Buscar

Diretio Militar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
DIREITO MILITAR 
Ementa 
A disciplina Direito militar visa a capacitação dos policiais militares do Estado de 
Goiás e será coordenado pelo Comando da Academia de Polícia Militar do Estado de 
Goiás. E uma disciplina de aperfeiçoamento profissional com carga horária de 30h. 
Contextualização 
A implementação de disciplinas que visam o aprimoramento técnico profissional dos policiais 
militares do Estado de Goiás, conforme as matrizes curriculares de cursos e o REGIMENTO 
DE ENSINO DA PMGO, indicam a necessidade de profissionais qualificados e bem 
preparados. Em resposta à essa demanda de formação, utilização de tecnologias educacionais 
e formação na modalidade a distância, faz-se necessária uma melhor capacitação dos policiais 
militares do Estado de Goiás, no cumprimento de sua missão institucional, com o 
aprimoramento de habilidades específicas no desenvolvimento da atividade policial. 
I — Objetivos gerais da disciplina 
Criar condições para que o discente possa: 
Ampliar conhecimentos para: 
 diferenciar o crime militar da competência da Justiça Militar Federal, da Justiça 
Militar Estadual, bem como da Justiça Comum, tanto Federal como Estadual, através do 
estudo do Código Penal Militar, das Constituições Federal e Estadual e legislação 
pertinente; dentificar os delitos militares em tempo de paz e em tempo de guerra; 
compreender as normas legais que regem o processo penal militar. 
Desenvolver e exercitar habilidades para: 
 reconhecer no exercício de suas funções o cometimento dos crimes militares tipificados 
no Código Penal Militar. 
Fortalecer atitudes para: 
 pautar sua conduta militar dentro dos padrões da ética e da legalidade. 
MÓDULO I - PARTE GERAL DO CÓDIGO PENAL MILITAR 
Aula 1. Introdução; 
Aula 2. Da Aplicação da Lei Penal Militar; 
Aula 3. Dos crimes propriamente e impropriamente militares; 
Aula 4. Dos crimes militares em tempo de paz — art. 9 0 do CPM; 
Aula 5. Da competência do tribunal do júri em relação ao CPM; 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
Aula 6. Conceitos e Penas. 
MÓDULO II - DA PARTE ESPECIAL DO CPM 
Aula 1. Dos Crimes Contra a Autoridade ou Disciplina Militar, da Aliciação e do 
Incitamento. 
Aula 2. Da violência Contra Superior ou Militar de Serviço, do Desrespeito a 
Superior e a Simbologia Nacional ou a Farda e da Insubordinação. 
Aula 3. Da Resistência, da Deserção, do Abandono de Posto e de Outros Crimes 
em Serviço. 
Aula 4. Do homicídio, dos crimes contra a Administração Militar, do Peculato, da 
Concussão, da Corrupção e dos crimes contra o dever funcional MÓDULO 
III - DO INQUÉRITO POLICIAL MILITAR 
Aula 1. Conceito de IPM. 
Aula 2. Características do 'PM. 
Aula 3. Conclusão do IPM. 
MÓDULO IV - DA COMPOSIÇÃO DA JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL 
Aula 1. Introdução. 
Aula 2. Conselhos de Justiça. 
Aula 3. Da Justiça Militar Estadual e sua competência. 
Aula 4. Do julgamento na Auditoria Militar Estadual. 
Aula 5. Da sentença e dosimetria da pena. 
MÓDULO V - DA SINDICÂNCIA E PROCESSO ADMINISTRATIVO 
DISCIPLINAR 
Aula 1. Da Sindicância. 
Aula 2. Diferença entre Sindicância e Inquérito Policial Militar 
Aula 3. Princípios constitucionais e administrativos aplicáveis no Código de Etica 
e 
Disciplina dos Militares de Goiás. 
Aula 4. Do Processo Administrativo Disciplinar. 
Aula 5. Modalidades de PAD 
Aula 6. Das Sanções Disciplinares 
MÓDULO I - PARTE GERAL DO CÓDIGO PENAL MILITAR 
AULA 1 - INTRODUÇÃO 
O Direito Militar é um ilustre desconhecido da maioria dos doutrinadores e operadores 
da Ciência Jurídica. Como se sabe, poucas são as instituições de Ensino Superior que possuem 
em sua grade curricular a referida disciplina e, mesmo assim, em muitas delas, apenas e tão 
somente como disciplina optativa. Esse esquecimento vem relegando, propositadamente, a 
segundo plano, o engrandecimento desse ramo especializado do Direito, chegando ao ponto 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
de completa discrepância entre muitos de seus preceitos com aqueles estabelecidos pelo 
Direito Penal e Processual Penal Comum, uma vez que estes têm sido, continuamente, objeto 
de reforma de seus institutos e procedimentos, ao passo que o Direito Militar é proscrito 
deliberadamente dessa necessária atualização. 
Conceito 
Dentre algumas linhas doutrinárias, podemos citar, para fins de melhor compreensão, 
o que ensina Jorge Alberto Romeiro (1.994, p.01), onde afirma que o Direito Penal Militar 
"consiste no conjunto de normas que definem os crimes contra a ordem jurídica militar, 
cominando-lhes penas, impondo medidas de segurança e estabelecendo as causas 
condicionantes, excludentes e modificativas da punibilidade". 
Podemos afirmar em linhas gerais que o Direito Penal Militar protege um bem jurídico 
especial, que é a regularidade das Instituições Militares, no que concerne à hierarquia e a 
disciplina, cuja quebra acarretaria sua desestabilização e a desregularidade de suas missões 
constitucionais peculiares. Grifo nosso. Caráter especial do Direito Militar 
O Direito Militar é um direito especial, porque a maioria de suas normas, diversamente 
das de direito penal comum, destinadas a todos os cidadãos, se aplicam exclusivamente aos 
militares, que tem especiais deveres para com o Estado, indispensáveis à sua defesa armada 
e à existência de suas instituições militares. Esse caráter especial, ainda, advém de a 
Constituição federal atribuir com exclusividade aos órgãos da Justiça castrense (art. 
122/CF/88) o processo e o julgamento dos crimes militares definidos em lei. 
Da condição de Militar 
A Constituição Federal de 1988 inicialmente inseriu o militar na categoria de servidor 
público, todavia com o advento da Emenda Constitucional n o 18 de 05.02.1998, o legislador 
passou a tratar o militar como uma categoria própria, e não mais como uma espécie de 
servidor público. Dentro desse contexto, a Carta Magna passou a distinguir os militares 
estaduais dos federais. Desta feita, os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Territórios, ficaram regulados pelo art. 42 e parágrafos seguintes da CF/88. Já os militares 
federais integrantes das Forças Armadas, estão disciplinados pelo S3 0 do art. 142 da CF/88. 
Art. 42/CF: Os membros das Polícias Militares e Corpos de 
Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na 
hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Territórios. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional n o 18 de 1998). 
AULA 2 - DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR 
Inicialmente, vejamos alguns princípios previstos na Constituição Federal e Código 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
Penal Militar atinentes à aplicação da lei penal militar. 
Princípio da Legalidade 
Art. 1 0 . Não há crime sem lei anterior que o defina, nem 
pena sem prévia cominação legal. 
O princípio da legalidade ou da reserva legal está previsto na Constituição Federal, art. 
5 0 , XXXIX. 
Conceito: nenhum fato pode ser considerado crime e nenhuma pena pode ser aplicada sem 
que antesda ocorrência desse fato exista uma lei definindo-o como crime e cominando-lhe a 
sanção correspondente. 
Lei supressiva de incriminação 
Art. 2 0 . Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior 
deixa de considerar crime, cessando, em virtude dela, a 
própria vigência de sentença condenatória irrecorrível, salvo 
quanto aos efeitos de natureza civil. 
E o instituto denominado de abolitio criminis, a ocorrer quando a nova lei penal militar 
não mais considerar o fato um ilícito penal. Com a abolitio criminis, cessam os efeitos penais, 
tanto o efeito principal, ou seja, a consequência direta e imediata da sentença condenatória, 
que é o cumprimento da sanção penal, como os efeitos penais secundários, a exemplo da 
reincidência, os antecedentes criminais com o lançamento do nome no rol dos culpados. 
Estudemos agora a aplicação da lei penal militar no tempo e espaço, verificando 
suas regras e formas de aplicação da lei em diversas situações. 
Tempo do crime 
Art. 5 0 . Considera-se praticado o crime no momento da 
ação ou omissão, ainda que outro seja o do resultado. 
Teoria da Atividade 
O legislador brasileiro, a fim de fazer cessar as discussões sobre as vantagens e as 
desvantagens de outras teorias (teoria do resultado e teoria da ubiquidade ou mista) optou por 
adotar no ordenamento jurídico brasileiro a Teoria da Atividade, na qual considera-se o tempo 
do crime aquele em que o agente desenvolveu a conduta (ação ou omissão), ainda que outro 
seja o momento do resultado. Exemplo: O Militar efetua disparos contra a vítima ou atropela 
o ofendido (no homicídio doloso ou culposo), ou ilude o ofendido, com a manobra 
fraudulenta, para obter vantagem ilícita (no estelionato), ou deixa de prestar socorro ao ferido 
(omissão de socorro), pouco importando a ocasião em que o sujeito passivo (vítima) venha a 
morrer, ou o agente obtenha a vantagem indevida. 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
Esta teoria foi adotada pelo CPM a fim de evitar a incongruência de o fato ser 
considerado crime em decorrência da lei vigente na época do resultado, quando não o era no 
momento da ação ou omissão. 
Lugar do crime 
Art. 6 0 . Considera-se praticado o fato, no lugar em que se 
desenvolveu a atividade criminosa, no todo ou em parte, e 
ainda que sob forma de participação, bem como onde se 
produziu ou deveria se produzir o resultado. Nos crimes 
omissivos, o fato considera-se praticado no lugar em que 
deveria realizar-se a ação omitida. 
Teoria da Ubiquidade 
Quanto ao lugar do crime, em que pese o Código Penal comum adotar apenas a Teoria 
da Ubiquidade, por entender que o lugar do crime é aquele em que ocorreram tanto a ação 
quanto a omissão, ao tratar do locus commissi delicti (local da comissão do delito), o Código 
Penal Militar adotou um sistema misto que engloba a Teoria da Atividade e a Teoria da 
Ubiquidade, em que nesta é tido como lugar do crime aquele em que se iniciou sua execução, 
como aquele em que ocorreu o resultado em relação aos crimes comissivos. Em relação aos 
crimes omissivos, o CPM adotou a Teoria da Atividade, já que considera praticado o fato no 
lugar em que deveria realizar-se a ação omitida. Vê-se aqui que o CPM então adota um 
sistema misto que engloba a teoria da atividade e a teoria da ubiquidade. 
Quanto à conduta, o crime pode ser classificado em: 
v/ Crime comissivo: o crime comissivo é cometido intencionalmente e em situação de 
perfeito juízo. Exige uma atividade concreta do agente, uma ação, isto é, o agente faz 
o que a norma proíbe. O homicídio é um exemplo clássico, tendo em vista que em 
regra você mata alguém porque pratica algum comportamento que lesiona outrem de 
maneira a causar-lhe a morte. 
 Crime Omissivo: crimes omissivos são aqueles praticados por meio de omissão 
do agente, ou seja, pela abstenção de comportamento. 
Conceito de Crime Militar 
Este conceito não é pacífico na doutrina e na jurisprudência, nem tampouco tem 
definição na legislação castrense (Código Penal Militar/Código de Processo Penal Militar) e 
Constituição Federal, contudo, fazendo-se a leitura do inciso LXI do artigo 5 0 , artigo 124 e 
S 4 0 do artigo 125, todos da Constituição Federal de 1988, podemos afirmar que Crimes 
Militares são aqueles definidos em lei. 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
O legislador penal brasileiro adotou o critério legal para definir crime militar, isto é, 
apenas enumerou taxativamente as diversas situações que definem esse delito. Ou seja, um 
fato só poderá ser considerado crime militar se estiver previsto no Código Penal Militar 
(CPM). 
Levando-se em consideração tais esclarecimentos e para uma melhor compreensão do 
tema abordado, optamos por citar o conceito de crime militar na lição de Jorge César de Assis 
(2010:44). 
"Crime Militar é toda violação acentuada do dever militar e 
aos valores das instituições militares. Distingue-se da 
transgressão disciplinar porque esta é a mesma violação, 
porém na sua manifestação elementar e simples. A relação 
entre crime militar e transgressão disciplinar é a mesma que 
existe entre crime e contravenção penal". 
AULA 3 - DOS CRIMES PROPRIAMENTE E IMPROPRIAMENTE 
MILITARES 
Crimes Propriamente Militares 
Os delitos propriamente militares nunca podem ser crimes comuns. Assim, o crime 
propriamente militar é o que só por militares pode ser praticado, isto é, aquele que constitui 
uma infração específica e funcional da profissão de "soldado". 
São exemplos de crimes propriamente militares a covardia, o motim, a revolta, a violência 
contra superior, o desrespeito a superior, etc. Nunca haverá previsão de tais fatos no Código 
Penal Comum ou em qualquer outra lei de caráter penal, daí dizer que são crimes 
propriamente militares. 
Crimes Impropriamente Militares 
O crime impropriamente militar, é, por sua vez, aquele que, pela condição militar do 
culpado, ou pela espécie militar do fato, ou pela natureza militar do lugar, ou, finalmente, 
pela anormalidade do tempo em que é praticado, acarreta dano à segurança ou à economia, 
ao serviço ou à disciplina das instituições militares. O crime impropriamente militar é, em 
linhas gerais, aquele crime comum cujas circunstâncias alheias ao elemento constitutivo do 
fato delituoso o transformam em crime militar transportando-o para o CPM. 
Desta forma, podemos dizer que o fato definido como crime impropriamente militar 
também está previsto no Código Penal Comum. Em suma, é aquela infração penal prevista 
no CPM, cuja prática é possível a qualquer cidadão, seja ele civil ou militar. 
Com as modificações recentes da Lei no 13.491/17 que alteraram a redação do art. 9 
do Código Penal Militar (CPM), os crimes previstos na legislação penal comum que forem 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
considerados crimes militares devido às circunstâncias de sua execução serão considerados 
"crimes impropriamente militares". Tais modificações legislativas serão vistas mais à frente. 
Exemplo: Dois civis estão brigando em um parque e, de repente, um desfere um soco no 
outro. Trata-se de um crime de lesão corporal leve, previsto no artigo 129 do Código Penal 
Comum. Caso esse crime tenha sido praticado dentro do quartel, por militar em situação de 
atividade contra civil ou militar, seráconsiderado crime militar, pois também está previsto no 
Código Penal Militar (art. 209). 
Competência para julgamento dos crimes militares em âmbito estadual 
Com exceção dos crimes dolosos contra a vida que serão vistos mais à frente, é bom lembrar 
que se o crime militar é cometido por membros da PM ou BM, o julgamento será de 
competência da Justiça Militar Estadual da seguinte forma: 
A) Se a vítima for civil: competência do Juiz de Direito do juízo militar de forma 
singular; 
B) Se a vítima for militar: competência do conselho de justiça. 
Mais adiante iremos abordar com mais profundidade o assunto acerca da Justiça 
Militar Estadual. 
Distinção entre Crime Militar e Transgressão Disciplinar 
As Forças Armadas (Marinha do Brasil, Exército e Aeronáutica) e as Forças Auxiliares 
(PM e BM), dispõem de normas complementares contidas nos Regulamentos Disciplinares, 
que permitem às autoridades militares aplicarem sanções disciplinares a seus subordinados 
por fatos de menor gravidade, mas que visam a assegurar a hierarquia e a disciplina militares. 
Transgressão Disciplinar é, assim, "toda ação ou omissão contrária ao dever militar, 
devidamente prevista em regulamento próprio". Na PMGO, o regulamento disciplinar 
previsto é o CEDIME (Código de Etica e Disciplina dos Militares do Estado de Goiás — Lei 
Estadual no 19.969/18). 
O Crime Militar é a ofensa mais grave a esse mesmo dever. Desta forma, a conduta 
violadora do dever militar em sua essência é a mesma e somente o caso concreto poderá 
determinar se houve mera transgressão disciplinar ou um crime militar. E bom lembrar que 
para uma conduta ser considerada crime militar, esta deve estar prevista nas situações 
previstas no Código Penal Militar (Decreto Lei n o 1001/69). 
AULA 4 - DOS CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ 
Crimes militares em tempo de paz 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
Art. 9 0 . Consideram-se crimes militares, em tempo de paz: 
I — os crimes de que trata este Código, quando definidos de 
modo diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, 
qualquer que seja o agente, salvo disposição especial. 
 
Do art. 90, inciso I do CPM 
Neste inciso o sujeito ativo pode ser tanto um militar quanto um civil. Esse inciso trata 
dos crimes militares definidos de modo diverso na lei penal comum ou nela não previstos. 
Exemplo: art. 149 do CPM (motim), art. 160 (desrespeito a superior diante de outro militar), 
art. 172 (uso indevido de uniforme), art. 302 (ingresso clandestino). 
Em relação a esses delitos, para que seja feito o juízo de tipicidade, não é 
necessário fazer menção ao art. 9 0 do CPM. Esses crimes só estão previstos no CPM 
ou estão de maneira diversa no Código Penal Comum. 
Do art. 90, inciso II do CPM 
Aqui está, sem sombra de dúvidas, a principal alteração legislativa trazida pela Lei no 
13.491/17 que ampliou enormemente a competência da Justiça Militar para o processo e 
julgamento de crimes praticados por militares, ainda que praticado contra vítima civil, e, 
ainda que o crime esteja tipificado fora do Código Penal Militar. 
Vejamos a mudança na redação legal de tal inciso. 
REDAÇÃO ANTIGA 
Art. 90 , inc. II do CPM: os crimes previstos neste Código, 
embora também o sejam com igual definição na lei penal 
comum, quando praticados: 
REDAÇÃO NOVA 
II — os crimes previstos neste Código e os previstos na 
legislação penal, quando praticados: (Redação dada pela 
Lei no 13.491, de 2017) 
MILITAR 
CIVI
L 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
De acordo com a nova redação do inciso II, todo e qualquer crime praticado por militar 
em serviço ou no exercício da função (conforme descrição das alíneas "a" a "e" do art. 9, inc. 
II) será julgado pela Justiça Castrense, ainda que a conduta criminosa não esteja tipificada no 
Código Penal Militar, exceto na hipótese do S 1 0 (crimes dolosos contra a vida de civil 
praticado por militar estadual). 
Dessa forma, cabe agora à Justiça Militar julgar todos os crimes praticados por 
militar em serviço ou no exercício da função. Como rol exemplificativo, podemos citar os 
seguintes crimes: 
 Crimes de abuso de autoridade (Lei 4.898/65) 
 Crimes de tortura (Lei 9.455/97) 
 Crimes de improbidade administrativa (Lei no 8.429/92) 
 Crimes de trânsito (Lei n o 9503/97) 
 Crimes comuns previstos no Código Penal Brasileiro (Dec. Lei n o 2.848/40), à exceção 
dos crimes dolosos contra a vida praticados por militar estadual contra civil (art. 90 , 
SS 1 0 e 2 0 do CPM). 
Vê-se então que houve uma ampliação considerável da competência da Justiça Militar, 
necessitando esta de maior estrutura logística para receber toda essa nova demanda. 
Apesar dos tribunais superiores não terem se pronunciado ainda sobre o tema, entende-se que 
várias súmulas que transferiam a competência de julgamento de crimes praticados por 
militares contra civil para a justiça comum foram tacitamente revogadas. 
Podemos citar: 
 Súmula 172 do STJ (crimes de abuso de autoridade); 
 Súmula 06 do STJ (casos de acidente de trânsito de viatura envolvendo vítima civil); 
Súmula 75 do STJ (crime de promoção ou facilitação de fuga de preso de estabelecimento 
penal). 
Do art. 90, inciso II, alínea "a" do CPM 
II — os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando praticados: 
(Redação dada pela Lei n o 13.491, de 2017) 
a) Por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma 
situação ou assemelhado; 
A Lei Estadual n o 8.033 de 02 de dezembro de 1975, define em seu art. 3 0 , SI O , l, o 
que é 
Policial Militar na ativa (situação de atividade): 
I — na ativa: 
a) os Policiais Militares de carreira; 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
b) os incluídos na Polícia Militar voluntariamente durante os 
prazos a que se obrigarem a servir; 
c) os componentes da reserva remunerada quando 
convocados, e 
d) os alunos de órgãos de formação de Policiais 
Militares da ativa. 
 
Para a doutrina, se os militares estão de folga, mesmo assim, normalmente estaremos 
diante de um crime militar. Afinal de contas, mesmo estando de folga os militares são 
considerados da ATIVA (STJ 85607; STF RE 122706; HC 86867). 
No entanto, esta regra não é absoluta, carecendo de uma análise prévia de cada caso 
concreto para se verificar se serão crimes comuns ou militares. Segundo alguns julgados de 
tribunais superiores, estaremos diante de um crime comum quando, mesmo se tratando de 
crime cometido por militar contra militar da ativa, um militar não sabia da condição de militar 
do outro ou, se sabia, sua conduta não teve a intenção de afrontar a hierarquia e a disciplina, 
princípios basilares do militarismo. (STF - HC 102380 RJ; STM Apelfo 49944 DF 
2005.01.049944-O 
Do art. 90, inciso II, alínea "b" do CPM 
II — os crimes previstos neste Código e os previstos na 
legislação penal, quando praticados: 
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em 
lugar sujeito a administração militar, contra militar da 
reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; 
O art. 30 , SI O , inc. II da Lei Estadual no 8033/75 (CITAÇÃO) define o que é Policial 
Militar na inatividade (Reserva remunerada ou reformado): 
II — na inatividade: 
a) na reserva remunerada, quando pertencem à reserva 
da Corporaçãoe percebem remuneração do Estado, porém 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
sujeitos, ainda, à prestação de serviço na ativa, mediante 
convocação: 
b) reformados, quando, tendo passado por uma das 
situações anteriores, estão dispensados, definitivamente, da 
prestação de serviço na ativa, mas continuam a perceber 
remuneração do Estado. 
RESERVA/ REFORMA 
LUGAR SUJEITO A 
ADMINISTRAÇÃO MILITAR 
CIVIL 
Trata-se de um crime militar praticado por militar da ativa contra civil, militar da 
reserva e também o militar reformado em lugar sujeito à administração militar. 
Quanto ao civil vítima desse delito, a jurisprudência entende que somente a pessoa 
física pode ser considerada como tal, excluída, portanto, a pessoa jurídica (STJ Resp 705514). 
Lugar sujeito à administração militar é o local que pertence ao patrimônio das forças 
armadas, da polícia militar ou do corpo de bombeiros, ou que se encontre sob a administração 
dessas instituições militares, podendo ser imóvel ou móvel. 
Do art. 90, inciso II, alínea "c" do CPM 
II — os crimes previstos neste Código e os previstos na 
legislação penal, quando praticados: 
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em 
comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que 
fora do lugar sujeito à administração militar contra militar 
da reserva, ou reformado, ou civil; 
RESERVA/ REFORMA 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
 
CIVIL 
O militar que pratica esse delito deve estar EM SERVIÇO. Deve-se analisar também 
o NEXO FUNCIONAL na prática delituosa. 
Exemplo: O crime previsto no art. 195 do CPM (abandono de posto). 
Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o posto ou 
lugar de serviço que lhe tenha sido designado, ou o 
serviço que lhe cumpria, antes de termina-lo: 
Pena — detenção, de 03 (três) meses a 01 (um) ano. 
Trata-se de crime militar. O problema é quando o crime está tipificado no CPM e no 
CP, ex. roubo. Neste caso o militar abandona o serviço, tira a farda, comete o roubo e depois 
retorna para o posto de serviço. Deve-se analisar o nexo funcional; o crime de abandono de 
posto será julgado na Justiça Militar e o delito de roubo, que não guarda nexo funcional, pela 
justiça Comum, havendo a separação de processos (STJ CC 100545 e 
Súmula 90 do STJ). 
Do art. 90, inciso II, alínea " d" do COM 
II — os crimes previstos neste Código e os previstos na 
legislação penal, quando praticados: 
d) por militar, durante o período de manobras ou exercício, 
contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, 
ou civil; 
RESERVA/ REFORMA 
MILITAR 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
 
CIVIL 
Manobras: operação destinada a colocar tropas, navios, aviões ou fogos, combinando os seus 
efeitos no tempo e no espaço, em situação de assegurar, com o mínimo esforço e a máxima 
segurança, o cumprimento da missão recebida. Manobra significa qualquer movimentação da 
unidade militar destinada ao treinamento. 
Exercício: destinado ao preparo físico ou treinamento do militar. 
Do art. 90, inciso II, alínea "e" do CPM 
II — os crimes previstos neste Código e os previstos na 
legislação penal, quando praticados: 
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, 
contra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem 
administrativa militar; 
 AUTOR PATRIMÔNIO MILITAR 
 
Patrimônio sob a administração militar: não é necessário que o bem pertença ao 
patrimônio militar, sendo suficiente que esteja legalmente sob essa administração, como por 
exemplo, veículos cedidos para determinados fins (STF RHC 96814). 
Ordem administrativa militar: compreende as infrações que atingem a organização, a 
existência, a finalidade e o próprio prestígio moral das forças armadas. 
De todo o inciso II do art. 9 0 do COM 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
Militar da ativa: essa condição inicia-se com a incorporação ou posse e deixa de existir com 
a passagem do militar para a inatividade. Portanto, é considerado militar da ativa aquele 
militar que está em férias, licença, etc. 
A alínea "c" necessita que o militar esteja em serviço, diferentemente da alínea "a" que exige 
somente militar da ativa. 
Assemelhado 
A figura do assemelhado já NÃO EXISTE MAIS, há mais de 60 anos. Este 
dispositivo é letra morta no atual Código Penal Militar. 
O conceito de "assemelhado" está estipulado no artigo 21 do CPM e tal figura era um 
funcionário civil que ficava sujeito aos preceitos militares de hierarquia e disciplina, e ainda 
aos regulamentos disciplinares da Força Militar a qual pertencia. Com o passar dos anos a 
figura do assemelhado foi extinta das corporações militares e a expressão perdeu o seu 
significado. 
A Lei 8.457/92, de 04 de setembro de 1992, que organizou a Justiça Militar da União 
e regulou o funcionamento de seus serviços auxiliares, dispõe em seu art. 84, que "os 
funcionários dos Serviços Auxiliares da Justiça Militar estão sujeitos ao regime 
disciplinar estabelecido no Regime Jurídico Unico dos Servidores Civis da União, 
observadas as disciplinas desta lei". 
Do art. 90, inciso III, alínea "a" do CPM 
— os crimes praticados por militar da reserva, ou 
reformado, ou por civil, contra as instituições militares, 
considerando-se como tais não só as compreendidas no 
inciso l, como as do inciso II, nos seguintes casos: 
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou 
contra a ordem administrativa militar; 
RESERVA/ REFORMA 
 
CIVIL 
Do art. 90, inciso III, alínea "b" do CPM 
— os crimes praticados por militar da reserva, ou 
reformado, ou por civil, contra as instituições militares, 
MILITAR 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
considerando-se como tais não só as compreendidas no 
inciso l, como as do inciso II, nos seguintes casos: 
b) em lugar sujeito à administração militar contra 
militar em situação de atividade ou assemelhado, ou contra 
funcionário de Ministério Militar ou da Justiça Militar, no 
exercício de função inerente ao seu cargo; 
 RESERVA/ REFORMA MILITAR 
 
 CIVIL JUSTICA MILITAR 
Do art. 90, inciso III, alínea "c" do CPM 
— os crimes praticados por militar da reserva, ou 
reformado, ou por civil, contra as instituições militares, 
considerando-se como tais não só as compreendidas no 
inciso l, como as do inciso II, nos seguintes casos: 
c) contra militar em formatura, ou durante o período de 
prontidão, vigilância, observação, exploração, exercício, 
acampamento, acantonamento ou manobras; 
 PRONTIDÃO FORMATURA ACAMPAMENTO 
 
Do art. 90, inciso III, alínea "d" do CPM 
III — os crimes praticados por militar da reserva, ou 
reformado, ou por civil, contra as instituições militares, 
considerando-se como tais não só as compreendidas no 
inciso l, como as do inciso II, nos seguintes casos: 
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar,contra 
militar em função de natureza militar, ou no desempenho de 
RESERVA/ 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública, 
administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para 
aquele fim, ou em obediência a determinação legal de superior. 
RESERVA/ REFORMA 
 
CIVIL 
De todo o inciso III do art. 9 0 do CPM 
O inciso III tem como sujeito ativo o militar reformado, o militar da reserva e o 
civil. O civil não pode ser processado na Justiça Militar Estadual já que esse inciso tem 
aplicação restrita na Justiça Militar da União (Súmula 53 — STJ). 
Súmula 53 do STJ: Compete à Justiça Comum Estadual 
processar e julgar civil acusado de prática de crime 
contra instituições militares estaduais. 
AULA 5 - DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI EM RELAÇÃO AO 
CPM 
Do art. 90, SI O do CPM (Tribunal do Júri ao militar estadual) 
Art. 90, SI O Os crimes de que trata este artigo, quando 
dolosos contra a vida e cometidos por militares contra civil, 
serão da competência do Tribunal do Júri. 
Art. 125, S 4 0 da CF/88: Compete à Justiça Militar Estadual 
processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes 
militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos 
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri 
quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente 
decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da 
graduação das praças. 
Comentários ao art. 90 , S20 do CPM (Tribunal do Júri ao militar federal) 
MILITAR 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
Art. 90, S 20 Os crimes de que trata este artigo, quando 
dolosos contra a vida e cometidos por militares das Forças 
Armadas contra civil, serão da competência da Justiça 
Militar da União, se praticados no contexto: 
 — do cumprimento de atribuições que lhes forem 
estabelecidas pelo Presidente da República ou pelo 
Ministro de Estado da 
Defesa; 
II — de ação que envolva a segurança de 
instituição militar ou de missão militar, mesmo que não 
beligerante; ou 
III — de atividade de natureza militar, de operação de 
paz, de garantia da lei e da ordem ou de atribuição 
subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no 
art. 142 da Constituição Federal e na forma dos seguintes 
diplomas legais: 
a) Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código 
Brasileiro de 
Aeronáutica; 
b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999 
(normas gerais para a organização, o preparo e o 
emprego das 
Forças 
Armadas); 
c) Decreto-Lei n o 1.002, de 21 de outubro de 1969 - 
Código de Processo Penal Militar; e 
d) Lei n o 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. 
Crimes dolosos contra a vida praticados por militar 
contra civil 
Com a modificação recente da Lei no 13.491/17, não podemos determinar a 
competência para o julgamento de um crime doloso contra a vida praticado por militar contra 
civil sem antes perguntar se este militar é estadual (PM/BM) ou federal (Forças Armadas). 
Se o militar for estadual, este continuará sendo julgado pela Justiça Comum (Tribunal 
do Júri) nos crimes dolosos praticados contra a vida de civil, observando-se a regra do Art. 
125, S4 0 da CF/88 e a Lei 9299/96. 
Agora se o militar for federal, tal lei (13.491/17) trouxe uma ampliação da competência 
de julgamento da Justiça Militar Federal, de forma que se o militar das Forças Armadas 
(Exército, Marinha ou Aeronáutica) cometer um crime doloso contra a vida de civil em uma 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
das hipóteses do S2 0 do art. 90 do Código Penal Militar, será competente para o julgamento 
não mais o Tribunal do Júri (Justiça Comum), mas sim a Justiça Militar. 
Observe que tais hipóteses são bastante amplas e o que era exceção se tornou 
basicamente a regra, tendo em vista que em grande parte das situações de emprego das 
Forças Armadas, estes estarão em uma das hipóteses do art. 9, S20 do CPM. 
Caso o militar federal cometa um crime doloso contra a vida de civil fora das hipóteses 
do art. 90 S20 do CPM, estaremos diante da competência da justiça comum 
(Tribunal do Júri). 
AULA 6 - CONCEITOS E PENAS 
Equiparação a militar da ativa 
Art. 12. O militar da reserva ou reformado, empregado na 
administração militar, equipara-se ao militar em situação de 
atividade, para efeito da aplicação da lei penal militar. 
Militar da reserva ou reformado 
Art. 13. O militar da reserva, ou reformado, conserva as 
responsabilidades e prerrogativas do posto ou graduação, 
para o efeito da aplicação da lei penal militar, quando pratica 
ou contra ele é praticado crime militar. 
Equiparação a comandante 
Art. 23. Equipara-se ao comandante, para o efeito da 
aplicação da lei penal militar, toda autoridade com função 
de direção. 
Conceito de superior 
Art. 24. O militar que, em virtude da função, exerce 
autoridade sobre outro de igual posto ou graduação, 
considera-se superior, para efeito da aplicação da lei penal 
militar. 
Elementos não constitutivos do crime 
Art. 47. Deixam de ser elementos constitutivos do crime: 
I — a qualidade de superior ou a de inferior, quando 
não conhecida do agente; 
II — a qualidade de superior ou a de inferior, a de 
oficial de dia, de serviço ou de quarto, ou a de sentinela, 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
vigia ou plantão, quando a ação é praticada em repulsa a 
agressão. 
Exemplo: Em uma festa de casamento, encontravam-se um cabo e um soldado, ambos a 
paisana, quando num dado momento, estes se desentendem e o soldado desfere um murro na 
cabeça do cabo que chega a desmaiar. Todavia, apurou-se, posteriormente, que os dois 
envolvidos, anteriormente à briga, desconheciam a condição de militar do outro. Nesse caso 
não se trata de crime militar, mas sim de crime comum. Com relação ao caso, o STF e o STJ 
tem se manifestado, recentemente, que nem sempre nas situações de crimes envolvendo 
militares, como autor e vítima, o crime será militar. Para tanto se faz necessário que o fato 
delituoso tenha relação com o desempenho de atividades militares, ou seja, cometido em lugar 
sujeito à administração militar, e ainda há entendimento que os militares saibam da condição 
de militar um do outro. 
Penas principais 
Art. 55. As penas principais são: 
a) morte; 
b) reclusão; 
c) detenção; 
d) prisão; 
e) impedimento; 
f) suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou 
função; 
g) reforma. 
Com relação à pena de morte prevista no CPM, é interessante reforçar que a 
Constituição Federal (art. 50 , XLVII, alínea "a") proíbe a pena de morte, salvo em caso de 
guerra declarada. Desta forma, a pena de morte só pode ser aplicada em tempo de guerra 
quando a pena prevista ao crime praticado assim o prevê. Ex: Favorecimento ao inimigo 
(art. 355); espionagem (art. 366); libertação de prisioneiro (art. 394) e outros. 
Penas Acessórias 
Art. 98. São penas 
acessórias: I — a perda de 
posto e patente; 
II —a indignidade para o oficialato; 
III — a incompatibilidade com o oficialato; 
IV — a exclusão das forças armadas;COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
V — a perda da função pública, ainda que eletiva; 
VI — a inabilitação para o exercício da função pública; 
VII — a suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela; 
VIII — a suspensão dos direitos políticos. 
Propositura da ação penal 
Art. 121. A ação penal somente pode ser promovida por 
denúncia do Ministério Público da Justiça Militar. 
eoUcu 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
Da extinção da punibilidade — Causas extintivas 
Art. 123. Extingue-se a punibilidade: 
I — pela morte do agente; 
II — pela anistia ou indulto; 
III — pela retroatividade de lei que não 
mais considera o fato como criminoso; 
IV — pela prescrição; 
V — pela reabilitação; 
VI — pelo ressarcimento do dano, no 
peculato culposo (art. 
303, S 40). 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
Perguntas: 
Explique o caráter especial do Direito Militar. 
Digite aqui sua resposta.. 
 
 
 
Resposta: O Direito Militar é um direito penal especial, porque a maioria de suas 
normas, diversamente das de direito penal comum, destinadas a todos os cidadãos, se 
aplicam, exclusivamente, aos militares, que têm especiais deveres para com o Estado, 
indispensáveis à sua defesa armada e à existência de suas instituições militares 
Qual é o conceito de transgressão disciplinar: 
Digite aqui sua resposta... 
 
 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
 
Resposta: Transgressão Disciplinar é toda ação ou omissão contrária ao dever militar, 
devidamente prevista em regulamento próprio". Na PMGO, o regulamento disciplinar 
previsto é o CEDIME (Código de Etica e Disciplina dos Militares do Estado de Goiás 
— Lei Estadual no 19.969/18). 
Explique a diferença entre crimes propriamente militares e impropriamente militares. 
Digite aqui sua resposta.. 
 
 
 
Resposta: Os delitos propriamente militares nunca podem ser crimes comuns. Assim, o crime 
propriamente militar é o que só por militar pode ser praticado. Por sua vez, o crime 
impropriamente militar é, em linhas gerais, aquele crime comum cujas circunstâncias alheias 
ao elemento constitutivo do fato delituoso o transformam em crime militar, transportando-o 
para o CPM. Desta forma, podemos dizer que o fato definido como crime impropriamente 
militar também está previsto no Código Penal Comum. 
1) Analise o caso: 
Um Sargento do Exército Brasileiro foi empenhado em uma missão de garantia da lei 
e da ordem (GLO) na cidade do Rio de Janeiro. Ocorre que em uma de suas missões 
de incursão em uma favela carioca, ao qual estava devidamente escalado, este comete 
dolosamente um crime de homicídio contra um civil que passava pelo local. Com base 
nesta afirmativa, responda qual órgão será o responsável pelo julgamento deste caso. 
) Justiça Comum Federal do Rio de Janeiro. 
) Justiça Comum Estadual do Rio de Janeiro. 
) Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. 
) Justiça Militar da União. 
) Justiça Militar Estadual. 
2. Marque a alternativa correta. 
De acordo com o art. 6 0 , do Código Penal Militar, considera-se praticado o fato, no lugar em 
que se desenvolveu a atividade criminosa, no todo ou em parte, e ainda que sob forma de 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
participação, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Nos crimes 
omissivos, o fato considera-se praticado no lugar em que deveria realizar-se a ação omitida. 
O referido artigo diz respeito ao: 
a) ( ) Tempo do Crime 
b) ( ) Lugar do Crime 
c) ( ) Crime Propriamente Militar 
d) ( ) Crime Impropriamente Militar 
3. De acordo com o art. 55 do Código Penal Militar, são penas principais, exceto: 
a) ( ) morte 
b) ( ) reclusão 
c) ( ) reforma 
d) ( ) a perda do posto e patente 
Gabarito: 
 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
MÓDULO II - DA PARTE ESPECIAL DO CPM 
AULA 1 - DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU DISCIPLINA 
MILITAR, DA ALICIAÇÃO E DO INCITAMENTO 
Motim 
Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados: 
agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-
se a cumpri-la; 
- recusando obediência a superior, quando estejam agindo 
sem ordem ou praticando violência; 
III - assentindo em recusa conjunta de obediência, ou 
em resistência ou violência, em comum, contra superior; 
IV - ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou 
estabelecimento militar, ou dependência de qualquer deles, 
hangar, aeródromo ou aeronave, navio ou viatura militar, ou 
utilizando-se de qualquer daqueles locais ou meios de 
transporte, para ação militar, ou prática de violência, em 
desobediência a ordem superior ou em detrimento da ordem 
ou da disciplina militar: 
Pena - reclusão, de quatro a oito anos, com aumento de 
um terço para os cabeças. 
Revolta 
Parágrafo único. Se os agentes estavam armados: 
Pena - reclusão, de oito a vinte anos, com aumento de 
um terço para os cabeças. 
Organização de grupo para a prática de violência. 
Art. 150. Reunirem-se dois ou mais militares ou 
assemelhados, com armamento ou material bélico, de 
propriedade militar, praticando violência à pessoa ou à coisa 
pública ou particular em lugar sujeito ou não a 
administração militar: 
Pena — reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. 
Omissão de lealdade militar 
Art. 151. Deixar o militar ou assemelhado de levar ao 
conhecimento do superior o motim ou revolta de cuja 
preparação teve notícia, ou, estando presente ao ato 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
criminoso, não usar de todos os meios ao seu alcance para 
impedi-lo: 
Pena - reclusão, de três a cinco 
anos. 
Aliciação para motim ou revolta 
Art. 154. Aliciar militar ou assemelhado para a prática de 
qualquer dos crimes previstos no capítulo anterior: 
Pena - reclusão, de dois a quatro 
anos. 
Elementos Objetivos 
Aliciar é atrair, seduzir, envolver convencer o militar a praticar um dos crimes previstos no 
Capítulo I do título II do CPM ("Do Motim e da Revolta"). 
Induzir, pela significação léxica, deve ser compreendido como "persuadir à prática de 
alguma coisa" ou "ser causa ou motivo de (sensação, impressão) em (alguém); inspirar, 
provocar". 
Incitar, também na compreensão dos dicionários, significa "impelir, mover, instigar" ou 
"estimular (alguém) a realizar algo, instigar, impelir, encorajar". 
Incitamento 
Art. 155. Incitar à desobediência, à indisciplina ou à prática 
de crime militar: 
Pena - reclusão, de dois a quatro 
anos. 
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem introduz, 
afixa ou distribui, em lugar sujeito à administração militar, 
impressos, manuscritos ou material mimeografado, 
fotocopiado ou gravado, em que se contenha incitamento à 
prática dos atos previstosno artigo. 
AULA 2. DA VIOLÊNCIA CONTRA SUPERIOR OU MILITAR DE 
SERVIÇO, DO DESRESPEITO A SUPERIOR E A SIMBOLOGIA 
NACIONAL OU A FARDA E DA INSUBORDINAÇÃO 
Violência contra superior 
Art. 157. Praticar violência contra superior: 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
Pena - detenção, de três meses a dois anos. 
Formas qualificadas 
S 1 0 Se o superior é comandante da unidade a que pertence 
o agente, ou oficial general: 
Pena - reclusão, de três a nove 
anos. 
S 2 0 Se a violência é praticada com arma, a pena é 
aumentada de um terço. 
S 30 Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além 
da pena da violência, a do crime contra a pessoa. 
S 40 Se da violência resulta morte: 
Pena - reclusão, de doze a trinta 
anos. 
S 50 A pena é aumentada da sexta parte, se o crime ocorre 
em serviço. 
Violência contra superior ou militar de serviço 
Art. 158. Praticar violência contra oficial de dia, de serviço, 
ou de quarto, ou contra sentinela, vigia ou plantão: 
Pena - reclusão, de três a oito 
anos. 
Formas qualificadas 
S 1 0 Se a violência é praticada com arma, a pena é 
aumentada de um terço. 
S 20 Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além 
da pena da violência, a do crime contra a pessoa. 
S 30 Se da violência resulta morte: 
Pena - reclusão, de doze a trinta 
anos. 
Desrespeito a superior 
Art. 160. Desrespeitar superior diante de outro militar: Pena 
- detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui 
crime mais grave. 
Desrespeito a comandante, oficial general ou oficial de serviço 
Parágrafo único. Se o fato é praticado contra o comandante 
da unidade a que pertence o agente, oficial-general, oficial 
de dia, de serviço ou de quarto, a pena é aumentada da 
metade. 
Recusa de obediência 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
Art. 163. Recusar obedecer a ordem do superior sobre 
assunto ou matéria de serviço, ou relativamente a dever 
imposto em lei, regulamento ou instrução: 
Pena - detenção, de um a dois anos, se o fato não constitui 
crime mais grave. 
No que tange ao art. 163 (recusa de obediência), em relação à compreensão de 
ordem, é preciso, para satisfazer o tipo, que ela seja: 
a) imperativa — "deve importar em uma exigência para o inferior, por isso não 
são ordens os conselhos, exortações e advertências"; 
b) pessoal — "significa que deve ser dirigida a um ou mais inferiores 
determinados; as de caráter geral não são ordens desta natureza e seu não cumprimento 
constitui transgressão disciplinar"; 
c) concreta — "ou seja, pura e simples, pois seu cumprimento não deve estar 
sujeito à apreciação do subordinado". 
Consumação: o delito se consuma quando o autor recusa obediência à ordem, seja por ação, 
seja por omissão, contudo sempre acompanhado de afronta à autoridade que determinou ou 
que está fazendo cumprir a ordem, bem como afronta à disciplina. 
Tentativa: não é possível, em razão de o crime ser unissubsistente (crime realizado por ato 
único, não sendo admitido o seu fracionamento). Trata-se, portanto, de um crime 
propriamente militar. Rigor excessivo 
Art. 174. Exceder a faculdade de punir o subordinado, 
fazendo-o com rigor não permitido, ou ofendendo-o por 
palavra, ato ou escrito: 
Pena - suspensão do exercício do posto, por dois a seis 
meses, se o fato não constitui crime mais grave. 
Violência contra inferior 
Art. 175. Praticar violência contra inferior: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Resultado mais 
grave 
Parágrafo único. Se da violência resulta lesão corporal ou 
morte é também aplicada a pena do crime contra a pessoa, 
atendendo-se, quando for o caso, ao disposto no art. 159. 
Ofensa aviltante a inferior 
Art. 176. Ofender inferior, mediante ato de violência que, 
por natureza ou pelo meio empregado, se considere 
aviltante: 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no parágrafo único do 
artigo anterior. 
AULA 3. DA RESISTÊNCIA, DA DESERÇÃO, DO ABANDONO DE 
POSTO E DE 
OUTROS CRIMES EM SERVIÇO. 
Resistência mediante ameaça ou violência 
Art. 177. Opor-se à execução de ato legal, mediante ameaça 
ou violência ao executor, ou a quem esteja prestando auxílio: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
Forma qualificada 
S 1 0 Se o ato não se executa em razão da resistência: 
Pena - reclusão de dois a quatro 
anos. 
Cumulação de 
penas 
S 20 As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das 
correspondentes à violência, ou ao fato que constitua crime 
mais grave. 
eoUcu 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
Deserção 
Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade 
em que serve, ou do lugar em que deve permanecer, por 
mais de oito dias: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a 
pena é agravada. 
Conceito de Deserção: Ausência não autorizada do serviço militar, por parte de um oficial ou 
de uma praça, com a intenção de não mais voltar. 
Momento consumativo: é quando se completam mais de oito dias de ausência, 
consoante o art. 187 do CPM. 
Ausência: antes da consumação do crime de deserção, o militar é considerado ausente 
por oito dias. Caso retorne ao serviço nesse período de ausência, não há crime, mas 
sim mera transgressão disciplinar, devendo nessa esfera o fato ser tratado. 
Prazo de graça: é o lapso de tempo de oito dias que a lei concede ao ausente, oportunizando-
lhe a desistência ("arrependimento") e a consequente apresentação, não vindo, assim, a 
consumar o crime de deserção. 
Contagem do prazo: a contagem dos dias de ausência, à luz do art. 451 do CPPM 
(Código de Processo Penal Militar), "iniciar-se-á a zero hora do dia seguinte àquele em 
que for verificada a falta injustificada do militar". 
DATA 
11/02 12 13 14 15 16 17 19 20 
HORA 00 00 
DIAS DE 
AUSÊNCIA 
 2 3 4 5 6 7 9 
 Período de graça 
Término do 
serviço às 
19h00min, 
do militar 
iniciado às 
07h00min 
do mesmo 
dia (parte 
de falta do 
serviço) 
1 — Inicio da contagem da ausência Ilegal; 
2-elaboração da parte de ausência (chefe imediato do 
ausente); 
3- Elaboração do inventário de bens deixados ou extraviados pelo ausente, sejam 
da fazenda pública ou particulares, com 0 devido despacho do comandante e publicação em 
DOE; 
4- Diligências confiadas em despacho do comandante 
para encontar 0 ausente. 
Parte de 
deserção 
e Termo 
de 
Diligências entendidas como necessárias pelas autoridades superiores do 
ausente para encontrá-lo nesse período 
 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
Deserção especial 
Art.190. Deixar o militar de apresentar-se no momento da 
partida do navio ou aeronave, de que é tripulante, ou do 
deslocamento da unidade ou força em que serve: 
Pena — detenção, até três meses, se após a partida ou 
deslocamento se apresentar,dentro de vinte e quatro 
horas, à autoridade militar do lugar, ou, na falta desta, à 
autoridade policial, para ser comunicada a apresentação ao 
comando militar competente. 
S 1 0 Se a apresentação se der dentro de prazo superior a 
vinte e quatro horas e não excedente a cinco dias: 
Pena — detenção, de dois a oito meses. 
S 20 Se superior a cinco dias e não excedente a oito dias: 
Pena — detenção, de três meses a um ano. S 
20-A. Se superior a oito dias: 
Pena — detenção, de seis meses a dois anos. 
Aumento de pena 
S 30 A pena é aumentada de um terço, se se tratar de 
sargento, subtenente ou suboficial, e de metade, se oficial. 
Abandono de posto 
Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o posto ou 
lugar de serviço que lhe tenha sido designado, ou o 
serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Objetividade jurídica: o tipo penal em estudo busca proteger o dever e o serviço militares. 
Sujeitos do delito: o sujeito ativo é o militar (federal ou estadual), que deve ser 
compreendido, nos termos do art. 22 do CPM, como o militar em situação de atividade. 
Entretanto, além de ser militar da ativa, é preciso que esteja de serviço em posto (fixo ou 
móvel), em um lugar delimitado ou em execução de tarefa específica. 
Elementos objetivos: a conduta nuclear é "abandonar", que significa deixar, desincumbirse 
do posto no qual presta serviço, lugar em que o presta ou o serviço prestado em si. 
Descumprimento de missão 
Art. 196. Deixar o militar de desempenhar a missão que lhe 
foi confiada: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato 
não constitui crime mais grave. 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
S 30 Se a abstenção é culposa: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Embriaguez em serviço 
Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou 
apresentar-se embriagado para prestá-lo: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
A comprovação da embriaguez poderá ser efetivada pelo exame de dosagem 
alcoólica (exame de alcoolemia, exame de sangue, ou pelo exame clínico), sendo que 
em qualquer dos casos deve ser feito sempre por médico perito oficial e, na ausência 
deste, por médico a ser designado pela autoridade militar. 
Dormir em serviço 
Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial 
de quarto ou de ronda, ou em situação equivalente, ou, não 
sendo oficial, em serviço de sentinela, vigia, plantão às 
máquinas, ao leme, de ronda ou em qualquer serviço de 
natureza semelhante: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
AULA 4. DO HOMICÍDIO, DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR, DO 
PECULATO, DA CONCUSSÃO, DA CORRUPÇÃO E DOS CRIMES CONTRA O DEVER 
FUNCIONAL 
Homicídio simples 
Art. 205. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
Minoração facultativa da pena 
S 1 0 Se o agente comete o crime impelido por motivo de 
relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de 
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da 
vítima, o juiz pode reduzir a pena, de um sexto a um terço. 
Homicídio qualificado 
S 2 0 Se o homicídio é cometido: 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
I - por motivo fútil; 
II - mediante paga ou promessa de recompensa, por 
cupidez, para excitar ou saciar desejos sexuais, ou por 
outro motivo torpe; 
- com emprego de veneno, asfixia, tortura, fogo, 
explosivo, ou qualquer outro meio dissimulado ou cruel, ou 
de que possa resultar perigo comum; 
IV - à traição, de emboscada, com surpresa ou 
mediante outro recurso insidioso, que dificultou ou 
tornou impossível a defesa da vítima; 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a 
impunidade ou vantagem de outro crime; 
VI - prevalecendo-se o agente da situação de 
serviço: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
Homicídio culposo 
Art. 206. Se o homicídio é culposo: 
Pena - detenção, de um a quatro anos. 
S 1 0 A pena pode ser agravada se o crime resulta de 
inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, 
ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima. 
Multiplicidade de vítimas 
S 20 Se, em consequência de uma só ação ou omissão 
culposa, ocorre morte de mais de uma pessoa ou 
também lesões corporais em outras pessoas, a pena é 
aumentada de um sexto até metade. 
Provocação direta ou auxílio a suicídio 
Art. 207. Instigar ou induzir alguém a suicidar-se, ou 
prestar-lhe auxílio para que o faça, vindo o suicídio 
consumar-se: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos. 
Agravação de pena 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
S 1 0 Se o crime é praticado por motivo egoístico, ou a vítima 
é menor ou tem diminuída, por qualquer motivo, a 
resistência moral, a pena é agravada. 
Provocação indireta ao suicídio 
S 20 Com detenção de um a três anos, será punido quem, 
desumana e reiteradamente, inflige maus tratos a alguém, 
sob sua autoridade ou dependência, levando-o, em razão 
disso, à prática de suicídio. 
Redução de pena 
S 3 0 Se o suicídio é apenas tentado, e da tentativa 
resulta lesão grave, a pena é reduzida de um a dois 
terços. 
Tráfico, posse ou uso de entorpecente ou substância de efeito similar 
Art. 290. Receber, preparar, produzir, vender, fornecer, 
ainda que gratuitamente, ter em depósito, transportar, 
trazer consigo, ainda que para uso próprio, guardar, 
ministrar ou entregar de qualquer forma a consumo 
substância entorpecente, ou que determine dependência 
física ou psíquica, em lugar sujeito à administração militar, 
sem autorização ou em desacordo com determinação legal 
ou regulamentar: 
Pena - reclusão, até cinco anos. 
Desacato a superior 
Art. 298. Desacatar superior, ofendendo-lhe a dignidade ou 
o decoro, ou procurando deprimir-lhe a autoridade: 
Pena - reclusão, até quatro anos, se o fato não constitui 
crime mais grave. 
Agravação de pena 
Parágrafo único. A pena é agravada, se o superior é oficial 
general ou comandante da unidade a que pertence o 
agente. 
Desacato a militar 
Art. 299. Desacatar militar no exercício de função de 
natureza militar ou em razão dela: 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não 
constitui outro crime. 
Desobediência 
Art. 301. Desobedecer a ordem legal de autoridade militar: 
Pena - detenção, até seis meses. 
Peculato 
Art. 303. Apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro 
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse ou 
detenção, em razão do cargo ou comissão, ou desviá-lo em 
proveito próprio ou alheio: 
Pena - reclusão, de três a quinze anos. 
S 1 0 A pena aumenta-se de um terço, se o objeto da 
apropriação ou desvio é de valor superior a vinte vezes o 
salário mínimo. 
Peculato-furto 
S 20 Aplica-se a mesma pena a quem, embora não tendo a 
posse ou detenção do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou 
contribui para que seja subtraído, em proveito próprio ou 
alheio, valendo-se da facilidade que lhe proporciona a 
qualidade de militar ou de funcionário. 
Peculato culposo 
S 30 Se o funcionário ou o militar contribui culposamentepara que outrem subtraia ou desvie o dinheiro, valor ou 
bem, ou dele se aproprie: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Extinção ou minoração da pena 
S 40 No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se 
precede a sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se 
lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. 
Peculato mediante aproveitamento do erro de outrem 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
Art. 304. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade 
que, no exercício do cargo ou comissão, recebeu por erro 
de outrem: 
Pena - reclusão, de dois a sete anos. 
Concussão 
Art. 305. Exigir, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de 
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Corrupção passiva 
Art. 308. Receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de 
assumi-la, mas em razão dela vantagem indevida, ou 
aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 
dois a oito anos. 
Aumento de pena 
S 1 0 A pena é aumentada de um terço, se, em consequência 
da vantagem ou promessa, o agente retarda ou deixa de 
praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo 
dever funcional. 
Diminuição de pena 
S 20 Se o agente pratica, deixa de praticar ou retarda o ato 
de ofício com infração de dever funcional, cedendo a 
pedido ou influência de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Corrupção ativa 
Art. 309. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou vantagem 
indevida para a prática, omissão ou retardamento de ato 
funcional: 
Pena - reclusão, até oito anos. 
Aumento de pena 
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se, em 
razão da vantagem, dádiva ou promessa, é retardado ou 
omitido o ato, ou praticado com infração de dever 
funcional. 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
Prevaricação 
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, 
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra 
expressa disposição de lei, para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
A prevaricação é crime militar impróprio, posto que também encontra previsão no 
Código Penal comum. O seu sujeito ativo deverá ser funcionário público, seja militar ou civil. 
O sujeito passivo é o Estado, representado pela Administração Militar. 
O delito se consuma de três maneiras. Na primeira, o agente retarda (protrai, 
delonga); na segunda, ele deixa de praticar (omissão) e; na terceira, ele pratica (ação) o ato 
de oficio contra disposição legal. 
ATO DE OFÍCIO: é aquele que se compreende nas atribuições do servidor; que está na esfera 
de sua competência, administrativa ou judicial. 
O crime de prevaricação é essencialmente doloso, mas requer um elemento subjetivo 
do injusto (especial fim de agir), caracterizado pela expressão "para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal", sem que o crime não se aperfeiçoa. Inexistindo o elemento subjetivo 
do injusto o delito praticado poderá ser o de condescendência criminosa. Ou seja, se o 
superior não pretender com a sua conduta a satisfação de um interesse ou sentimento 
pessoal deixa de praticar o crime de prevaricação, mas pode praticar o crime de 
condescendência criminosa. 
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento 
Art. 321. Extraviar livro oficial, ou qualquer documento, de 
que tem a guarda em razão do cargo, sonegá-lo ou inutilizá-
lo, total ou parcialmente: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o fato não 
constitui crime mais grave. 
Condescendência criminosa 
Art. 322. Deixar de responsabilizar subordinado que 
comete infração no exercício do cargo, ou, quando lhe falte 
competência, não levar o fato ao conhecimento da 
autoridade competente: 
Pena - se o fato foi praticado por indulgência, detenção até 
seis meses; se por negligência, detenção até três meses. 
A condescendência criminosa está prevista no art. 320 do Código Penal comum e, por 
isso, será crime militar impróprio quando presentes as condições exigidas pelo CPM. 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
O presente artigo apresenta duas modalidades de crime; o indulgente doloso e o 
culposo: 
a) o culposo, pela referência à negligência; 
b) o indulgente (doloso), que o crime praticado por indulgência. 
INDULGÊNCIA: é a qualidade do indulgente, ou seja, é a clemência a misericórdia, a 
tolerância demasiada, a benevolência. 
NEGLIGÊNCIA: é o desleixo, descuido, incúria, desatenção, menosprezo, preguiça. É crime 
que só pode ser cometido pelo superior hierárquico em relação ao seu subordinado infrator. 
O superior neste caso tem competência para punir o subordinado. Já quando o superior não 
tem competência para punir o subordinado deve informar imediatamente à autoridade 
competente para a punição, sob pena de cometer o crime de condescendência criminosa. 
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 
O que difere o crime de revolta do crime de motim? 
 
 
 
Resposta: O que difere o crime de revolta do crime de motim é o fato dos militares estarem 
armados. Para que ocorra a revolta, os agentes devem estar incursos em alguma das 
situações do art. 149 e estarem armados, bastando um para que o crime se configure. 
1. Marque a alternativa CORRETA. Pelo Código Penal Militar, a Recusa de Obediência 
caracteriza-se pelo (a): 
a) Desrespeito à superior, desde que na presença de outro militar. 
b) Recusa em obedecer a ordem do superior sobre assunto ou matéria de serviço, ou 
relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instrução. 
c) Desrespeito a superior, independente da presença de outro militar. 
d) Recusa em obedecer ordem de superior ainda que versando sobre assunto ou 
matéria estranha ao serviço, ou relativamente a dever imposto em lei, regulamento 
ou instrução, desde que na presença de outro militar. 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
Gabarito: 
2. Marque a alternativa CORRETA. Em quantos dias se consuma o crime de deserção? 
a) ( ) 5 dias 
b) ( ) 6 dias 
c) ( ) 8 dias 
d) ( ) 10 dias 
3. Nos crimes contra a pessoa previstos no capítulo l, do Título IV, do Código Penal 
Militar, está correto afirmar-se que: 
a) Se o homicídio é culposo ocorre uma agravante se o agente deixa de prestar socorro 
à vítima; 
b) Se o homicídio é culposo ocorre uma forma qualificada se o agente deixa de prestar 
socorro à vítima; 
c) Homicídio privilegiado ocorre se o crime é cometido impelido sob o domínio de 
violenta emoção, não importa o motivo; 
d) No crime de Provocação indireta ao suicídio, se o suicídio é apenas tentado, não 
existe hipótese de punibilidade do agente provocador. 
4. Considere a seguinte situação hipotética: um soldado é desacatado por um sargento, 
sendo que aquele estava no exercício de função de natureza militar. No referido caso, o 
graduado cometeu o crime de: 
a) Desacato a superior 
b) Desacato a militar 
c) Desobediência 
d) Desrespeito a superior 
5. O Sargento que deixar de responsabilizar subordinado que comete infração no 
exercício do cargo, ou, quandolhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da 
autoridade competente, comete o crime de: 
a) condescendência criminosa; 
b) prevaricação; 
c) peculato; 
d) excesso de exação. 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
Gabarito: 
1- 8 
 
MÓDULO III - DO INQUÉRITO POLICIAL MILITAR 
AULA 1. CONCEITO DE IPM 
O Código de Processo Penal militar (Decreto-Lei 1.002, de 21 de Outubro de 1969), 
conceitua o Inquérito Policial Militar, em seu art. 90 , como "apuração sumária de fato, que, 
nos termos legais, configure crime militar, e de sua autoria". Isto feito através da colheita 
de informações sobre o fato praticado e sua autoria, que tem por finalidade fornecer ao 
titular da ação penal — o Ministério Público — elementos seguros para o oferecimento da 
denúncia. Nesse sentido, o IPM somente deve ser instaurado quando o fato delituoso, 
praticado por militar ou por civil, estiver previsto no Código Penal militar. 
Convém lembrar, todavia, que a Justiça Militar Estadual não pode julgar civis, em que pese 
possa ser julgado na esfera Federal quando praticar crimes contra as forças armadas, em 
razão do disposto no art. 125, S 40, da Constituição Federal. 
Art. 125, S40 da Constituição Federal. Compete à Justiça 
Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, 
nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais 
contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência 
do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal 
competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos 
oficiais e da graduação das praças (Redação dada pela 
Emenda Constitucional no 45, de 2004). 
AULA 2. CARACTERÍSTICAS DO IPM 
1 - Instrução Provisória: 
Tem o caráter de instrução provisória com relação a finalidade, ou seja, levar ao 
conhecimento do promotor de justiça/MP o fato apurado através de um conjunto de 
documentos, depoimentos e provas materiais (perícias e laudos), a fim de que ele possa 
propor a ação penal, sendo sua denúncia destinada ao Juiz da Justiça Militar Estadual. 2 — 
Caráter Inquisitivo 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
Isso quer dizer que nele não existem as figuras do contraditório e da ampla defesa. Essa 
característica não é absoluta, visto que o indiciado tem direto a que se proceda exame de 
corpo de delito, direito ao silêncio (não produzir prova contra si) dentre outros. 
3 — Valor Probatório Relativo 
Tem valor probatório relativo, pois carece de confirmação por outros elementos colhidos 
durante a instrução processual (provas colhidas em juízo). 
AULA 3. CONCLUSÃO DO IPM 
O que acontece com o IPM depois de concluído e solucionado pela autoridade policial 
militar delegante (Comandante que tenha determinado a abertura da Portaria de 
Instauração de IPM)? 
1. O IPM é remetido para a Justiça Militar Estadual via protocolo; 
2. O Juiz de Direito do Juízo Militar abre vistas dos autos do IPM ao Ministério Público; 
3. Por sua vez o Promotor de Justiça poderá adotar as seguintes medidas: 
 Pedir o arquivamento do IPM; 
Oferecer denuncia ao Juiz de Direito do Juízo Militar; ou 
 Requisitar novas diligências consideradas imprescindíveis diretamente à 
autoridade militar com prazo não superior a 20 dias. 
Bem, até aqui já sabemos que IPM é instaurado por força de Portaria da lavra de uma 
autoridade militar competente (podendo ser do Comandante Geral até Comandante de 
Companhia Independente), documento este publicado em Diário Oficial Eletrônico, 
contendo a indicação do oficial encarregado da apuração e do indiciado; sendo que nele 
"não existem a figura do contraditório e da ampla defesa" em virtude de seu caráter 
inquisitivo, diferentemente do que ocorre na apuração do Processo Administrativo 
Disciplinar (PAD). 
Após concluído pelo encarregado através de um relatório circunstanciado, o IPM é devolvido 
à autoridade delegante para fins de solução e encaminhamento à Justiça Militar Estadual, 
lembrando que a autoridade militar não é competente para arquivar IPM, mesmo sendo ele 
conclusivo da inexistência de crime militar. 
Após encaminhado à Justiça Militar Estadual via protocolo, o Juiz Auditor abrirá vistas dos 
autos do IPM ao Ministério Publico para Propositura da ação penal. Por sua vez o Promotor 
de Justiça poderá pedir o arquivamento, oferecer denúncia ou requisitar novas diligências à 
autoridade militar por prazo não superior a vinte dias. 
Você deve estar se perguntando: Mas agora, o que acontece? 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
Primeiramente é bom entendermos que a ação penal militar, de competência do MP, 
é o direito de pedir ao Estado-Juiz a aplicação do Direito Militar, ou seja, requisitar do Poder 
Judiciário que aplique a lei. Sendo assim, tendo o Juiz de Direito da Justiça Militar Estadual 
recebido a denúncia oferecida pelo MP, tem-se aqui o início do processo, que é efetivado 
com a citação do acusado através de oficial de justiça, ou publicação no Diário de Justiça ou 
jornais de grande circulação. 
Tendo a devida ciência o Policial Militar de que encontra-se na condição de réu, o 
processo a que nos referimos só será extinto no momento em que a sentença definitiva se 
tornar irrecorrível, quer se resolva o mérito, quer não. 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
1. Tomando por base o Inquérito Policial militar (IPM), marque a alternativa incorreta: 
a) O IPM é a apuração sumária de fato que, nos termos legais, configure crime militar, e 
de sua autoria. 
b) O IPM tem a finalidade de fornecer ao titular da ação penal (Ministério Público) 
elementos seguros para o oferecimento da denuncia. 
c) Caso o encarregado conclua pela inexistência de crime militar, poderá esta requerer 
o arquivamento do IPM de imediato. 
d) Por ter caráter inquisitivo no IPM não se observa os princípios do contraditório e da 
ampla defesa. 
2. Em se tratando de indiciado preso, o inquérito policial militar deve ser concluído no prazo 
de: 
a) 05 dias 
b) 10 dias 
c) 15 dias 
d) 20 dias 
Gabarito: 
1- c 
MÓDULO IV - DA COMPOSIÇÃO DA JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL 
AULA 1. INTRODUÇÃO 
 
COMANDO DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
Núcleo de Ensino a Distância e Tecnologia da Informação do CAPM 
Rua 252 no 21 St. Leste Universitário CEP 74.603-240 Goiânia-GO 
Fone: (62) 32011790 Fax: (62) 32011606 - Emails: ead@pm.go.gov.br/ead.apmgo@gmail.com 
eoUcu 
Cada Unidade Federativa é responsável por organizar a sua Justiça Militar, 
conforme o disposto nas respectivas Constituições Estaduais e Lei Orgânica do Poder 
Judiciário. Com exceção de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, cada Estado 
constitui uma 
Circunscrição Judiciária Militar estadual, com uma Auditoria da Justiça Militar (Varas 
da Justiça Comum) na Capital. Nestes Estados, o juiz atuante da Justiça Militar é 
designado pelo Tribunal de Justiça, sendo ele um Juiz de Direito da Justiça Comum 
que exercerá as funções de Juiz do Juízo Militar, enquanto titular. 
Em Primeira Instância, a Justiça Militar é composta pelo Juiz de Direito do Juízo 
Militar, Conselho Especial de Justiça e Conselho Permanente de Justiça. 
Em segunda instância — Tribunal de Justiça. 
É possível recorrer ao STJ (art. 105, III, CF/88). 
AULA 2. CONSELHOS DE JUSTIÇA 
Conceito: Trata-se de um órgão ou juízo colegiado, que julga tão somente os crimes

Outros materiais