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Linfedema - Cirurgia Vascular (Resumo)

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1 CC3 – CIRURGIA VASCULAR RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
Linfedema 
SISTEMA LINFÁTICO 
• Características gerais: 
o O sistema linfático é um sistema paralelo ao sistema 
circulatório (sistemas arterial e venoso) 
o É constituído por uma imensidão de vasos semelhantes 
às veias, os vasos linfáticos, que se distribuem por todo o 
corpo e recolhem o líquido tissular (que sobra no 
interstício nas trocas metabólicas) 
▪ O mais importante é o ducto torácico, que 
desemboca na veia subclávia esquerda 
o O líquido tissular, então, é filtrado e reconduzido à 
circulação sanguínea 
o O sistema linfático é constituído pela linfa, vasos e 
órgãos linfáticos 
• Fisiologia: 
o Os capilares sanguíneos perdem proteínas em todo o organismo (nas trocas no interstício sobra um pouco de 
líquido e um pouco de proteína) → A drenagem linfática é indispensável para transportar essas proteínas e 
esse líquido de volta para o sistema venoso 
o A composição do líquido que circula nos vasos linfáticos é muito semelhante a do sangue, porém não possui 
hemácia, é claro e incolor (exceto no intestino que tem absorção de muita gordura) 
▪ Como o sangue, a linfa também possui fatores de coagulação → Então, se o vaso linfático for agredido por 
uma infecção ou traumatismo, pode gerar lesão endotelial e coagulação dentro dele com destruição 
• Estrutura de um vaso linfático: 
o É um vaso que possui válvulas como as veias e é bastante semelhante ao sistema venoso 
o Os capilares linfáticos têm endotélio, os vasos linfáticos têm 3 camadas (assim como as artérias e as veias), os 
troncos têm túnica adventícia mais reforçada por tecido conjuntivo e musculatura lisa 
 
PROF. LEONARD ROELKE 
 
2 CC3 – CIRURGIA VASCULAR RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
LINFEDEMA 
• Fisiopatologia: 
o A capacidade de drenagem diária máxima do sistema linfático é em torno de 30 litros, mas em condições de 
normalidade ele retira de 2 a 3 litros por dia 
o O linfedema pode ocorrer quando há obstrução do sistema linfático, que pode ser em 3 níveis 
▪ Aplasia → Paciente nasce sem sistema linfático 
▪ Hipoplasia → Paciente nasce com pouco sistema linfático 
▪ Hiperplasia → Apesar de o paciente ter muitos vasos linfáticos, eles são todos anárquicos e não têm 
funcionalidade nenhuma 
o O linfedema também pode acontecer quando os limites de drenagem fisiológica do sistema são extrapolados 
(acima de 30 litros por dia) 
CLASSIFICAÇÃO 
• Linfedema primário ou congênito: 
o Hereditário ou Doença de Milroy → Paciente já nasce com insuficiência do sistema linfático, que pode ser por 
pouco vaso, nenhum vaso ou muito vaso, porém sem função 
o Congênito simples → Idêntico à Doença de Milroy, mas não tem o padrão hereditário 
▪ Precoce ou pré-puberal → Mais grave e piora com a puberdade 
▪ Tardio ou pós-puberal → Ex.: Mulher quando chega na puberdade tem uma explosão de hormônios novos 
e começa a reter mais líquido (se ela possui pouco linfático na perna, vai começar a reter mais líquido e 
desenvolver edema tardio ou pós-puberal) 
• Linfedemas secundários: 
o São mais comuns 
o Pode ocorrer por várias etiologias 
▪ Filariose, tuberculose ou sífilis 
▪ Linfangites → Infecção do linfático, podendo destruir pela infecção ou coagular pela agressão ao endotélio 
▪ Erisipelas → Infecção da pele, que está perto do linfático, causada por estreptococos beta hemolítico 
▪ Lesões teciduais locais (como queimaduras e fraturas) 
▪ Metástases de tumores malignos 
▪ Ressecção cirúrgica de gânglios e vasos linfáticos (mais comum é o esvaziamento axilar pós-mastectomia) 
▪ Fibrose após radioterapia 
GRAUS DE LINFEDEMA 
O linfedema é um edema que aparenta poupar dedos e calcanhar (fica mais no dorso do pé e no tornozelo, porque o 
tecido é mais frouxo, então fica mais inchado que as outras regiões. 
• Linfedema de Grau I: 
o É o linfedema em fase inicial 
o Se o pé do paciente for colocado para cima, a gravidade ajuda a fazer a drenagem do líquido e o edema some 
 
3 CC3 – CIRURGIA VASCULAR RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
• Linfedema de Grau II: 
o Com o decorrer do tempo, a presença de proteína no interstício começa a causar reação inflamatória, 
surgimento de fibroblastos e fibrose 
o A partir do tempo que tem um edema com fibrose, ele não é mais reversível com repouso 
o Então, dá para diferenciar os graus de linfedema colocando o pé do paciente para cima por um tempo 
▪ Se o edema reverte → Linfedema de grau I 
▪ Se o edema não reverte → Linfedema de grau II (já tem fibrose) 
• Linfedema de Grau III: 
o É a elefantíase 
o Padrão fibrótico mais avançado, que gera deformidades 
TRATAMENTO 
• Tratamento conservador: 
o O mais importante é cuidar da higiene da pele para evitar rachaduras e Tinha pedis, que é porta de entrada 
para as erisipelas (piora o quadro de linfedema) 
o Também é de extrema importância no tratamento de linfedema fazer o paciente entender que o problema é 
dele e que só depende dele para tratar, inclusive com a fisioterapia 
o Fisioterapia dedicada à linfedema é o que mais ajuda o paciente → Drenagem linfática, compressão 
inelástica, compressão pneumática intermitente, eletroestimulação etc. 
▪ Objetivos → Melhora da Drenagem Linfática, melhora e manutenção da amplitude de movimento, 
melhora e manutenção da força muscular e a prevenção de complicações 
o Linfedema é uma doença que tem quer aderência do paciente e acompanhamento pelo menos 3x por 
semana por um fisioterapeuta 
o Medicamentos* → Drogas linfocinéticas, diuréticos, antibióticos, anti-inflamatórios, corticoides, heparina 
▪ Objetivos → Combater as infecções e inflamações, além de redução do edema através do aumento do 
fluxo linfático 
▪ * OBS.: Professor não mencionou, mas tinha nos slides 
• Tratamento cirúrgico: 
o Não é muito usado, professor não mencionou

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