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1 CURSO: Ministério Público Estadual Estagiando Direito @estagiando_direito_ AULA 09 – Direito Penal 2 Olá, alunos. Na aula de hoje, trataremos sobre o instituto da culpabilidade e seus temas mais relevantes que podem ser cobrados em concurso. Sem mais delongas, vamos à aula. Culpabilidade A Culpabilidade, pode ser conceituada como o juízo de reprovabilidade que incide sobre a formação e exteriorização da vontade do responsável por um fato típico, com o propósito de aferir a necessidade de imposição da pena. Dessa forma, pode ser encarada como elemento do crime tanto para um simpatizante do sistema clássico como também para um partidário do sistema finalista, desde que se adote um sistema finalista. Dirimentes Assim são chamadas as causas de exclusão da culpabilidade. E são classificadas como: Imputabilidade: Doença mental, desenvolvimento mentar retardado, desenvolvimento mental incompleto e embriaguez acidental completa. Potencial consciência da ilicitude: Erro de proibição inevitável ou escusável. Exigibilidade de conduta diversa: Coação moral irresistível, obediência hierárquica à ordem não manifestadamente ilegal. Agora, estudaremos os institutos das dirimentes supracitadas de forma mais aprofundada. 3 Imputabilidade penal É um dos elementos da culpabilidade e, possui características da inimputabilidade as classificam como: capacidade mental, inerente ao ser humano de, ao tempo da ação ou da omissão, entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse parecer. Assim, depreende-se de dois elementos: O Intelectivo – perfeita saúde mental que permite o entendimento do carácter da conduta – e o Volitivo - domínio da vontade, poder de controlar e comandar seus impulsos relativos à compreensão do caráter ilícito do fato –. Causas de inimputabilidade 1) Menoridade: Trata-se dos menores de 18 anos de idade. Tais indivíduos, independentemente da inteligência, da perspicácia e do desenvolvimento mental, são tratadas como inimputáveis. Trata-se de presunção absoluta (iures et de iure). Observe a súmula 74 elaborada pelo STJ: PARA EFEITOS PENAIS, O RECONHECIMENTO DA MENORIDADE DO REU REQUER PROVA POR DOCUMENTO HABIL. 2) Inimputabilidade por doença mental: Engloba problemas patológicos e também os de origem toxicológica. Ademais, pode ser permanente ou transitória, como é caso do delírio febril. Além do mais, não é necessário que emane de enfermidade mental, pois há enfermidades físicas que atingem o aspecto psicológico do indivíduo. 3) Inimputabilidade por desenvolvimento mental incompleto: Aqui, o desenvolvimento incompleto abrange os menores de 18 anos e indígenas. Entretanto, para o menor de 18 anos a regra é inócua, pois deles já cuidam o artigo 228 da CF. Para os indígenas, a situação depende do grau de assimilação dos valores sociais, a ser revelado pelo exame pericial. Podendo ser: A)Imputável: Se integrado à vida em sociedade; 4 B)Semi-imputável: No caso de estar dividido entre o convívio na tribo e na sociedade e; C)Inimputável: Quando completamente incapaz de viver em sociedade, desconhecendo as regras que lhe são inerentes. 4) Inimputabilidade por desenvolvimento mental retardado: É o que não se compatibiliza com a fase da vida em que se encontra determinado indivíduo, resultante de alguma condição que lhe seja particular. De fato, o retardo mental é uma condição de desenvolvimento interrompido ou incompleto da mente, especialmente caracterizada por comprometimento de habilidades manifestadas durante o período de desenvolvimento, as quais contribuem para o nível global de inteligência. 5) Emoção e paixão: Ambas são perturbações psique humanas. A Emoção é o estado afetivo que acarreta na perturbação transitória do equilíbrio psíquico, tal como a irá. Ademais, a Paixão é a emoção mais intensa, ou seja, a perturbação duradoura do equilíbrio psíquico. 5.1) Efeitos da emoção: Ainda que elevadas as intensidades, A EMOÇÃO E A PAIXÃO NÃO EXCLUEM A IMPUTABILIDADE PENAL. 6) Embriaguez: É a intoxicação aguda produzida no corpo humano pelo álcool ou por substância de efeitos análogos, apta a provocar a exclusão da capacidade de entender o carácter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 6.1) Espécies de embriaguez: A embriaguez aguda, simples ou fisiológica classifica- se quanto à intensidade e quanto à origem: 6.1.2) Quanto à intensidade: Completa – é a embriaguez que chegou à segunda (agitada) fase ou à terceira (comatosa) fase –. Por sua vez, incompleta – é a embriaguez que se limitou à primeira fase (eufórica) –. 6.1.3) Quanto à origem: I) Voluntária: É aquela que indivíduo ingere bebida alcoólicas com a intenção de embriagar- se. Não quer praticar infrações penais. Sua vontade restringe-se a exceder os limites permitidos para a ingestão do álcool. 5 II) Culposa: É a espécie de embriaguez em que a vontade do agente é apenas beber, e não pode embriagar-se. Entretanto, por um exagero, acaba embriagado. OBS: AS DUAS ESPÉCIES SUPRACIDAS (VOLUNTÁRIA E CULPOSA) NÃO EXCLUEM A IMPUTABILIDADE PENAL. Vide artigo 28, II do CP. III) Preordenada ou dolosa: É aquela em que o sujeito propositalmente se embriaga para cometer uma infração penal. A embriaguez funciona como fator de encorajamento para a prática de um delito de penal. OBS: NÃO EXCLUE A IMPUTABILIDADE PENAL E FUNCIONA COMO AGRAVAMTE GENÉRICA (ARTIGO 61, II, “L” DO CP). IV) Acidental: É a embriaguez que resulta de caso fortuito ou força maior. IV.I) Caso fortuito: O indivíduo não percebe ser atingido pelo álcool ou substância de efeitos análogos, ou desconhece uma condição fisiológica que o torna submisso às consequências da ingestão do álcool. IV.II) Força maior: Aqui, o sujeito é obrigado a beber, ou então, por questões profissionais, necessita permanecem em recinto cercado pelo álcool ou substâncias de efeitos análogos. A embriaguez acidental ou fortuita, se completa, capaz de ao tempo da conduta tornar o agente inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, EXCLUI A IMPUTABILIDADE PENAL (CP, Artigo 28, p. 1°). Em suma, assim ficam as classificações e suas consequências: Não acidental (Voluntária e Culposa): COMPLETA OU INCOMPLETA, NÃO EXCLUEM A IMPUTABILIDADE. 6 Acidental ou fortuita: I) Completa: Exclui a imputabilidade. II) Incompleta: Não exclui a imputabilidade, mas diminui a pena (de 1/3 a 2/3) equivale à semi-imputabilidade. Patológica: Equipara-se à doença mental e o agente pode ser considerado inimputável ou semi-imputável, conforme conclusão do laudo pericial. Preordenada: Não exclui a imputabilidade e ainda agrava a pena (artigo 61, II, “l” do CP). Potencial consciência da ilicitude Por intermédio desse instituto, a potencial conciência da ilicitude é afastada pelo erro de poribição escusável. Que, em sua essecial, é o erro sobre a ilicitude do fato. Leia-se o artigo 21 do Código Penal: Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. E, em suma, se divide em efeitos escusáveis e inescusáveis. No erro de proibição escusável, o sujeito, ainda que no caso concreto tivesse se esforçado, não poderia evitá-lo. Nada obstante, o emprego das diligências ordinárias inerente à sua condição pessoas, não teria condições de compreender o caráter ilícito de sua conduta. Dessa forma, EXLUIRAR-SE-Á A CULPABILIDADE, em face da ausência de elementos, ou seja, a potencial consciência da ilicitude (artigo 21 do CP).No erro de probição inescusável, poderia ser evitado com o esforço normal de consciência por parte do agente. Dessa forma, SUBSISTE A CULPABILIDADE, entretanto, a pena deve ser diminuida de 1/6 a 1/3, em face da menor censurabilidade da conduta. 7 Erro de tipo x Erro de proibição No Erro de Tipo, o agente desconhece a situação fática, o que lhe impede o conhecimento de um ou mais elementos do tipo penal. Dessa forma, ele não saber o que faz. Se escusável, exclui o dolo e a culpa. Se inescusável, exclui o dolo, mas permite a punição por culpa, se previsto em lei. No Erro de Proibição, o agente conhece tal realidade fática, mas não compreende o caráter ilícito de sua conduta. Dessa forma, ele sabe o que faz, mas não que viola um tipo penal. Se escusável, exclui a culpabilidade. Se inescusável, não afastará a culpabilidade, mas permitirá a diminuição da pena em 1/6 a 1/3. Consideração Finais Por problemas técnicos e tecnológicos, faltou trabalhar o tema da Exigibilidade de Conduta Diversa e, neste material, ainda faltou as questões de fixação. Entretanto, na próxima aula, tratremos do referido instituto e ainda será disponibilizado algumas questões sobre os temos trabalhados nesta aula e na próxima. Até a próxima e bons estudos!
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