Ex. quando o particular nada mais pode 
fazer em sua propriedade. 
 
9.4. NOÇÕES COMUNS A TODAS AS 
MODALIDADES 
 
 Desapropriação é possível totalmente na via 
administrativa, o que não ocorrerá, apenas, 
se o particular não aceitar o valor da 
desapropriação ou se o proprietário for 
desconhecido. 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 18 
 
 
 PROCESSO ADMINISTRATIVO DA 
DESAPROPRIAÇÃO: 
 
a) Fase Declaratória: 
 
- Poder Público declara a 
desapropriação via Decreto 
Expropriatório emitido sempre 
pelo Chefe do Executivo. 
 
- Exceção Poder Legislativo: 
Através de Lei de Efeitos 
concretos, que é lei com cara de 
ato administrativo, já que produz 
efeitos concretos e individuais. O 
Legislativo pode declará-la, mas 
não a executa. 
 
- Obs. Concessionárias e 
Permissionárias também podem 
desapropriar, mas somente a 
partir da Fase Executiva, nunca na 
Fase Declaratória. 
 
b) Fase Executiva: 
 
- O Poder Público vai 
efetivamente entrar no Bem. 
 
- Condição para fase executiva 
para entrar no bem, o poder 
público deve pagar o valor. Se o 
particular não aceita o valor, 
necessária a via judicial. 
 
 - O que Deve Constar no Decreto 
Expropriatório: 
 
1. Demonstração do 
Interesse público na 
Desapropriação, determinada a 
sua Destinação (Ex. Escola, 
Hospital, Estrada). Obs. Se o 
Poder Público mudar a 
destinação da desapropriação, 
esse fenômeno é chamado de 
Tredestinação. Tal fato é 
possível, desde que se 
mantenha o interesse público. 
 
2. Descrição do Bem c/ 
todas as benfeitorias. Obs. Após 
o Dec. Expropriatório só serão 
indenizadas as benfeitorias 
necessárias e as úteis 
autorizadas. 
 
c) Prazo de Caducidade do Processo 
Administrativo: 
 
- Prazo de tolerância entre a 
declaração, em decreto 
expropriatório, e a execução da 
expropriação. 
 
- Necessidade ou Utilidade 
Pública: 05 anos. Se neste 
período, o poder público não 
pagar a indenização e ainda não 
entrou no bem, só poderá repetir 
o Decreto expropriatório 01 ano 
depois. (período de carência). 
 
- Desapropriação por Interesse 
Social: 02 anos. Neste caso, não 
há a possibilidade de repetição do 
decreto expropriatório. 
 
d) Ação Judicial de Desapropriação: 
Só será obrigatória em 02 
circunstancias: 
 
- Quando o proprietário é 
desconhecido, ou há dúvida 
quanto ao proprietário. 
 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 19 
 
- Quando o proprietário não está 
de acordo c/ o valor da 
indenização. 
 
- A Ação de desapropriação é de 
procedimento especial. Não pode 
discutir outra coisa senão o valor 
e eventuais nulidades do 
procedimento expropriatório. 
Qualquer outra discussão só será 
possível em ação própria. 
- Antecipação da Prova Pericial: 
Diferentemente do que ocorre 
nos outros procedimentos, onde 
a prova pericial não é feita no 
inicio do processo, na Ação de 
Desapropriação o juiz já 
determina a realização da perícia 
no início do processo. 
 
- Incidente de Imissão Provisória 
na Posse (diferente de imissão na 
posse)  É incidente na ação de 
desapropriação, que serve para 
antecipar a entrada do poder 
público no bem, antes do 
julgamento final da ação. 
 
- Requisitos para concessão da 
Imissão: 
 
1. Urgência da situação; 
2. Depósito do Valor da 
Indenização Valor estipulado 
pelo Poder Público. Obs. A 
Jurisprudência vem entendendo 
que se o valor depositado for 
irrisório, o juiz poderá determinar 
a complementação do valor. 
 
- O Proprietário poderá levantar 
até 80% do valor depositado pelo 
Poder Público. Ex. Imissão 
Provisória (01/01/04)----------------Sent.Final (01/01/05) 
 100.000 depositados
 Decisão Judicial: 
200.000 
 80.000 levantados 
pelo particular (+ 100.000) 
 
Obs. Em relação aos 100.000 que 
a decisão judicial estabeleceu a 
mais, esses serão cobrados da 
Administração por meio de 
precatório. 
 
- Juros 
CompensatóriosIncidirão sobre 
a diferença entre o valor 
levantado pelo particular e o 
valor determinado pela justiça 
(120.000), e durante o período 
entre 01/01/04 e 01/01/05. 
 
- Dec.Lei 3365/41, Art.15-A 
(objeto de ADIN): Determinou a 
suspensão da parte que 
determinava os juros 
compensatórios de até 06%. 
Atualmente o valor dos juros 
compensatórios é de 12% ao ano. 
Essa ADIN fez valer novamente a 
Súmula 618 do STF, que 
determinava os juros 
compensatórios de 12% a partir 
do depósito até a sentença. 
 
- Juros Moratórios Art.15-B, Dec.Lei 3365/41: Para 
recompor perdas relativas ao atraso no pagamento. 
 
 
SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
Uma das atividades Administrativas prestadas 
pelo Estado, ou por seus delegados, para 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 20 
 
satisfazer as necessidades, comodidades e 
meras conveniências dos administrados. 
 
- São aquelas atividades Administrativas de 
natureza pública, criadas por Lei, prestadas 
direta ou indiretamente pelo Estado, para 
atender concretamente as necessidades ou 
meras comodidades da coletividade e dos 
administrados, ou simples conveniências da 
própria Administração, sujeitas a um Regime 
Jurídico ora integralmente público, ora 
parcialmente público e parcialmente privado. 
 
- OBS. Excluem-se as Atividades Legislativas e 
Jurisdicionais. 
 
 Prestação do Serviço Público: 
 
Direta: O próprio Estado, através dos seus 
órgãos públicos, prestará o serviço público de 
forma centralizada. (Forma Desconcentrada: 
quando mais de 01 órgão presta o serviço. Forma 
Concentrada: se apenas 01 órgão o presta). 
 
Indireta (Descentralização): 
 
Outorga: por meio de Lei, é uma 
descentralização funcional (Autarquias, 
Fundações Públicas, Empresas Públicas e 
Sociedades de Economia Mista). 
 
Delegação: É feita contratualmente 
(Concessionárias, PPP´s e Permissão) ou por 
ato unilateral, precário e discricionário da 
Administração (Autorização e permissão, 
em alguns casos). 
 
Obs. Todas estas Prestadoras de Serviço 
Público (Pessoas Jurídicas de Dir. público e 
privado) responderão objetivamente 
perante atos lesivos que seus agentes 
causem a terceiros. 
 
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
 
1. CONCEITO: 
 
- É uma espécie de contrato, um vínculo jurídico em 
que os sujeitos ativo e passivo comprometem-se a 
uma prestação visando Criar, Extinguir ou Modificar 
Direitos na consecução do interesse público, 
seguindo o Regime Público. 
2. FORMALIDADES: 
 
a) Contrato Escrito. Exceção Poderá 
ser verbal quando a lei autorizar. 
Art.60, Lei 8666/93 (Contratos 
Verbais): 
 
 Contratos com valor até 
4 mil reais. 
 Contrato de pronta 
entrega. 
 Contrato de pronto 
pagam. 
 
b) Licitação Prévia/ Procedimento 
(art.26): 
 
- Se a licitação for inexigível ou 
dispensada será necessário utilizar-
se do procedimento do art.26. 
 
- O Instrumento do contrato será 
Obrigatório quando o valor for o da 
Tomada ou da Concorrência, 
mesmo que seja caso de dispensa 
ou inexigibilidade. 
- Poderá o Instrumento de Contrato 
ser Facultativo quando o valor for 
correspondente a Convite e quando 
for possível realiza-lo de outra 
maneira. 
 
c) Forma do Ato Administrativo. 
 
- Segundo a doutrina moderna, a 
forma do ato administrativo é 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 21 
 
vinculada; Podendo ser 
discricionária, se a Lei Autorizar. 
 
d) Publicação (art.61, § único): 
 
- É Feita com o resumo, com o 
extrato do contrato. A Publicação 
não pode ultrapassar o prazo de 20 
dias ou até o 5º dia do mês 
subseqüente à assinatura do 
contrato (o que acontecer 
primeiro). 
 
- É Condição de Eficácia do 
Contrato, ou seja, antes da 
publicação o contrato já é válido, 
mas é ineficaz, não produz efeitos. 
 
3. CLÁUSULAS DOS CONTRATOS 
ADMINISTRATIVOS: 
 
a) Cláusulas Necessárias: Quando 
ausentes  Contrato Nulo, Ilegal. 
 
 Garantia (art.55 e 56 da Lei 
8.666/93) 
 
- A Administração deve exigir a 
garantia, em virtude da 
indisponibilidade do interesse 
público. 
 
- É o contratado que deve 
decidir qual será a forma da 
garantia, dentro das 
alternativas elencadas pela lei: 
Títulos da dívida pública; 
Caução em dinheiro; Seguro-
Garantia (contrato de garantia 
de outro contrato); Fiança 
Bancária (garantia fidejussória). 
 
- Valor da Garantia: Até 05% do 
valor do contrato. Até 10% 
quando o contrato for de 
grande vulto, alta complexidade 
e causar riscos financeiros à 
Administração. 
 
 Duração do Contrato 
Administrativo (art.57 da Lei 
8.666/93): 
 
- Prazo sempre determinado 
(art.57, §3º). A duração máxima 
será compatível com a 
disponibilidade do crédito 
orçamentário: 12 meses (lei 
orçamentária anual). 
 
- Exceções (prazo maior que 12 
meses): 
 
I) Quando o objeto do 
contrato estiver previsto 
no Plano Plurianual (PPP, 
art.166, CF): Prazo 
máximo do contrato 
administrativo será de 04 
anos. 
I) Prestação Contínua: Se 
em razão do prazo o 
preço for melhor, nos 
casos de prestação 
contínua, o prazo máximo 
do contrato será de 60 
meses. 
 
- Obs. Art.57 Admite-
se uma prorrogação (60 
meses + 60 meses) em 
caráter excepcional, 
mediante fundamentação 
e autorização da 
autoridade superior. 
 
II) Aluguel de equipamentos 
e programas de 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 22 
 
informática: Prazo 
máximo de 48 meses. 
 
III) Contratos de Concessão 
ou Permissão de Serviço 
Público: Podem ter 
prazos diferenciados, de 
acordo com a lei que 
cuidar do serviço 
delegado, a lei que cuida 
do serviço dará o prazo 
máximo do contrato de 
concessão ou permissão. 
 
b) CLÁUSULAS EXORBITANTES (Art.58): 
 
 - Desigualdade entre as partes no 
contrato, que é válida no contrato 
administrativo. 
 
 Alteração Unilateral do Contrato 
(art.65): 
 
- Se a alteração é feita 
bilateralmente, não há cláusula 
exorbitante. Só a administração 
pode alterar unilateralmente o 
contrato. 
 Extinção Unilateral do Contrato: 
 
- Se quem quer extinguir o 
contrato é o contratado, só 
poderá fazê-lo na via judicial, se 
a Administração não aceitar 
extinguir administrativamente. 
 
 01ª Hipótese: Conclusão do 
Objeto 
 
 02ª Hipótese: Advento do 
Termo Final do contrato (prazo 
final) 
 
 03ª Hipótese: Rescisão 
 
I) Consenso entre as Partes: 
Rescisão Amigável. 
II) Revisão Administrativa: A 
administração rescinde 
unilateralmente o 
contrato, extinguindo-o. 
Hipóteses: 
 
• Razões de Interesse 
Público: Necessidade de 
Indenização para o 
particular. 
 
• Descumprimento de 
Cláusula Contratual: O 
Contratado deverá 
indenizar a 
administração. 
 
• Rescisão Judicial. 
 
 04ª Hipótese: Extinção de 
Pleno de Direito: Por 
circunstancias alheias à 
vontade. Ex. falência. 
 
05ª Hipótese: Anulação: O 
contrato já nasce ilegal. 
 
c) Fiscalização do Contrato 
Administrativo: 
 
- A administração pode até 
intervir na empresa em 
situações excepcionais. 
 
d) Aplicação de Penalidades pela 
Inadimplência de Contratado 
(art.87, Lei 8.666): 
 
I) Advertência; 
II) Multa; 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br|(81) 3221.0406 23 
 
III) Suspensão do Direito 
de Contratar com Poder 
Público, por, no máximo, 
02 anos; 
 
- Obs. No caso de suspensão 
o contratado estará impedido 
de contratar apenas com o 
Ente que aplicou a 
penalidade. 
 
- Obs. Para aplicação de uma 
dessas 03 penalidades será 
feita de forma discricionária 
pelo administrador, não há 
um rol de hipóteses para 
aplicação de cada uma dessas 
penalidades. 
 
IV)Declaração de 
Inidoneidade da Empresa 
pelo prazo máximo de 02 
anos: A Empresa deixa de 
ser idônea e fica 
impedida de contratar 
com todos os entes da 
administração. 
Diferencia-se da 
Suspensão, que é restrita 
ao ente com o qual a 
contratada fez o contrato. 
 
- Obs. Para empresa voltar a 
ser idônea tem que ser 
reabilitada, para que isso 
ocorra devem ser 
preenchidos alguns 
requisitos: Passar o prazo da 
declaração de inidoneidade; A 
contratada deve indenizar os 
prejuízos causados à 
administração (requisitos 
cumulativos). 
 
-Obs. Para aplicação da 
penalidade de declaração de 
inidoneidade da empresa, o 
contratado deve ter praticado 
conduta que seja tipificada 
também como crime. 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
 
CONCEITO: 
 
- Obrigação que tem o Estado de reparar os danos 
causados a terceiros em razão de comportamentos 
lícitos e ilícitos ou atividades materiais. 
 
2.0 - EVOLUÇÃO HISTÓRICA: 
 
2.1 Teoria da Irresponsabilidade do Estado 
(“The King can do not wrong”) 
 
2.2 Teoria da Responsabilidade de Direito 
Privado: 
 
- O Estado respondia desde que se 
demonstrasse a culpa individualizada do seu 
agente, ou seja, a Responsabilidade do Estado 
era idêntica à Responsabilidade do Direito 
Privado. 
 
2.3  Teoria da Responsabilidade de Direito 
Público: 
 
- Surge com o caso “Blanc”, na França, no fim de 
século 19. 
 
A) Teoria da Culpa Administrativa, ou Culpa do 
Serviço ou Culpa Anônima: 
 
- Pregava uma Responsabilidade Subjetiva 
distinta da Responsabilidade subjetiva do 
Direito Privado, na medida em que exigia 
que se provasse uma Culpa Especial do 
Estado, e não mais uma culpa 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 24 
 
individualizada do seu agente, a culpa não 
era mais atribuída ao agente pública, e sim 
uma culpa relacionada ao serviço, que seria 
a Culpa Administrativa, Anônima. 
 
Paul Duez: Haverá Culpa Administrativa 
quando (“Faute du Service”): 
 
 O serviço não funcionou. 
 O Serviço funcionou mal. 
 O Serviço funcionou de forma 
retardada, não célere. 
 
B) Teoria do Risco Administrativo: 
 
- A Atividade do Estado, potencialmente, 
pode produzir riscos aos administrados. 
Obs. A Teoria da Culpa Administrativa 
defende que só haveria responsabilidade 
por atos ilícitos praticados pelo Estado. 
 
- Haveria, então, uma Responsabilidade 
Objetiva, lastreada apenas em um nexo de 
causalidade entre a atuação do Estado e o 
dano ocorrido, sem a necessidade do 
elemento culpa, mesmo que o dano seja 
produzido por Atividade Lícita do Estado. 
 
2.4Responsabilidade do Estado no Brasil: 
 
- Constituição de 1824 No Brasil a Teoria da 
Irresponsabilidade do Estado nunca foi adotada. 
A Constituição de 1824 adotou a Teoria da 
Culpa Administrativa, na qual a 
Responsabilidade do Estado só existiria quando 
prova a culpa deste. 
 
- Constituição de 1946  consagra-se a Teoria 
do Risco Administrativo, com a 
Responsabilidade Objetiva do Estado. 
 
- Constituição Federal de 1988  Adotou as 
duas teorias, a do Risco Administrativo e a da 
Culpa Administrativa. 
 
3.0-Responsabilidade do Estado por Atos 
Comissivos: 
 
3.1 Teoria do Risco Administrativo: 
 
- O Estado sempre responderá objetivamente por 
seus atos comissivos, lícitos ou ilícitos, jurídicos 
ou materiais. 
 
- Comportamento Lícito: 
 
 Jurídico: Produzido em razão de atividade 
jurídica do Estado. Ex. Decreto expedido por 
chefe do executivo; 
 
 Material: Produzido em razão de atividade 
material do Estado. 
 
- Comportamento Ilícito: 
 
 Jurídico: Ex. Auto de apreensão de 
mercadoria sem as formalidades legais. 
 
 Material: Ex. Tortura de um preso por um 
agente carcerário. 
 
4.0- Responsabilidade do Estado por suas 
Omissões: 
 
- STF A Responsabilidade do Estado é Subjetiva, 
fundada na Teoria da Culpa Administrativa. 
 
Responsabilidade objetiva pelas situações em que há 
CUSTÓDIA. 
 
LEI N. 8.112/90 - REGIME JURÍDICO DOS 
SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DA UNIÃO, DAS 
AUTARQUIAS E DAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS FEDERAIS 
 
1) Regime jurídico dos servidores públicos 
 
1.1) Histórico 
 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 25 
 
 Antes de 1988 havia a coexistência 
de regimes. Em uma mesma repartição pública havia 
pessoas submetidas a regimes jurídicos diferentes. 
Existiam ainda os denominados “extranumerários” (sem 
regime). 
 O art. 39 da CF/1988, com redação 
original, passou a prever um regime jurídico funcional 
único para a Administração Pública direta, autárquica e 
fundacional. A CF/1988 não obrigava o estabelecimento 
de regime jurídico estatutário ou celetista. Era 
necessário apenas que o regime funcional fosse único. 
Estava eliminado o problema da coexistência de 
regimes jurídicos funcionais. 
 Em 1998, a EC 19/1998, dentre 
outras coisas, alterou a redação da cabeça do art. 39. A 
partir de então, a regra que obrigava o regime jurídico 
único foi extraída do texto constitucional. Os entes 
federados puderam, desde então, a instituírem mais de 
um regime funcional. Colocava-se fim à obrigatoriedade 
do regime jurídico único. A lei 9.986/2000 foi o primeiro 
ato normativo a tentar criar um quadro de empregos 
públicos (autarquias especiais). 
 Pela medida cautelar deferida na ADI 
2.135, a eficácia original do caput do art. 39 foi 
restaurada. A regra da EC 19/1998, que deu nova 
redação ao art. 39, padeceria de uma 
inconstitucionalidade formal, por afronta ao sistema 
bicameral. A essa decisão foi conferida eficácia ex nunc. 
 Hoje, vigora a obrigatoriedade de 
regime jurídico único, salvo as exceções contempladas 
na própria Constituição. 
 
1.2) Introdução (Lei 8.112/90) 
 
 Artigos 2º e 3º: Servidor é quem 
ocupa cargo público. E cargo público é o conjunto de 
atribuições entregues a um servidor? Em âmbito federal 
o servidor público, em âmbito federal, é o ocupante de 
cargo público. 
 Art. 3º, parágrafo único: 
 Os cargos públicos são acessíveis a 
todos os brasileiros (regra de acessibilidade). A 
Constituição não permite a diferenciação entre 
brasileiros natos e naturalizados, salvo as exceções 
expressamente nela previstas (art. 13, parágrafo 3º, da 
CF/1988). 
 O art. 37, I, da CF/1988: ... assim 
como aos estrangeiros, na forma da lei. O texto original 
da CF não admitia a ocupação, por estrangeiro, de 
cargo, emprego ou função. Essa regra acabou sendo 
excepcionada em 1996, antes do advento da EC 
19/1998, pelo art. 207, parágrafo 1º, da CF/1988 (EC 
11/1996), permitia a admissão de estrangeiros nas 
entidades de ensino federais. Em 1998 essa regra foi 
estendida a outros cargos, na forma da lei. Na forma da 
lei, segundo o STJ, significa dizer que o dispositivo 
constitucional tem eficácia limitada (RMS/STJ 16.923). 
 Os cargos “são criados por lei”. A 
criação de cargos públicos gera repercussão de ordem 
orçamentária. Em geral, pelo princípio do paralelismo 
de formas, um ato somente pode ser extinto por outro 
da mesma natureza. Todavia, por decreto, poderá o 
Presidente da República extinguir funções ou cargos, 
quando vagos (art. 84, VI, “b”), se provido, por lei (art. 
84, XXV). 
 “... vencimento pago pelos cofres 
públicos ...”. É do conceito de cargo a sua remuneração. 
O trabalho gratuito no âmbito da Administração Pública 
é permitido, nos termos da lei (art. 4º),e.g., Lei 
9.608/1998. 
 “... para provimento em caráter 
efetivo ou em comissão”. Em ambos os casos o servidor 
é estatutário. 
 
XXXXXXXXXXXXX Cargo de 
provimento 
efetivo 
Cargo de 
provimento em 
comissão 
I. Quanto à 
possibilidade de 
aquisição de 
estabilidade: 
- É possível. - Não é possível. 
II. Quanto ao 
ingresso: 
- Através de 
concurso 
público. 
- Livre nomeação e 
exoneração, de 
acordo com a lei 
(norma de eficácia 
contida, pois se a lei 
criar o cargo a lei 
poderá conter a 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 26 
 
liberdade de 
nomeação e 
exoneração e.g., 
nível de 
escolaridade, grau 
de parentesco 
[súmula vinculante 
n. 13 do STF]. O STF 
entendeu que a 
restrição, nesse 
último caso, decorre 
diretamente da CF, 
independentemente 
de lei). 
III. Quanto ao 
desligamento: 
- Mediante 
procedimento 
administrativo, 
assegurada a 
ampla defesa 
e o 
contraditório. 
- Livre exoneração. 
IV. Quanto às 
atribuições 
 - Só podem ser 
criados para 
funções de direção, 
chefia e 
assessoramento. 
Não podem referir-
se a funções de 
natureza técnica. 
V. Regime 
previdenciário 
- Regime de 
previdência 
próprio dos 
servidores 
(art. 40, da 
CF/1988) 
- Regime geral de 
previdência social 
(art. 40, parágrafo 
13º). Trata-se do 
servidor, 
extraquadro, que 
ocupa 
exclusivamente 
cargo em comissão. 
 
1.4) Requisitos para a investidura em cargo público (art. 
5º) 
 
 Parágrafo 1º: as atribuições do cargo 
podem justificar a exigência de outros requisitos. Para 
isso deve esse requisito estar previsto em lei (aspecto 
formal). Súmula 686 do STF: só por lei se pode sujeitar 
ao exame psicotécnico a habilitação de candidato a 
cargo público. Além disso, deve-se observar o requisito 
teleológico, ou seja, a exigência deve guardar 
compatibilidade lógica com as atribuições do cargo 
(aspecto material). Súmula 683 do STF: o limite de idade 
para a inscrição e concurso público só é legítima quando 
possa ser justificado pela natureza das atribuições do 
cargo a ser preenchido. 
 
1.5) Provimento e vacância 
 
1.5.1 Formas de provimento (art. 8º) 
 
 Provimento é o preenchimento do 
cargo. 
 Forma originária de provimento: 
nomeação. 
 Forma derivada de provimento: 
promoção, readaptação, reversão, reaproveitamento, 
reintegração e recondução. 
 A ascensão e a transferência são 
inconstitucionais. 
 Súmula 685. 
 
 A) Nomeação 
 
 São fases do provimento: 
 
a.1) Concurso 
 
 Para cargos públicos efetivos o 
concurso será sempre de provas ou de provas e títulos, 
nunca só de títulos. 
 Existe algum direito decorrente da 
aprovação em concurso? 
 Classicamente, é difundida a idéia de 
que a aprovação em concurso gera apenas expectativa 
de direito. Todavia, há decisões proferidas tanto pelo 
STF como pelo STJ em sentido diferente. Esses 
precedentes reconhecem o direito à nomeação até o 
número de vagas previstas no edital, ou seja, o anúncio 
de vagas gera o direito subjetivo de nomeação dos 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 27 
 
aprovados (STF/RMS 23.657). A praxe administrativa do 
“cadastro de reservas” surgiu para contornar essa 
imposição. 
 Pacífico é que a aprovação do 
candidato dá a ele o direito de ver assegurada a ordem 
classificatória da aprovação (súmula 15 do STF). A 
súmula 15 combate o que o professor chama de 
preterição direta (alguém da mesma lista). O STJ decidiu 
que o candidato aprovado prefere a outra pessoa 
contratada emergencialmente ou nomeada em caráter 
precário (STJ/RMS 18.105). O professor considera esse 
entendimento uma forma de se evitar a preterição 
indireta. 
 
a.2) Nomeação 
 
 É considerada forma originária de 
provimento. 
 O provimento se dá com a nomeação 
e a investidura com a posse (artigos 7º e 8º). Uma vez 
nomeado o candidato para o cargo X, este, desde já 
será considerado provido, ou seja, preenchido, dentro 
do prazo de que dispõe o nomeado para tomar posse. 
 O candidato uma vez nomeado terá 
direito à posse (súmula 16 do STF); 
 
a.3) Posse 
 
 O candidato terá o prazo 
improrrogável de 30 dias para a sua posse, momento 
em que se tornará servidor, assumindo os direitos e 
deveres inerentes ao cargo, sendo, nesse momento, 
que se dá a investidura; 
 
a.4) Exercício 
 
 O servidor terá o prazo de 15 dias 
para entrar no exercício do cargo. 
 A inobservância do prazo de 30 para 
a posse torna sem efeito o ato de nomeação (art. 13). O 
candidato não será exonerado porque ainda não é 
considerado servidor. 
 Se o servidor não entrar em exercício 
no prazo de 15 dias o servidor será exonerado. 
 
Estabilidade 
 
 Conceito: é uma garantia dos 
servidores públicos que significa limites ao seu 
desligamento. O estável somente perderá o cargo, se 
não for por vontade própria, em quatro situações (art. 
41, parágrafo 1º, da CF/1988): 
 ◊ em virtude de sentença judicial 
transitada em julgado (decisão judicial que concretize 
regra que preveja essa possibilidade, e.g., art. 92 do CP, 
ato de improbidade etc.). Deve o comando de 
desligamento estar contido no dispositivo da sentença. 
A doutrina aponta como exceção a essa regra o caso art. 
1º, parágrafo 5º da Lei 9.455/96 (lei de tortura); 
 ◊ mediante processo 
administrativo em que lhe seja assegurada a ampla 
defesa; 
 ◊ mediante procedimento de 
avaliação periódica de desempenho, na forma de lei 
complementar, assegurada a ampla defesa (essa lei 
complementar ainda não existe); 
 ◊ art. 169, parágrafo 4º: para 
adequação a patamar inferior ao limite prudencial para 
gastos com pessoal. 
 
Requisitos: 
 ◊ quem ocupar um cargo efetivo 
tendo nele ingresso por concurso público. Essa 
advertência é relevante para evitar que aquele que 
ingresse em cargo efeito sem concurso público obtenha 
a estabilidade; 
 ◊ prazo: 03 anos; 
 ◊ a partir de 1998 surge, em nível 
constitucional, um requisito novo, que é o estágio 
probatório. Antes de 1998 os requisitos eram os 
seguintes: 02 anos (requisito na CF) e estágio probatório 
(requisito infralegal). Antes de 1998, a ausência da 
avaliação não impedia a aquisição da estabilidade, pois 
não ser avaliado era considerado ser aprovado no 
estágio probatório (aprovação tácita). A partir de 1998 a 
avaliação tornou-se obrigatória. Enquanto não avaliado 
o servidor não adquire a estabilidade. A lei 8.112/90 foi 
alterada pela MP 431, de 14 de maio de 2008. Esse 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 28 
 
normativo deu nova redação ao art. 20 para fixar o 
prazo de 36 meses para a duração do estágio de 
probatório. Adaptou-se a lei à nova realidade 
constitucional. 
 
29/08/2008____________________________________
__________ 
 
Vitaliciedade 
 
 Conceito: é um limite ao 
desligamento do servidor público. O vitalício apenas 
pode perder o cargo por sentença judicial transitada em 
julgado, resultante de um processo especialmente 
intentado para fim de desligá-lo. Prazo: 02 anos, a 
exceção de alguns cargos, e.g., desembargador, 
conselheiros de tribunal de contas etc. 
 
B) Readaptação (art. 24) 
 
 Pode um servidor exercer um cargo 
sem estar nele definitivamente investido? Sim. Servidor 
que exerce as funções em caráter excedente inerentes a 
cargo para o qual deveria ser readaptado, mas que não 
se encontra vago (art. 24, parágrafo 2º-A). 
 
C) Reversão 
 
 Trata-se da reversão da 
aposentadoria do servidor inativo, que retorna à 
atividade. 
 Existem dois casos de reversão: 
 - Art. 25, I: retorno do servidor 
aposentado por invalidez permanente pela cessação da 
causa da aposentação; 
 - Art. 25, II: retorno do servidoraposentado voluntariamente no interesse da 
administração (requisitos: aposentação voluntária, 
estabilidade quando na atividade, aposentadoria 
ocorrida há menos de 05 anos, existência de cargo 
vago). 
 
D) Reintegração (art. 28) 
 Retorno do servidor público ao cargo 
de origem decorrente da anulação da sua demissão. 
 O servidor reintegrado tem direito à 
indenização decorrente do período em que permaneceu 
sem receber vencimento. O servidor retorna da 
condição funcional como se nunca tivesse saído, e.g., 
gozando, inclusive, de promoções. 
 Art. 41, parágrafo 2º, da CF/1988. 
 
E) Recondução 
 
 É o retorno do servidor estável ao 
cargo anteriormente ocupado decorrente: da 
inabilitação em estágio probatório relativo a outro 
cargo; reintegração do anterior ocupante. 
 Observação: o STF e o STJ já 
reconheceram a figura da recondução voluntária 
(STF/MS 24.543 e MS 22.933 e STJ/ MS 8.339). 
Recondução voluntária é a possibilidade de o servidor 
retornar ao seu cargo de origem no qual já era estável 
até que seja estabilizado em outro cargo. 
 
F) Aproveitamento 
 
 O aproveitamento sempre vem junto 
da disponibilidade. O modo de provimento é o 
aproveitamento. O não estável, com a extinção do 
cargo, deixa de ser servidor público. O estável será 
colocado em disponibilidade, com direito à 
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até 
que sejam aproveitados. Ou seja, extinto o cargo os 
servidores estáveis serão colocados em disponibilidade, 
com proventos proporcionais, até que a Administração 
Pública encontre um outro cargo de atribuições e 
vencimentos compatíveis com o anteriormente 
ocupado para que tais servidores sejam aproveitados. 
 
1.5.2 Formas de vacância 
 
A) Exoneração 
 
 Desligamento não-punitivo. 
 
B) Demissão 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 29 
 
 
 Desligamento punitivo. 
 
C) Promoção e readaptação 
 
 São formas simultâneas de 
provimento e vacância. 
 
D) Aposentadoria e falecimento 
 
 Formas naturais de vacância. 
 
E) Posse em outro cargo inacumulável 
 
 Para se ocupar outro cargo o 
servidor deve pedir a vacância no cargo anteriormente 
ocupado na forma do art. 33, VIII (e não exoneração) 
para preservar o seu direito de se reconduzir ao cargo 
caso seja reprovado no estágio probatório no novo 
cargo. 
1.6) Sistema remuneratório 
 
 Como contraprestação pelo trabalho 
que presta à Administração Pública o servidor recebe, 
em regra, remuneração. Esta é composta pelo 
vencimento e pelas vantagens pecuniárias. 
 Os agentes políticos percebem 
subsídio. O subsídio é pago em parcela única. 
 
1.6) Regime disciplinar 
 
 O regime disciplinar cuida de regras 
de comportamento do servidor público bem como das 
penas decorrentes da sua inobservância. 
 
1.6.1 Deveres dos servidores públicos (art. 116) 
 
1.6.2 Proibições (art. 117) 
 
1.6.3 Acumulações indevidas de cargos, empregos ou 
funções públicas (art. 118) 
 
 Art. 37, XVI e XVII, da CF/1988: 
 a) Regra geral: não é possível a 
acumulação de cargos, empregos ou funções públicas. 
 b)Exceções: 
◊dois cargos de professores; 
◊1 cargo de professor com 1 
cargo técnico (que exige um curso 
superior qualquer) ou científico 
(aquele que exige um curso 
superior específico); 
◊dois cargos da área da saúde 
com profissão regulamentada; 
◊a Constituição Federal traz mais 
uma hipótese no art. 38, III que 
cuida do caso de servidor 
investido no cargo eletivo de 
Vereador. 
 Para que a acumulação seja possível 
faz-se necessária a observância de duas condições: 
◊limite do teto ou subteto 
remuneratório definido na 
CF/1988; 
◊compatibilidade de horários; 
◊a jornada semanal total não 
pode extrapolar 60 horas. 
 
Questões 
 i) Pode um servidor público acumular 
um emprego privado? 
 Em tese pode, pois não há uma regra 
geral que proíba o servidor público de exercer função 
de natureza privada. Todavia, há preceitos que criam 
restrições, e.g., proibição de exercer cargo de gerência, 
proibição de prática de atos de comércio etc. O art. 117, 
XVIII diz que ao servidor é proibido o exercício de cargos 
incompatíveis com o exercício do cargo ou função e 
com o horário de trabalho. As proibições podem estar 
na lei que regulamenta o regime do servidor ou na lei 
que regulamenta a profissão de natureza privada, e.g., 
estatuto da OAB. 
 ii) Um servidor aposentado pode 
cumular os seus proventos com a remuneração de um 
cargo, emprego ou função pública? 
OAB 2010.2 PREPARAÇÃO ON LINE PARA PRIMEIRA FASE 
Direito Administrativo 
Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
Complexo de Ensino Renato Saraiva | www.renatosaraiva.com.br |(81) 3221.0406 30 
 
 Até 1996 a interpretação do STF era 
a de que não havia restrições. A EC 20/1998 deu nova 
redação ao art. 37, parágrafo 10º. 
 A regra que o servidor aposentado 
não pode acumular proventos com a remuneração de 
cargo, emprego ou função pública. 
 Excepcionalmente, o servidor 
aposentado poderá acumular o seu provento com a 
remuneração de um cargo em comissão, com o subsídio 
de um mandato eletivo ou com a remuneração de um 
cargo que seja acumulável com o que era ocupado 
quando em atividade estava o servidor aposentado. 
 iii) Pode o servidor cumular duas 
aposentadorias do regime próprio de previdência (art. 
40) 
 Em regra não. 
 Excepcionalmente poderá haver a 
cumulação, desde que observado teto remuneratório, 
dos proventos decorrentes de cargos acumuláveis na 
atividade. 
 
1.6.4 Responsabilidade do servidor público (art. 125) 
 
 As sanções civis, penais e 
administrativas poderão cumular-se entre si 
(incomunicabilidade das instâncias). 
 A regra geral é que o resultado de 
um processo em uma instância não repercute no 
resultado de outro de instância diversa. A exceção vem 
prevista no art. 126 do estatuto. 
 
I) Penas administrativas aplicáveis aos servidores 
públicos (art. 127) 
 
i) Advertência (art. 129) 
 É um ato praticado por escrito que 
acaba restando registrado no assento funcional do 
servidor. 
 A advertência será aplicada no caso 
de violação das proibições constantes do art. 117, I 
a VIII e XIX ou de inobservância dos deveres 
funcionais previstos no art. 116. 
ii) Suspensão (art. 130) 
 Pelo período de até 90 dias o 
servidor será afastado de suas atribuições com total 
prejuízo da sua condição funcional (sem 
remuneração, sem contar tempo de serviço etc.). 
 A suspensão poderá ser convertida 
em multa (art. 130, parágrafo 2º), ou seja, no 
período da punição o servidor receberá apenas 50% 
da sua remuneração. 
 Casos que justificam a aplicação da 
pena de suspensão: 
 - Reincidência de falta já punida com 
a advertência; 
 - Violação dos deveres funcionais 
contemplados no art. 117, XVII e XVIII. 
 
Observações: 
 a) A advertência e a suspensão são 
penas que não implicar o rompimento do vínculo do 
servidor com a Administração Pública. 
 b) O art. 131 traz a possibilidade de 
reabilitação administrativa (decurso de 3 anos para 
a advertência e 5 anos para a suspensão). 
 
iii) Demissão (art. 136) 
 É o desligamento do servidor. Além 
de a demissão ocasionar o desligamento do 
servidor, outros efeitos são previstos pela lei, e.g., 
indisponibilidade de bens e o ressarcimento ao 
erário. 
 A demissão incompatibiliza o 
servidor para nova investidura em caro público 
federal pelo prazo de 5 anos (art. 137). 
 Não poderão o ex-servidor retornar 
ao serviço público por violação ao art. 132, I, IV, VIII, 
X e XI. Parcela da doutrina entende que essa regra 
seria inconstitucional, pois a CF/1988 veda a 
aplicação de pena de caráter perpétuo (debate 
orbter dictium em julgamento no STF). Não há 
posicionamento firmado no STF. 
 Casos (art. 132): 
 - Ter o agente cometido crime contra 
a Administração Pública. A Administração Pública 
pode demitir o servidor pela prática de crime contra 
a Administração Pública mesmo antes do trânsito 
OAB 2010.2

Outros materiais