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Cefaléia na infância · Dores de cabeça problemas comuns na infância e na adolescência · Podem causar sofrimento significativo e incapacidade para a criança e sua família. · Elevada prevalência, amplo espectro de causas e dificuldades diagnósticas específicas. · Diagnósticos diferenciais são amplos · Anamnese e do exame físico detalhado é importante para uma diretriz etiológica correta. · Tipo mais comum PRIMÁRIA nenhum substrato orgânico que justifique a cefaleia · Cefaleias SECUNDÁRIAS associadas a doença de base e geralmente pouco frequentes nos pacientes com dores de cabeça recorrentes. · As causas mais comuns infecções virais respiratórias e a traumatismos cranianos leves. · Dor de cabeça x sintoma doença grave (tumor ou aneurisma cerebral) causas raras. Sinais de Alerta · Início recente · Mudanças das características da cefaléia anteriormente citadas pelo PCNt · Dor de cabeça que provoca o despertar noturno · Cefaleia progressiva · Exame neurológico anormal Classificação · Cefaleias agudas início recente e curta duração · Começo abrupto e piorar rapidamente. · Pode ser recorrente, como na migrânea, ou única, como sintoma de infecção extracraniana (resfriado), intracraniana (meningite) ou TCE. · Cefaleias crônicas duração mais prolongada e podem ser de intensidade moderada, como a cefaleia tensional, ou de intensidade progressiva, como nos casos de hipertensão intracraniana. · Classificação por critérios diagnósticos: · Cefaleias em primárias, secundárias e neuropatias cranianas dolorosas e outras dores faciais · Abordagem Clinica: a história é minuciosa, detalhada e sistematizada Aspectos Clínicos Exame Físico · Maioria se apresenta bem de saúde na consulta ambulatorial · Exame físico excluir a possibilidade de uma doença sistêmica como fator causal. · PA e TAX · No exame da cabeça devem-se excluir sinusopatia, traumas e patologias do couro cabeludo, osteoarticulares (ATM e da região cervical), odontológicas e oftalmológicas. · Exame neurológico completo, excluindo sinais de HIC, sinais neurológicos de localização e irritação meníngea. · Medida do PC · Exame de fundo de olho Causas de Cefaléia Aguda/Subaguda/ Sem história prévia de cefaléias · Infecção sistêmica · Febre · Meningite/Encefalite · Estado migranoso · Sinusopatia aguda · Hematoma subdural · Tumor · Abscesso cerebral · Glaucoma · Neurite Óptica Causas de cefaléia recorrente · Migrânea · Cefaleia em salvas · Cefaléia tensional episódica · Cefaléia benigna desencadeada por exercício · Cefaléia tensional grave, tumor, cefaléia por abuso de analgésicos Indicação – Exame Neuroimagem · Sintomas neurológicos persistentes. · Recentes e de caráter progressivo · Alteração no exame neurológico · Edema de papila · Mudança do padrão da cefaléia prévia · Cefaléia que desperta durante o sono · Cefaléia diária pela manhã · Vômitos sem causa evidente · Crises epilépticas · Mudança de caráter ou diminuição do rendimento escolar · Manchas hipocrômicas ou de coloração tipo café com leite · Retardo de crescimento · Idade inferior a 5 anos · Macrocefalia · Cefaléia unilateral e sempre do mesmo lado · Qualquer tipo que não melhore com tratamento Cefaléias Primárias · Migrânea uma das causas mais comuns das cefaleias primárias da infância. · O desempenho escolar é mais prejudicado em crianças com migrânea. · Transtorno neurovascular de base hereditária em que vários genes têm sido relacionados. · Parentes de 1º grau de pacientes com migrânea tem cerca de 2x mais chances · Sexo feminino mais comuns diminuição da atividade física e a presença de aura · Sexo masculino o vômito e a fonofobia ocorrem com maior frequência. · Fatores desencadeantes: · Alimentos que contêm aminas vasoativas (p. ex., tiramina e feniletilamina), · Flutuações hormonais e períodos de rápido crescimento infância e adolescência · Estresse e diferentes estados de ânimo ansiedade, a fadiga, a falta de sono, além da luz e de mudanças rápidas de temperatura · 2 subtipos migrânea sem aura e a migrânea com aura. Critérios diagnósticos de migrânea: · Não há um marcador biológico que possa ajudar a confirmar esse diagnóstico · O quadro clínico: HF +, dor do tipo pulsátil (latejante), de média a forte intensidade e muitas vezes incapacitante. · O paciente costuma parar suas atividades do dia e procura um ambiente tranquilo e com pouca luz para se deitar. · Quando não tratada de forma adequada, a crise pode durar até 72 h · Localização uni ou bilateral, geralmente nas regiões frontal ou temporal. · Sintomas associados como fotofobia, fonofobia, náuseas e/ou vômitos estão presentes. Exercícios físicos pioram a intensidade da dor, e o sono alivia o quadro. Critérios diagnósticos – Sociedade Internacional de Cefaleias – Migrânea sem Aura A. Ao menos 5 crises que cumprem os critérios B e D. B. Crises de dores de cabeça que duram 4-72 h (não tratadas ou tratados sem êxito). Em crianças as crises podem durar 1-72 horas. C. A cefaleia tem ao menos 2 das seguintes características: · Localização unilateral (comumente bilateral nas crianças pequenas). · Característica pulsátil. · Intensidade moderada ou severa (impede atividades diárias). · É agravada pela atividade física, como subir escadas ou atividade similar rotineira. D. Durante a cefaleia, ao menos uma das seguintes características: · Náuseas e/ou vômitos. · Fotofobia e fonofobia (intolerância à luz e ao ruído) E. Não melhor explicado por outros diagnósticos. Migrânea com aura A) Ao menos 2 crises que cumprem os critérios B e D. B) Aura consistente em ao menos 1 das seguintes características, mas não fraqueza motora: · Sintomas visuais totalmente reversíveis, que incluem sinais positivos (p. ex., luzes piscantes, manchas ou linhas) e/ou sinais positivos (p. ex., perda da visão). · Sintomas sensoriais totalmente reversíveis, que incluem sinais de alfinetadas ou agulhadas) e/ou sinais negativos (p. ex., adormecimento local). · Alterações da fala totalmente reversíveis (disfasia). C) Ao menos 2 das seguintes características: · Sintomas visuais homônimos e/ou sintomas sensoriais unilaterais. · Ao menos um dos sintomas da aura se desenvolve gradualmente durante ≥ 5 minutos, e/ou diferentes sintomas da aura ocorrem em sucessão durante ≥ 5 minutos. · Cada sintoma dura ≥ 5 e ≤ 60 minutos. D) Cefaleias que cumprem os critérios B e D para a migrânea e que começam durante a aura ou seguem a aura dentro dos 60 minutos. E) Não melhor explicado por outros diagnósticos Cefaléia em 5 anos ou menos: · Em crianças muito pequenas, o diagnóstico de enxaqueca pode ser difícil devido a sua incapacidade de verbalizar sintomas. · A apresentação clássica é palidez facial, vômitos ocasionais, perda de apetite, intolerância à luz ou ruído e irritabilidade. Cefaléia Tensional · Cefaleia prolongada com ausência de sinais neurológicos. · Distribuição bilateral e do tipo compressiva. · Dor generalizada e ausência de náuseas e vômitos. · Piora em relação às atividades escolares, conflitos pessoais e estresse familiar. · A dor geralmente começa à tarde na escola, e muitas vezes a criança pode continuar com suas atividades favoritas, apesar da dor de cabeça forte ou constante Cefaléia em Salvas · As Rara na infância · características clínicas da cefaleia em salvas de início pediátrico parecem ser semelhantes às do tipo de início na idade adulta · Sintomas autonômicos oculares, nasais e faciais. · O lacrimejamento é o sintoma mais comum de cefaleia em salvas na idade pediátrica, seguida por hiperemia conjuntival e secreção nasal. Cefaléia Secundária Tratamento não farmacológico · Modificar certos hábitos e condutas de maneira gera · Corrigir condutas alimentares inadequadas e evitar jejuns prolongados. · Manter horários adequados de sono · Prática de exercícios físicos regulares são boas estratégias. · Identificar fatores desencadeantes ou agravantes de suas cefaleias, e procurar evitá-los · O diário da dor é um instrumento fundamental para o acompanhamento Tratamento Farmacológico · 1ª linha analgésicos comuns. · O uso prolongadodesses analgésicos pode provocar efeitos adversos gástricos e renais e também pode atuar como deflagrador da dor · Cefaleia recorrente, crônica, características migranosas e afetando a qualidade de vida da criança, está indicado o tratamento profilático das crises de dor. · CEFALEIA TENSIONAL: técnicas de relaxamento e prevenção de situações estressantes; analgésicos comuns podem ser eficazes. · CEFALEIAS EM SALVAS: requerem medicamentos de ação rápida. Costumam responder à inalação de oxigênio a 100%. O uso de triptanos como sumatriptano e zolmitriptano intranasal pode trazer algum alívio. Para evitar novos episódios têm sido usados flunarizina, corticoides e antiepilépticos como topiramato com alguma resposta. · CEFALEIAS SECUNDÁRIAS: TTO da etiologia da doença causadora da cefaleia. Conclusão · Dor de cabeça em crianças e adolescentes é um problema crescente, possivelmente relacionado a mudanças no estilo de vida e fatores estressantes. · É considerado uma condição incapacitante, causando prejuízos na qualidade de vida dos indivíduos. · A migrânea e a cefaleia tensional são as causas mais frequentes nessa faixa etária. Mas o diagnóstico muitas vezes é difícil devido às dificuldades na coleta de dados e sintomas sobrepostos. · O diário de cefaleia é uma ferramenta obrigatória para o diagnóstico e o acompanhamento eficaz em pacientes com cefaleias recorrentes. As crianças com cefaleia têm maior probabilidade de sofrer adversidades psicossociais e de crescer com dores de cabeça recorrentes e outros sintomas físicos e psiquiátricos, o que cria um importante problema de saúde para sua vida futura. Obter uma história cuidadosa de um paciente que apresente cefaleia é o pré-requisito fundamental para um diagnóstico e tratamento terapêutico corretos. ·
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