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Microcirculação - Cirurgia Vascular (Resumo)

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1 CC3 – CIRURGIA VASCULAR RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
Microcirculação 
INTRODUÇÃO 
• Conceito: 
o Microcirculação é um termo que se aplica em 2 conceitos (um anatômico e um funcional) 
▪ O conceito anatômico de microcirculação se refere a todos os vasos (sanguíneos e linfáticos) com calibre 
inferior a 400 micra 
▪ O conceito ligado à função fala que toda estrutura macrovascular do organismo existe para atender os 
processos funcionais que ocorrem na microcirculação 
• Anatomia: 
o A microrrede é dividida em 3 sistemas (sistema de oferta, sistema de troca e sistema de drenagem) 
▪ Sistema de oferta é composto por arteríola, meta-arteríola e esfíncter capilar 
▪ Sistema de troca é composto por capilar, pré-vênula, linfáticos e interstício 
▪ Sistema de drenagem é composto por pré-vênula, vênula e linfático 
o Do ponto de vista anatômico, só existe esfíncter capilar na origem do capilar (após a arteríola), não há 
“esfíncter pós-capilar” 
o Existem capilares verdadeiros (que são perfundidos temporariamente) e capilares preferenciais (que são 
perfundidos o tempo todo) 
▪ Capilares preferenciais podem soltar capilares verdadeiros 
o A pré-vênula se diferencia da vênula pela quantidade de camada/músculo que ela tem, podendo ter ainda 
alguns papéis de troca que a vênula não tem 
o Existem comunicações interarteriolares, intervenulares e arteriolovenulares 
▪ As comunicação arteriolovenulares possui regulação hipotalâmica e está relacionada fundamentalmente à 
controle de temperatura 
FISIOLOGIA DA MICROCIRCULAÇÃO 
• Fisiologia da regulação: 
o A microrrede é regulada por 4 mecanismos (metabólico, neural, humoral e hormonal) 
▪ Metabolismo → Determina a dilatação de praticamente todo o território da microrrede 
▪ Neural → Depende do neurorreceptor que compõe a parede da célula que compõe a parede vascular 
❖ Predomínio de α → Efeito constrictivo 
❖ Predomínio de β → Efeito dilatador 
▪ Humoral → Representado por histamina, bradicinina, serotonina e prostaglandinas 
▪ Hormonal → Representado principalmente pela função do hormônio tireoidiano (dilatação) 
• Fisiologia das trocas: 
PROF. ANTÔNIO AUGUSTO 
 
2 CC3 – CIRURGIA VASCULAR RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o Difusão → Permite que a concentração de certos solutos se iguale nos 2 meios através de uma membrana 
semipermeável (seletiva) 
o Gibbs-Donnan → Inclui as soluções coloides e não só cristaloides como na difusão 
o Microfagocitose → Células fagocitam/englobam partículas pequenas sólidas 
o Micropinocitose → Células fagocitam/englobam partículas pequenas líquidas 
o Emeiocitose → É o “vômito celular” (eliminação das escórias que a célula produz) 
• Fisiologia da hemodinâmica: 
o Mecanismo de Starling → Fala da pressão efetiva de filtração (forças que fazem sair líquidos menos forças 
que fazem entrar líquidos) 
▪ Forças que fazem sair líquido → Pressão hemodinâmica e pressão oncótica do tecido 
❖ Ex.: Pessoas com hipertensão, desnutrição ou anemia podem inchar as pernas 
▪ Forças que dificultam a saída de líquido → Pressão oncótica do plasma e pressão tecidual 
❖ Ex.: Uso de meia elástica aumenta pressão tecidual para impedir edema nas pernas 
o OBS.: Em um território microcirculatório (arteríola, capilar e vênula), por estímulo sensorial de contração, a 
arteríola é a primeira a contrair (por possuir mais receptores e mais músculos), depois a vênula e o capilar 
▪ A partir disso, inicia o metabolismo anaeróbio, que vai estimular a dilatação, onde a arteríola (por precisar 
de mais oxigênio e ser mais sensível à queda de PO2) é a primeira a dilatar 
▪ Qualquer acometimento que gere aumento da pressão no capilar, vai gerar uma resposta constrictora na 
arteríola, meta-arteríola e esfíncter 
o Estase hemodinâmica microcirculatória é o sangue circulando lento no microvaso de forma insuficiente para 
cumprir suas funções naquela microrrede (difusão prejudicada) 
▪ Ela pode ser hipotensiva ou hipertensiva (ambas geram problema de nutrição) 
❖ Hipotensiva é quando chega no capilar com pressão + baixa, que ocorre por problemas de oferta (da 
arteríola). Isso gera uma velocidade baixa no meio de troca, então iguala rapidamente os meios 
❖ Hipertensiva é quando ela chega no capilar com pressão mais alta, mas fluindo lento, causada por 
qualquer distúrbio de retorno venoso (Ex.: Insuficiência venosa crônica) 
• Fisiologia da hemorreologia: 
o Relacionada à fluidez do sangue, que é determinada por: 
▪ Viscosidade → Tanto do vaso quanto do sangue total são importantes 
▪ Calibre vascular → Edema da parede vascular, rigidez da parede vascular (impede complacência) etc. 
gerarão fluxo diminuído 
▪ Velocidade de fluxo → Objeto de estudo da hemorreologia. Pode aumentar tanto por vasodilatação 
periférica quanto por aumento de força de ejeção do ventrículo 
▪ Elementos figurados 
o No ponto de vista de força dinâmica do sangue, no centro da luz do vaso há mais força e à medida que se 
aproxima da periferia vai ficando com menos força 
▪ Em vasos de grande calibre, as hemácias fluem mais no centro da corrente e com forma 
discoide/bicôncava 
 
3 CC3 – CIRURGIA VASCULAR RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
▪ À medida que diminui o calibre dos vasos, as hemácias vão se modificando para forma de elmo 
o À medida que diminui a velocidade do fluxo sanguíneo e as hemácias vão se empilhando, elas vão assumindo 
de novo sua forma bicôncava 
o Situações em que a morfologia dos elementos figurados do sangue possa mudar (Ex.: DM tem hemácia rígida) 
podem também diminuir o fluxo sanguíneo 
CONCEITOS LIGADOS À ATIVIDADE MICROCIRCULATÓRIA 
• Vasomotricidade: 
o É uma propriedade/capacidade de variar o seu tamanho/calibre de acordo com estímulo específico 
▪ Ex.: Estímulo vasoconstritor → Fecha 
o Com essa variação de calibre, varia também o volume de sangue que passa nesse vaso 
o Para isso é preciso de fibra muscular e fibra vasomotora (capilar não possui fibra nervosa motora nem fibra 
muscular, então não tem vasomotrocidade) 
• Vasomoção: 
o É um fenômeno em que se vê a microrrede respondendo aos vários estímulos que controlam suas 
características morfológicas 
o Representa o principal mecanismo de como um determinado território recebe sangue em cada momento 
• Hemometacinesia: 
o É o fenômeno de tirar de quem tem mais para oferecer para quem precisa mais (“Robin Hood”) 
o Deslocamento de sangue de um território para outro 
o Ex.: Após alimentação, vasos esplâncnicos dilatam, enquanto há estímulos vasoconstrictores em outros 
locais, como no cérebro, gerando o sono que sentimos depois de comer 
SEMIOLOGIA DA MICRORREDE 
Se não houver alteração de cor, temperatura e turgor antes do quadro sintomatológico, não será vascular. 
• Variação da cor: 
o Rubor, palidez, eritrocianose, cianose e negror 
o Vai do rubor ao negror, sendo o rubor o estágio de maior oferta de sangue e o negror de menor oferta, entre 
esses extremos ainda passa por estágios de piora progressiva da oferta (palidez, eritrocianose e cianose) 
o Eritrocianose → Sangue em tom vinhoso com máximo de 5% de hemoglobina reduzida 
▪ Independe de problema diretamente na microcirculação 
▪ Pode ser causada por problema na circulação geral, cardiovascular ou hematológico 
o Cianose → Sangue roxo (mais de 5% de hemoglobina reduzida) 
o Tanto eritrocianose quanto cianose podem ser móveis ou fixos 
▪ Móvel → Com uma pressão, a cor varia e depois volta ao que estava 
▪ Fixa → Não altera a cor ao pressionar (estado de trombose microcirculatória) 
o Negror → O tecido morre, a hemoglobina fica presa e o radical heme deteriora, liberando o radical ferroso, 
que entra em contato com mucopolissacarídeos fosfatados, gerando sulfato ferroso e deixando preta a pele 
 
4 CC3 – CIRURGIA VASCULAR RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
• Variação da temperatura:o Hipertermia → Aumento da temperatura associado à grande quantidade de sangue presente numa região 
o Hipotermia → Queda da temperatura quando há déficit de oferta de sangue local (seja por trombos ou 
problema direto da microcirculação) 
o Frialdade → Temperatura gélida (como o cadáver depois de 2 horas). É uma situação de falta de sangue/calor 
muito avançada (obstrução arterial intensa) 
• Variação do turgor: 
o Avalia o grau de hidratação do tecido 
o Pode haver um estado de hiper-hidratação ou de desidratação 
▪ Hiper-hidratação → Pode ser dificuldade de drenagem ou dilatação máxima de oferta 
❖ Pode ser de natureza ativa (arteríola, meta-arteríola e esfíncter em dilatação ofertando mais sangue) 
❖ Pode vir de fenômenos congestivos (edema) 
▪ Desidratação → Sempre ligada à problema de oferta de sangue para a microrrede

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