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DJULIE H. M. DE ANDRADE 1 Gastroenterite aguda Diarreia: 3 ou + evacuações amolecidas em um período de 24h ocorre perda excessiva de água e eletrólitos por meio das fezes, que resulta em de volume e frequência das evacuações + na consistência fecal. por volume fecal: > 10 ml/kg/dia em crianças ou + do que 200 g/dia em adultos. Volume de líquido no TGI das crianças: 285 ml/kg/dia. Desordens absortivas do delgado = diarreia de grande volume; Desordem que compromete o cólon = diarreia de menor volume; Diarreia ocorre sempre que há quebra do equilíbrio entre absorção e secreção de solutos no TGI. Pode ser: osmótica, secretora ou invasiva. Osmótica Retenção de líquidos no lúmen pela presença de solutos osmoticamente ativos não absorvidos carreiam a água para dentro da alça intestinal Mg, fosfato, lactulose, sorbitol e carboidratos Lesão do enterócito por processo infeccioso carboidratos não são absorvidos da osmolaridade intraluminal bactérias intestinais no cólon fermentam os açúcares presentes formação de ácidos orgânicos e gases irritação da mucosa pH fecal ácido. O pH ácido das fezes causam eritema perianal (dermatite); Os gases geram distensão abdominal, cólicas e fezes explosivas; Geralmente, melhora com o jejum. Exs: uso de laxantes, deficiência de lactase, má absorção de glicose-galactose. DJULIE H. M. DE ANDRADE 2 Secretora Toxinas virais e bacterianas ou ação direta dos patógenos a concentração intracelular dos nucleotídeos cíclicos e Ca secreção ativa de água + eletrólitos (ânios cloreto e bicabornato principalmente) pelos enterócitos. Maior volume fecal, com sódio fecal (> 70 mEq/L) e desidratação que ocorre rapidamente. Exs: ativação de AMPc – cólera, E. coli enterotoxigênica, Shigella, Salmonella, Campylobacter; ativação de GMPc – toxina E. coli, Yersinia; mecanismo cálcio- dependente – toxina de C. difficile, neuroblastoma, tumor carcinoide. Invasiva (inflamatória) Lesão da célula epitelial do intestino impede a absorção de nutrientes. Pode ter componente secretor, pois a mucosa invadida produz bradicinina e histamina que estimulam a secreção de eletrólitos para o lúmen. Se as bactérias chegarem à submucosa, pode ocorrer aparecimento de sangue e leucócitos nas fezes (> 5 por campo). Exs: Salmonella, Shigella, amebíase, Yersinia, Campylobacter. Diarreia + vômitos + febre + anorexia. Vírus DJULIE H. M. DE ANDRADE 3 Rotavírus Causa + comum de diarreia grave em menores de 2 anos. + comum nos meses de inverno e nas regiões de clima temperado. Transmissão: via fecal-oral. Clínica Período de incubação: < 48h. Febre baixa + vômitos + diarreia aquosa que persiste por até 5 ou 7 dias + desidratação de instalação rápida. Vômitos e febre cessam no 2° dia geralmente; Fezes não possuem sangue ou leucócitos. Destruição das células epiteliais do topo das vilosidades do intestino delgado da capacidade de digestão de dissacarídeos da osmolaridade intraluminal diarreia osmótica. Vírus também secreta enterotoxina que a secreção de eletrólitos. Ocorre perda significativa de eletrólitos e água. Diagnóstico Confirmado por ELISA de amostras fecais. Aglutinção em látex: não é usado de forma rotineira. Tratamento Prevenção + tratamento da desidratação + manutenção do estado nutricional. Bactérias Diarreia do viajante DJULIE H. M. DE ANDRADE 4 Frequência elevada e volume pequeno Mialgia. Causado por uso de atb. Muita dor abdominal. DJULIE H. M. DE ANDRADE 5 Protozoários Diagnóstico etiológico não é necessário para o tratamento da desidratação. Feito em casos selecionados: evolução grave, comprometimento do estado geral, crianças imunossuprimidas, surtos em creches e berçários. Exames que podem ser solicitados: Hemograma: reservado para casos suspeitos de sepse; Bioquímica: para desidratação grave, que tem necessidade de terapia de reposição EV – dosagem sérica de potássio, sódio e cloro – porém não se deve aguardar os resultados para iniciar o tratamento. Creatinina, ureia e glicose são solicitados de acordo com quadro clínico e eventuais complicações; Gasometria arterial: suspeita de acidose metabólica (perda de bicabornato pelas fezes, má perfusão tecidual e renal); Parasitológico de fezes; Pesquisa de rotavírus nas fezes; Cultura de fezes (coprocultura) para bactérias: em caso de sepse, epidemias DJULIE H. M. DE ANDRADE 6 em comunidades fechadas, diarreia em imunodeprimidos e em crianças portadoras de doenças crônicas – se positivo para E. coli, fazer tipagem sorológica, pois muitas cepas não são patogênicas (evitar tratamento com atb desnecessário); pH das fezes: < 5,6 indica participação de componente osmótico; Sangue e leucócitos nas fezes: invasão do epitélio intestinal; Substâncias redutoras (carboidratos íntegros) maiores que 0,5%: diarreia osmótica; Dosagem de eletrólitos fecais: osmolaridade fecal é de 290 mOsm/L – osmolaridade fecal = (na + K) x 2. Evitar desidratação. Hiponatrêmica: menos sódio intravascular (+ sódio dentro das células) água para para o meio intracelular edema celular (pode ter convulsão); Hipernatrêmica: mais perda de água que de eletrólitos osmolaridade plasmática, puxa toda a água do intracelular para o vaso, por isso os sinais clínicos são pouco evidentes. Protocolo Ministério da Saúde DJULIE H. M. DE ANDRADE 7 Avaliar índice de retenção no plano B: Índice de retenção = ganho peso (g) x 100/volume ingerido (ml) IR < 20% em 2h = falha. Coleta de Na, K, gasometria venosa e glicemia. Soro de manutenção: Gastróclise na prática não é muito realizada. DJULIE H. M. DE ANDRADE 8 Outros aspectos Manter o aleitamento materno e crianças com aleitamento misto ou artificial devem continuar recebendo dieta habitual após reidratadas. Probióticos: são capazes de contribuir para a microbiota digestiva (bactérias produtoras de ácido lático – Lactobacillus, Bifidobacterium – leveduras – duração e recorrência da diarreia e necessidade de internação. Alguns medicamentos devem ser evitados, como: 1 a 1,5 mg/kg de 8/8h
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