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6 meses: linfonodos podem ser palpados em região cervical e occipital, em função da ocorrência de infecção de vias aéreas superiores que os estimulam. 1 ano: a palpação pode ocorrer em uma situação que não é comum a possibilidade de palpar um recém nascido, nesses casos é preciso investigar causas neoplásicas. Infância: a resposta hiperplásica do linfonodo tende a ser mais imediata e intensa que no adulto, mas à medida que a criança cresce os mecanismos de defesa tornam-se mais específicos e a reatividade ganglionar tende a ser menos intensa e mais localizada. na infância Adenomegalias Layane Silva Linfonodos são unidades anatômicas encapsuladas, distribuídas ao longo dos vasos linfáticos, de estrutura altamente organizada e dinâmica, que apresentam grande flutuação no seu tamanho, especialmente nas crianças, considerando que estão expostas a diversos vírus e bactérias. O corpo humano possui em torno de 600 nódulos linfáticos, localizados principalmente nas regiões da cabeça e pescoço, occipitais, auriculares, submandibulares, axilares, supraclaviculares, inguinais e epitrocleares. Linfonodos fazem parte do sistema vascular linfático (artérias, veias e linfonodos), cuja função é de reação inflamatória, produção e ativação, podendo ser local de infecção, no entanto, eles crescem ao longo do tempo, por isso, o principal órgão linfóide na infância é o timo. anatomia Neonatos: os linfonodos não são palpáveis pois é uma fase em que há pouca estimulação antigênica. O tecido linfóide é composto pelo baço, amígdalas, adenóides e placas de Peyer que realizam a depuração dos antígenos provenientes do fluido extracelular, esse tecido aumenta rapidamente na infância com a exposição a antígenos, alcançando dimensões do adulto em torno dos 6 anos, tendo pico máximo de crescimento no período pré- puberal, ocorrendo, posteriormente, involução. Em função disso, as crianças tem resposta linfóide mais rápida e mais exacerbada em comparação aos adultos, e, entre 6-9 anos, prevalece o maior tamanho dos linfonodos, coincidindo com o crescimento de adenóides e amígdala, o que provoca amigdalites frequentes. linfonodos > 2-3 cm sugerem malignidade ou doença granulomatosa. 5-25% dos RN tem quadro de linfonodomegalia, que pode estar associada com patologia grave. 75% das linfonodomegalias periféricas são localizadas e > 50% são observadas na região de cabeça e pescoço, associados a doença específica na região de drenagem linfática e não necessitam de investigações adicionais. 25% dos casos são linfonodomegalias generalizadas relacionadas a uma doença de base (infecções, doenças autoimunes e neoplasias malignas). maior incidência entre 4-8 anos (pico de crescimento). incidência anual das linfonodomegalias inexplicadas é de 0,6% na atenção primária, e 1,1% estão relacionados às malignidades. a prevalência de malignidade cresce para 17%, e alcança 40-60% nos pacientes com elevada suspeita de câncer. LINFONODOMEGALIA: aumento do volume dos linfonodos > 1 cm, pode indicar (1) processo transitório, autolimitado, que se resolve sem sequelas (Ex.: infecção de via aérea superior, otite ou sinusite) ou (2) manifestação primária de uma patologia grave. Usualmente o tamanho normal do linfonodo é < 1 cm de diâmetro, mas em crianças (2-10 anos) geralmente os linfonodos normais são maiores em tamanho. A avaliação e o seguimento clínico constante e seriado dos pacientes é fundamental para tentar definir a etiologia da linfonodomegalia em uma consulta inicial e decidir quais casos são de risco para doenças neoplásicas ou graves. LINFADENITE: linfonodomegalia associado a processos inflamatórios e, consequentemente, sinais flogísticos, como dor, rubor, calor, tumor/edema e perda de função (Ex.: neoplasias, leucemia e linfoma). ADENITE SATÉLITE: ocorre em processos inflamatórios, virais ou bacterianas, predominam na prática clínica, tem consistência fibroelástica e sinais flogísticos, geralmente, em localização supraclavicular, sendo anormais quando poplíteos e ilíacos ou se estiverem endurecidos. conceitos O linfonodo e seu sistema de vasos são responsáveis pela drenagem de líquidos e células de defesa que levam o estímulo antigênico para eles, que o replicam, assim, ocorre o carreamento do antígeno para o linfonodo ou para um processo próximo, na sua área de drenagem. etiopatogenia Layane Silva linfonodomegalias de etiologia maligna ocorrem por proliferação dos componentes intracelulares, como nos linfomas de Hodgkin (LH) e não-Hodgkin (LNH) ou por proliferação de células que infiltram ou determinam metástases, como nas leucemias e tumores sólidos. linfomas são o terceiro câncer mais frequente nas crianças, após as leucemias e os tumores do SNC, mas é a malignidade mais comum da cabeça e pescoço. tumores sólidos (neuroblastoma, rabdomiossarcoma, carcinoma de nasofaringe e carcinoma de tireóide) podem causar metástase emlinfonodos periféricos. a prevalência do diagnóstico de malignidade na população pediátrica com linfonodomegalia periférica é baixa (< 1%), mas entre 5-18 anos, a neoplasia maligna é a primeira causa de óbitos, excetuando-se aqueles provenientes de causas externas (acidentes e violência). O mecanismo de aumento dos linfonodos inclui: (1) proliferação de linfócitos e histiócitos (estímulo antigênico) e (2) infiltração por células extrínsecas. Assim, os linfonodos replicam e aumentam através do seguintes processos: hipertrofia, ingurgitação (aumento da vascularização) e formação de edema - além disso, pode haver supuração (destruição da bactéria no linfonodo, gerando secreção purulenta) e transformação maligna (estímulo neoplásico por infiltração de células extrínseca). A linfonodomegalia periférica é comum na pediatria e, na maioria dos casos, é uma etapa de crescimento normal do tecido linfóide ou reação secundária às doenças benignas da infância, assim, eles podem aumentar de volume por proliferação de células intrínsecas (linfócitos T e B, plasmócitos e células dendríticas) e/ou por infiltração de células extrínsecas. Quando apenas observar? Quando medicar com antibiótico ou anti-inflamatório? Quando proceder a investigação imediata? Quando biopsiar? Linfonodomegalia é a condição na qual o linfonodo apresentam aumento no tamanho, podendo estar associado a alterações na consistência ou em número, cuja avaliação deve considerar a idade do paciente, tamanho, características e localização do linfonodo, sua evolução e sinais/sintomas inflamatórios ou sistêmicos associados. Na criança, um grupo heterogêneo de doenças pode cursar com linfadenomegalias, entre eles doenças do sistema imunológico, patologias infecciosas e doenças neoplásicas - frequentemente, são respostas passageiras a infecções benignas. Deve-se seguir as 4 questões: 1. 2. 3. 4. fatores importantes para avaliação linfonodomegalia que < 2 semanas ou que não aumenta de tamanho há > 1 ano tem probabilidade de malignidade é muito baixa. AGUDA: quando a duração for < 2 semanas; SUB-AGUDA: se persistir por 2-6 semanas; CRÔNICA: caso persista por > 6 semanas. Em geral, o linfonodo regride em 4-8 semanas, mas o ponto de corte arbitrário é de 4 semanas para indicação de biópsia. I. tempo de duração e evolução Incluem febre inexplicada, perda de peso, astenia, sangramentos, palidez, dor óssea ou articular inexplicadas, sudorese noturna, prurido constante, dor abdominal recorrente e inexplicada, visceromegalias - estes sintomas podem indicar doenças generalizadas ou neoplasias). II. SINAIS/SINTOMAS SISTÊMICOS nas doenças linfoproliferativas, principalmente no linfoma de Hodgkin, pode haver febre, sudorese noturna e perda de peso inexplicada. nas leucemias agudas, pode haver petéquias, equimoses, febre e hepatoesplenomegalia. malignidades são linfonodos maiores, que rapidamente aumentam de tamanho, com consistência firme ou confluentes e fixos, e localizados em área supraclavicular. linfadenopatias com sinais inflamatórios em cabeça e pescoço geralmente estão associados a causas bacterianas (S. aureus e Streptococcusbeta-hemolítico) e podem receber teste terapêutico com Amoxicilina ou Cefalosporina - outras causas incluem: doença da arranhadura do gato, micobactéria não tuberculosa, toxoplasmose, EBV, citomegalovírus, HIV. Inclui localização, consistência, mobilidade e presença de sinais flogísticos, assim, deve-se realizar inspeção à procura de hiperemia, bem como avaliar a região anatômica drenada, que pode apresentar ferimentos que funcionam como porta de entrada para um microrganismo, já, na palpação, procurar por calor local, avaliar a consistência do linfonodo e verificar a regularidade da sua superfície. III. CARACTERÍSTICAS linfonodos cervicais e axilares, quando > 1 cm; linfonodos inguinais, quando > 1,5 cm; linfonodos epitrocleares e poplíteos, quando > 0,5 cm; linfonodomegalia isolada em criança, caso > 1,5-2 cm; linfonodos em outras localizações, quando > 1,0 cm; linfonodos palpáveis em região supraclavicular devem ser considerados anormais, independente do tamanho. linfonodos > 3 cm de tamanho e os supraclaviculares, independentemente do tamanho, estão mais associados à malignidade. Os linfonodos são considerados aumentados quanto ao seu tamanho, na dependência de sua localização: iv. tamanho Na suspeita de malignidade, estudos sugerem que aumento progressivo do linfonodo e/ou sua persistência é mais específica do que um determinado tamanho linfonodal no linfoma de Hodgkin geralmente são localizadas, mais volumosas e assimétricas em relação ao lado oposto; comum no linfoma não Hodgkin e nas leucemias, se apresentado de forma generalizada e simétrica. linfonodo > 2-3 cm é o início apropriado para suspeita de malignidade. tuberculose ganglionar consiste em uma linfonodomegalia localizada, acometendo aquele linfonodo LINFONODOMEGALIA LOCALIZADA: envolvimento de linfonodos de 1 ou 2 regiões anatômicas contíguas estão relacionadas com infecções (processos bacterianos agudos) ou neoplasias malignas. LINFONOMEGALIA: quando há comprometimento de > 2 cadeias não contíguas, sendo uma delas acima do diafragma, podem estar associadas a diversas doenças, como doenças virais e parasitários (toxoplasmose, mononucleose e leishmaniose), processos neoplásicos e inflamatórios. Deve-se avaliar os padrões de drenagem dos linfonodos para guiar o raciocínio clínico e a investigação inicial, pois fornecem informações quanto à origem do câncer. v. localização e associação com drenagem Layane Silva Em algumas crianças com linfonodomegalia localizada pode ser um fator importante na definição da abordagem diagnóstica. acometimento da cadeia supraclavicular é considerado anormal e deve ser sempre interpretado como de alto risco para doença neoplásica. linfonodomegalia supraclavicular e cervical baixa em criança estão associadas com alto risco de malignidade. Todo linfonodo deve ser considerado anormal, quando em localização não habitual, como nas regiões epitrocleares, supraclaviculares, pré-auriculares, poplíteas e em outros locais mais raros. Em relação à consistência, os linfonodos endurecidos, firmes e indolores estão mais frequentemente associados ao câncer, além de serem fixos à pele ou aos tecidos vizinhos, sendo > 2 cm e de crescimento progressivo. Em raras ocasiões, os linfonodos dolorosos e fibroelásticos podem ser resultantes de hemorragia dentro de um centro necrótico neoplásico ou pela pressão na cápsula do linfonodo determinada pela rápida expansão tumoral ou, ainda, por estimulação imunológica dos receptores da dor. avaliação clínica do paciente a probabilidade da etiologia maligna é baixa, mas ela se eleva com o aumento da idade da criança. 1 ano: podem ser palpados linfonodos pequenos em localização occipital e retro-auricular. Crianças saudáveis: linfonodos inguinais, axilares e cervicais são também comumente palpáveis. - < 6 anos: as neoplasias malignas mais frequentes são leucemias, linfomas não Hodgkin, neuroblastoma e rabdomiossarcoma. - Crianças entre 7 e 13 anos: são mais prevalentes os linfomas (Hodgkin e não Hodgkin), carcinoma de tireoide e rabdomiossarcoma. - Adolescentes com > 13 anos: o linfoma de Hodgkin é mais prevalente. VI. idade do paciente Se houver sinais agravantes é necessário solicitar sorologia, principalmente se houver aumento de fígado ou baço, manifestações hemorrágicas, mesmo que esses linfonodos não tenham características neoplásicas e tenham aspecto generalizado, deve-se investigar. VIi. sinais/sintomas de doença sistêmica A presença de hepatoesplenomegalia e/ou manifestações hemorrágicas estão frequentemente associadas às leucemias. VIii. hepatoesplenomegalia e hemorragia ix. resposta ao tratamento antimicrobiano Questionar a procedência do paciente a fim de identificar zona de endêmica de leishmaniose (comum em quadros de hepatoesplenomegalia e pancitopenia), história familiar de neoplasia, início e evolução, contato com doença infecciosa, outros sintomas associados (febre, perda ponderal, palidez, sangramentos, manchas equimóticas na pele e dor abdominal), uso de medicação para avaliar possível efeito colateral, história vacinal para descartar doenças em pacientes imunizados. i. anamnese Ao encontrar 1 linfonodo, deve-se palpar todas as cadeias no sentido crânio-caudal, avaliando localização, cadeias acometidas, consistência, tamanho e mobilidade (aderido superficialmente ou a planos profundos), sinais flogísticos associados, quantidade e outros sinais (equimose e hepatoesplenomegalia). - Linfonodos reacionais: fibroelástico, móvel, indolor ou pouco dolorido, sem calor, edema e rubor, é menor do que 2-3 cm, a conduta é apenas observar. - Linfonodos neoplásicos (linfomas): - endurecidos, > 1 linfonodo acometido (1 cadeia) e passam de 4 cm, podendo ser um pouco dolorosos, aderidos a planos profundos ou pele (principal característica), ou seja, imóveis, normalmente não tem sinais logísticos associados, além de uma dor de baixa intensidade, sua conduta é investigação imediata e biópsia. - Processo bacteriano: a bactéria é carreada para dentro do linfonodo, que alcança > 4 cm, tornam-se dolorosos e com sinais flogísticos, fibroelásticos, únicos, não aderidos, mas podem causar restrição de movimento a depender do tamanho, sendo necessário iniciar antibioticoterapia - se não houver resolução dos sinais flogísticos em 72 horas deve-se investigar através de exames complementares (USG, hemograma, PCR e hemocultura). ii. exame físico Pacientes que não respondem à antibioticoterapia: hemograma completo, PCR, hemocultura e USG. Investigação inicial para neoplasia: hemograma completo, bioquímica (função renal, hepática, LDH, ácido úrico), mielograma, PCR, hemocultura e USG. Se suspeita de infecção causadora de linfonodomegalia generalizada: sorologias (toxoplasmose, mononucleose, CMV e HIV), PPD se houver suspeita de tuberculose ganglionar, radiografia de tórax PA e perfil, USG abdominal se houver esplenomegalia ou USG pélvica se adenite mesentérica e/ou acometimento de cadeias adjacentes. Devem ser realizados nos seguintes casos: HEMOGRAMA: neutropenia com ou sem blastos, bicitopenia ou pancitopenia podem sugerir o diagnóstico de leucemia; presença de bicitopenia ou anemia normocrômica e normocítica inexplicada e alterações leucoeritrobláticas podem sugerir infiltração metastática; MIELOGRAMA: indicado se houver diminuição significativa e inexplicada do número de células, de uma ou mais séries no hemograma; blastos ou alterações leucoeritroblásticas no iii. exames complementares Layane Silva linfonodos podem ser analisados por citometria de fluxo, semelhante ao sangue e à MO. o tecido pode ser enviado para análise microbiológica, conforme determinado pela avaliação clínica. na suspeita de tumor sólido localizado em cabeça e pescoço e nos cânceres metastáticos, na maioria dos casos, a PAF (punção por agulha fina) também é suficiente para elucidação diagnóstica. e inguinais. Esse tipo de biópsia e remove os linfonodos inteiros e, assim, geralmente fornece tecido sufi ciente e permite o exame microscópico de todasas regiões dos linfonodos, que serão enviados para análises histológicas, que compreendem avaliação morfológica, imuno- histoquímica e, em alguns casos, testes para mutações específicas, como translocações ou mutações pontuais. crianças com sintomas consistentes com ARJ e que tem níveis elevados de LDH devem ser submetidas à investigação para descartar neoplasia maligna. neoplasias malignas mais frequentes do mediastino anterior são os linfomas e tumores mesenquimais; no mediastino médio são linfomas e sarcomas; no mediastino posterior são neuroblastoma, tumor neuroectodérmico primitivo, sarcomas e tumores das células germinativas. sangue periférico; citopenias ou leucocitose associadas a linfonodomegalia ou hepatoesplenomegalia não infecciosas; citopenias ou leucocitose associadas a massa mediastinal; DESIDROGENASE LÁCTICA (LDH): maiores concentrações são obtidas durante dano tecidual inespecífico, geralmente, está elevada nas neoplasias malignas (como marcador do turnover celular), miocardites, distrofia muscular, mononucleose infecciosa, hepatopatias, pneumopatias, anemia hemolítica, pancreatite, falência renal, uso de determinados medicamentos (anestésicos, aspirina, fluoretos), entre outras causas. Também é usado para monitorar a resposta ao tratamento do câncer, uma vez que os valores de lactato desidrogenase tendem a baixar com a adequada resposta à terapia antineoplásica. ÁCIDO ÚRICO: resulta da quebra das moléculas de purina, por ação da enzima xantina oxidase, pode ter sua produção aumentada em caso de câncer metastático, leucemias, linfomas, anemias hemolíticas, policitemia, quimioterapia, radioterapia, alguns medicamentos, dieta rica em proteínas e alguns distúrbios hereditários. RADIOGRAFIA DO TÓRAX: fornece informações acerca da linfonodomegalia generalizada e hilar, além de evidenciar a presença de possível massa mediastinal. ULTRASSONOGRAFIA CERVICAL COM DOPPLER: exame operador dependente, que permite avaliar os linfonodos em relação ao número, dimensões, forma, hilo, córtex, presença de necrose, calcificação, disseminação extracapsular, padrão vascular, resistência vascular e índice de pulsatilidade. conduta ULTRASSONOGRAFIA ABDOMINAL, TOMOGRAFIA DE TÓRAX E ABDOME: avaliam linfonodomegalias no tórax e cavidade abdominal e pélvica, permitindo a diferenciação com massas não ganglionares. Exames de imagem são úteis para guiar as biópsias por agulha, melhorando a acurácia do método. BIÓPSIA DO LINFONODO: padrão ouro para avaliação das linfonodomegalias periféricas, deve ser realizada a biópsia excisional, do maior linfonodo, e se possível, do mais profundo, pois os linfonodos mais periféricos podem geralmente ser reacionais - caso nenhum linfonodo seja predominante, optar por ordem decrescente de escolha pelos linfonodos supraclaviculares, cervicais baixos, axilares presença persistente e inexplicável de febre e/ou perda de peso; sudorese noturna, por ser 1 dos 4 sinais cardinais da tuberculose; linfonodomegalia generalizada e hepato e/ou esplenomegalia; gânglios aderidos a planos profundos ou à pele, de crescimento rápido, coalescentes e endurecidos; localização supraclavicular ou de mediastino; aumento progressivo do gânglio ou não regressão deste em > 4 semanas; gânglios de tamanho maior do que o inicial após 2 semanas de uso de antibióticos; gânglios que não diminuem de tamanho após 4-6 semanas ou que não retornam ao tamanho normal em 8- 12 semanas, principalmente associados a novos sinais/sintomas; investigação laboratorial negativa com gânglio se mantendo por > 8 semanas. Quanto a realização de biópsia deve-se considerar os seguintes sinais de alerta: QUANDO BIOPSIAR? - Linfonodomegalia localizada em que a pesquisa clínica e laboratorial (incluindo aspirado de MO) foi inconclusiva, e o linfonodo continue aumentando de tamanho após 2 semanas de observação, ou não regride em 4-6 semanas; - Linfonodos supraclaviculares aumentados devem ser sempre prontamente avaliados, pois estão associados a um alto risco de malignidade. - Linfonodomegalia com características sugestivas de malignidade: linfonodo aderido a planos profundos ou à pele, de crescimento rápido, coalescente e endurecido; - Linfonodomegalia em região cervical inferior ou supraclavicular e/ou associada a linfonodomegalia profunda; - Linfonodomegalia associada à sintomatologia sugestiva de doença grave (presença de sinais/sintomas sistêmicos persistentes e inexplicados); - Linfonodomegalia associada a anormalidades radiológicas ou alterações no hemograma inexplicadas pela avaliação de MO; - Linfonodomegalia generalizada associada a hepatomegalia e/ou esplenomegalia inexplicada; - Linfonodomegalia sem sinais de involução após tratamento específico. - Caso o resultado do exame anátomo-patológico seja inconclusivo, ou de hiperplasia reativa inespecífica, a biópsia deve ser repetida. i. biópsia do linfonodo em caso de dor, pode-se usar AINE especificamente para pacientes que apresentam sintomas mais exacerbados, devem usar Ibuprofeno (pacientes com > 1 ano), Nimesulida (pacientes com > 12 anos) e Naproxeno (pacientes com > 12 anos) - Profenid (Cetoprofeno) é restrito para pacientes com > 12 anos e com dores intensas pelo risco de lesão renal. Adenite bacteriana: geralmente cervical, é causado pelos mesmos germes de infecções de vias aéreas superiores, deve ser tratada com Amoxicilina 50 mg de 12/12 horas - se houver origem da condição dentária (cárie) usar Amoxicilina com clavulanato, a fim de abranger a flora bucal - como segunda escolha, pode-se usar Azitromicina, Cefalexina, Claritromicina, Clindamicina e Eritromicina. ii. tratamento medicamentoso LINFONODO SUPRACLAVICULAR - Direita: realizar drenagem do tórax e mediastino a fim de excluir patologias de tórax. - Esquerda: atentar para região abdominal. - Associado a linfonodomegalia mediastinal: maior gravidade, pode estar associada a doença de Hodgkin, não Hodgkin, histoplasmose e leucemia. ADENOMEGALIA NO PERÍODO NEONATAL Independentemente da região acometida, indicam patologias graves, principalmente se tiver consistência mais endurecida, mais aderido, provocar choro na manipulação, e aumentar progressivamente sem sinais flogísticos. A palpação para essa faixa etária do período neonatal é examinador dependente, entre os diagnósticos diferenciais estão: formações císticas, torcicolo congênito, presença de higroma, lipoma e costela cervical - assim, os pacientes devem passar por investigação completa (laboratorial, exames de imagem e biópsia se necessário).
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