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Síndrome dos Ovários Policísticos

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Síndrome dos Ovários Policísticos 
S.O.P 
• A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é a endocrinopatia mais comum na vida reprodutiva da mulher 
e a causa mais comum de hiperandrogenismo, anovulação crônica, hirsutismo e infertilidade por fator 
ovulatório. 
EPIDEMIOLOGIA 
• Prevalência de 5 a 10% das mulheres em idade reprodutiva 
• Representa de 30 a 40% dos casos de infertilidade feminina. 
• É encontrada em aproximadamente 80% dos casos de hiperandrogenismo em mulheres 
• Pode ser identificada em aproximamente 90% das pacientes com ciclos irregulares 
FISIOPATOLOGIA 
 
 
 
• Alterações na liberação pulsátil de GnRH podem resultar em aumento relativo na biossíntese e na secreção de 
LH versus FSH. 
o O LH estimula a produção androgênica ovariana, enquanto a escassez relativa de FSH evita a estimulação 
adequada da atividade da aromatase dentro das células da granulosa, reduzindo, consequentemente, a 
conversão de androgênio em estrogênio potente, o estradiol. 
o A anovulação em mulheres com SOP caracteriza-se por secreção inadequada de gonadotrofinas. 
• Níveis elevados de: 
o Androgênios intrafoliculares resultam em atresia folicular. 
o Os níveis circulantes de andrógenos contribuem para anormalidades nos perfis lipídicos das pacientes e 
para o desenvolvimento de hirsutismo e acne. 
o Os níveis séricos androgênios (principalmente androstenediona) são convertidos a estrogênios 
(principalmente estrona) na periferia. Como a conversão ocorre principalmente nas células estromais do 
tecido adiposo, a produção estrogênica será maior em pacientes obesas com SOP. 
• A resistência insulínica causada por anormalidades genéticas e/ou aumento do tecido adiposo contribui para a 
atresia folicular nos ovários e para o desenvolvimento da acantose nigricante na pele. 
• A ausência de desenvolvimento folicular resulta em anovulação e subsequente oligomenorreia ou amenorreia. 
• A base da fisiopatologia da SOP é o hiperandrogenismo 
o Causas 
− Desregulação da enzima formadora de androgênios nas adrenais e nos ovários (citocromo P450c17 ou 
CYP 17) 
✓ Cliva o colesterol sintetizando a pregnenolona; 
✓ Participa da conversão de pregnenolona em 17 OH-pregnenolona; 
✓ Participa da conversão de 17 OH-pregnenolona em DHEA e androstenediona. 
− Alterações periféricas na sensibilidade, disponibilidade e no clearance de androgênios. 
− Inibição da secreção e pulsatilidade do FSH. 
− Alteração nos pulsos de GnRH com aumento dos níveis de LH. 
− Alterações na atividade da aromatase (diminuição da atividade da aromatase ovariana e aumento da 
atividade da aromatase periférica). 
− Alterações na atividade da 5 alfa-redutase. 
− Redução da produção de SHBG. 
o Efeitos 
− Maior produção ovariana de androgênios (principal). 
− Maior produção adrenal de androgênios. 
− Aumento da relação LH:FSH. 
− Aumento da testosterona livre e total. 
− Aumento das frações livres de androgênios e estrogênios circulantes. 
− Aumento da atividade androgênica. 
− Inibição da maturação folicular 
Relação da obesidade e a SOP 
Pode interferir no processo ovulatório por três mecanismos 
 
 
I. Aumento da aromatização periférica de androgênios em estrogênios (estrona); 
II. Inibição da síntese hepática de SHBG, o que resulta no aumento da fração livre de estradiol e testosterona; 
III. Aumento dos níveis de insulina que, por sua vez, atua de forma sinérgica com as gonadotrofinas (LH) e 
estimulam a síntese de androgênios pelas células da teca no estroma ovariano. 
Relação da resistência à insulina e a SOP 
• A insulina altera a esteroidogênese ovariana de forma independente da secreção de gonadotrofinas na 
SOP. 
• A insulina inibe a produção hepática de SHBG (Globulina Carreadora dos Hormônios Sexuais) e da IGF-1, 
levando ao aumento das frações livres hormonais de androgênios e estrogênios. 
o Os IGF-1 parecem ser mais encontrados nas células da teca e, quando estimulados, determinam maior 
produção de androgênios neste setor (androstenediona e testosterona), dificultando o crescimento 
folicular e resultando em anovulação 
o A conversão periférica de androgênios em estrona se mantém, e como a SHBG está diminuída, há maior 
concentração de estrona, que estimula a secreção de LH e este, consequentemente, estimula as células 
tecais, fechando um ciclo de estímulo hiperandrogênico. 
QUADRO CLINICO 
• Irregularidade menstrual 
o Oligomenorreia / Amenorreia 
o Sangramento Uterino Disfuncional 
• Hiperandrogenismo 
o Hirsutismo: É a proliferação de pelos em distribuição 
masculina em regiões como o buço, mento, colo, 
periareolar, ao longo da linha Alba no abdome inferior, 
braços, pernas e costas. 
− O aumento nos níveis de androgênios desempenha 
papel importante na determinação do tipo e da 
distribuição de pelos. 
− Dentro de um folículo piloso, a testosterona é 
convertida em Di-hidrotestosterona (DHT) pela 
enzima 5-alfa-redutase. Embora tanto a 
testosterona como a DHT convertam pelos finos, 
curtos e não pigmentados em pelos ásperos, a 
DHT é mais eficaz que a testosterona. A conversão 
é irreversível e apenas os pelos de áreas sensíveis a androgênios são alterados dessa formarm pelos 
terminais. 
o Alopecia Frontal: É caracterizada pelo afinamento do pelo na região sagital do couro cabeludo e os fios tornam-
se ralos nas partes frontal e frontoparietal. 
− Envolve excesso de atividade da 5 alfa-redutase no folículo piloso, resultando em aumento nos níveis de DHT. 
o Acne Vulgar e Seborreia: envolve quatro fatores: bloqueio da abertura folicular por hiperceratose, produção 
excessiva de sebo, proliferação de Propionibacterium acnes comensal e inflamação. 
 
 
• Obesidade: As mulheres obesas com a síndrome dos ovários policísticos possuem um fardo adicional de resistência 
à insulina, devido à sua adiposidade. 
• Resistência à insulina: estimula a produção ovariana de andrógenos, inibe a produção hepática de globulina 
ligadora de hormônios sexuais, que aumenta os níveis de testosterona livre, e impede a ovulação por atuar diretamente 
no folículo ou aumentar indiretamente os androgênios. Por isso, a importância de intervenções que inibam a liberação 
insulínica e melhora da sensibilidade à insulina, pois essas intervenções auxiliam na diminuição dos níveis de 
andrógenos nas células da teca 
• Acantose Nigricans: É uma afecção cutânea que cursa com manchas hiperpigmentadas, espessada 
(hiperqueratinização), aveludada, saliente e às vezes verrucosa localizadas em nuca, axila, virilha e fossa antecubital. 
A proliferação dos queratinócitos é provocada pela hiperinsulinemia e pelo excesso de ligação de insulina sérica aos 
receptores IGF-1 nos tecidos periféricos 
• Dislipidemia 
• HAS 
• Infertilidade: Ocorre nas mulheres com SOP devido uma anovulação provocada por um defeito no desenvolvimento 
dos folículos, sendo a maioria dos ciclos anovulatórios, que podem causar irregularidade ou falta de ovulação. 
• Aborto precoce 
• Complicações na gravidez 
• Apneia Obstrutiva do Sono 
• Distúrbios psicológicos: Tem associação com fatores que repercutem negativamente sobre a aparência física, 
feminilidade e fertilidade, manifestando-se em uma fase crítica da vida em que questões como encontrar um parceiro, 
iniciarem a vida sexual, casar e constituir família são primordiais, gerando, portanto, grande ansiedade e desajustes em 
nível psicossocial. As mulheres com SOP têm maiores chances de desenvolver ansiedade, estresse, depressão, 
transtornos afetivos e insatisfação sexual que comprometem sua qualidade de vida. 
FATORES DE RISCOS 
• Síndrome metabólica 
• Genética 
• Hábitos de vida 
• Menarca tardia 
• Desequilíbrio hormonal 
• Resistência insulínica 
• Diabetes Mellitus tipo II 
• Apneia 
• Obesidade. 
• HAS 
 
 
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS 
→ Presença de 12 ou mais folículos de 2-9mm ou volume ovariano maior de 10cm3 
→ O ovário passou de 9 está aumentado 
 
• EXAME FÍSICO 
oMedida da pressão arterial; 
o IMC 
− 25-30: sobrepeso; 
− acima de 30: obesidade; 
o Relação cintura-quadril: acima de 0,72:anormal, risco cardiovascular elevado; 
o Presença de sinais de hiperinsulinemia ou resistência à insulina (acantose nigricans); 
o Presença de sinais de hiperandrogenismo: acne, hirsutismo (escore de Ferriman acima de oito), 
alopecia. 
• EXAMES LABORATORIAIS 
o Hormônio Estimulante da Tireoide (TSH) 
o FSH e LH: Concentrações séricas de LH geralmente encontram-se elevados e de FSH normais ou baixos 
o Prolactina: Níveis elevados de prolactina levam à anovulação por meio da inibição da secreção pulsátil de GnRH pelo 
hipotálamo. 
o Testosterona Total 
o Lipidograma (colesterol total, frações e triglicerídeos) 
o Sulfato de Desidroepiandrosterona (SDHEA): O SDHEA é produzido exclusivamente pelas glândulas adrenais. 
Portanto, níveis acima de 700 mcg/dl sugerem a presença de neoplasias suprarrenais 
o Excreção de cortisol livre na urina de 24 Horas ou Cortisol Plasmático: A síndrome de Cushing 
o Dosagem de gonadotrofinas 
o Dosagem de progesterona na fase lútea média 
o Avaliação de resistência à insulina e hiperinsulinemia compensatória 
• EXAMES DE IMAGEM 
o USG pélvica transvaginal 
TRATAMENTO 
O tratamento da paciente com SOP depende do objetivo final e da gravidade da disfunção endócrina: 
• CONTROLE DA IRREGULARIDADE MENSTRUAL; 
 
 
As irregularidades menstruais devem ser tratadas, pois a cronicidade de ciclos anovulatórios está associada 
ao desenvolvimento de hiperplasia e da neoplasia endometrial 
o Anticoncepcionais orais (aco) 
o Progestogênios 
o Metformina 
o Agonistas do GnRH 
 
• TRATAMENTO DO HIRSUTISMO; 
O tratamento endocrinológico do hirsutismo deve ser realizado em conjunto com tratamentos dermatológicos 
quando estes não forem eficazes isoladamente. 
o Anticoncepcionais Orais e progestogênios 
o Antiandrogênios 
o Espironolactona 
o Acetato de ciproterona 
• OBESIDADE E RESISTÊNCIA INSULÍNICA 
o Metformina 
• INFERTILIDADE 
o A perda de peso pode melhorar os níveis de andrógenos circulantes, juntamente com o fornecimento 
de inúmeros outros benefícios metabólicos para as pacientes com SOP. 
o Citrato de clomifeno 
Medicações 
 ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E PROGESTOGÊNIOS: Os Anticoncepcionais Orais diminuem os níveis 
plasmáticos de testosterona por reduzirem os níveis de gonadotrofinas séricas, aumentarem a globulina 
ligadora de gonadotrofinas (globulina ligadora da testosterona) e diminuirem modestamente os níveis de 
sulfato de deidroepiandrostestosterona 
 METFORMINA: Eleva a sensibilidade à ação da insulina, diminuindo a produção hepática de glicose e 
aumentando sua captação periférica 
 ESPIRONOLACTONA: é um antagonista da aldosterona que apresenta ação antiandrogênica moderada e 
ação progestogênica fraca 
 ACETATO DE CIPROTERONA: Age ligando-se ao receptor androgênico e inibindo a biossíntese de 
androgênios; além disso, o potente efeito progestogênico que apresenta inibe a secreção de gonadotrofinas 
que é induzida pela baixa concentração de testosterona. 
 CITRATO DE CLOMIFENO: induz a ovulação em mulheres com SOP. A sua atividade antiestrogênica no 
hipotálamo induz a liberação de GnRH, aumentando a secreção do FSH pela hipófise

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